As crenças das jovens em relação ao seu próprio prazer sexual
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0:01 - 0:02Já há alguns anos,
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0:02 - 0:07estamos, nos EUA, engajados em um debate
nacional sobre violência sexual no campus. -
0:07 - 0:08Sem dúvida,
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0:08 - 0:13é crucial que os jovens entendam
as regras básicas sobre consentimento. -
0:13 - 0:16Mas a conversa sobre sexo só vai até aí.
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0:17 - 0:19E, no vácuo da informação,
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0:19 - 0:21a mídia e a internet,
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0:21 - 0:23que são a nova esquina digital,
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0:23 - 0:25estão educando nossas crianças por nós.
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0:26 - 0:31Se realmente queremos que os jovens
se envolvam de forma segura, ética -
0:31 - 0:34e, por que não, prazerosa,
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0:34 - 0:40está na hora de termos discussões honestas
sobre o que acontece depois do "sim". -
0:41 - 0:44E isso inclui quebrar
o maior tabu de todos -
0:44 - 0:46e falar com os jovens
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0:46 - 0:50sobre a capacidade e o direito
das mulheres ao prazer sexual. -
0:51 - 0:52Isso mesmo!
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0:52 - 0:53(Aplausos)
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0:53 - 0:55Vamos lá, mulheres.
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0:55 - 0:57(Aplausos)
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0:57 - 1:01Passei 3 anos conversando
com meninas de 15 a 20 anos -
1:01 - 1:04sobre suas atitudes
e experiências sexuais. -
1:04 - 1:05E o que eu descobri foi que,
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1:05 - 1:09apesar de as jovens se sentirem
autorizadas a ter uma vida sexual, -
1:09 - 1:13elas não se sentem necessariamente
autorizadas a desfrutá-la. -
1:13 - 1:16Uma aluna do segundo ano
de uma faculdade da Ivy League me disse: -
1:16 - 1:20"Venho de uma longa linhagem
de mulheres inteligentes e fortes. -
1:20 - 1:22Minha avó não tinha papas na língua,
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1:22 - 1:24minha mãe ocupa um cargo influente,
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1:24 - 1:28minha irmã e eu não deixamos por menos,
e essa é nossa forma de poder feminino". -
1:28 - 1:31Então ela começou a descrever
sua vida sexual para mim: -
1:31 - 1:33uma série de transas de uma noite,
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1:33 - 1:35começando quando ela tinha 13 anos,
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1:35 - 1:36e isso não foi...
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1:36 - 1:38muito responsável,
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1:39 - 1:41muito recíproco
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1:41 - 1:42nem muito prazeroso.
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1:43 - 1:45Ela se encolheu.
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1:45 - 1:48"Acho que nós, garotas, só somos
ensinadas a ser criaturas dóceis -
1:48 - 1:51que não expressam
desejos ou necessidades". -
1:52 - 1:53"Espere um pouco", eu respondi.
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1:53 - 1:54"Você não acabou de me falar
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1:54 - 1:57sobre a mulher inteligente
e forte que você é?" -
1:57 - 1:58Ela hesitou um pouco.
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1:59 - 2:01"Eu acho", disse ela, finalmente,
-
2:01 - 2:05"que ninguém me disse que essa imagem
inteligente e forte se aplica ao sexo". -
2:06 - 2:09Talvez eu devesse ter dito de início
que, apesar da publicidade, -
2:09 - 2:12os adolescentes não estão
tendo relações sexuais -
2:12 - 2:16com mais frequência
ou mais jovens do que há 25 anos. -
2:16 - 2:20No entanto, eles estão
tendo outros comportamentos. -
2:20 - 2:21E, quando ignoramos isso,
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2:21 - 2:24quando rotulamos isso como não sendo sexo,
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2:25 - 2:28abrimos a porta para desrespeito
e comportamentos de risco. -
2:29 - 2:32Isso é particularmente
verdadeiro para o sexo oral, -
2:32 - 2:35que os adolescentes consideram que seja
menos íntimo do que relações sexuais. -
2:36 - 2:38As garotas vão me dizer:
"Não tem nada de mais", -
2:38 - 2:41como se todas elas tivessem lido
o mesmo manual de instruções; -
2:42 - 2:45pelo menos se quem estiver
recebendo forem os garotos. -
2:46 - 2:48As jovens têm muitas razões
para o fazerem. -
2:48 - 2:50Faz com que sintam desejadas;
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2:50 - 2:53é uma forma de melhorar o status social.
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2:53 - 2:56Às vezes, é a forma de sair
de uma situação desconfortável. -
2:57 - 3:00Como me disse uma caloura
de uma faculdade da Costa Oeste: -
3:00 - 3:02"Uma garota vai chupar
um cara no final da noite -
3:02 - 3:04porque ela não quer transar com ele,
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3:04 - 3:07e ele espera que ela o satisfaça.
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3:07 - 3:09Então, se eu quero que ele vá embora,
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3:09 - 3:11e não quero que nada aconteça..."
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3:13 - 3:17Ouvi tantas histórias de garotas
fazendo sexo oral unilateral, -
3:17 - 3:19que comecei a perguntar:
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3:19 - 3:21"E se, sempre que estivesse
sozinha com um cara, -
3:21 - 3:24ele pedisse que você pegasse
um copo de água na cozinha para ele, -
3:24 - 3:28e ele nunca te buscasse um copo de água,
-
3:28 - 3:29ou, se trouxesse, fosse como...
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3:32 - 3:33'Você quer que eu... ?'
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3:34 - 3:36Sabe, totalmente de má vontade.
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3:36 - 3:38Você não aceitaria isso".
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3:39 - 3:42Mas nem sempre são os garotos
que não querem fazer. -
3:42 - 3:44As garotas também
não querem que eles façam. -
3:44 - 3:47Elas expressaram sensação de vergonha
em relação à sua genitália. -
3:47 - 3:51Uma sensação de que ela é,
ao mesmo tempo, nojenta e sagrada. -
3:52 - 3:55Os sentimentos das mulheres
em relação à sua genitália -
3:55 - 3:57estão diretamente ligados
ao seu prazer com o sexo. -
3:58 - 4:02Debby Herbenick, pesquisadora
na Universidade de Indiana, -
4:02 - 4:06acredita que a imagem que as garotas têm
de sua própria genitália está sitiada, -
4:06 - 4:12sob mais pressão do que nunca para vê-las
como inaceitáveis em seu estado natural. -
4:13 - 4:14De acordo com pesquisas,
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4:14 - 4:18cerca de três quartos das universitárias
depilam totalmente seus pelos púbicos, -
4:18 - 4:20pelo menos em algumas ocasiões,
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4:20 - 4:22e mais da metade faz isso regularmente.
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4:23 - 4:27As garotas me dizem que retirar os pelos
faz com que se sintam mais limpas, -
4:27 - 4:29que é uma escolha pessoal.
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4:31 - 4:35Mas me pergunto: se estivessem
sozinhas em uma ilha deserta, -
4:35 - 4:38seria essa a forma que elas
escolheriam para passar seu tempo? -
4:38 - 4:40(Risos)
-
4:40 - 4:41E, quando eu as pressionei,
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4:41 - 4:43uma motivação obscura emergiu:
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4:43 - 4:45evitar a humilhação.
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4:46 - 4:49"Os caras agem como se tivessem nojo",
-
4:49 - 4:50me disse uma jovem.
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4:51 - 4:53"Ninguém quer passar por isso."
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4:54 - 4:58O aumento na remoção dos pelos púbicos
me lembrou dos anos 1920, -
4:58 - 5:02quando as mulheres começaram a depilar
regularmente suas pernas e axilas. -
5:02 - 5:05Foi quando a bainha
dos vestidos começou a subir, -
5:05 - 5:07e as pernas das mulheres
de repente ficaram visíveis, -
5:07 - 5:09abertas ao escrutínio público.
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5:10 - 5:13De certa forma, acho
que isso também é um sinal. -
5:13 - 5:17A parte mais íntima de uma garota
está aberta ao escrutínio público, -
5:17 - 5:19aberta à crítica,
-
5:19 - 5:22importando mais a opinião
das outras pessoas -
5:23 - 5:25do que como a garota se sente.
-
5:26 - 5:30A tendência da depilação desencadeou
o aumento da labioplastia. -
5:30 - 5:35A labioplastia, que é a redução
dos pequenos e grandes lábios, -
5:35 - 5:40é a cirurgia estética que cresce
mais rapidamente entre as adolescentes. -
5:41 - 5:46Ela aumentou 80% entre 2014 e 2015,
-
5:46 - 5:50e, enquanto 2% das cirurgias estéticas
são feitas por jovens até 18 anos, -
5:50 - 5:53elas representam 5% das labioplastias.
-
5:54 - 5:56O visual mais desejado, a propósito,
-
5:56 - 6:00no qual os grandes lábios
parecem unidos como uma concha, -
6:00 - 6:01é chamado...
-
6:01 - 6:02adivinhem...
-
6:03 - 6:05de "Barbie".
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6:05 - 6:06(Exclamações de surpresa)
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6:06 - 6:08Acredito que não preciso dizer
-
6:08 - 6:11que a Barbie é: um, feita de plástico;
-
6:11 - 6:14dois, não tem genitália.
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6:14 - 6:16(Risos)
-
6:16 - 6:19A tendência da labioplastia
se tornou tão preocupante -
6:19 - 6:23que a American College
of Obstetricians and Gynecologists -
6:23 - 6:25divulgou uma declaração
sobre o procedimento, -
6:25 - 6:27afirmando que raramente
tem indicação médica, -
6:28 - 6:30não tem segurança comprovada
-
6:30 - 6:34e seus efeitos colaterais incluem
cicatrizes, perda de sensibilidade, -
6:34 - 6:38dor e redução do prazer sexual.
-
6:39 - 6:40Agora, reconhecidamente,
-
6:40 - 6:42e felizmente,
-
6:42 - 6:44o número de garotas
envolvidas ainda é pequeno, -
6:45 - 6:48mas podemos vê-las como um canário
em uma mina de carvão, -
6:48 - 6:52nos dizendo algo importante
sobre como as garotas veem seus corpos. -
6:54 - 6:55Sara McClelland,
-
6:55 - 6:58uma psicóloga da Universidade de Michigan,
-
6:58 - 7:02cunhou minha expressão favorita
a respeito disso tudo: -
7:03 - 7:05"Justiça íntima".
-
7:07 - 7:11É a ideia de que o sexo
tem implicações políticas e pessoais, -
7:11 - 7:13assim como quem lava a louça em sua casa,
-
7:13 - 7:15ou quem aspira o pó.
-
7:16 - 7:19E isso levanta questões similares
sobre a desigualdade, -
7:20 - 7:21sobre disparidades econômicas,
-
7:22 - 7:23violência,
-
7:23 - 7:24saúde física e mental.
-
7:25 - 7:29A justiça íntima nos faz questionar
-
7:29 - 7:32quem está autorizado
a se envolver em uma experiência. -
7:32 - 7:34Quem está autorizado a desfrutá-la?
-
7:34 - 7:37Quem é o beneficiário primário?
-
7:37 - 7:41E como cada parceiro
define "bom o suficiente"? -
7:42 - 7:46Honestamente, acho essas questões
complicadas e, às vezes, traumáticas -
7:46 - 7:48para mulheres adultas confrontarem,
-
7:49 - 7:51mas, quando falamos sobre garotas,
-
7:51 - 7:57volto à ideia de que
sua primeira experiência sexual -
7:57 - 7:59não deveria ser algo para elas superarem.
-
8:02 - 8:03No seu trabalho,
-
8:03 - 8:07McClelland descobriu que mulheres jovens
são mais propensas que homens jovens -
8:07 - 8:11a usar o prazer de seu parceiro
como medida para sua satisfação. -
8:11 - 8:12Elas disseram coisas como:
-
8:12 - 8:14"Se ele está sexualmente satisfeito,
-
8:14 - 8:16então eu estou sexualmente satisfeita".
-
8:16 - 8:21Homens jovens eram mais propensos a medir
sua satisfação por seu próprio orgasmo. -
8:23 - 8:26Mulheres jovens também definiam
sexo ruim de outra forma. -
8:28 - 8:30Na maior pesquisa já conduzida
-
8:30 - 8:33sobre o comportamento sexual
dos norte-americanos, -
8:33 - 8:36elas relataram dor
em seus encontros sexuais -
8:36 - 8:3830% das vezes.
-
8:40 - 8:42Elas também usaram palavras
como "deprimente", -
8:43 - 8:45"humilhante",
-
8:45 - 8:46"degradante".
-
8:46 - 8:50Homens jovens nunca usaram essa linguagem.
-
8:50 - 8:54Então, quando mulheres jovens
relatam níveis de satisfação sexual -
8:54 - 8:57iguais ou superiores
aos dos homens jovens, -
8:57 - 8:59e elas fazem isso nas pesquisas,
-
8:59 - 9:01isso pode ser enganoso.
-
9:02 - 9:05Se uma garota vai para um encontro
esperando que não doa, -
9:05 - 9:07querendo sentir-se próxima de seu parceiro
-
9:07 - 9:09e esperando que ele tenha um orgasmo,
-
9:10 - 9:13ela ficará satisfeita
se esses critérios forem atingidos. -
9:13 - 9:16Não há nada de errado em querer
sentir-se próxima do parceiro, -
9:16 - 9:18ou querer vê-lo feliz,
-
9:18 - 9:21e o orgasmo não é a única medida
de uma experiência... -
9:22 - 9:23mas ausência de dor...
-
9:24 - 9:27essa é uma medida muito baixa
para sua própria satisfação sexual. -
9:29 - 9:31Ouvindo e pensando sobre tudo isso,
-
9:31 - 9:37comecei a perceber que executamos
uma espécie de clitoridectomia psicológica -
9:37 - 9:38nas garotas norte-americanas.
-
9:38 - 9:40Começando na infância,
-
9:40 - 9:43pais e mães de meninos nomeiam
mais todas as partes de seu corpo; -
9:44 - 9:46pelo menos eles dizem: "Este é seu pipi".
-
9:46 - 9:49Pais e mães de meninas
vão direto do umbigo para os joelhos -
9:49 - 9:53e deixam toda esta região sem nome.
-
9:53 - 9:54(Risos)
-
9:54 - 9:58Não há nada melhor para impedir
que se fale em alguma coisa -
9:58 - 9:59do que não nomeá-la.
-
10:00 - 10:03Na puberdade, as crianças têm
aulas de educação sexual -
10:03 - 10:06e aprendem que os garotos
têm ereções e ejaculações, -
10:07 - 10:08e as garotas têm...
-
10:08 - 10:11menstruação e gravidez indesejável.
-
10:12 - 10:16E elas veem um diagrama interno
do sistema reprodutivo feminino, -
10:16 - 10:19sabem, aquele que parece
uma cabeça de carneiro... -
10:19 - 10:22(Risos)
-
10:23 - 10:25e ele sempre fica esmaecido
entre as pernas. -
10:26 - 10:28Então nunca dizemos vulva,
-
10:28 - 10:30e certamente nunca dizemos clitóris.
-
10:30 - 10:32Não espanta
-
10:32 - 10:35que quase a metade
das adolescentes de 14 a 17 anos -
10:35 - 10:37nunca tenha se masturbado.
-
10:37 - 10:40E então elas começam
suas experiências com parceiros -
10:40 - 10:44e esperamos que, de alguma forma,
elas pensem que o sexo tem a ver com elas, -
10:44 - 10:49que elas conseguirão articular
suas necessidades, desejos, limites. -
10:49 - 10:51Isso é fora da realidade.
-
10:52 - 10:54Mas tem uma coisa.
-
10:54 - 10:57O investimento das garotas
no prazer de seu parceiro -
10:57 - 11:00permanece independentemente
do gênero do parceiro. -
11:01 - 11:03Então, em encontros
com pessoas do mesmo sexo, -
11:03 - 11:05essa lacuna do orgasmo desaparece.
-
11:06 - 11:10E as mulheres jovens atingem o clímax
nos mesmos índices que os homens. -
11:10 - 11:12Garotas lésbicas e bissexuais diriam
-
11:12 - 11:16que elas se sentem liberadas
pra sair do roteiro, -
11:16 - 11:19livres pra criar um encontro
que funcione para elas. -
11:19 - 11:23Garotas homossexuais também desafiaram
a ideia da primeira relação sexual -
11:23 - 11:25como definição de virgindade.
-
11:25 - 11:28Não que a relação sexual
não seja importante, -
11:28 - 11:32mas vale a pena questionar
por que consideramos este ato específico, -
11:32 - 11:35que a maioria das garotas associa
com dor e desconforto, -
11:35 - 11:38como sendo a linha divisória
da maturidade sexual, -
11:38 - 11:41muito mais significativo e transformador
-
11:41 - 11:43do que qualquer outra coisa.
-
11:44 - 11:47E vale a pena considerar
como isso está ajudando as garotas; -
11:47 - 11:50se isso as mantém a salvo de doenças,
-
11:50 - 11:53coerção, traição, ataques.
-
11:54 - 11:57Se encoraja reciprocidade e cuidado;
-
11:57 - 12:01o que isso nos diz sobre o modo
como elas veem outros atos sexuais; -
12:01 - 12:05se dá a elas mais prazer
e controle sobre suas experiências; -
12:06 - 12:09e o que isso significa
para as adolescentes homossexuais, -
12:09 - 12:13que podem ter múltiplas parceiras sexuais
sem ter relação sexual hétero. -
12:14 - 12:17Então perguntei a uma garota
homossexual que conheci: -
12:17 - 12:19"Como você soube que não era mais virgem?"
-
12:20 - 12:21Ela disse que pesquisou no Google.
-
12:21 - 12:23(Risos)
-
12:23 - 12:25E o Google não tinha certeza.
-
12:25 - 12:27(Risos)
-
12:27 - 12:30Ela finalmente decidiu
que não era mais virgem -
12:30 - 12:33depois de seu primeiro orgasmo
com uma parceira. -
12:34 - 12:36E eu pensei:
-
12:36 - 12:37"Uau!"
-
12:37 - 12:40E se, só por um segundo,
-
12:40 - 12:42imaginássemos que essa é a definição?
-
12:44 - 12:47De novo, não que a relação sexual
não seja importante, claro que é, -
12:47 - 12:50mas não é a única coisa importante.
-
12:50 - 12:54E, em vez de pensarmos no sexo
como uma corrida para um objetivo, -
12:54 - 12:59isso nos ajuda a reconceitualizá-lo
como um conjunto de experiências -
12:59 - 13:04que incluem carinho, afeição, excitação,
-
13:04 - 13:07desejo, toque, intimidade.
-
13:08 - 13:10E vale a pena perguntar para os jovens:
-
13:10 - 13:13quem é, realmente, a pessoa
com mais experiência sexual? -
13:13 - 13:16Quem dá uns amassos
com o parceiro por três horas -
13:17 - 13:21e vivencia tensão sensual e comunicação,
-
13:21 - 13:25ou quem se embebeda numa festa
e pega qualquer um -
13:25 - 13:29para perder a "virgindade"
antes de ir para a faculdade? -
13:30 - 13:33A única forma de mudar o pensamento
-
13:33 - 13:37é falar mais sobre sexo com os jovens;
-
13:37 - 13:39tornar essas discussões normais
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13:39 - 13:42e integrá-las na vida cotidiana,
-
13:42 - 13:46falando sobre esses atos íntimos
de uma forma diferente, -
13:46 - 13:49assim como a maioria de nós mudou
-
13:49 - 13:51a forma de falar sobre as mulheres
no domínio público. -
13:52 - 13:56Vejam esta pesquisa feita com 300 garotas
escolhidas aleatoriamente -
13:56 - 13:59de uma universidade holandesa
e uma norte-americana, -
13:59 - 14:00duas universidades similares,
-
14:00 - 14:03falando sobre sua primeira
experiência sexual. -
14:04 - 14:09As garotas holandesas incorporaram
tudo que queremos de nossas garotas. -
14:09 - 14:11Elas tiveram menos
consequências negativas, -
14:11 - 14:14como doença, gravidez, remorso;
-
14:15 - 14:16mais resultados positivos,
-
14:16 - 14:19como conseguir se comunicar
com o parceiro, -
14:19 - 14:21que elas disseram conhecer muito bem;
-
14:21 - 14:23preparar-se para a experiência
com responsabilidade; -
14:23 - 14:25ter prazer.
-
14:26 - 14:27Qual era o segredo delas?
-
14:28 - 14:32As garotas holandesas disseram
que seus médicos, professores e pais -
14:32 - 14:34conversavam com elas francamente,
-
14:34 - 14:35desde cedo,
-
14:35 - 14:40sobre sexo, prazer
e a importância da confiança mútua. -
14:41 - 14:45E mesmo que os pais norte-americanos
não necessariamente se sintam -
14:45 - 14:48menos confortáveis em falar sobre sexo,
-
14:48 - 14:50nossas conversas costumam se restringir
-
14:50 - 14:54apenas a riscos e perigos,
-
14:55 - 14:59enquanto os pais holandeses falam
em equilibrar responsabilidade e prazer. -
15:00 - 15:01Preciso dizer a vocês:
-
15:01 - 15:03como mãe,
-
15:03 - 15:05isso me atingiu duramente,
-
15:05 - 15:08porque eu sei
-
15:08 - 15:10que, se eu não tivesse
me aprofundado nessa pesquisa, -
15:10 - 15:14eu teria falado com minha filha
sobre contracepção, -
15:14 - 15:16sobre proteção de doenças,
-
15:16 - 15:19sobre consentimento,
porque sou uma mãe moderna, -
15:19 - 15:20e eu teria pensado...
-
15:22 - 15:23parabéns.
-
15:24 - 15:27Agora eu sei que isso não é suficiente.
-
15:28 - 15:31Também sei o que espero
para nossas garotas. -
15:32 - 15:36Quero que elas vejam a sexualidade
como uma fonte de autoconhecimento, -
15:36 - 15:38criatividade e comunicação,
-
15:38 - 15:41apesar de seus riscos potenciais.
-
15:41 - 15:45Quero que elas possam desfrutar
da sensualidade de seus corpos -
15:45 - 15:46sem serem reduzidas a isso.
-
15:47 - 15:50Quero que elas possam pedir
o que quiserem na cama, -
15:50 - 15:52e obtê-lo.
-
15:53 - 15:56Quero que estejam a salvo
de gravidez indesejada, -
15:56 - 15:57doenças,
-
15:57 - 15:58crueldade,
-
15:59 - 16:00desumanização,
-
16:00 - 16:01violência.
-
16:02 - 16:04Se elas forem agredidas,
-
16:04 - 16:07quero que possam apelar a suas escolas,
-
16:07 - 16:09seus empregadores,
-
16:09 - 16:10à justiça.
-
16:11 - 16:13É pedir muito,
-
16:13 - 16:14mas não é pedir demais.
-
16:15 - 16:20Como pais, professores,
defensores e ativistas, -
16:20 - 16:24criamos uma geração de garotas
para terem voz ativa, -
16:24 - 16:28para buscarem tratamento
igualitário em casa, -
16:28 - 16:29na escola,
-
16:30 - 16:31no local de trabalho.
-
16:32 - 16:36Agora é hora de pedirem justiça íntima
-
16:36 - 16:39em suas vidas pessoais.
-
16:40 - 16:41Obrigada.
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16:41 - 16:44(Aplausos)
- Title:
- As crenças das jovens em relação ao seu próprio prazer sexual
- Speaker:
- Peggy Orenstein
- Description:
-
Por que as garotas se sentem empoderadas para se envolverem em atividades sexuais, mas não para desfrutá-las? Durante três anos, a escritora Peggy Orenstein entrevistou garotas de 15 a 20 anos sobre suas experiências e atitudes em relação ao sexo. Ela discute a ampla falta de prazer nos encontros sexuais e nos chama a fechar a "lacuna do orgasmo", conversando abertamente com nossas meninas, desde a tenra idade, sobre sexo, corpos, prazer e intimidade.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:00
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Raissa Mendes approved Portuguese, Brazilian subtitles for What young women believe about their own sexual pleasure | |
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