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O que o "sexting" pode nos ensinar? | Amy Adele Hasinoff | TEDxMileHigh

  • 0:19 - 0:24
    Por muito tempo, as pessoas têm usado
    a mídia para falar sobre sexo.
  • 0:24 - 0:27
    Cartas de amor, telessexo,
    fotos escandalosas.
  • 0:27 - 0:31
    Temos até o caso de uma garota
    que fugiu para casar-se
  • 0:31 - 0:35
    com um homem que ela conheceu
    por telegramas em 1886.
  • 0:35 - 0:37
    (Risos)
  • 0:37 - 0:39
    Hoje há "sexting", o envio
    de conteúdo érotico.
  • 0:39 - 0:42
    e sou especialista nisso.
  • 0:42 - 0:44
    Não uma especialista em praticá-lo.
  • 0:44 - 0:45
    (Risos)
  • 0:45 - 0:49
    Mas, eu sei o que isso signifca,
    e talvez você também saiba!
  • 0:49 - 0:50
    [É um pênis]
  • 0:50 - 0:52
    (Risos)
  • 0:52 - 0:54
    Eu venho estudando sexting
  • 0:54 - 0:59
    desde que chamou a atenção
    da mídia em 2008.
  • 0:59 - 1:02
    Escrevi um livro sobre o pânico moral
    em relação ao sexting.
  • 1:02 - 1:03
    E descobri isto:
  • 1:03 - 1:06
    muitas pessoas se preocupam
    com a coisa errada.
  • 1:06 - 1:11
    Elas estão apenas tentando
    impedir o sexting de acontecer.
  • 1:11 - 1:12
    Mas vou perguntar o seguinte:
  • 1:12 - 1:17
    contanto que seja consensual,
    qual o problema com sexting?
  • 1:17 - 1:21
    As pessoas gostam de diversas coisas
    que você pode não gostar,
  • 1:21 - 1:24
    como queijo azul ou coentro.
  • 1:24 - 1:27
    (Risos)
  • 1:27 - 1:31
    Sexting é arriscado,
    como qualquer coisa divertida,
  • 1:31 - 1:32
    mas...
  • 1:32 - 1:33
    (Risos)
  • 1:33 - 1:37
    contanto que você não envie mensagens
    para alguém que não queira recebê-las,
  • 1:37 - 1:39
    não tem problema.
  • 1:39 - 1:42
    O que eu considero problemático
  • 1:42 - 1:47
    é quando pessoas compartilham
    imagens íntimas sem a permisão alheia.
  • 1:47 - 1:50
    Em vez de nos preocuparmos com sexting,
  • 1:50 - 1:55
    precisamos pensar mais
    sobre privacidade digital.
  • 1:55 - 1:57
    A chave é o consentimento.
  • 1:58 - 2:01
    A maioria das pessoas
    está pensando sobre sexting
  • 2:01 - 2:04
    sem ao menos pensar
    sobre consentimento.
  • 2:04 - 2:08
    Vocês sabiam que estamos criminalizando
    adolescentes por praticarem sexting?
  • 2:09 - 2:13
    Pode ser um crime, pois é
    considerado pornografia infantil,
  • 2:13 - 2:16
    se houver uma foto de um menor de 18 anos,
  • 2:16 - 2:19
    e realmente não importa
    se eles tiraram a foto deles mesmos
  • 2:19 - 2:22
    e compartilharam por vontade própria.
  • 2:22 - 2:25
    Então, temos uma situação judicial bizarra
  • 2:25 - 2:29
    na qual dois jovens de 17 anos podem
    ter relações sexuais legalmente nos EUA,
  • 2:29 - 2:31
    mas eles não podem fotografá-las.
  • 2:33 - 2:37
    Alguns estados também tentaram
    decretar leis de pequeno delito,
  • 2:37 - 2:40
    mas essas leis possuem o mesmo problema,
  • 2:40 - 2:44
    porque elas ainda tornam o sexting
    consensual em um ato ilegal.
  • 2:44 - 2:48
    Não faz sentido algum banir o sexting,
  • 2:48 - 2:50
    para resolver violações de privacidade.
  • 2:50 - 2:52
    É como dizer:
  • 2:52 - 2:58
    vamos acabar com os estupros em namoros,
    tornando relacionamentos em um ato ilegal.
  • 2:59 - 3:04
    A maioria dos adolescentes não é presa
    por sexting, mas vocês sabem quem é?
  • 3:04 - 3:09
    Adolescentes que não são apreciados
    pelos pais e mães do companheiro.
  • 3:09 - 3:15
    E isso pode se dar pela classe social,
    racismo ou homofobia.
  • 3:15 - 3:18
    A maioria dos promotores
    são inteligentes o suficiente
  • 3:18 - 3:22
    para não utilizar acusações de pedofilia
    contra adolescentes,
  • 3:22 - 3:24
    mas alguns usam.
  • 3:24 - 3:27
    De acordo com pesquisadores
    da Universidade de New Hampshire
  • 3:27 - 3:32
    7% das prisões por posse
    de pornografia infantil
  • 3:32 - 3:36
    são de adolescentes praticando sexting
    consentido com outros adolescentes.
  • 3:37 - 3:40
    A pornografia infantil é um crime grave,
  • 3:40 - 3:44
    mas não é a mesma coisa
    que adolescentes praticando sexting.
  • 3:45 - 3:48
    Pais e educadores também
    estão reagindo ao sexting
  • 3:48 - 3:51
    sem pensar muito sobre consentimento.
  • 3:51 - 3:56
    Sua mensagem para os jovens é:
    "Apenas não faça isso".
  • 3:56 - 3:58
    Eu compreendo,
  • 3:58 - 4:00
    existem riscos legais
  • 4:00 - 4:03
    e, claro, o risco potencial
    de violações de privacidade.
  • 4:03 - 4:09
    E, quando você era adolescente,
    você fazia tudo que te pediam, certo?
  • 4:09 - 4:13
    Você provavelmente está pensando:
    "Meu filho nunca faria isso".
  • 4:13 - 4:16
    E isso é verdade, seu anjinho
    pode não estar praticando sexting
  • 4:16 - 4:22
    porque apenas 33% dos jovens
    de 16 a 17 anos estão praticando isso.
  • 4:23 - 4:25
    Desculpe, mas quando eles crescerem,
  • 4:25 - 4:28
    há grandes chances de eles fazerem isso.
  • 4:28 - 4:34
    Todos os estudos avaliam uma taxa
    superior a 50% na faixa dos 18 a 24 anos.
  • 4:35 - 4:38
    E, na maioria das vezes, nada dá errado.
  • 4:38 - 4:41
    As pessoas me perguntam o tempo inteiro:
  • 4:41 - 4:44
    "Mas sexting não é muito perigoso?
  • 4:44 - 4:47
    Você não deixaria sua carteira
    no banco do parque.
  • 4:47 - 4:51
    E imagina que ela seria roubada
    se você fizesse isso, certo?"
  • 4:51 - 4:53
    Eu penso desta forma:
  • 4:53 - 4:57
    sexting é como deixar sua carteira
    na casa do seu namorado.
  • 4:57 - 5:01
    Se você voltar no dia seguinte,
    e todo o dinheiro tiver sumido,
  • 5:01 - 5:04
    você precisa dar um fora nesse cara.
  • 5:04 - 5:06
    (Risos)
  • 5:08 - 5:13
    Em vez de criminalizar sexting para tentar
    prevenir essas violações de privacidade,
  • 5:13 - 5:16
    precisamos tornar o consentimento
    em um fator central
  • 5:16 - 5:20
    quando pensamos sobre a circulação
    de nossas informações pessoais.
  • 5:21 - 5:25
    Qualquer nova tecnologia de mídia
    provoca preocupações quanto à privacidade.
  • 5:25 - 5:30
    Na verdade, os primeiros grandes debates
    nos Estados Unidos sobre privacidade
  • 5:30 - 5:34
    se deram em razão de tecnologias
    relativamente novas na época.
  • 5:34 - 5:38
    No final do século 19, as pessoas
    estavam preocupadas com as câmeras,
  • 5:38 - 5:42
    que de repente se tornaram
    mais portáteis do que nunca,
  • 5:42 - 5:44
    e com as colunas de fofocas dos jornais.
  • 5:44 - 5:48
    Estavam preocupadas que a câmera poderia
    capturar informações a seu respeito,
  • 5:48 - 5:52
    tirá-las do contexto
    e disseminá-las em grande escala.
  • 5:52 - 5:53
    Isso soa familiar?
  • 5:53 - 5:58
    É exatamente essa a nossa preocupação
    com redes sociais, drones com câmera,
  • 5:58 - 6:00
    e, é claro, com sexting.
  • 6:00 - 6:04
    E esses medos da tecnologia fazem sentido,
  • 6:04 - 6:06
    porque as tecnologias podem amplificar
  • 6:06 - 6:11
    e trazer à tona nossos piores
    defeitos e comportamentos.
  • 6:11 - 6:13
    Mas existem soluções
  • 6:13 - 6:17
    E já tivemos uma tecnologia
    nova e perigosa antes.
  • 6:17 - 6:21
    Em 1908, Ford introduziu o carro modelo T.
  • 6:21 - 6:25
    As fatalidades no trânsito aumentavam;
    era um problema sério.
  • 6:25 - 6:27
    Mas ele parece tão seguro, não é mesmo?
  • 6:27 - 6:28
    (Risos)
  • 6:29 - 6:33
    Nossa primeira reação foi tentar
    mudar o comportamento dos motoristas,
  • 6:33 - 6:37
    então, desenvolvemos limites de velocidade
    e os reforçamos através de multas.
  • 6:37 - 6:41
    Mas ao longo das décadas seguintes,
    começamos a perceber
  • 6:41 - 6:45
    que a tecnologia de um carro
    não é apenas neutra.
  • 6:45 - 6:48
    Poderíamos planejar um carro
    para ser mais seguro.
  • 6:48 - 6:51
    Então, em 1920, ganhamos
    para-brisas resistentes.
  • 6:51 - 6:57
    Em 1950, os cintos de segurança.
    E em 1990, os airbags.
  • 6:58 - 7:03
    Todas estas três áreas:
    leis, indivíduos e indústria,
  • 7:03 - 7:09
    integraram-se para ajudar a resolver
    problemas causados por novas tecnologias.
  • 7:09 - 7:13
    E podemos fazer o mesmo
    com a privacidade digital.
  • 7:13 - 7:16
    É claro, tudo volta ao consentimento.
  • 7:16 - 7:18
    Esta é a ideia.
  • 7:18 - 7:21
    Antes de qualquer pessoa poder distribuir
    a informação pessoal de outra,
  • 7:21 - 7:24
    deveria receber sua permissão.
  • 7:24 - 7:29
    A ideia de consentimento afirmativo
    vem de ativistas contra estupro
  • 7:29 - 7:33
    que nos dizem que precisamos
    de consentimento para qualquer ato sexual.
  • 7:33 - 7:37
    E temos altos padrões para consentimento
    em muitas outras áreas.
  • 7:37 - 7:39
    Pense em uma cirurgia.
  • 7:39 - 7:42
    Seu médico deve garantir
    que você concorde plenamente
  • 7:42 - 7:45
    com o procedimento médico a ser realizado
  • 7:45 - 7:49
    Esse não é o tipo de consentimento
    igual aos termos de serviço do iTunes
  • 7:49 - 7:53
    onde você navega até o final da página
    e concorda com tudo e tanto faz.
  • 7:53 - 7:54
    (Risos)
  • 7:55 - 8:00
    Se pensarmos mais sobre consentimento
    podemos ter melhores leis de privacidade.
  • 8:00 - 8:04
    Agora, não temos muita proteção.
  • 8:04 - 8:07
    Se seu ex-marido ou ex-mulher
    for uma pessoa terrível,
  • 8:07 - 8:12
    ela pode pegar as fotos de você nu
    e postá-las em um site pornô.
  • 8:12 - 8:15
    Pode ser muito difícil
    tirar essas fotos da internet.
  • 8:15 - 8:16
    E, em muitos estados,
  • 8:16 - 8:20
    é melhor se você mesmo
    tirar suas próprias fotos,
  • 8:20 - 8:23
    porque assim você pode mover
    uma ação de direitos autorais.
  • 8:23 - 8:25
    (Risos)
  • 8:25 - 8:28
    Neste momento, se alguém
    violar a sua privacidade,
  • 8:28 - 8:33
    seja um indivíduo, ou uma empresa,
    ou a Agência de Segurança Nacional,
  • 8:33 - 8:38
    você pode tentar entrar com um processo,
    apesar de ter poucas chances de sucesso,
  • 8:38 - 8:43
    porque muitos tribunais assumem
    que a privacidade digital é impossível.
  • 8:43 - 8:47
    Portanto, eles não estão dispostos
    a punir aqueles que a violam.
  • 8:47 - 8:50
    Eu ainda ouço pessoas
    me perguntando toda hora:
  • 8:50 - 8:55
    "Uma imagem digital não está distorcendo
    a linha entre o público e o privado,
  • 8:55 - 8:58
    porque é digital, correto?"
  • 8:58 - 8:59
    Não! Não!
  • 8:59 - 9:02
    Nem tudo que é digital
    é automaticamente público.
  • 9:02 - 9:04
    Isso não faz sentido.
  • 9:04 - 9:08
    Como a professora de direito da NYU,
    Helen Nissenbaum, nos diz,
  • 9:08 - 9:10
    temos leis, políticas e normas
  • 9:10 - 9:13
    que protegem todo tipo
    de informações privadas,
  • 9:13 - 9:17
    e não faz diferença se é digital ou não.
  • 9:17 - 9:20
    Todos os seus dados de saúde
    são digitalizados,
  • 9:20 - 9:23
    mas seu médico não pode
    compartilhá-los com ninguém.
  • 9:23 - 9:27
    Toda sua informação financeira
    é mantida em bancos de dados digitais,
  • 9:27 - 9:32
    mas sua companhia de cartão de crédito
    não pode publicar seu histórico de compra.
  • 9:33 - 9:38
    Leis melhores poderiam nos ajudar
    a lidar com violações de privacidades,
  • 9:38 - 9:41
    mas uma das coisas mais fáceis de se fazer
  • 9:41 - 9:46
    são mudanças pessoais que nos ajudem
    a proteger a privacidade alheia.
  • 9:46 - 9:51
    Sempre dizem que a privacidade é de nossa
    exclusiva responsabilidade individual;
  • 9:51 - 9:55
    para monitorarmos e atualizarmos
    constantemente nossos dados de segurança;
  • 9:55 - 10:01
    para nunca compartilharmos nada
    que não queiramos que o mundo veja.
  • 10:01 - 10:03
    Isso não faz sentido.
  • 10:03 - 10:06
    Mídias digitais são espaços sociais,
  • 10:06 - 10:10
    e, todos os dias, compartilhamos
    coisas com pessoas que confiamos.
  • 10:11 - 10:14
    De acordo com Janet Vertesi
    da Universidade de Princeton,
  • 10:14 - 10:18
    nossos dados e nossa privacidade
    não são apenas pessoais,
  • 10:18 - 10:20
    eles são, na realidade, interpessoais.
  • 10:20 - 10:26
    Portanto, algo bem fácil que você
    pode fazer é pedir permissão à pessoa
  • 10:26 - 10:29
    antes de compartilhar
    informações pessoais dela.
  • 10:29 - 10:33
    Se você quiser publicar uma foto
    de alguém, peça permissão.
  • 10:33 - 10:37
    Se você quiser encaminhar
    um e-mail, peça permissão.
  • 10:37 - 10:40
    E se você quiser compartilhar
    a "selfie" de alguém nu,
  • 10:40 - 10:42
    obviamente, peça permissão.
  • 10:43 - 10:48
    Essas mudanças individuais podem
    nos ajudar a proteger nossa privacidade,
  • 10:48 - 10:52
    mas precisamos que as empresas
    de tecnologia também nos auxiliem.
  • 10:52 - 10:57
    Essas empresas têm pouco incentivo
    para ajudar a proteger nossa privacidade
  • 10:57 - 11:00
    porque seu modelo de negócio
    depende de compartilharmos tudo
  • 11:00 - 11:03
    com o maior número de pessoas possível.
  • 11:03 - 11:05
    Se eu mandar uma foto a vocês agora,
  • 11:05 - 11:08
    vocês podem encaminhá-la
    para qualquer pessoa que desejarem.
  • 11:08 - 11:12
    Mas e se eu puder decidir se essa foto
    pode ser encaminhada ou não?
  • 11:12 - 11:16
    Isso lhe diz que você não tem
    minha permissão para encaminhá-la.
  • 11:16 - 11:21
    Fazemos esse tipo de coisa o tempo todo
    para proteger direitos autorais.
  • 11:21 - 11:25
    Se você comprar um livro eletrônico,
    você não pode compartilhar com todo mundo.
  • 11:25 - 11:28
    Então, por que não tentar
    isso com celulares?
  • 11:29 - 11:34
    O que podemos fazer é pedir que empresas
    de tecnologia adicionem essas proteções
  • 11:34 - 11:38
    em nossos aparelhos
    e plataformas como padrão.
  • 11:38 - 11:41
    Afinal, você pode escolher
    a cor de seu carro,
  • 11:41 - 11:44
    mas os airbags são sempre o padrão.
  • 11:45 - 11:49
    Se não pensarmos mais
    sobre privacidade digital e consentimento,
  • 11:49 - 11:52
    poderá haver sérias consequências.
  • 11:53 - 11:55
    Havia uma adolescente de Ohio,
  • 11:55 - 11:59
    vamos chamá-la de Jennifer,
    para o bem de sua privacidade.
  • 11:59 - 12:02
    Ela compartilhou fotos nuas
    com o seu namorado do ensino médio,
  • 12:02 - 12:04
    pensando que podia confiar nele.
  • 12:05 - 12:10
    Infelizmente, ele a traiu e mandou
    as fotos dela para a escola inteira.
  • 12:10 - 12:14
    Jeniffer se sentiu humilhada
    e envergonhada,
  • 12:14 - 12:18
    mas, em vez de compaixão,
    seus colegas de classe a atormentaram.
  • 12:18 - 12:23
    Chamaram-na de puta e de vagabunda
    e fizeram de sua vida um inferno.
  • 12:23 - 12:27
    Jeniffer começou a faltar à escola
    e suas notas caíram.
  • 12:27 - 12:31
    Por fim, Jennifer decidiu
    tirar a própria vida.
  • 12:32 - 12:35
    Jeniffer não fez nada de errado.
  • 12:35 - 12:37
    Tudo que fez foi compartilhar uma foto nua
  • 12:37 - 12:40
    com alguém que ela julgava confiável.
  • 12:40 - 12:43
    E, ainda assim, nossas leis dizem
  • 12:43 - 12:47
    que ela cometeu um crime terrível,
    equivalente a pornografia infantil.
  • 12:47 - 12:52
    Nossas normas de gênero dizem
    que, ao produzir essa foto,
  • 12:52 - 12:56
    de alguma forma, ela fez
    algo terrível e vergonhoso.
  • 12:56 - 13:00
    E quando assumimos que privacidade
    é algo impossível na mídia digital,
  • 13:00 - 13:06
    acabamos ignorando e perdoando
    o mau comportamento de seu namorado.
  • 13:06 - 13:12
    As pessoas ainda dizem o tempo inteiro,
    às vítimas de violações de privacidade:
  • 13:12 - 13:14
    "Onde estava com a cabeça?
  • 13:14 - 13:16
    Você nunca deveria ter
    enviado essa imagem".
  • 13:17 - 13:22
    Se você está tentando imaginar
    o que dizer, tente isto:
  • 13:22 - 13:25
    imagine que você encontrou um amigo
    que quebrou a perna esquiando.
  • 13:25 - 13:30
    Ele correu um risco por algo divertido
    e não se deu bem no final.
  • 13:30 - 13:33
    Mas você provavelmente
    não será o estúpido que diz:
  • 13:33 - 13:36
    "Bem, acho que você não
    deveria ter ido esquiar".
  • 13:37 - 13:40
    Se pensarmos mais sobre consentimento,
  • 13:40 - 13:45
    podemos ver que vítimas de violações
    de privacidade merecem nossa compaixão,
  • 13:45 - 13:50
    e não criminalização, humilhação,
    degradação ou punição.
  • 13:50 - 13:54
    Nós devemos apoiar as vítimas, e podemos
    prevenir algumas violações de privacidade
  • 13:54 - 13:59
    através de mudanças legais,
    individuais e tecnológicas.
  • 13:59 - 14:05
    Pois o problema não é o sexting,
    mas a privacidade digital.
  • 14:05 - 14:08
    E uma solução é o consentimento.
  • 14:08 - 14:13
    Então, na próxima vez que uma vítima
    de violação de privacidade nos abordar,
  • 14:13 - 14:15
    em vez de culpá-las, façamos o seguinte:
  • 14:15 - 14:19
    vamos mudar nossas ideias
    sobre privacidade digital,
  • 14:19 - 14:22
    e reagir com compaixão.
  • 14:22 - 14:23
    Obrigada.
  • 14:23 - 14:25
    (Aplausos)
Title:
O que o "sexting" pode nos ensinar? | Amy Adele Hasinoff | TEDxMileHigh
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

A cada nova tecnologia, devemos nos adaptar a novos problemas de privacidade. Hoje, temos o aumento de debates sociais e legais sobre "sexting", especialmente entre adolescentes. Junte-se à pesquisadora Amy Adele Hasinoff, que coloca a seguinte pergunta: "Seria o sexting realmente um problema, ou estamos focando as coisas erradas?"

Amy Adele estuda mídia e cultura para investigar como interagimos com a investida da nova mídia, e como ela afeta o modo como desenvolvemos, usamos e regulamos tecnologias de comunicação. Ela é autora do livro "Sexting Panic", uma perspectiva das reações bem-intencionadas, porém, problemáticas em relação ao sexting na mídia de massa, em questões judicias, e na educação. Sua pesquisa está presente em periódicos, como New Media & Society, Critical Studies in Media Communication, e Feminist Media Studies. Amy também é professora assistente do departamento de Comunicação da Universidade de Colorado, Denver.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:46

Portuguese, Brazilian subtitles

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