Como os seres humanos evoluirão para sobreviver no espaço | Lisa Nip | TEDxBeaconStreet
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0:17 - 0:20Há poucos locais
— e estão longe da Terra — -
0:20 - 0:23que sejam hospitaleiros
para os seres humanos, -
0:23 - 0:24seja sob que aspeto for,
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0:24 - 0:26mas nós sobrevivemos.
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0:26 - 0:28Quando alguma coisa ameaçava
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0:28 - 0:31o lar e a subsistência
dos nossos antepassados primitivos, -
0:31 - 0:34eles aventuravam-se
em territórios desconhecidos, -
0:34 - 0:36à procura de melhores oportunidades.
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0:36 - 0:39Enquanto descendentes desses exploradores,
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0:39 - 0:42temos sangue nómada
a correr nas nossas veias. -
0:43 - 0:44Mas, ao mesmo tempo,
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0:44 - 0:47entretidos com o nosso "pão e circo",
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0:47 - 0:50e envolvidos nas guerras
que travámos uns contra os outros, -
0:50 - 0:54parece que nos esquecemos
deste desejo de explorar. -
0:55 - 0:59Nós, enquanto espécie,
evoluímos de forma única -
0:59 - 1:04para a Terra, na Terra e pela Terra.
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1:04 - 1:07Estamos tão satisfeitos
com a nossa forma de viver -
1:07 - 1:11que nos tornámos complacentes
e demasiado atarefados -
1:11 - 1:13para reparar que os recursos são finitos
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1:13 - 1:16e que a vida do Sol também é finita.
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1:17 - 1:20Enquanto Marte e todos os filmes
feitos em seu nome -
1:20 - 1:23reanimaram o interesse
pelas viagens espaciais, -
1:23 - 1:28parece que poucos de nós reconhecem
que a constituição frágil da nossa espécie -
1:28 - 1:32não está minimamente preparada
para viagens de longa duração no espaço. -
1:33 - 1:35Basta uma caminhada
pela floresta nacional local, -
1:35 - 1:37para constatarmos isso rapidamente.
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1:37 - 1:39Levante a mão quem acha
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1:39 - 1:42que seria capaz de sobreviver
neste ambiente exuberante -
1:42 - 1:44durante uns dias?
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1:44 - 1:46Há muita gente.
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1:46 - 1:47E durante umas semanas?
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1:48 - 1:50É uma quantidade decente.
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1:50 - 1:52E durante uns meses?
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1:52 - 1:54Também não está nada mal.
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1:54 - 1:56Agora, imaginemos
que esta floresta nacional local -
1:56 - 2:00está sempre num inverno eterno.
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2:02 - 2:05A mesma pergunta: quem aqui acha
que sobreviveria durante uns dias? -
2:06 - 2:08São muitos.
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2:08 - 2:10E durante umas semanas?
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2:11 - 2:13Continuam a ser mais
do que eu seria capaz. -
2:13 - 2:18Só por curiosidade,
imaginem que a única água disponível -
2:18 - 2:22está encerrada em blocos de gelo
a quilómetros abaixo da superfície. -
2:22 - 2:26Os nutrientes do solo são tão escassos
que não encontramos vegetação. -
2:26 - 2:30E, claro, quase não existe atmosfera.
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2:32 - 2:36Estes exemplos são apenas alguns
dos muitos problemas que enfrentaremos -
2:36 - 2:38num planeta como Marte.
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2:39 - 2:41Então, como nos preparamos para viagens
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2:41 - 2:46cujos destinos estão tão longe
dumas férias tropicais? -
2:46 - 2:50Vamos estar sempre a enviar
mantimentos do planeta Terra? -
2:50 - 2:51Construir elevadores espaciais
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2:51 - 2:54ou quilómetros de impossíveis
tapetes rolantes -
2:54 - 2:56que liguem o planeta de eleição
ao nosso planeta? -
2:57 - 3:02Como cultivamos alimentos que,
tal como nós, crescem na Terra? -
3:03 - 3:06Mas já estou a pôr o carro
à frente dos bois. -
3:06 - 3:08Nessa viagem da nossa espécie
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3:08 - 3:10para encontrar
uma nova casa sob um novo sol, -
3:10 - 3:14o mais provável é passar muito mais tempo
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3:14 - 3:16na viagem propriamente dita,
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3:17 - 3:18no espaço,
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3:19 - 3:22numa nave — uma lata voadora hermética,
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3:22 - 3:25possivelmente durante muitas gerações.
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3:25 - 3:29A maior quantidade de tempo contínuo
que qualquer ser humano passou no espaço -
3:29 - 3:32anda perto de 12 a 14 meses.
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3:32 - 3:35Pelas experiências
dos astronautas no espaço, -
3:35 - 3:38sabemos que passar tempo
num ambiente de microgravidade -
3:39 - 3:43significa perda óssea, atrofia muscular,
problemas cardiovasculares, -
3:43 - 3:45entre muitas outras complicações
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3:45 - 3:48que variam do fisiológico ao psicológico.
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3:49 - 3:50E quanto à macrogravidade
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3:50 - 3:53ou a qualquer outra variação
na atração gravitacional -
3:53 - 3:55do planeta que encontrarmos?
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3:56 - 4:00Em resumo, as nossas viagens cósmicas
estarão repletas de perigos, -
4:00 - 4:02conhecidos e desconhecidos.
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4:02 - 4:06Até agora, temos procurado
uma nova tecnologia mecânica -
4:06 - 4:09ou um robô excelente da próxima geração
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4:09 - 4:12para garantir à nossa espécie
uma viagem segura no espaço. -
4:13 - 4:17Por mais maravilhosos que sejam,
creio que chegou a altura -
4:17 - 4:21de complementarmos
esses robustos gigantes eletrónicos -
4:21 - 4:23com o que a natureza já inventou:
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4:24 - 4:26o micróbio,
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4:26 - 4:31um organismo unicelular que se regenera
e se reabastece por si mesmo, -
4:31 - 4:33uma máquina viva,
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4:33 - 4:36que exige muito pouco para se manter,
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4:36 - 4:39que oferece muito flexibilidade
na sua conceção -
4:39 - 4:43e que só precisa de ser transportado
num simples tubo de plástico. -
4:43 - 4:47A área de estudo que nos permitiu
utilizar as capacidades do micróbio -
4:47 - 4:49é conhecida por "biologia sintética".
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4:49 - 4:53Deriva da biologia molecular
que nos deu antibióticos, vacinas -
4:53 - 4:58e melhores formas de observar
as variantes fisiológicas do corpo humano. -
4:59 - 5:01Usando as ferramentas
da biologia sintética, -
5:01 - 5:04podemos editar os genes
de quase todos os organismos, -
5:04 - 5:06microscópicos ou não,
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5:06 - 5:09com uma incrível rapidez e fidelidade.
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5:10 - 5:13Dadas as limitações das máquinas
feitas pelos homens, -
5:13 - 5:17a biologia sintética será um meio
de engendrar não só os alimentos, -
5:17 - 5:20o combustível e o ambiente
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5:20 - 5:22mas também nós mesmos
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5:22 - 5:25para compensar
as nossas deficiências físicas -
5:25 - 5:27e garantir a nossa sobrevivência
no espaço. -
5:28 - 5:32Vou dar-vos um exemplo de como
podemos usar a biologia sintética -
5:32 - 5:33para a exploração do espaço.
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5:33 - 5:35Voltemos ao ambiente de Marte.
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5:36 - 5:41A composição do solo de Marte é semelhante
ao das cinzas vulcânicas do Havai, -
5:41 - 5:43com vestígios de matérias orgânicos.
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5:43 - 5:45Digamos, hipoteticamente:
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5:46 - 5:48Que tal se o solo marciano
permitisse o cultivo de plantas, -
5:48 - 5:51sem usar nutrientes derivados da Terra?
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5:51 - 5:53A primeira pergunta que devíamos fazer é:
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5:53 - 5:56Como tornar as nossas plantas
resistentes ao frio? -
5:56 - 5:58Porque, em média,
as temperaturas em Marte -
5:58 - 6:01são uns 60 ºC negativos
muito pouco convidativos. -
6:02 - 6:04A pergunta seguinte que devíamos fazer é:
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6:04 - 6:06Como tornar as nossas plantas
resistentes à seca? -
6:06 - 6:09Considerem que a maior parte
da água que forma o gelo -
6:09 - 6:12se evapora mais depressa
do que o tempo que levo a dizer "evapora". -
6:13 - 6:16Acontece que já fizemos coisas destas.
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6:17 - 6:20Indo buscar genes a proteínas
anticongelantes de peixes -
6:20 - 6:24e genes para tolerância às secas
a outras plantas, como o arroz -
6:24 - 6:26e depois inserindo-as
nas plantas que precisam deles, -
6:26 - 6:30temos hoje plantas que toleram
a maior parte das secas e geadas. -
6:30 - 6:33São conhecidas na Terra como os OGM,
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6:33 - 6:35ou seja, organismos
geneticamente modificados. -
6:35 - 6:40Estamos a usá-los para alimentar
todas as bocas da civilização humana. -
6:41 - 6:44A Natureza já faz coisas destas,
-
6:44 - 6:46sem a nossa ajuda.
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6:46 - 6:49Nós apenas arranjámos formas
mais precisas de o fazer. -
6:50 - 6:52Então, porque é que queremos modificar
-
6:52 - 6:54a composição genética
das plantas, para o espaço? -
6:55 - 6:58Se não fizermos isso,
teremos de preparar -
6:58 - 7:02hectares infindáveis de terras
num planeta totalmente novo, -
7:02 - 7:05que libertem biliões de litros
de gases atmosféricos -
7:05 - 7:09e depois, construir uma cúpula
gigantesca para os conter. -
7:09 - 7:12É um empreendimento
irrealista de engenharia -
7:12 - 7:15que rapidamente seria inviável
pelo alto custo do transporte de carga. -
7:16 - 7:18A melhor forma de assegurar
-
7:18 - 7:21que teremos os alimentos e o ar
de que vamos precisar, -
7:21 - 7:24é levar connosco organismos
que tenham sido preparados -
7:24 - 7:27para se adaptarem
a ambientes novos e difíceis. -
7:27 - 7:30Na essência, usar organismos modificados
-
7:30 - 7:32para ajudarem a transformar um planeta
-
7:32 - 7:34tanto a curto como a longo prazo.
-
7:35 - 7:37Esses organismos também
podem ser manipulados -
7:37 - 7:40para fazerem medicamentos ou combustível.
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7:41 - 7:44Podemos usar a biologia sintética
para levarmos plantas modificadas, -
7:44 - 7:46mas que mais podemos fazer?
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7:47 - 7:49Referi há bocado
que nós, enquanto espécie, -
7:50 - 7:52evoluímos apenas para o planeta Terra.
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7:52 - 7:55Esse facto não se alterou muito
nos últimos cinco minutos -
7:55 - 7:58em que vocês estiveram aí sentados
e eu aqui no palco. -
7:58 - 8:02Se nos atirassem para Marte,
neste momento, -
8:02 - 8:07nos dessem suficiente comida,
água e ar — e um fato, -
8:07 - 8:10iríamos sofrer problemas
de saúde muito desagradáveis, -
8:10 - 8:12devido às radiações ionizantes
-
8:12 - 8:15que bombardeiam a superfície
de planetas como Marte, -
8:15 - 8:18que têm pouca ou nenhuma atmosfera.
-
8:19 - 8:22A não ser que tencionemos
ficar debaixo do chão, -
8:22 - 8:24durante toda a nossa estadia
em cada novo planeta, -
8:24 - 8:27temos de arranjar uma forma melhor
de nos protegermos -
8:27 - 8:30sem necessidade de recorrer
a uma armadura -
8:30 - 8:32com quase o mesmo peso
do nosso próprio peso, -
8:32 - 8:35ou sem precisar de nos escondermos
atrás duma parede de chumbo. -
8:36 - 8:39Portanto, recorramos à Natureza
para inspiração. -
8:40 - 8:42Entre a pletora de vida, aqui na Terra,
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8:42 - 8:45há um subconjunto de organismos
conhecidos por extremófilos -
8:45 - 8:47ou seja, amantes das condições
de vida extremas, -
8:47 - 8:49se se recordam da biologia do secundário.
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8:50 - 8:54Entre esses organismos, há uma bactéria
chamada Deinococcus radiodurans. -
8:55 - 9:01É conhecida por aguentar o frio,
a desidratação, o vácuo, o ácido -
9:01 - 9:03e, notavelmente, as radiações.
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9:04 - 9:07Embora sejam conhecidos
os mecanismos de tolerância à radiações -
9:07 - 9:10ainda temos de adaptar
os genes relevantes aos mamíferos. -
9:10 - 9:13Isso não é muito fácil.
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9:13 - 9:16Há muitas facetas que compõem
a tolerância às radiações -
9:16 - 9:18e não é tão simples
como transferir um só gene. -
9:18 - 9:22Mas, graças, em parte, ao engenho humano
-
9:22 - 9:23e, em parte, ao tempo,
-
9:23 - 9:26penso que fazer isso
também não será difícil. -
9:26 - 9:30Mesmo que só aproveitemos uma fração
-
9:30 - 9:32dessa capacidade de tolerar radiações,
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9:33 - 9:36será infinitamente melhor
do que aquilo que já temos, -
9:36 - 9:39ou seja, a melanina da nossa pele.
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9:39 - 9:41Usando as ferramentas
da biologia sintética -
9:41 - 9:44podemos dominar a capacidade
da Deinococcus radiodurans -
9:44 - 9:48para resistir às doses de radiações
que, de outro modo, serão mortais. -
9:50 - 9:52Por mais difícil de ver que seja,
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9:52 - 9:55o Homo sapiens, ou seja, os seres humanos,
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9:56 - 9:58evoluem todos os dias
-
9:58 - 10:00e continuam a evoluir.
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10:01 - 10:03Milhares de anos de evolução humana
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10:03 - 10:06não só nos deram
seres humanos como os tibetanos, -
10:06 - 10:08que vivem num ambiente
de baixo oxigénio, -
10:08 - 10:13como os argentinos
que ingerem e metabolizam arsénico, -
10:13 - 10:16o elemento químico que pode matar
o ser humano médio. -
10:17 - 10:21Todos os dias, o corpo humano evolui
por mutações acidentais -
10:21 - 10:23que, também acidentalmente,
-
10:23 - 10:26permitem que alguns seres humanos
sobrevivam em situações nefastas. -
10:27 - 10:29Mas — e é um grande mas —
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10:30 - 10:34essa evolução exige duas coisas
que nem sempre podemos ter, -
10:34 - 10:36ou não podemos proporcionar,
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10:37 - 10:39e que são a morte e o tempo.
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10:40 - 10:43Na luta da nossa espécie
para encontrar o nosso lugar no universo, -
10:43 - 10:46podemos nem sempre ter
o tempo necessário -
10:46 - 10:48para a evolução natural de funções extra
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10:49 - 10:51para a sobrevivência
em planetas que não a Terra. -
10:52 - 10:57Vivemos naquilo que E.O. Wilson
chamou a "idade da evasão do gene" -
10:57 - 10:59na qual consertamos os defeitos genéticos,
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10:59 - 11:03como a fibrose cística
ou a distrofia muscular -
11:03 - 11:05com suplementos exteriores temporários.
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11:06 - 11:08Mas, a cada dia que passa,
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11:08 - 11:11aproximamo-nos da era
da evolução volitiva, -
11:11 - 11:13uma época na qual nós, enquanto espécie,
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11:13 - 11:18teremos a capacidade de decidir
o nosso destino genético. -
11:19 - 11:21Melhorar o corpo humano
com novas capacidades -
11:21 - 11:24deixou de ser uma questão de "como"
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11:24 - 11:26e passou a ser uma questão de "quando"
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11:26 - 11:28Usar a biologia sintética
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11:28 - 11:31para alterar a composição genética
de quaisquer organismos vivos, -
11:31 - 11:32especialmente os nossos,
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11:32 - 11:35não deixa de ter implicações
morais e éticas. -
11:36 - 11:39Será que modificarmo-nos
nos tornará menos humanos? -
11:39 - 11:42Mas, de novo, o que é a humanidade
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11:42 - 11:45senão poeira das estrelas
que, por acaso, tem consciência? -
11:45 - 11:48Para onde se deve voltar o talento humano?
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11:49 - 11:53Certamente, é uma perda de tempo
ficarmos sentados com ar maravilhado. -
11:54 - 11:56Como usamos os nossos conhecimentos
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11:56 - 11:59para nos protegermos
dos perigos exteriores -
11:59 - 12:02e protegermo-nos de nós mesmos?
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12:03 - 12:04Eu coloco estas perguntas
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12:05 - 12:07não para fomentar o medo da ciência
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12:07 - 12:09mas para esclarecer
as muitas possibilidades -
12:09 - 12:13que a ciência proporcionou
e continua a proporcionar. -
12:13 - 12:17Temos de nos unir, enquanto seres humanos,
para analisar e adotar as soluções -
12:17 - 12:19não só com cautela
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12:19 - 12:22mas também com coragem.
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12:23 - 12:26Marte é um destino
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12:27 - 12:29mas não será o último.
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12:30 - 12:33A nossa fronteira final
é a linha que temos de cruzar -
12:33 - 12:36ao decidirmos o que podemos
e devemos fazer -
12:36 - 12:38com a nossa improvável inteligência.
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12:39 - 12:43O espaço é frio, brutal e impiedoso.
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12:44 - 12:47O caminho para as estrelas
estará repleto de provações -
12:47 - 12:50que nos colocarão a questão
não só de quem somos -
12:50 - 12:52mas para onde estamos a ir.
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12:52 - 12:56As respostas residirão na nossa escolha
de usar ou abandonar a tecnologia -
12:56 - 12:58que adquirimos da própria vida
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12:58 - 13:02e definir-nos-á para o resto
da nossa existência neste universo. -
13:02 - 13:03Obrigada.
-
13:03 - 13:05(Aplausos)
- Title:
- Como os seres humanos evoluirão para sobreviver no espaço | Lisa Nip | TEDxBeaconStreet
- Speaker:
- Lisa Nip
- Description:
-
Se temos esperança de um dia deixar a Terra e explorar o universo, o nosso corpo vai ter de ser muito melhor para sobreviver nas condições duras do espaço. Usando a biologia sintética, Lisa Nip espera dominar os poderes especiais dos micróbios na Terra — como a capacidade de aguentar radiações — para tornar os seres humanos mais adaptados à exploração do espaço. "Estamos a aproximar-nos de uma época na qual teremos a capacidade de decidir o nosso destino genético", diz Nip. "Dotar o corpo humano de novas capacidades deixou de ser uma questão de 'como" para passar a ser uma questão de 'quando'."
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 13:11
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How humans will evolve to survive in space | Lisa Nip | TEDxBeaconStreet | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How humans will evolve to survive in space | Lisa Nip | TEDxBeaconStreet | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for How humans will evolve to survive in space | Lisa Nip | TEDxBeaconStreet | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for How humans will evolve to survive in space | Lisa Nip | TEDxBeaconStreet | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How humans will evolve to survive in space | Lisa Nip | TEDxBeaconStreet | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How humans will evolve to survive in space | Lisa Nip | TEDxBeaconStreet |