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Geoffrey Canada: O fracasso nas nossas escolas. Basta!

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    Estou um pouco nervoso, porque
    a minha esposa Yvonne me disse:
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    "Geoff, tu vês as palestras TED."
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    Eu disse: "Sim, amor, adoro as palestras TED."
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    Ela disse: "Sabes, eles são tipo,
    mesmo inteligentes, talentosos..."
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    Eu disse "Eu sei, eu sei." (Risos)
  • 0:14 - 0:18
    Ela disse: "Eles não querem, tipo,
    um homem negro zangado."
  • 0:18 - 0:20
    (Risos)
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    Então disse: "Não, vou ser bonzinho, Querida,
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    "vou ser bonzinho. Vou mesmo."
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    Mas eu estou zangado. (Risos)
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    E da última vez que vi, eu —
  • 0:31 - 0:34
    (Aplausos)
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    Isto é porque estou entusiasmado,
    mas zangado.
  • 0:39 - 0:44
    Este ano, vai haver milhões de crianças
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    que vamos perder sem necessidade,
  • 0:47 - 0:52
    que podíamos — agora mesmo,
    podíamos salvá-las a todas.
  • 0:52 - 0:56
    Vimos a qualidade dos educadores
    que estiveram aqui.
  • 0:56 - 0:59
    Não me digam que eles não chegariam
    àqueles miúdos
  • 0:59 - 1:01
    e os salvavam. Eu sei que o conseguiam.
  • 1:01 - 1:04
    É absolutamente possível.
  • 1:04 - 1:07
    Porque é que ainda não resolvemos isto?
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    Aqueles de nós na Educação agarraram-se
    a um plano de negócios
  • 1:11 - 1:15
    que não se interessa por quantos
    milhões de jovens falharão.
  • 1:15 - 1:18
    Continuaremos a fazer a mesma coisa
    que não funcionou,
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    e ninguém fica doido com isto — certo? —
  • 1:23 - 1:25
    basta dizer :"Já chega."
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    Aqui está um plano de negócios que
    simplesmente não faz sentido.
  • 1:30 - 1:33
    Sabem, cresci no centro da cidade,
  • 1:33 - 1:38
    e lá havia miúdos a falhar
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    em escolas há 56 anos quando entrei na escola,
  • 1:45 - 1:51
    e essas escolas ainda são péssimas hoje,
    56 anos depois.
  • 1:51 - 1:53
    E sabem uma coisa sobre escolas péssimas?
  • 1:53 - 1:56
    Não é como o vinho.
  • 1:56 - 1:57
    Certo? (Risos)
  • 1:57 - 2:01
    Onde é que se diz "1987 foi um bom ano, não foi?"
  • 2:01 - 2:04
    É assim que isto agora — digo, todos os anos,
  • 2:04 - 2:07
    é sempre a mesma abordagem, não é?
  • 2:07 - 2:11
    Um tamanho para todos, se entendem, ótimo.
    E se não entendem,
  • 2:11 - 2:15
    é má sorte. Só má sorte.
  • 2:15 - 2:18
    Porque não permitimos que haja evolução?
  • 2:18 - 2:20
    Não me digam que não conseguimos
    melhor do que isto.
  • 2:20 - 2:26
    Vamos a um local com miúdos falhados
    desde há 50 anos,
  • 2:26 - 2:28
    e perguntamos: "Qual é o plano?"
  • 2:28 - 2:30
    E dizem: "Bem, vamos fazer
  • 2:30 - 2:33
    "o que fizemos o ano passado."
  • 2:33 - 2:36
    Que tipo de modelo de negócios é esse?
  • 2:36 - 2:42
    Os bancos abriam e funcionavam
    das 10h às 3h.
  • 2:42 - 2:47
    Funcionavam das 10h às 3h.
    Fechavam à hora de almoço.
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    Quem pode ir ao banco das 10h às 3h?
    Os desempregados.
  • 2:52 - 2:55
    Eles não precisam de bancos.
    Não têm dinheiro no banco.
  • 2:55 - 2:59
    Quem criou aquele modelo de negócios?
    Não é?
  • 2:59 - 3:01
    E foi assim durante décadas.
  • 3:01 - 3:03
    Sabem porquê? Porque não queriam saber.
  • 3:03 - 3:05
    Não era pelos clientes.
  • 3:05 - 3:10
    Era pelos banqueiros. Eles criaram algo que
    funcionava para eles.
  • 3:10 - 3:12
    Como podiam ir ao banco
  • 3:12 - 3:15
    quando estavam a trabalhar?
    Não interessava.
  • 3:15 - 3:17
    E eles não se importam se
    o Geoff está chateado
  • 3:17 - 3:20
    por não poder ir ao banco.
    Que procure outro banco.
  • 3:20 - 3:23
    Todos funcionam da mesma forma. Certo?
  • 3:23 - 3:27
    Um dia, um banqueiro louco teve uma ideia.
  • 3:27 - 3:31
    Talvez devêssemos manter o banco aberto
    quando as pessoas saem do trabalho.
  • 3:31 - 3:34
    Talvez gostem. Que tal ao sábado?
  • 3:34 - 3:37
    Que tal introduzir tecnologia?
  • 3:37 - 3:40
    Sou um fã de tecnologia,
    mas tenho de admitir-vos
  • 3:40 - 3:42
    que sou um pouco velho.
  • 3:42 - 3:45
    Fui um pouco lento,
    e não confiava na tecnologia,
  • 3:45 - 3:49
    e quando eles apareceram pela primeira vez
    com aquelas novas máquinas,
  • 3:49 - 3:52
    aquelas caixas em que se mete um cartão
    e sai dinheiro,
  • 3:52 - 3:56
    eu pensei tipo: "De forma nenhuma aquela máquina
    vai contar bem aquele dinheiro.
  • 3:56 - 3:58
    "Nunca vou usar aquilo, certo?"
  • 3:58 - 4:04
    A tecnologia mudou. As coisas mudaram.
  • 4:04 - 4:07
    Mas não na educação.
    Porquê?
  • 4:07 - 4:12
    Porque é que enquanto tínhamos
    telefones giratórios,
  • 4:12 - 4:16
    quando tínhamos gente a ser estropiada
    pela poliomielite,
  • 4:16 - 4:19
    estávamos a ensinar
  • 4:19 - 4:22
    da mesma forma que ensinamos agora?
  • 4:22 - 4:26
    E se fazemos um plano
    para mudar as coisas,
  • 4:26 - 4:28
    as pessoas consideram-nos radicais.
  • 4:28 - 4:31
    Vão dizer as piores coisas de vocês.
  • 4:31 - 4:35
    Disse um dia que, se a ciência diz —
  • 4:35 - 4:38
    é a ciência, não eu — que
    as nossas crianças pobres
  • 4:38 - 4:42
    perdem terreno no verão —
  • 4:42 - 4:44
    Vemos como estão em junho e dizemos:
    Ok, estão aqui.
  • 4:44 - 4:46
    Vêmo-las em setembro, e elas desceram.
  • 4:46 - 4:51
    E dizemos: Uau!
    Soube disso em 1975
  • 4:51 - 4:52
    quando estava na Escola Superior de Educação
    em Harvard.
  • 4:52 - 4:55
    Disse: "Uau, este é um estudo importante.
  • 4:55 - 4:59
    "Porque sugere que devemos fazer algo."
  • 4:59 - 5:03
    (Risos)
  • 5:03 - 5:06
    A cada 10 anos reproduzem o mesmo estudo.
  • 5:06 - 5:07
    Diz exatamente a mesma coisa:
  • 5:07 - 5:10
    "Os miúdos pobres perdem o interesse na escola
    durante o verão."
  • 5:10 - 5:15
    O sistema decide que as escolas
    não funcionam no verão.
  • 5:15 - 5:18
    Sempre me perguntei: "Quem inventa estas regras?"
  • 5:18 - 5:20
    Há alguns anos andei na
    Escola Superior de Harvard.
  • 5:20 - 5:21
    Pensei que sabia qualquer coisa.
  • 5:21 - 5:24
    Disseram que era o calendário agrário,
    e as pessoas tinham —
  • 5:24 - 5:26
    mas deixem dizer-vos que
    não faz sentido.
  • 5:26 - 5:29
    Nunca o percebi. Nunca percebi que,
  • 5:29 - 5:32
    porque quem cultiva sabe
  • 5:32 - 5:35
    que não se plantam colheitas
    em julho e agosto.
  • 5:35 - 5:37
    Plantam-se na primavera.
  • 5:37 - 5:41
    Então quem inventou esta ideia?
    De quem é?
  • 5:41 - 5:43
    Porque é que o fazemos?
  • 5:43 - 5:45
    Acontece que nos anos de 1840's tivemos
  • 5:45 - 5:48
    escolas abertas todo o ano.
    Estavam abertas todo o ano,
  • 5:48 - 5:51
    porque havia muitas pessoas que
    tinham de trabalhar todo o dia.
  • 5:51 - 5:52
    Não tinham sítio nenhum para deixar
    os seus filhos.
  • 5:52 - 5:54
    Era um local perfeito para se ter escolas.
  • 5:54 - 5:57
    Não foi algo ordenado
  • 5:57 - 6:00
    pelos deuses da educação.
  • 6:00 - 6:03
    Então porque não o fazemos?
    Porque não?
  • 6:03 - 6:08
    Porque o nosso negócio se recusou
    a usar a ciência.
  • 6:08 - 6:11
    Ciência. Temos o Bill Gates a vir dizer:
  • 6:11 - 6:15
    "Isto funciona, certo? Podemos fazer isto."
  • 6:15 - 6:20
    Quantos lugares nos E.U.A. vão mudar?
    Nenhum.
  • 6:20 - 6:22
    Nenhum. Ok, há dois. Está certo?
  • 6:22 - 6:27
    Sim, haverá alguns lugares, porque
    algumas pessoas vão fazer a coisa certa.
  • 6:27 - 6:32
    Como profissionais, temos de travar isto.
    A ciência é clara.
  • 6:32 - 6:34
    Aqui está o que sabemos.
  • 6:34 - 6:40
    Sabemos que o problema
    começa imediatamente.
  • 6:40 - 6:44
    Certo? Esta ideia, dos zero aos três.
  • 6:44 - 6:46
    A minha mulher, Yvonne, e eu
    temos quatro filhos,
  • 6:46 - 6:50
    três já crescidos e
    um de 15 anos.
  • 6:50 - 6:51
    É uma história ainda mais longa.
  • 6:51 - 6:53
    (Risos)
  • 6:53 - 6:56
    Com os nossos quatro filhos,
    não sabíamos a ciência
  • 6:56 - 6:58
    sobre o desenvolvimento cerebral.
  • 6:58 - 7:01
    Não sabíamos quão críticos eram
    aqueles primeiros três anos.
  • 7:01 - 7:03
    Não sabíamos o que estava a acontecer
    naqueles jovens cérebros.
  • 7:03 - 7:06
    Não conhecíamos o papel que a língua,
  • 7:06 - 7:08
    o estímulo e a resposta, chamada e resposta,
  • 7:08 - 7:11
    e quão importante era isso
    no desenvolvimento dessas crianças.
  • 7:11 - 7:16
    Agora sabemos isso. O que faremos
    acerca disso? Nada.
  • 7:16 - 7:20
    As pessoas ricas sabem.
    As pessoas cultas sabem.
  • 7:20 - 7:22
    E os seus filhos têm uma vantagem.
  • 7:22 - 7:23
    As pessoas pobres não sabem,
  • 7:23 - 7:26
    e não fazemos nada para as ajudar.
  • 7:26 - 7:28
    Mas sabemos que isto é crítico.
  • 7:28 - 7:31
    Vejamos a creche.
  • 7:31 - 7:33
    Sabemos que é importante para os miúdos.
  • 7:33 - 7:37
    Os miúdos pobres precisam dessa experiência.
  • 7:37 - 7:42
    Não. Em muitos sítios, não existe.
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    Sabemos que os serviços de saúde
    são importantes.
  • 7:44 - 7:46
    Proporcionamos serviços de saúde
  • 7:46 - 7:49
    e as pessoas estão sempre
    de volta de mim, sabem
  • 7:49 - 7:53
    porque sou todo a favor
    da responsabilidade e de dados
  • 7:53 - 7:56
    e dessas coisas boas,
    mas fazemos serviços de saúde,
  • 7:56 - 7:57
    e tenho de reunir muito dinheiro.
  • 7:57 - 7:59
    As pessoas costumavam dizer
    quando vinham dar-nos fundos:
  • 7:59 - 8:02
    "Geoff, porque proporcionam serviços de saúde?"
  • 8:02 - 8:04
    Costumava inventar coisas. Certo?
  • 8:04 - 8:06
    Dizia: "Sabem que uma criança
  • 8:06 - 8:10
    "que tem cáries não vai
  • 8:10 - 8:12
    "ser capaz de estudar bem."
  • 8:12 - 8:16
    E tinha de o fazer porque tinha de
    conseguir o dinheiro.
  • 8:16 - 8:19
    Mas estou mais velho,
    e sabem o que lhes digo agora?
  • 8:19 - 8:22
    Sabem porque providencio aos miúdos
    estes benefícios de saúde
  • 8:22 - 8:24
    e desportos e a diversão e as artes?
  • 8:24 - 8:27
    Porque gosto mesmo de crianças.
  • 8:27 - 8:32
    Gosto mesmo de crianças.
    (Risos) (Aplausos)
  • 8:32 - 8:36
    Mas quando são mesmo chatos,
    as pessoas são mesmo chatas,
  • 8:36 - 8:39
    digo: "Faço-o porque você o faz pelo seu filho."
  • 8:39 - 8:42
    E nunca leram um estudo do MIT
    que dissesse
  • 8:42 - 8:45
    que dar aulas de dança à criança
  • 8:45 - 8:48
    a vai ajudar a ser melhor em álgebra,
  • 8:48 - 8:50
    mas vão dar aulas de dança àquela criança,
  • 8:50 - 8:53
    e vão entusiasmar-se por aquela criança
    querer ter aulas de dança,
  • 8:53 - 8:56
    e isso fazer-vos ganhar o dia.
    E porque não haverão os miúdos pobres
  • 8:56 - 9:02
    de ter a mesma oportunidade?
    É o chão para estas crianças.
  • 9:02 - 9:05
    (Aplausos)
  • 9:05 - 9:08
    Então aqui está a outra coisa.
  • 9:08 - 9:12
    Sou um analista. Acredito que são precisos
    dados, é precisa informação,
  • 9:12 - 9:14
    porque se trabalha em algo,
    pensamos que funciona,
  • 9:14 - 9:16
    e descobrimos que não funciona.
  • 9:16 - 9:18
    São educadores. Trabalham, dizem,
  • 9:18 - 9:21
    pensam que perceberam, ótimo, não?
    E descobrem que eles não perceberam.
  • 9:21 - 9:24
    Mas aqui está o problema com as análises.
  • 9:24 - 9:26
    A análise que fazemos —
  • 9:26 - 9:29
    vamos fazer a análise em Nova Iorque
    para a semana —
  • 9:29 - 9:31
    é em abril.
  • 9:31 - 9:34
    Sabem quando vamos
    receber de volta os resultados?
  • 9:34 - 9:37
    Talvez em julho, talvez em junho.
  • 9:37 - 9:40
    E os resultados têm dados excelentes.
  • 9:40 - 9:43
    Eles vão dizer que o Raheem
    teve mesmo dificuldades,
  • 9:43 - 9:46
    não conseguia fazer multiplicação com dois dígitos
    — então, excelentes dados,
  • 9:46 - 9:49
    mas vamos recebê-los depois
    da escola acabar.
  • 9:49 - 9:51
    Então, o que fazemos?
  • 9:51 - 9:54
    Vamos de férias. (Risos)
  • 9:54 - 9:56
    Voltamos de férias.
  • 9:56 - 10:01
    Agora temos todos estes dados analíticos
    do ano passado.
  • 10:01 - 10:04
    Não se olha para eles.
  • 10:04 - 10:06
    Porque haveríamos de olhar?
  • 10:06 - 10:08
    Vamos ensinámo-los este ano.
  • 10:08 - 10:11
    Quanto dinheiro gastámos nisto tudo?
  • 10:11 - 10:14
    Milhares de milhões de dólares
  • 10:14 - 10:17
    por dados que é tarde demais para usar.
  • 10:17 - 10:19
    Preciso de dados em setembro.
  • 10:19 - 10:21
    Preciso de dados em novembro.
  • 10:21 - 10:23
    Preciso de saber que vocês estão a ter
    dificuldades, e preciso de saber
  • 10:23 - 10:25
    se o que fiz corrigiu isso ou não.
  • 10:25 - 10:27
    Preciso de saber isso esta semana.
  • 10:27 - 10:31
    Não preciso de saber isso no fim do ano
    quando é tarde demais.
  • 10:31 - 10:36
    Porque com o passar dos anos,
    tornei-me algo clarividente.
  • 10:36 - 10:39
    Consigo prever resultados escolares.
  • 10:39 - 10:41
    Levem-me a qualquer escola.
  • 10:41 - 10:44
    Sou bastante bom nas escolas do centro da cidade
    que estão a ter dificuldades.
  • 10:44 - 10:48
    E dizem-me que no ano passado
    48% destes miúdos
  • 10:48 - 10:51
    estavam neste nível de ensino.
  • 10:51 - 10:53
    E eu pergunto: "Ok, qual é o plano,
    o que fizemos
  • 10:53 - 10:54
    "do ano passado para este ano?"
  • 10:54 - 10:55
    Vocês respondem: "Vamos fazer a mesma coisa."
  • 10:55 - 10:58
    Vou fazer uma previsão.
    (Risos)
  • 10:58 - 11:01
    Este ano, algures entre 44
  • 11:01 - 11:04
    e 52% destes miúdos
    vão estar no nível de ensino.
  • 11:04 - 11:08
    E vou acertar todas as vezes.
  • 11:08 - 11:12
    Estamos a gastar todo este dinheiro,
    mas o que obtemos?
  • 11:12 - 11:15
    Os professores precisam de informação real
    neste momento
  • 11:15 - 11:16
    sobre o que se passa com os seus miúdos.
  • 11:16 - 11:22
    A aposta alta é hoje, porque
    podemos fazer algo acerca disto.
  • 11:22 - 11:27
    E aqui está outro assunto que penso
  • 11:27 - 11:29
    que nos deve deixar preocupados.
  • 11:29 - 11:34
    Não podemos sufocar a inovação
    no nosso negócio.
  • 11:34 - 11:38
    Temos de inovar. E as pessoas no nosso negócio
    ficam doidas com a inovação.
  • 11:38 - 11:40
    Ficam aborrecidas se
    se faz algo diferente.
  • 11:40 - 11:41
    Se tentamos algo novo,
    as pessoas são sempre
  • 11:41 - 11:46
    "Oh, escolas de gestão privada.
    Ei, vamos tentar uma coisa. Vamos ver."
  • 11:46 - 11:48
    Isto não funcionou durante 55 anos.
  • 11:48 - 11:51
    Vamos tentar algo diferente.
    E aqui está a fricção.
  • 11:51 - 11:53
    Algumas coisas não vão funcionar.
  • 11:53 - 11:56
    As pessoas dizem-me: "Essas escolas de gestão privada, muitas delas não funcionam."
  • 11:56 - 12:00
    Muitas delas não. Deviam ser fechadas.
  • 12:00 - 12:02
    Acredito realmente que deviam ser fechadas.
  • 12:02 - 12:06
    Mas não podemos confundir a ciência
  • 12:06 - 12:11
    e as coisas que não funcionam com
    não devermos por isso não fazer nada.
  • 12:11 - 12:13
    Certo? Porque não é assim que
    funciona o mundo.
  • 12:13 - 12:14
    Se pensarmos na tecnologia,
  • 12:14 - 12:17
    imaginem que pensávamos assim
    acerca da tecnologia.
  • 12:17 - 12:18
    Sempre que algo não funcionasse,
  • 12:18 - 12:20
    atirávamos com a toalha ao chão e dizíamos:
    "Vamos esquecer isto." Certo?
  • 12:20 - 12:24
    Sabem, convenceram-me. Estou certo que
    alguns de vós eram como eu —
  • 12:24 - 12:28
    a última e maior das coisas, o PalmPilot.
  • 12:28 - 12:31
    Disseram-me: "Geoff, se arranjares este PalmPilot
  • 12:31 - 12:32
    "não vais precisar de mais nada."
  • 12:32 - 12:37
    A coisa durou três semanas. E acabou.
  • 12:37 - 12:41
    Fiquei agoniado por gastar
    o meu dinheiro nesta coisa.
  • 12:41 - 12:47
    Alguém parou de inventar?
    Nem uma pessoa. Nem uma alma.
  • 12:47 - 12:49
    As pessoas seguiram caminho.
    Continuaram a inventar.
  • 12:49 - 12:52
    O facto é que temos falhanço,
    e isso não nos deve impedir
  • 12:52 - 12:55
    de levar a ciência adiante.
  • 12:55 - 12:57
    No nosso trabalho como educadores,
  • 12:57 - 13:00
    há certas coisas que sabemos poder fazer.
  • 13:00 - 13:04
    E temos de conseguir melhor. A avaliação,
    temos de começar mais cedo com os miúdos,
  • 13:04 - 13:07
    temos de assegurar que providenciamos
    o apoio aos jovens.
  • 13:07 - 13:09
    Temos de dar-lhes todas as oportunidades.
  • 13:09 - 13:12
    É isso que temos de fazer.
    Mas esta questão de inovação,
  • 13:12 - 13:16
    esta ideia de que temos de continuar a inovar
  • 13:16 - 13:19
    até que realmente percebamos esta ciência,
  • 13:19 - 13:21
    é algo que é absolutamente crítico.
  • 13:21 - 13:24
    E isto é algo que, já agora,
  • 13:24 - 13:27
    penso que vai ser um desafio
    para toda a nossa área.
  • 13:27 - 13:32
    Os E.U.A. não podem esperar mais 50 anos
    para acertar nisto.
  • 13:32 - 13:35
    Esgotámos o nosso tempo.
  • 13:35 - 13:38
    Não sei nada sobre um abismo fiscal,
    mas sei que há um abismo educacional
  • 13:38 - 13:42
    que percorremos neste preciso momento,
  • 13:42 - 13:46
    e se permitirmos às pessoas
    continuar com esta tolice
  • 13:46 - 13:49
    sobre dizer que não podemos custear isso —
  • 13:49 - 13:51
    O Bill Gates diz que custará
    5 mil milhões de dólares.
  • 13:51 - 13:54
    O que são 5 mil milhões de dólares
    para os E.U.A.?
  • 13:54 - 13:56
    O que gastámos no Afeganistão este ano?
  • 13:56 - 14:00
    Quantos biliões? (Aplausos)
  • 14:00 - 14:03
    Quando o país se preocupa com alguma coisa,
  • 14:03 - 14:07
    gastamos um bilião de dólares
    num piscar de olhos.
  • 14:07 - 14:10
    Quando a segurança dos E.U.A. é ameaçada,
  • 14:10 - 14:13
    gastamos qualquer quantia de dinheiro.
  • 14:13 - 14:16
    A segurança real da nossa nação
  • 14:16 - 14:18
    é preparar a próxima geração
  • 14:18 - 14:21
    para que possam ocupar o nosso lugar
  • 14:21 - 14:25
    e serem os líderes do mundo
  • 14:25 - 14:28
    relativamente ao pensamento
    e à tecnologia e à democracia
  • 14:28 - 14:30
    e tudo aquilo de que gostamos.
  • 14:30 - 14:35
    Atrevo-me a apontar a insignificância,
  • 14:35 - 14:39
    do que nos é pedido para realmente
  • 14:39 - 14:41
    começar a resolver alguns desses problemas.
  • 14:41 - 14:46
    Assim que o fizermos, deixarei
    de estar zangado. (Risos)
  • 14:46 - 14:52
    Então, ajudem-me a chegar lá.
  • 14:52 - 14:54
    Muito obrigado a todos. Muito obrigado.
  • 14:54 - 15:04
    (Aplausos)
  • 15:04 - 15:08
    John Legend: Então qual é a taxa de abandono
    na Zona Infantil do Harlem?
  • 15:08 - 15:09
    Geoffrey Canada: Bem, sabes John,
  • 15:09 - 15:12
    100% dos nossos miúdos acabaram o liceu
  • 15:12 - 15:13
    no ano passado na minha escola.
  • 15:13 - 15:14
    Cem por cento deles foi para a universidade.
  • 15:14 - 15:18
    Os seniores deste ano terão
    100% de finalistas do liceu.
  • 15:18 - 15:21
    Da última vez que ouvi 93%
    foi aceite na Universidade.
  • 15:21 - 15:23
    Temos de colocar também
    aqueles outros 7%.
  • 15:23 - 15:30
    Então é assim que se vai indo.
    (Aplausos)
  • 15:30 - 15:33
    JL: Como se mantêm em contacto com eles
    depois de saírem do liceu?
  • 15:33 - 15:35
    GC: Bem, sabes, um dos maus problemas
  • 15:35 - 15:38
    que temos neste país são estes miúdos,
    os mesmos miúdos,
  • 15:38 - 15:40
    os mesmos miúdos vulneráveis,
    quando os apanhamos na escola,
  • 15:40 - 15:41
    abandonam a escola em números recorde.
  • 15:41 - 15:45
    E então percebemos que
    se tem mesmo de criar
  • 15:45 - 15:48
    uma rede de apoio para estes miúdos
    que de muitas maneiras
  • 15:48 - 15:50
    imita o que faz um bom pai.
  • 15:50 - 15:54
    Eles incomodam-te, não é?
    Ligam-te, e dizem:
  • 15:54 - 15:56
    "Quero ver as tuas notas.
    Como te safaste naquele último teste?
  • 15:56 - 15:59
    "De que estás a falar ao dizer que
    queres abandonar os estudos?
  • 15:59 - 16:00
    "E não vais voltar para aqui."
  • 16:00 - 16:02
    Um punhado dos meus miúdos sabe
    que não pode voltar para o Harlem
  • 16:02 - 16:04
    porque o Geoff está atento a eles.
  • 16:04 - 16:07
    Dizem: "Não posso mesmo voltar."
    — "Não. É melhor ficares na escola."
  • 16:07 - 16:10
    Mas não estou a brincar acerca disto,
  • 16:10 - 16:11
    e vai um pouco à questão da fricção.
  • 16:11 - 16:16
    Quando os miúdos sabem que nos recusamos
    a aceitar que eles falhem,
  • 16:16 - 16:18
    põe neles uma pressão diferente,
  • 16:18 - 16:19
    e eles não desistem tão facilmente.
  • 16:19 - 16:22
    Às vezes eles não o têm lá dentro,
  • 16:22 - 16:24
    e dizem: "Não quero fazer isto,
  • 16:24 - 16:27
    "mas sei que a minha mãe
    vai ficar zangada."
  • 16:27 - 16:30
    Isso importa para os miúdos,
    e ajuda-os a aguentar.
  • 16:30 - 16:34
    Tentamos criar um conjunto de estratégias
    que lhes fornece tutorias
  • 16:34 - 16:38
    e ajuda e apoio, mas também
    um conjunto de encorajamentos
  • 16:38 - 16:40
    que lhes dizem:
    "Tu consegues. Vai ser difícil,
  • 16:40 - 16:42
    "mas recusamo-nos a deixar-te falhar."
  • 16:42 - 16:44
    JL: Bem, obrigado Dr. Canada.
  • 16:44 - 16:45
    Uma salva de palmas para ele mais uma vez.
  • 16:45 - 16:50
    (Aplausos)
Title:
Geoffrey Canada: O fracasso nas nossas escolas. Basta!
Speaker:
Geoffrey Canada
Description:

Mas porque é que o nosso sistema de educação parece tão igual ao que era há 50 anos? Milhões de estudantes fracassavam naquela altura, tal como agora — e é porque estamos agarrados a um modelo de negócios que claramente não funciona. O advogado educacional Geoffrey Canada desafia o sistema a observar os dados, pensar sobre os clientes e fazer alterações sistemáticas para ajudar um maior número de miúdos a alcançarem a excelência.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:07

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