Façamos a revolução da aprendizagem!
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0:02 - 0:03Estive aqui há quatro anos
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0:03 - 0:06e lembro-me que, nessa altura,
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0:06 - 0:09as palestras não eram publicadas na net.
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0:09 - 0:12Penso que eram dadas
aos membros TED numa caixa, -
0:12 - 0:14uma caixa de DVDs,
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0:14 - 0:17que era arrumada na estante,
onde ainda hoje se encontram. -
0:17 - 0:19(Risos)
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0:20 - 0:23Chris telefonou-me na semana
a seguir à minha palestra e disse: -
0:23 - 0:25"Vamos começar a pô-las online.
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0:25 - 0:27"Podemos pôr a sua?"
E eu disse, "Claro." -
0:29 - 0:31Quatro anos depois,
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0:31 - 0:35foi descarregada quatro milhões de vezes.
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0:36 - 0:38Suponho que podemos multiplicar
esse número por 20 -
0:38 - 0:41para chegar ao número
de pessoas que a terão visto. -
0:41 - 0:44Como diz o Chris,
há uma sede descontrolada -
0:44 - 0:46de vídeos comigo.
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0:46 - 0:49(Risos)
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0:49 - 0:52(Aplausos)
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0:54 - 0:56Não acham?
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0:56 - 0:58(Risos)
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1:00 - 1:03Todo este evento foi construído
de forma elaborada -
1:04 - 1:07para eu poder fazê-lo
mais uma vez. Cá estou então. -
1:07 - 1:08(Risos)
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1:10 - 1:15Al Gore participou na conferência TED
em que falei há quatro anos -
1:15 - 1:18e falou-nos da crise climática.
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1:18 - 1:21Eu fiz referência a isso mesmo
no final da minha última palestra. -
1:21 - 1:23Portanto, quero começar por aí
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1:23 - 1:26porque, francamente, só tive 18 minutos.
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1:26 - 1:28Então, como estava a dizer...
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1:29 - 1:32(Risos)
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1:37 - 1:39Como veem, ele tem razão.
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1:39 - 1:42Quer dizer, há obviamente
uma crise climática séria. -
1:42 - 1:44Se as pessoas não acreditam,
deviam sair de casa mais vezes. -
1:45 - 1:46(Risos)
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1:48 - 1:51Mas há uma outra crise climática,
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1:51 - 1:54que é igualmente grave,
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1:54 - 1:56que tem as mesmas origens
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1:56 - 2:00e que temos de tratar
com a mesma urgência. -
2:01 - 2:03A propósito, vocês poderão dizer:
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2:04 - 2:06"Para mim chega.
Já tenho uma crise climática, -
2:06 - 2:08"não preciso de mais nenhuma."
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2:09 - 2:11Mas esta não é uma crise
de recursos naturais, -
2:11 - 2:13— embora eu ache que é verdade —
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2:13 - 2:16mas uma crise de recursos humanos.
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2:16 - 2:18Fundamentalmente, penso que,
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2:18 - 2:20tal como muitos oradores
referiram nos últimos dias, -
2:20 - 2:24que estamos a aplicar mal
os nossos talentos. -
2:25 - 2:27Muitíssimas pessoas passam a vida toda
-
2:27 - 2:30sem qualquer ideia de quais são
as suas aptidões inatas -
2:30 - 2:33ou se dispõem de alguma
de que possam falar. -
2:33 - 2:35Encontro todo o tipo de pessoas
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2:35 - 2:38que não sabem se são boas
em qualquer coisa. -
2:38 - 2:41De facto, eu como que divide
o mundo em dois grupos. -
2:42 - 2:45Jeremy Bentham,
o grande filósofo do utilitarismo, -
2:45 - 2:46lançou este argumento, um dia:
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2:46 - 2:49"Há dois tipos de pessoas no mundo,
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2:49 - 2:51"os que dividem o mundo em dois tipos
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2:51 - 2:53"e os que não dividem."
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2:53 - 2:55(Risos)
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2:57 - 2:59Eu divido.
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2:59 - 3:01(Risos)
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3:05 - 3:07Encontro toda uma variedade de pessoas
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3:07 - 3:09que não gostam do que fazem.
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3:10 - 3:12Basicamente passam
toda a vida a fazê-lo. -
3:13 - 3:15Não tiram prazer daquilo que fazem.
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3:15 - 3:18Suportam em vez de desfrutar
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3:18 - 3:21e esperam pelo fim de semana.
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3:21 - 3:24Mas também encontro pessoas
que adoram o que fazem -
3:24 - 3:27e não conseguiriam imaginar
fazer qualquer outra coisa. -
3:27 - 3:29Se disséssemos:
"Deixe de fazer isso", -
3:29 - 3:31não perceberiam do que estávamos a falar.
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3:31 - 3:33Não é o que fazem, é quem são.
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3:33 - 3:35Dizem: "Mas eu sou isto.
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3:35 - 3:37"Seria um disparate deixar de fazer isto,
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3:37 - 3:40"porque tem a ver comigo,
com o meu eu mais autêntico". -
3:40 - 3:42Mas isto não acontece com muitas pessoas.
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3:43 - 3:46Parece-me que, pelo contrário,
acontece a uma minoria. -
3:47 - 3:50Acho que existem muitas
explicações possíveis para isso. -
3:51 - 3:54E a de maior peso é a educação,
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3:54 - 3:57porque, de certa forma, a educação
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3:57 - 4:00desvia muitíssimas pessoas
das suas aptidões naturais. -
4:01 - 4:04Os recursos humanos são
como os recursos naturais. -
4:04 - 4:06Estão frequentemente
enterrados bem fundo. -
4:06 - 4:07Temos de os procurar.
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4:07 - 4:10Não estão logo à superfície.
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4:10 - 4:12Temos de criar as condições
para que se tornem visíveis. -
4:13 - 4:16Podíamos imaginar que a educação
seria o meio para isso acontecer. -
4:16 - 4:18Mas frequentemente, não é.
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4:19 - 4:22Todos os sistemas de ensino do mundo
estão a sofrer reformas neste momento. -
4:22 - 4:24Mas não é suficiente.
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4:24 - 4:27As reformas já não são eficazes,
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4:27 - 4:30porque estão apenas a melhorar
um modelo que já não funciona. -
4:30 - 4:31O que necessitamos
-
4:31 - 4:34— e esta palavra tem sido muito usada
nos últimos dias — -
4:34 - 4:36não é evolução,
-
4:36 - 4:39mas sim uma revolução no ensino.
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4:39 - 4:42Este modelo tem de ser transformado
numa outra coisa. -
4:42 - 4:45(Aplausos)
-
4:48 - 4:53Um dos verdadeiros desafios
é basicamente inovar no ensino. -
4:54 - 4:56Inovar é difícil
-
4:56 - 4:58porque significa fazer algo
-
4:58 - 5:00que a maior parte das pessoas
não acha nada fácil. -
5:00 - 5:03Significa desafiar
o que tomamos como certo, -
5:03 - 5:06coisas que achamos óbvias.
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5:06 - 5:10O grande problema das reformas
ou transformações -
5:10 - 5:12é a tirania do senso comum,
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5:13 - 5:14coisas que as pessoas pensam,
-
5:14 - 5:17"Não se pode fazer de outro modo,
é assim que se faz". -
5:17 - 5:20Li há pouco tempo uma brilhante citação
de Abraham Lincoln, -
5:20 - 5:23e achei que vocês gostariam
de ter uma citação nesta altura. -
5:23 - 5:24(Risos)
-
5:24 - 5:31Ele disse isto em dezembro de 1862
na segunda reunião anual do Congresso. -
5:31 - 5:35Devo dizer-vos que não faço a menor ideia
do que se passava na altura. -
5:36 - 5:39Não ensinamos história americana
na Grã-Bretanha. -
5:39 - 5:40(Risos)
-
5:41 - 5:43Suprimimo-la. É a nossa política.
-
5:43 - 5:45(Risos)
-
5:46 - 5:49Sem dúvida, em dezembro de 1862,
estava a ocorrer qualquer coisa fascinante -
5:49 - 5:52que os americanos aqui presentes
devem saber. -
5:53 - 5:55Mas o que ele disse foi o seguinte:
-
5:56 - 5:59"Os dogmas do passado calmo
-
5:59 - 6:02"não são adequados
a um presente tempestuoso. -
6:03 - 6:06" A ocasião é extraordinariamente difícil
-
6:07 - 6:10"e nós temos de nos elevar com a ocasião."
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6:10 - 6:12Adoro isto.
-
6:12 - 6:14Não elevarmo-nos "perante" o desafio,
mas sim com ele. -
6:15 - 6:18"Como o nosso caso é novo,
-
6:18 - 6:22"temos de pensar de uma nova maneira
e agir de uma nova maneira. -
6:23 - 6:26"Temos de nos desenredar
-
6:26 - 6:28"e assim conseguiremos
salvar o nosso país." -
6:29 - 6:32Adoro esta palavra, "desenredar".
-
6:32 - 6:33Sabem o que significa?
-
6:33 - 6:36Que há ideias em que
todos estamos enredados, -
6:36 - 6:38que consideramos serem dados adquiridos,
-
6:38 - 6:41como a ordem natural das coisas,
o modo como as coisas são. -
6:41 - 6:43Muitas das nossas ideias formaram-se,
-
6:43 - 6:46não para corresponderem
às circunstâncias deste século, -
6:46 - 6:48mas para lidarem com as circunstâncias
dos séculos anteriores. -
6:48 - 6:51Mas as nossas mentes
ainda estão hipnotizadas por elas. -
6:51 - 6:54Temos de nos desenredar,
de nos libertar de algumas delas. -
6:54 - 6:56Isto é bem mais fácil
de dizer do que fazer. -
6:56 - 7:00A propósito, é muito difícil saber
o que é para nós um dado adquirido. -
7:00 - 7:02Porque tomamos isso como uma certeza.
-
7:03 - 7:05Vou perguntar uma coisa
que vocês devem tomar como certo. -
7:05 - 7:08Quantos aqui têm mais de 25 anos?
-
7:08 - 7:10Não é isso que eu acho
que vocês têm como certo. -
7:10 - 7:13De certeza que conhecem bem esse facto.
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7:13 - 7:15Alguém com menos de 25 anos?
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7:16 - 7:18Ótimo. Agora, os que têm mais de 25 anos.
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7:18 - 7:21Podem pôr o braço no ar
se estão a usar relógio de pulso? -
7:22 - 7:24Somos muitos, não é?
-
7:25 - 7:28Perguntem a mesma coisa
a uma sala cheia de adolescentes. -
7:28 - 7:30Os adolescentes não usam relógio de pulso.
-
7:30 - 7:33Não significa que não possam usar,
mas optam por não o fazer. -
7:33 - 7:36Isto acontece porque nós,
com mais de 25 anos, -
7:36 - 7:38fomos criados numa cultura pré-digital.
-
7:38 - 7:40Para nós, se queremos saber as horas,
-
7:40 - 7:43temos de usar um objeto
que as diga. -
7:43 - 7:45Os miúdos agora vivem
num mundo digitalizado. -
7:45 - 7:48Para eles, as horam estão em todo o lado.
-
7:48 - 7:50Não veem nenhuma razão para usar relógio.
-
7:50 - 7:51Já agora, nós também não precisamos,
-
7:51 - 7:54mas sempre o fizemos
e portanto continuamos a fazê-lo. -
7:54 - 7:57A minha filha Kate
de 20 anos nunca usa relógio. -
7:57 - 7:59Não vê qualquer utilidade.
-
7:59 - 8:02Tal como ela diz:
"É um aparelho unifuncional". -
8:03 - 8:06(Risos)
-
8:08 - 8:10Como quem diz: "Que antiquado!"
-
8:10 - 8:12E eu digo: "Não, não, também tem a data".
-
8:13 - 8:16(Risos)
-
8:17 - 8:19"Tem múltiplas funções".
-
8:20 - 8:23Mas há coisas que são
uma questão de educação. -
8:24 - 8:26Vou dar-vos alguns exemplos.
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8:26 - 8:28Um deles é a ideia de linearidade,
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8:28 - 8:31em que se começa aqui, segue-se um caminho
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8:31 - 8:33e, se se fizermos tudo direito,
-
8:33 - 8:36acabamos por definir o resto da vida.
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8:37 - 8:40Todos os que falaram nas TED
contaram-nos, de forma implícita, -
8:40 - 8:43ou por vezes explícita,
uma história diferente, -
8:43 - 8:46que a vida não é linear, é orgânica.
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8:46 - 8:48Criamos as nossas vidas
de uma maneira simbiótica -
8:48 - 8:50enquanto exploramos as nossas aptidões
-
8:50 - 8:53em relação às circunstâncias
que elas nos ajudam a criar. -
8:53 - 8:56Mas ficámos obcecados
com esta narrativa linear. -
8:56 - 9:00Provavelmente, o ponto mais alto no ensino
é a entrada na faculdade. -
9:00 - 9:03Acho que estamos obcecados
em meter pessoas na faculdade, -
9:04 - 9:05em algumas faculdades.
-
9:05 - 9:08Não digo que não devam ir,
mas nem todos têm de ir, -
9:08 - 9:09ou de ir neste momento.
-
9:09 - 9:12Talvez o façam mais tarde,
não imediatamente. -
9:12 - 9:15Aqui há tempos, estive em São Francisco
numa sessão de autógrafos. -
9:15 - 9:18Estava um sujeito dos seus 30 anos
a comprar o livro -
9:18 - 9:19e perguntei-lhe o que fazia.
-
9:19 - 9:21Respondeu-me: "Sou bombeiro".
-
9:22 - 9:24E eu perguntei:
"Há quanto tempo é bombeiro?" -
9:24 - 9:26Ele disse: "Desde sempre.
Sempre fui bombeiro". -
9:26 - 9:29E eu perguntei:
"Quando é que decidiu?" -
9:29 - 9:31"Em miúdo", disse ele. "Foi um problema,
-
9:31 - 9:34"porque, na escola,
toda a gente queria ser bombeiro". -
9:34 - 9:35(Risos)
-
9:35 - 9:37Ele disse: "Mas eu queria
mesmo ser bombeiro. -
9:38 - 9:41"Quando cheguei ao último ano,
-
9:41 - 9:43"os professores não me levavam a sério.
-
9:43 - 9:45"Havia um professor
que não me levava a sério. -
9:45 - 9:48"Dizia que eu iria desperdiçar a vida
-
9:48 - 9:50"se essa fosse a minha escolha,
-
9:50 - 9:53"que devia ir para a faculdade,
devia ter uma carreira a sério, -
9:53 - 9:54"que tinha muito potencial
-
9:54 - 9:57"e que ia desperdiçar
as aptidões que tinha". -
9:57 - 9:59"Foi humilhante porque
foi em frente de toda a turma, -
9:59 - 10:01"e senti-me horrivelmente.
-
10:01 - 10:03"Mas era o que queria
e, assim que deixei a escola, -
10:03 - 10:05"candidatei-me e fui aceite.
-
10:05 - 10:07"Sabe, estive a pensar nele,
-
10:07 - 10:10"há instantes,
quando o senhor estava a falar, -
10:10 - 10:14"porque há seis meses,
salvei-lhe a vida". -
10:14 - 10:16(Risos)
-
10:17 - 10:21"Ele teve um acidente de automóvel,
eu tirei-o do carro, fiz-lhe RCP -
10:21 - 10:24"e também salvei a mulher dele.
-
10:24 - 10:26"Acho que agora
tem mais consideração por mim". -
10:27 - 10:28(Risos)
-
10:29 - 10:32(Aplausos)
-
10:34 - 10:36Para mim,
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10:36 - 10:40as comunidades humanas dependem
de uma diversidade de talentos, -
10:40 - 10:43e não de uma ideia singular de capacidade.
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10:43 - 10:45O mais importante dos nossos desafios...
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10:45 - 10:47(Aplausos)
-
10:47 - 10:49O mais importante dos nossos desafios
-
10:49 - 10:53é restabelecer a nossa noção
de capacidade e de inteligência. -
10:53 - 10:56Esta coisa da linearidade é um problema.
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10:56 - 10:59Quando cheguei a Los Angeles,
há cerca de nove anos, -
10:59 - 11:02deparei-me com uma declaração
-
11:02 - 11:05muito bem intencionado,
que dizia: -
11:05 - 11:08"A faculdade começa
no jardim de infância". -
11:09 - 11:11Não começa nada,
-
11:11 - 11:14(Risos)
-
11:15 - 11:16Não começa.
-
11:16 - 11:19Se tivéssemos tempo, falávamos disso,
mas não temos. -
11:19 - 11:21(Risos)
-
11:21 - 11:24O jardim de infância começa
no jardim de infância. -
11:24 - 11:25(Risos)
-
11:26 - 11:28Um amigo meu disse-me um dia:
-
11:28 - 11:31"Uma criança de três anos
não é metade de uma de seis anos". -
11:31 - 11:32(Risos)
-
11:32 - 11:35(Aplausos)
-
11:38 - 11:39Tem três anos.
-
11:39 - 11:41Mas como ouvimos na última sessão,
-
11:41 - 11:44agora há tanta competição
para entrar no jardim de infância, -
11:44 - 11:46para entrar no jardim de infância certo,
-
11:46 - 11:50que as crianças são entrevistadas
com três anos! -
11:52 - 11:54Crianças sentadas em frente
a painéis impassíveis -
11:54 - 11:56com os seus currículos...
-
11:56 - 11:58(Risos)
-
11:58 - 12:00... a folheá-los e a dizer: "Só isto?"
-
12:01 - 12:02(Risos)
-
12:02 - 12:05(Aplausos)
-
12:05 - 12:08"Andas cá há 36 meses e isto é tudo?"
-
12:08 - 12:12(Risos)
-
12:16 - 12:18"Não fizeste nada — não te empenhaste.
-
12:19 - 12:21"Parece-me que passaste
os primeiros seis meses a mamar." -
12:22 - 12:25(Risos)
-
12:27 - 12:30Como conceito é escandaloso,
mas atrai as pessoas. -
12:30 - 12:32A outra grande questão é a conformidade.
-
12:32 - 12:35Construímos os nossos sistemas educativos
segundo o modelo "fast-food". -
12:36 - 12:39Jamie Oliver falou sobre isto outro dia.
-
12:39 - 12:41Há dois modelos de garantia
de qualidade na restauração. -
12:41 - 12:44Um é o "'fast-food"
em que tudo é estandardizado. -
12:44 - 12:47O outro são os restaurantes
tipo Zagat e Michelin, -
12:47 - 12:48em que nada é estandardizado,
-
12:48 - 12:50são personalizados
segundo as circunstâncias locais. -
12:50 - 12:54Temo-nos vendido a um modelo
"fast-food" de ensino. -
12:54 - 12:57Isso está a empobrecer
o nosso espírito e as nossas energias -
12:57 - 13:00tal como a "fast-food"
está a destruir os nossos corpos. -
13:00 - 13:03(Aplausos)
-
13:06 - 13:08Acho que temos de reconhecer
aqui umas coisas. -
13:08 - 13:10Uma é que o talento dos homens
é muito diversificado. -
13:10 - 13:13As pessoas têm aptidões muito diferentes.
-
13:13 - 13:16Recentemente lembrei-me que,
em miúdo, me deram uma guitarra -
13:16 - 13:20quase ao mesmo tempo que Eric Clapton
recebeu a sua primeira guitarra. -
13:21 - 13:23Como sabem, resultou com o Eric.
E mais não digo. -
13:23 - 13:25(Risos)
-
13:25 - 13:27De certa forma, não resultou para mim.
-
13:27 - 13:32Não consegui tocar
por mais que tentasse. -
13:32 - 13:34Simplesmente não resultou.
-
13:35 - 13:37(Risos)
-
13:38 - 13:40Mas não tem só a ver com isso.
-
13:40 - 13:41Tem a ver com paixão.
-
13:41 - 13:44Muitas vezes, as pessoas são boas
em coisas que não lhes interessam. -
13:44 - 13:46Tem a ver com paixão
-
13:46 - 13:49e com o que nos estimula
o espírito e a energia. -
13:49 - 13:52Se fizermos o que adoramos fazer,
aquilo que somos bons a fazer, -
13:52 - 13:55a vida toma um percurso
inteiramente diferente. -
13:55 - 13:57A minha mulher acabou
de escrever um romance -
13:57 - 14:00e é um grande livro, acho eu,
-
14:00 - 14:02mas ela desaparece horas e horas.
-
14:02 - 14:05Se estamos a fazer
uma coisa de que gostamos, -
14:05 - 14:07uma hora parece cinco minutos.
-
14:07 - 14:09Se fizermos uma coisa
que não nos diz nada, -
14:09 - 14:12cinco minutos parecem uma hora.
-
14:12 - 14:15A razão por que tantos desistem
de continuar a estudar -
14:15 - 14:17é porque não os satisfaz,
-
14:17 - 14:20não lhes transmite energia
nem alimenta a paixão. -
14:20 - 14:22Portanto, acho que temos
de mudar de metáforas. -
14:22 - 14:26Temos de abandonar o que é
um modelo industrial de ensino, -
14:26 - 14:28um modelo de fabrico
-
14:28 - 14:31que se baseia
na linearidade e na conformidade -
14:31 - 14:33e num processamento em série.
-
14:33 - 14:37Temos de mudar para um modelo
baseado nos princípios da agricultura. -
14:37 - 14:40Temos de reconhecer
que o crescimento das pessoas -
14:40 - 14:44não é um processo mecânico,
é um processo orgânico. -
14:44 - 14:48Não podemos prever o resultado
do desenvolvimento humano; -
14:48 - 14:50o que podemos fazer,
tal como um agricultor, -
14:50 - 14:53é criar as condições que
permitam o seu desabrochar. -
14:53 - 14:57Quando pensamos em reformar
e transformar o ensino, -
14:57 - 14:59não é como clonar um sistema.
-
14:59 - 15:02Há alguns excelentes como o KIPP,
é um sistema ótimo. -
15:02 - 15:04Há muitos sistemas fantásticos.
-
15:04 - 15:07Tem tudo a ver com a adaptação
às circunstâncias da altura -
15:07 - 15:10e com a personalização do ensino
de acordo com os alunos. -
15:11 - 15:14Penso que fazer isso
é a resposta para o futuro -
15:14 - 15:17porque não tem a ver
com a definição duma solução nova; -
15:17 - 15:20mas sim com a criação
de um movimento no ensino -
15:20 - 15:23em que as pessoas desenvolvam
as suas soluções, -
15:23 - 15:26mas com base num currículo personalizado.
-
15:27 - 15:29Nesta sala estão pessoas que representam
-
15:29 - 15:32recursos extraordinários
nas áreas do negócio, -
15:32 - 15:34da multimédia, da Internet.
-
15:34 - 15:38Estas tecnologias, aliadas ao talento
extraordinário dos professores, -
15:38 - 15:41oferecem uma oportunidade
para revolucionar o ensino. -
15:41 - 15:43Peço-vos que se envolvam
-
15:43 - 15:47porque é vital, não só para nós,
mas para o futuro dos nossos filhos. -
15:47 - 15:51Temos de mudar de um modelo industrial
para um modelo agrícola, -
15:51 - 15:54em que todas as escolas
possam florescer amanhã. -
15:55 - 15:57É aí que as crianças experimentam a vida.
-
15:57 - 15:59Ou em casa, se assim
se optar por serem ensinadas -
15:59 - 16:01pelas famílias ou amigos.
-
16:01 - 16:05Temos falado muito em sonhos
durante estes dias. -
16:05 - 16:08Queria só muito rapidamente
-
16:08 - 16:11— as canções de Natalie Merchant
tocaram-me muito, ontem à noite, -
16:11 - 16:13novas versões de poemas antigos.
-
16:13 - 16:15Queria ler-vos um pequeníssimo poema
-
16:15 - 16:17de W. B. Yeats, alguém
que certamente conhecem. -
16:17 - 16:21Escreveu isto para o seu amor,
Maud Gonne, -
16:21 - 16:27lamentando o facto de não lhe poder dar
o que pensava que ela queria dele. -
16:27 - 16:30"Tenho uma outra coisa,
mas pode não ser para ti." -
16:31 - 16:32Eis o que diz Yeats:
-
16:33 - 16:35"Tivesse eu os tecidos bordados dos céus,
-
16:35 - 16:39"lavrados com o ouro e a prata da luz,
-
16:39 - 16:43"Os tecidos azuis e turvos e de breu
-
16:43 - 16:46"da noite e da luz e da meia luz,
-
16:47 - 16:49"Estenderia esses tecidos a teus pés.
-
16:50 - 16:54"Mas eu, que sou pobre,
apenas tenho os meus sonhos; -
16:55 - 16:58"São os meus sonhos
que estendi a teus pés; -
16:59 - 17:02"Sê suave ao pisar
que pisas os meus sonhos." -
17:03 - 17:06Todos os dias, em todos os lugares,
-
17:06 - 17:09as nossas crianças estendem
os sonhos aos nossos pés. -
17:10 - 17:12Sejamos suaves ao pisar.
-
17:12 - 17:14Obrigado.
-
17:14 - 17:17(Aplausos)
-
17:32 - 17:34Muito obrigado.
-
17:34 - 17:36(Aplausos)
- Title:
- Façamos a revolução da aprendizagem!
- Speaker:
- Sir Ken Robinson
- Description:
-
Na sequência da sua já lendária palestra de 2006, Sir Ken Robinson demonstra-nos de uma forma divertida e pertinente como é necessário fazer uma mudança radical — de uma escola estandardizada para uma aprendizagem personalizada — e assim criar condições para que as aptidões naturais das crianças possam desabrochar livremente.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:37
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Bring on the learning revolution! | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Bring on the learning revolution! | |
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Helena Sobral added a translation |