O que aprendemos com cinco milhões de livros
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0:00 - 0:02Erez Lieberman Aiden: Todos sabemos
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0:02 - 0:05que uma imagem vale mais que mil palavras
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0:07 - 0:09Mas nós em Harvard
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0:09 - 0:12perguntávamo-nos se isto era realmente verdade.
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0:12 - 0:14(Risos)
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0:14 - 0:18Então juntámos uma equipa de peritos,
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0:18 - 0:20abrangendo desde Harvard, o MIT,
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0:20 - 0:23The American Heritage Dictionary, The Encyclopedia Britannica
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0:23 - 0:25e até os nossos orgulhosos patrocinadores,
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0:25 - 0:28a Google.
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0:28 - 0:30E debruçámo-nos sobre esta questão
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0:30 - 0:32durante cerca de quatro anos.
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0:32 - 0:37E chegámos a uma conclusão surpreendente.
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0:37 - 0:40Senhoras e senhores, uma imagem não vale mais do que mil palavras.
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0:40 - 0:42Na realidade, encontrámos algumas imagens
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0:42 - 0:47que valem 500 mil milhões de palavras.
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0:47 - 0:49Jean-Baptiste Michel: Então como chegámos a esta conclusão?
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0:49 - 0:51Eu e o Erez estavámos a pensar em como
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0:51 - 0:53obter um panorama geral da cultura humana
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0:53 - 0:56e da história humana: mudança através dos tempos.
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0:56 - 0:58Foram escritos tantos livros ao longo dos anos.
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0:58 - 1:00E pensámos, bem a melhor maneira de aprender com eles
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1:00 - 1:02é ler todos estes milhões de livros.
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1:02 - 1:05Claro que, se houver uma escala de como isso é fantástico,
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1:05 - 1:08isso tem de ficar num patamar muito, muito elevado.
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1:08 - 1:10O problema é que há um eixo dos xx para isso,
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1:10 - 1:12que é o eixo prático.
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1:12 - 1:14Este está num patamar muito, muito baixo.
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1:14 - 1:17(Aplausos)
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1:17 - 1:20As pessoas têm tendência a usar uma abordagem alternativa,
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1:20 - 1:22que é pegar em algumas fontes e lê-las cuidadosamente.
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1:22 - 1:24Isto é extremamente prático, mas não muito fantástico.
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1:24 - 1:27O que realmente se pretende
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1:27 - 1:30é chegar à parte fantástica mas prática deste espaço.
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1:30 - 1:33Acontece que havia uma empresa do outro lado do rio chamada Google
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1:33 - 1:35que tinha iniciado um projecto de digitalização há alguns anos
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1:35 - 1:37que talvez permitisse esta abordagem.
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1:37 - 1:39Eles tinham digitalizado milhões de livros.
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1:39 - 1:42Isso significava que se podia usar métodos computacionais
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1:42 - 1:44para ler todos os livros com o clique de um botão.
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1:44 - 1:47Isto é muito prático e extremamente fantástico.
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1:48 - 1:50ELA: Deixem-me falar-vos um pouco sobre de onde vêm os livros.
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1:50 - 1:53Desde tempos imemoriais que existem autores.
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1:53 - 1:56Estes autores têm-se esforçado em escrever livros.
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1:56 - 1:58E isto tornou-se consideravelmente mais fácil
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1:58 - 2:00com o desenvolvimento da imprensa há alguns séculos atrás.
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2:00 - 2:03Desde então, os autores conseguiram
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2:03 - 2:05em 129 milhões de ocasiões distintas,
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2:05 - 2:07publicar livros.
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2:07 - 2:09Agora se esses livros não se perderam para a história
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2:09 - 2:11então estão algures numa biblioteca,
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2:11 - 2:14e muitos desses livros têm sido recuperados das bibliotecas
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2:14 - 2:16e digitalizados pela Google,
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2:16 - 2:18que já digitalizou quinze milhões de livros até agora.
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2:18 - 2:21Quando a Google digitaliza um livro, põe-no num formato mesmo catita.
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2:21 - 2:23Agora nós temos os dados e temos ainda metadados.
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2:23 - 2:26Temos informação sobre coisas como onde foi publicado,
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2:26 - 2:28quem foi o autor, quando foi publicado.
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2:28 - 2:31E o que fazemos é verificar todos esses registos
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2:31 - 2:35e excluir tudo aquilo que não é dados da mais alta qualidade.
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2:35 - 2:37Aquilo que nos resta
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2:37 - 2:40é uma colecção de cinco milhões de livros,
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2:40 - 2:43500 mil milhões de palavras,
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2:43 - 2:45uma cadeia de caracteres mil vezes mais longa
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2:45 - 2:48que o genoma humano...
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2:48 - 2:50um texto que, se fosse escrito por extenso,
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2:50 - 2:52iria daqui até à Lua e voltava
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2:52 - 2:54mais de dez vezes...
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2:54 - 2:58um autêntico fragmento do nosso genoma cultural.
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2:58 - 3:00Claro que aquilo que fizemos
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3:00 - 3:03perante tamanha hipérbole...
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3:03 - 3:05(Risos)
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3:05 - 3:08foi aquilo que qualquer pesquisador que se preze
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3:08 - 3:11teria feito.
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3:11 - 3:13Inspirámo-nos no XKDC,
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3:13 - 3:15e dissemos: «Afastem-se.
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3:15 - 3:17Vamos tentar fazer ciência.»
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3:17 - 3:19(Risos)
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3:19 - 3:21JM: Claro que pensávamos assim,
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3:21 - 3:23primeiro vamos por os dados lá fora
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3:23 - 3:25para que as pessoas façam ciência com eles.
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3:25 - 3:27E agora pensávamos, que dados podemos publicar?
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3:27 - 3:29Claro que se queria pegar nos livros
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3:29 - 3:31e publicar o texto completo destes cinco milhões de livros.
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3:31 - 3:33Mas a Google, e o Jon Orwant em particular,
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3:33 - 3:35mostrou-nos uma pequena equação a aprender.
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3:35 - 3:38Então temos cinco milhões, ou seja, cinco milhões de autores
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3:38 - 3:41e cinco milhões de queixosos são um processo legal monstruoso.
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3:41 - 3:43Então, embora isso fosse realmente fantástico
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3:43 - 3:46mais uma vez, é extremamente pouco prático.
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3:46 - 3:48(Risos)
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3:48 - 3:50Mais uma vez, tivemos de ceder mais ou menos,
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3:50 - 3:53e seguimos a abordagem muito prática, que é menos fantástica.
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3:53 - 3:55Dissemos: bem em vez de publicarmos o texto completo,
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3:55 - 3:57vamos publicar estatísticas sobre os livros.
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3:57 - 3:59Tome-se como exemplo «Um brilho de felicidade».
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3:59 - 4:01São quatro palavras; o que chamamos de quatro-grama.
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4:01 - 4:03Nós vamos dizer-vos quantas vezes um quatro-grama em particular
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4:03 - 4:05apareceu em livros em 1801, 1802, 1803,
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4:05 - 4:07até 2008.
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4:07 - 4:09Isso dá-nos uma série temporal
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4:09 - 4:11de quantas vezes esta frase em particular foi utilizada ao longo dos tempos.
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4:11 - 4:14Fazemos isso para todas as palavras e frases que surgem nestes livros,
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4:14 - 4:17e isso dá-nos uma enorme tabela de dois mil milhões de linhas
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4:17 - 4:19que nos dizem como a cultura tem vindo a mudar.
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4:19 - 4:21ELA: A estes dois mil milhões de linhas,
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4:21 - 4:23chamamos dois mil milhões de n-gramas.
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4:23 - 4:25O que é que eles nos dizem?
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4:25 - 4:27Bem, os n-gramas individuais medem tendências culturais.
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4:27 - 4:29Deixem-me dar-vos um exemplo.
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4:29 - 4:31Vamos supôr que estou a prosperar,
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4:31 - 4:33e que amanhã vos quero contar como me saí bem.
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4:33 - 4:36E então posso dizer «Ontem, eu vicejei.»
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4:36 - 4:39Em alternativa, podia dizer «Ontem, eu prosperei.»
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4:39 - 4:42Então qual é que devo utilizar?
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4:42 - 4:44Como é que se sabe?
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4:44 - 4:46Há cerca de seis meses atrás,
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4:46 - 4:48o topo de gama neste campo
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4:48 - 4:50seria dirigir-se, por exemplo,
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4:50 - 4:52a este psicólogo com um cabelo extraordinário
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4:52 - 4:54e dizer
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4:54 - 4:57«Steve, és perito nos verbos irregulares.
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4:57 - 4:59O que é que devo fazer?»
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4:59 - 5:01E ele responderia «Bem, muitos dizem prosperei,
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5:01 - 5:04mas alguns dizem vicejei.»
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5:04 - 5:06E ficariam a saber, mais ou menos,
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5:06 - 5:09que se voltassem 200 anos atrás
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5:09 - 5:12e perguntassem a este estadista com um cabelo igualmente extraordinário,
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5:12 - 5:15(Risos)
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5:15 - 5:17«Tom, o que é que eu devo dizer?»
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5:17 - 5:19Ele diria «Bem, no meu tempo a maior parte das pessoas vicejava,
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5:19 - 5:22mas alguns prosperavam.»
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5:22 - 5:24O que agora vos vou mostrar são dados brutos.
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5:24 - 5:28Duas linhas desta tabela com dois mil milhões de entradas.
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5:28 - 5:30O que estão a ver é a frequência por ano
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5:30 - 5:33de 'prosperei' e vicejei' ao longo do tempo.
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5:34 - 5:36Estas são apenas duas
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5:36 - 5:39de dois mil milhões de linhas.
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5:39 - 5:41O conjunto total dos dados
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5:41 - 5:44é mil milhões de vezes mais fantástico do que este slide.
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5:44 - 5:46(Risos)
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5:46 - 5:50(Aplausos)
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5:50 - 5:52JM: Há realmente muitas imagens que valem mais que 500 mil milhões de palavras.
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5:52 - 5:54Por exemplo, esta.
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5:54 - 5:56Se pegarmos em influenza,
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5:56 - 5:58verão picos no tempo onde sabiam que
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5:58 - 6:01grandes epidemias de gripe estavam a matar pessoas por todo o globo.
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6:01 - 6:04ELA: Se ainda não estão convencidos,
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6:04 - 6:06os níveis do mar estão a subir,
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6:06 - 6:09assim como o CO2 na atmosfera e a temperatura da Terra.
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6:09 - 6:12JM: Talvez queiram prestar atenção a este n-grama em particular,
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6:12 - 6:15para dizer a Nietzsche que Deus não está morto,
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6:15 - 6:18embora possam concordar que precisa de um relações públicas melhor.
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6:18 - 6:20(Risos)
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6:20 - 6:23ELA: Podem obter conceitos bastante abstractos com este tipo de análise.
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6:23 - 6:25Por exemplo, deixem-me contar-vos a história
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6:25 - 6:27do ano de 1950.
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6:27 - 6:29Durante grande parte da história,
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6:29 - 6:31ninguém ligou nenhuma a 1950.
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6:31 - 6:33Em 1700, em 1800, em 1900,
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6:33 - 6:36ninguém se preocupou.
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6:37 - 6:39Durante as décadas de 30 e 40,
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6:39 - 6:41ninguém se preocupou.
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6:41 - 6:43De repente, a meio da década de 40,
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6:43 - 6:45começou a haver um burburinho.
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6:45 - 6:47As pessoas perceberam que 1950 ia acontecer,
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6:47 - 6:49e podia ser algo em grande.
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6:49 - 6:52(Risos)
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6:52 - 6:55Mas nada fez com que as pessoas se interessassem mais pelo ano de 1950
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6:55 - 6:58como o ano de 1950.
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6:58 - 7:01(Risos)
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7:01 - 7:03As pessoas andavam obececadas.
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7:03 - 7:05Não conseguiam parar de falar
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7:05 - 7:08sobre tudo o que tinham feito em 1950,
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7:08 - 7:11tudo o que planeavam fazer em 1950,
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7:11 - 7:16todos os sonhos que queriam alcançar em 1950.
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7:16 - 7:18Na verdade, 1950 era tão fascinante
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7:18 - 7:20que durante anos depois,
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7:20 - 7:23as pessoas continuaram a falar sobre as coisas maravilhosas que tinha acontecido,
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7:23 - 7:25em 51, 52, 53.
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7:25 - 7:27Finalmente em 1954,
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7:27 - 7:29houve alguém que acordou e percebeu
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7:29 - 7:33que 1950 se tinha tornado em algo fora de moda.
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7:33 - 7:35(Risos)
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7:35 - 7:37E assim de repente, rebentou a bolha.
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7:37 - 7:39(Risos)
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7:39 - 7:41E a história de 1950
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7:41 - 7:43é a história de cada ano que temos registado,
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7:43 - 7:46com uma ligeira diferença, porque agora temos estes gráficos catitas.
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7:46 - 7:49E como temos estes gráficos catitas, podemos comparar coisas.
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7:49 - 7:51Podemos dizer: «Quão depressa rebenta a bolha?»
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7:51 - 7:54E acontece que conseguimos medir isso com muita precisão.
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7:54 - 7:57Foram obtidas equações, foram produzidos gráficos,
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7:57 - 7:59e o resultado final
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7:59 - 8:02é que descobrimos
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8:02 - 8:04a cada ano que passa.
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8:04 - 8:09Estamos a perder interesse no passado cada vez mais rapidamente.
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8:09 - 8:11JM: E agora um pouco de orientação profissional.
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8:11 - 8:13Para aqueles de vós que querem ser famosos,
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8:13 - 8:15podemos aprender com os 25 políticos mais famosos,
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8:15 - 8:17autores, actores e assim por diante.
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8:17 - 8:20Então se quiserem ser famosos cedo, devem tornar-se actores,
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8:20 - 8:22porque a fama começa a aumentar no final dos vossos vinte anos...
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8:22 - 8:24ainda são jovens, isso é óptimo.
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8:24 - 8:26Se puderem esperar um bocadinho, devem ser autores,
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8:26 - 8:28porque então podem chegar longe,
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8:28 - 8:30como Mark Twain, por exemplo: extremamente famoso.
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8:30 - 8:32mas se quiserem alcançar mesmo o topo,
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8:32 - 8:34não devem esperar resultados imediatos
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8:34 - 8:36e devem tornarem-se políticos, pois claro.
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8:36 - 8:38Aqui começarão a ser famosos no final dos vossos cinquenta,
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8:38 - 8:40e tornar-se-ão muito, muito famosos depois disso.
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8:40 - 8:43Os cientistas também têm tendência a tornar-se famosos quando são mais muito mais velhos.
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8:43 - 8:45Por exemplo, biológos e físicos
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8:45 - 8:47podem ser tão famosos como actores.
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8:47 - 8:50Um erro que não devem cometer é tornarem-se matemáticos.
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8:50 - 8:52(Risos)
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8:52 - 8:54Se o fizerem,
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8:54 - 8:57podem pensar «Óptimo. Vou fazer o meu melhor trabalho quando tiver 20 anos.»
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8:57 - 8:59Mas, adivinhem, ninguém vai querer saber.
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8:59 - 9:02(Risos)
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9:02 - 9:04Há notas mais sóbrias
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9:04 - 9:06por entre os n-gramas.
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9:06 - 9:08Por exemplo, aqui está a trajectória de Marc Chagall,
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9:08 - 9:10um artista nascido em 1887.
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9:10 - 9:13E que se parece com a trajectória normal de uma pessoa famosa.
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9:13 - 9:17Ele torna-se cada vez mais famoso,
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9:17 - 9:19excepto se virem em alemão.
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9:19 - 9:21Se virem em alemão, vêem algo completamente bizarro,
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9:21 - 9:23algo que quase nunca se observa,
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9:23 - 9:25que é ele tornar-se extremamente famoso
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9:25 - 9:27e então de repente cai vertiginosamente,
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9:27 - 9:30atravessando o ponto mais baixo entre 1933 e 1945,
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9:30 - 9:33antes de recuperar nos anos seguintes.
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9:33 - 9:35E claro o que observamos
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9:35 - 9:38é o facto de Marc Chagall ser um artista judeu
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9:38 - 9:40na Alemanha nazi.
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9:40 - 9:42Estes sinais
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9:42 - 9:44na realidade são tão fortes
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9:44 - 9:47que não precisamos de saber que alguém foi censurado.
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9:47 - 9:49Podemos chegar a essa conclusão
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9:49 - 9:51através do processamento bastante básico de sinais.
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9:51 - 9:53Aqui está uma forma simples de o fazer.
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9:53 - 9:55Uma expectativa razoável
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9:55 - 9:57é a de que a fama de alguém num dado período de tempo
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9:57 - 9:59deverá ser sensivelmete a média da sua fama antes
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9:59 - 10:01e da sua fama depois desse período.
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10:01 - 10:03Isso é mais ou menos aquilo que se espera.
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10:03 - 10:06E comparamos isso com a fama que observamos.
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10:06 - 10:08E depois é só dividir uma pela outra
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10:08 - 10:10para obter algo a que chamamos de índice de supressão.
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10:10 - 10:13Se o índice de supressão for muito, muito, muito baixo,
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10:13 - 10:15então quase de certeza estão a ser reprimidos.
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10:15 - 10:18Se for muito alto, então talvez estejam a beneficiar com a propaganda.
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10:19 - 10:21JM: Pode mesmo ver-se
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10:21 - 10:24a distribuição de índices de supressão em populações inteiras.
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10:24 - 10:26Por exemplo, aqui...
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10:26 - 10:28este índice de supressão é de cinco mil pessoas
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10:28 - 10:30escolhidas em livros em inglês onde não há supressão explícita...
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10:30 - 10:32seria como este, centrado basicamente numa pessoa.
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10:32 - 10:34O que se espera é basicamente aquilo que se observa.
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10:34 - 10:36Esta é a distribuição conforme observada na Alemanha...
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10:36 - 10:38muito diferente, desvia-se para a esquerda.
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10:38 - 10:41As pessoas falaram sobre isto duas vezes menos do que se esperaria.
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10:41 - 10:43Mas muito mais importante, a distribuição é muito mais alargada.
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10:43 - 10:46Há muitas pessoas que acabaram na extrema esquerda nesta distribuição
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10:46 - 10:49de quem se falou menos dez vezes do que seria de esperar.
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10:49 - 10:51Mas também muitas pessoas na extrema direita
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10:51 - 10:53parecem beneficiar com a propaganda.
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10:53 - 10:56Esta imagem é a marca distintiva da censura no registo dos livros.
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10:56 - 10:58Culturómica
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10:58 - 11:00é o que chamamos a este método.
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11:00 - 11:02É como genómica.
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11:02 - 11:04Excepto que a genómica é uma lente sobre a biologia
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11:04 - 11:07através da janela da sequência de bases no genoma humano.
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11:07 - 11:09A culturómica é parecida.
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11:09 - 11:12É a aplicação da análise da recolha de dados em larga escala
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11:12 - 11:14ao estudo da cultura humana.
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11:14 - 11:16Aqui, em vez de ser através da lente de um genoma,
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11:16 - 11:19através da lente de peças digitalizadas do registo histórico.
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11:19 - 11:21O que é genial sobre a culturómica
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11:21 - 11:23é que todos a podem fazer.
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11:23 - 11:25Porque é que todos a podem fazer?
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11:25 - 11:27Todos a podem fazer porque três indivíduos,
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11:27 - 11:30Jon Orwant, Matt Gray e Will Brockman na Google,
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11:30 - 11:32viram o protótipo do NGram Viewer,
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11:32 - 11:34e disseram: «Isto é tão divertido.
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11:34 - 11:37Temos de tornar isto acessível às pessoas.»
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11:37 - 11:39E então em apenas duas semanas - as duas semanas anteriores à publicação do nosso artigo -
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11:39 - 11:42fizeram o código para uma versão do NGram Viewer para o público em geral.
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11:42 - 11:45E agora vocês podem escrever qualquer palavra ou frase em que estejam interessados
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11:45 - 11:47e ver imediatamente o seu n-grama...
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11:47 - 11:49assim como ver exemplos de todos os diferentes livros
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11:49 - 11:51onde surge o vosso n-grama.
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11:51 - 11:53Isto foi utilizado mais de um milhão de vezes no primeiro dia,
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11:53 - 11:55o que é a melhor de todas as pesquisas, na verdade.
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11:55 - 11:58As pessoas querem ser o seu melhor, causar a melhor impressão que conseguirem.
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11:58 - 12:01Mas acontece que no século XVIII, as pessoas não se preocupavam com isso.
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12:01 - 12:04Elas não queriam ser o seu melhor, queriam ser o seu milhor.
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12:04 - 12:07O que aconteceu foi, claro está, apenas um erro.
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12:07 - 12:09Não que é que se esforçassem pela mediocridade,
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12:09 - 12:12é só porque o E era escrito de forma diferente, como um I.
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12:12 - 12:15Claro que a Google não se apercebeu disto na altura,
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12:15 - 12:18e então nós referimos isto no artigo científico que escrevemos.
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12:18 - 12:20Mas acontece que isto é apenas um lembrete
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12:20 - 12:22de que, embora seja tudo muito divertido,
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12:22 - 12:24quando se interpretam estes gráficos, temos de ser cuidadosos
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12:24 - 12:27e há que adoptar os procedimentos científicos de base.
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12:27 - 12:30ELA: As pessoas têm utilizado isto para toda a espécie de diversão.
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12:30 - 12:37(Risos)
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12:37 - 12:39Na verdade, nem precisamos de vos dizer,
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12:39 - 12:42vamos apenas mostrar-vos todos os slides e ficar calados.
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12:42 - 12:45Esta pessoa estava interessada na história da frustração.
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12:45 - 12:48Há vários tipos de frustração.
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12:48 - 12:51Se baterem com um dedo do pé, isso é um «argh» com um A.
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12:51 - 12:53Se o planeta Terra for aniquilado pelos Vogons
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12:53 - 12:55para criar um desvio interestelar,
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12:55 - 12:57isso é um «aaaaaaaargh» com oito As.
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12:57 - 12:59Esta pessoa estuda todos os «arghs»,
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12:59 - 13:01entre um a oito As.
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13:01 - 13:03e acontece
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13:03 - 13:05que os «arghs» menos frequentes
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13:05 - 13:08são, claro, aqueles que correspondem a coisas mais frustrantes...
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13:08 - 13:11excepto, por incrível que pareça, nos princípios dos anos oitenta.
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13:11 - 13:13Pensamos que talvez tenha algo a ver com Reagan.
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13:13 - 13:15(Risos)
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13:15 - 13:18JM: Há muitas utilizações para estes dados,
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13:18 - 13:21mas o mais importante é que o registo histórico está a ser digitalizado.
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13:21 - 13:23A Google começou a digitalizar 15 milhões de livros.
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13:23 - 13:25São 12 por cento de todos os livros alguma vez publicados.
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13:25 - 13:28É um pedaço considerável da cultura humana.
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13:28 - 13:31Há muito mais na cultura: há manuscritos, há jornais,
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13:31 - 13:33há coisas que não são textos, como arte e quadros.
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13:33 - 13:35Tudo isto está nos nossos computadores,
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13:35 - 13:37nos computadores de todo o mundo.
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13:37 - 13:40E quando isso acontece, irá transformar a forma como
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13:40 - 13:42percebemos o nosso passado, o nosso presente e a nossa cultura humana.
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13:42 - 13:44Muito obrigado.
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13:44 - 13:47(Aplausos)
- Title:
- O que aprendemos com cinco milhões de livros
- Speaker:
- Jean-Baptiste Michel + Erez Lieberman Aiden
- Description:
-
Já brincaram com o Ngram Viewer da Google Labs? É uma ferramenta viciante que permite procurar palavras e ideias numa base de dados de cinco milhões de livros através dos séculos. Erez Lieberman Aiden e Jean-Baptiste Michel mostram-nos como funciona e algumas das coisas surpreendentes que podemos aprender com 500 mil milhões de palavras.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 13:48
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for What we learned from 5 million books | |
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Marta Gama added a translation |