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Como os parasitas alteram o comportamento de seus hospedeiros - Jaap de Roode

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    Quais desses seres
    desenvolveram a capacidade
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    de manipular um animal
    com várias vezes o seu tamanho?
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    A resposta é: todos eles.
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    Todos são parasitas,
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    organismos que vivem dentro
    ou na superfície de um hospedeiro,
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    que eles prejudicam
    e, às vezes, até matam.
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    A sobrevivência dos parasitas depende
    de passarem de um hospedeiro para outro,
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    o que às vezes ocorre através
    de uma espécie intermediária.
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    Nossos parasitas fazem isso elegantemente,
    manipulando o comportamento do hospedeiro,
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    às vezes tomando diretamente
    o controle de seu cérebro.
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    Por exemplo, este é um nematomorfo.
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    Um de seus hospedeiros é este grilo.
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    O nematomorfo precisa de água
    para acasalar; o grilo prefere terra seca.
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    Ao atingir o tamanho ideal para acasalar,
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    o verme produz proteínas que adulteram
    o sistema de orientação do grilo.
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    O grilo, confuso,
    pula para lá e para cá, sem critério,
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    aproxima-se da água
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    e, por fim, entra nela
    e normalmente se afoga.
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    O verme, então, afasta-se para acasalar
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    e seus ovos são comidos
    por pequenos insetos na água
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    que amadurecem, colonizam a terra
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    e, por sua vez,
    são comidos por outros grilos.
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    Assim, o nematomorfo se perpetua.
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    Eis o vírus da raiva,
    outro parasita que altera a mente.
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    Ele infecta mamíferos, geralmente cães,
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    e viaja pelos nervos do animal,
    até chegar ao cérebro dele,
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    onde causa inflamação,
    o que acaba matando o hospedeiro.
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    Mas antes disso, ele geralmente
    aumenta a agressividade do hospedeiro
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    e faz disparar a produção de saliva
    contaminada pela raiva,
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    enquanto dificulta o ato de engolir.
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    Esses fatores tornam o hospedeiro
    mais propenso a morder outro animal
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    e mais propenso a passar o vírus
    adiante ao fazer isso.
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    Conheça agora o Ophiocordyceps,
    também conhecido como fungo zumbi.
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    Seu hospedeiro preferido são formigas
    tropicais, que vivem em copas de árvores.
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    Depois que esporos do Ophiocordyceps
    perfuram o exoesqueleto da formiga,
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    eles causam convulsões que fazem
    com que a formiga caia da árvore.
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    O fungo altera o comportamento da formiga,
    fazendo-a andar descuidadamente,
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    até tropeçar em uma folha com as condições
    perfeitas para reprodução de fungos,
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    à qual ela se agarra.
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    Então, a formiga morre
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    e o fungo parasita o corpo dela,
    desenvolvendo um talo alto e fino,
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    saindo de seu pescoço.
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    Durante algumas semanas,
    esse talo libera esporos,
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    que transformam outras formigas em zumbis
    de seis patas à procura de folhas.
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    Um dos assaltadores
    mais mortais da humanidade
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    é um parasita que altera comportamento,
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    mas, se serve de consolação,
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    não é o nosso cérebro que ele sequestra.
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    Estou falando do Plasmodium,
    o causador da malária.
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    Esse parasita precisa de mosquitos
    para ser transmitido a hospedeiros.
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    Ele faz com que eles piquem
    com mais frequência e por mais tempo.
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    Também há evidências
    de que humanos infectados pela malária
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    são menos repelentes a mosquitos,
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    que os picarão e transferirão
    o parasita adiante.
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    Esse sistema multiespécies
    é tão eficiente
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    que surgem centenas de milhões
    de casos de malária todos os anos.
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    Por fim, existem os gatos.
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    Não se preocupe, pois provavelmente
    não há gato algum vivendo em seu corpo,
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    ou controlando seu pensamento.
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    Quero dizer, provavelmente.
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    Mas existe um micro-organismo
    chamado Toxoplasma,
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    que precisa tanto de gatos
    quanto de roedores
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    para completar seu ciclo de vida.
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    Quando um rato é infectado
    ao ingerir fezes de gatos,
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    o parasita altera os níveis químicos
    de seu cérebro,
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    fazendo-o ficar menos cuidadoso
    perto de felinos com fome,
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    e, às vezes, até atraído por eles.
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    Isso o torna uma presa fácil.
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    O roedor é comido
    e passa o parasita adiante.
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    Controle da mente bem-sucedido.
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    Há até evidências de que o parasita
    altera o comportamento humano.
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    Na maioria dos casos,
    não entendemos totalmente
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    como esses parasitas conseguem
    alterar o comportamento.
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    Mas, pelo que sabemos,
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    podemos dizer que eles têm
    táticas bem diversificadas.
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    Os nematomorfos parecem afetar
    diretamente o cérebro de grilos.
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    O parasita da malária, por outro lado,
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    bloqueia uma enzima que ajuda
    os mosquitos a se alimentarem,
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    forçando-os a picar repetidas vezes.
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    O vírus da raiva pode fazer
    o hospedeiro rosnar e babar,
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    ao sobrecarregar o sistema
    imunológico do hospedeiro.
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    Seja qual for o método,
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    quando pensamos
    sobre o quanto esses parasitas
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    são eficientes em controlar
    o comportamento de seus hospedeiros,
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    talvez nos perguntemos
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    quanto do comportamento humano
    se deve, na verdade, a parasitas.
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    Já que mais da metade
    das espécies da Terra são parasitas,
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    pode ser mais do que imaginamos.
Title:
Como os parasitas alteram o comportamento de seus hospedeiros - Jaap de Roode
Description:

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-parasites-change-their-host-s-behavior-jaap-de-roode

O maior desafio na vida de um parasita é passar de um hospedeiro para outro. Curiosamente, muitos parasitas desenvolveram a capacidade de manipular o comportamento de seus hospedeiros para melhorar sua própria sobrevivência, às vezes tomando controle direto de seus cérebros. Jaap de Roode mostra alguns parasitas que podem bagunçar a mente.

Lição de Jaap de Roode, animação de Andrew Foerster.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:14

Portuguese, Brazilian subtitles

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