David Perry sobre videogames
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0:00 - 0:02Eu cresci na Irlanda do Norte, bem lá no alto no
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0:02 - 0:04norte bem extremo ali,
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0:04 - 0:06onde é de um frio absolutamente congelante.
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0:07 - 0:10Esse sou eu correndo no quintal de casa no meio do verão.
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0:10 - 0:11(Risadas)
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0:11 - 0:12Eu não conseguia escolher uma carreira.
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0:12 - 0:14Na Irlanda a escolha óbvia era as forças armadas,
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0:14 - 0:18mas pra ser honesto, na verdade, é uma droga.
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0:18 - 0:19(Risadas)
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0:19 - 0:22Minha mãe queria que eu fosse dentista.
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0:22 - 0:24Mas o problema era que as pessoas ficavam explodindo tudo.
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0:24 - 0:26Então, de fato fui pra a escola em Belfast,
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0:26 - 0:28que era onde toda a ação acontecia.
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0:28 - 0:30E esta era uma visão bem comum
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0:30 - 0:32A escola para a qual eu ia era bem chata.
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0:32 - 0:34Eles nos forçavam a aprender coisas como Latim.
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0:35 - 0:37Os professores não estavam se divertindo muito,
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0:37 - 0:39os esportes eram bem sujos ou muito dolorosos.
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0:39 - 0:42Então fui esperto e escolhi o remo, no qual fiquei muito bom.
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0:42 - 0:44E eu representava minha escola remando aqui
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0:44 - 0:47até este fatídico dia, e eu virei o barco na frente
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0:47 - 0:48de toda a escola.
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0:48 - 0:50E esta era o ponto de chegada bem aqui.
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0:50 - 0:51(Risada)
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0:51 - 0:52Então isso foi extremamente embaraçoso.
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0:52 - 0:55Mas nossa escola naquela época teve uma concessão do governo,
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0:55 - 0:57e eles conseguiram um computador incrível, a máquina de pesquisa 3DZ,
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0:57 - 1:00e deixaram os manuais de programação largados por aí.
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1:01 - 1:03E então estudantes como eu sem nada pra fazer,
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1:03 - 1:05nós aprenderíamos a programá-lo.
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1:05 - 1:07Também por volta desta época, em casa,
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1:07 - 1:08este era o computador que as pessoas estavam comprando.
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1:08 - 1:11Era chamado de Sinclair ZX80, isto era um computador de 1K,
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1:11 - 1:14e você comprava seus programas em fitas cassetes.
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1:14 - 1:16Na verdade, eu só vou pausar por um segundo,
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1:16 - 1:18porque eu ouvi que há um pré-requisito para falar aqui no TED --
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1:18 - 1:21você tem que ter uma foto dos velhos tempos de si mesmo com cabelo grande.
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1:21 - 1:23Então eu trouxe uma foto com cabelo grande.
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1:23 - 1:24(Risada)
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1:24 - 1:26Eu só queria tirar isso do caminho.
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1:26 - 1:30Depois do Sinclair ZX80, veio o engenhosamente entitulado
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1:30 - 1:32Sinclair ZX81.
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1:32 - 1:33(Risada)
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1:33 - 1:34E -- você vê a foto no fundo?
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1:34 - 1:36Tem a foto de um cara fazendo o dever de casa com o filho.
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1:36 - 1:39Foi pra isso que eles pensaram que o construíram.
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1:39 - 1:41A realidade é que nós pegamos o manual de programação
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1:41 - 1:42e começamos a fazer jogos pra ele.
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1:42 - 1:43Nós estávamos programando em BASIC,
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1:43 - 1:45que era uma linguagem terrível para jogos,
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1:45 - 1:47então acabamos por aprender a linguagem Assembly
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1:47 - 1:50para podermos realmente tomar o controle do hardware.
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1:50 - 1:52Esse é o cara que o inventou, Sir Clive Sinclair,
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1:52 - 1:53e ele está mostrando sua máquina.
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1:53 - 1:55Vocês tinham a mesma coisa nos EUA,
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1:55 - 1:57tinha o nome de Timex Sinclair1000.
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1:58 - 2:00Para jogar um jogo naqueles dias você tinha que ter imaginação
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2:00 - 2:03para acreditar que você realmente estava jogando "Battlestar Galactica".
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2:03 - 2:06Os gráficos eram horríveis.
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2:06 - 2:08Você tinha que ter uma imaginação ainda melhor pra jogar este jogo,
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2:08 - 2:09"Death Rider" ("Cavaleiro da Morte")
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2:09 - 2:11Mas é claro que os cientistas não podiam evitar.
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2:11 - 2:14Eles começaram a fazer seus próprios jogos.
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2:14 - 2:18Este é um dos meus favoritos aqui, onde eles botam coelhos pra procriar,
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2:18 - 2:21então machos escolhem o coelho da sorte.
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2:21 - 2:23Foi por volta dessa época que fomos do 1K pra 16K,
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2:23 - 2:25o que é um tremendo pulo.
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2:25 - 2:27E se você está se perguntando o quanto é 16K,
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2:27 - 2:29este logo do eBay aqui é 16K.
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2:29 - 2:32E nessa quantidade de memória alguém programou
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2:32 - 2:34um programa inteiro de simulação de vôo.
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2:34 - 2:36E era assim que ele se parecia.
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2:36 - 2:39Eu passei eras voando nesse simulador de vôo,
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2:39 - 2:42e eu honestamente acreditei que podia pilotar aviões no final disso.
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2:42 - 2:46Aqui está Clive Sinclair agora lançando seu computador a cores.
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2:46 - 2:49Ele é reconhecido como sendo o pai dos videogames na Europa.
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2:49 - 2:51Ele é um multi-milionário, e acho que é por isso que ele está
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2:51 - 2:53sorrindo nessa fotografia.
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2:53 - 2:55Então eu passei por volta dos próximos 20 anos
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2:55 - 2:57produzindo um monte de jogos diferentes.
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2:57 - 2:59Alguns dos destaques foram coisas como "O Exterminador do Futuro",
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2:59 - 3:02"Aladdin", as "Tartarugas Adolescentes Mutantes HERÓIS",
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3:02 - 3:03Porque eu era do Reino Unido
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3:03 - 3:07eles acharam que a palavra "ninja" era um pouco malvada demais para crianças,
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3:07 - 3:09então decidiram chamá-los de "heróis".
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3:09 - 3:11Pessoalmente prefiro a versão em espanhol,
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3:11 - 3:13que era "Tortugas Ninja".
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3:13 - 3:15Essa era muito melhor.
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3:15 - 3:17(Risada)
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3:17 - 3:21Então o último jogo que fiz foi baseado em se tentar fazer com que a indústria de jogos
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3:21 - 3:24e Hollywood trabalhassem juntos em algo,
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3:24 - 3:27para ao invés de apenas licenciar um do outro, realmente fazer funcionar.
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3:27 - 3:29Agora, Chris me pediu pra trazer algumas estatísticas comigo,
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3:29 - 3:31então eu fiz isso.
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3:31 - 3:35A indústria de jogos em 2005 se tornou um negócio de 29 bilhões de dólares.
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3:35 - 3:36Ela cresce todo ano.
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3:36 - 3:38Ano passado foi o maior ano.
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3:38 - 3:40Até 2008, vamos acabar com a indústria musical.
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3:41 - 3:44Até 2010, atingiremos 42 bilhões.
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3:45 - 3:4743 por cento dos jogadores são mulheres.
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3:47 - 3:49Então há muito mais jogadoras do que as pessoas têm consciência.
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3:49 - 3:51A idade média dos jogadores?
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3:51 - 3:53Bem, obviamente é para crianças, certo?
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3:53 - 3:54Bem, não, na verdade é de 30 anos.
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3:54 - 3:58E interessantemente, as pessoas que compram a maioria dos jogos têm 37.
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3:58 - 4:00Então 37 é nosso público alvo.
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4:01 - 4:02"Todos os jogos são violentos."
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4:02 - 4:05É claro que os jornais amam bater nessa tecla.
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4:05 - 4:09Mas 83 por cento dos jogos não possuem qualquer tipo de material adulto,
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4:09 - 4:11então isso simplesmente não é verdade.
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4:11 - 4:13Estatísticas de jogos online.
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4:13 - 4:16Eu trouxe algumas coisas sobre "World of Warcraft", são 5.5 milhões de jogadores.
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4:16 - 4:19Ele gera 80 milhões de dólares por mês em assinaturas.
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4:19 - 4:22Custa 50 dólares só pra instalar no seu computador,
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4:22 - 4:26gerando para o distribuidor mais 275 milhões.
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4:26 - 4:28O jogo custou 80 milhões de dólares pra fazer,
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4:28 - 4:30então basicamente ele cobre seus próprios custos em quase um mês.
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4:30 - 4:33Um jogador em um jogo chamado "Projeto Entropia"
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4:33 - 4:37comprou sua própria ilha por 26.500 dólares.
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4:37 - 4:39Você tem que se lembrar que isso não é uma ilha de verdade.
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4:39 - 4:41Ele na verdade não comprou nada, só alguns dados.
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4:41 - 4:43Mas ele conseguiu ótimos contratos com isso.
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4:43 - 4:46Essa compra incluiu direitos de caça e mineração,
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4:46 - 4:48posse de toda a terra na ilha, e um castelo
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4:48 - 4:50sem mobília incluída.
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4:50 - 4:51(Risadas)
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4:51 - 4:55Este mercado é agora estimado acima de 800 milhões de dólares anuais.
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4:55 - 4:57E o que é interessante é que o mercado foi criado
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4:57 - 4:59pelos próprios jogadores.
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4:59 - 5:01Eles encontraram maneiras engenhosas de negociar itens
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5:01 - 5:03e vender suas contas uns para os outros
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5:03 - 5:05para que pudessem ganhar dinheiro enquanto jogavam seus jogos.
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5:05 - 5:07Eu dei uma olhada no eBay uns dois dias atrás
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5:07 - 5:11só pra ver o que estava rolando, digitei World of Warcraft, encontrei 6000 itens.
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5:11 - 5:13Gostei muito desse aqui.
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5:13 - 5:17Um Warlock de nível 60 com vários itens "épicos" por 174 mil dólares.
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5:17 - 5:20Esse cara obviamente teve um trabalhão fazendo isso.
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5:22 - 5:24Então, falando de popularidades de jogos,
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5:24 - 5:26o que você acha que essas pessoas estão fazendo aqui?
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5:26 - 5:31Acontece que eles estão no Hollywood Bowl em Los Angeles
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5:31 - 5:34ouvindo a Filarmônica de L.A. tocando músicas de video game.
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5:34 - 5:35É assim que o espetáculo se parece.
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5:35 - 5:37Você imaginaria que seria bem brega, mas não é.
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5:37 - 5:39É um concerto muito, muito épico, e muito lindo.
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5:39 - 5:41E as pessoas que foram lá absolutamente amaram.
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5:42 - 5:43O que você acha que estas pessoas estão fazendo?
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5:43 - 5:45Elas estão trazendo seus computadores para jogar
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5:45 - 5:47umas contra as outras.
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5:47 - 5:49E isto está acontecendo em todas as cidades mundo afora.
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5:49 - 5:51Está acontecendo nas suas cidades locais também,
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5:51 - 5:52você provavelmente não está a par disso.
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5:52 - 5:55Agora, Chris me disse que vocês tinham um vídeo cronológico alguns anos atrás
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5:55 - 5:59só pra mostrar como os gráficos de video game têm melhorado.
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5:59 - 6:02Eu quis atualizar aquele vídeo e dar a vocês uma nova visão disso.
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6:02 - 6:04Mas o que eu quero que vocês façam é tentar entendê-lo.
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6:04 - 6:06Estamos nessa curva, e os gráficos estão ficando
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6:06 - 6:08tão enormemente melhores.
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6:08 - 6:11E vou mostrar a vocês até talvez 2007.
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6:11 - 6:13Mas quero que tente pensar sobre como jogos poderiam se parecer
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6:13 - 6:15daqui a dez anos.
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6:15 - 6:17Então vamos começar com esse vídeo.
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6:18 - 6:21Vídeo: Através da história humana, as pessoas jogaram jogos.
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6:21 - 6:24Enquanto o intelecto e tecnologias do homem iam evoluindo
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6:24 - 6:27também evoluíram os jogos que ele jogava.
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6:27 - 8:47(Música)
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8:47 - 8:50(Aplauso)
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8:50 - 8:52David Perry: De novo, o que quero que pensem é,
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8:52 - 8:54não olhem pra esses gráficos e pensem que é assim que as coisas são.
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8:54 - 8:56Pensem que é onde estamos agora,
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8:56 - 8:58e a curva em que que estamos significa que isso vai continuar
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8:58 - 9:00a melhorar.
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9:00 - 9:02Este é um exemplo do tipo de gráficos que você precisa ser capaz de desenhar
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9:02 - 9:05se quer conseguir um emprego na indústria de jogos hoje em dia.
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9:05 - 9:07Você precisa ser um artista realmente incrível.
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9:07 - 9:09E uma vez que tenhamos o suficiente desses caras, vamos querer
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9:09 - 9:10mais artistas de fantasia que possam criar lugares
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9:10 - 9:13onde nunca estivemos, ou personagens que
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9:13 - 9:14simplesmente nunca vimos antes.
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9:15 - 9:18Então a coisa óbvia para eu falar hoje é sobre gráficos e áudio.
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9:18 - 9:20Mas se você fosse a uma conferência de desenvolvedores de jogos,
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9:20 - 9:22o que eles estariam falando seria sobre emoção, propósito,
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9:22 - 9:24significado, compreensão e sentimento.
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9:24 - 9:27Você ouvirá palestras como, pode um jogo lhe fazer chorar?
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9:27 - 9:30E esses são os tipos de tópicos que nos importam na realidade.
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9:30 - 9:33Eu conheci um estudante que é absolutamente excelente
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9:33 - 9:36em se expressar, e este estudante concordou
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9:36 - 9:40que não mostraria seu vídeo pra ninguém até que
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9:40 - 9:41vocês aqui no TED o vissem.
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9:41 - 9:43Então eu gostaria de mostrar esse vídeo.
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9:43 - 9:47Então isto é a opinião de um estudante sobre a experiência dele com jogos.
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9:47 - 9:50Video: Eu, como muitos de vocês, vivo em algum lugar entre
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9:50 - 9:52a realidade e os videogames.
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9:52 - 9:56Alguma parte de mim -- uma pessoa de carne e osso --
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9:56 - 10:00se tornou programada, eletrônica e virtual.
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10:00 - 10:02A fronteira do meu cérebro que divide o real da fantasia
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10:02 - 10:04finalmente começou a ruir.
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10:05 - 10:08Eu sou um viciado em videogames e esta é a minha estória.
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10:08 - 10:24(Música)
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10:24 - 10:25No ano do meu nascimento
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10:25 - 10:29o Nintendo Entertainment System (NES) também entrou em desenvolvimento.
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10:34 - 10:36Eu brinquei no quintal, aprendi a ler,
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10:36 - 10:38e até comi alguns dos meus vegetais.
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10:38 - 10:42A maior parte da minha infância foi brincando com Legos.
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10:43 - 10:45Mas como foi o caso para a maior parte da minha geração,
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10:45 - 10:48Eu passei muito tempo em frente a TV.
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10:48 - 10:51Mr. Rogers, Walt Disney, Nick Junior,
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10:51 - 10:54e aproximadamente meio milhão de comerciais sem dúvida deixaram
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10:54 - 10:56suas marcas em mim.
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10:57 - 10:59Quando meus pais compraram nosso primeiro Nintendo pra mim e pra minha irmã,
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10:59 - 11:03qualquer qualidade viciante inerente que este entretenimento eletrônico
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11:03 - 11:09primitivo possuísse rapidamente tomou conta de mim.
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11:14 - 11:17Em algum momento algo aconteceu.
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11:17 - 11:23(Música)
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11:23 - 11:25Com a combinação de estórias simples, interativas
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11:25 - 11:29e o acalento do aparelho de TV, meu simples Nintendo 16-bit
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11:29 - 11:31se tornou mais do que uma fuga.
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11:31 - 11:35Se tornou uma existência alternativa, minha realidade virtual.
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11:35 - 11:53(Música)
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11:53 - 11:55Eu sou um viciado em videogames, e não é por conta
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11:55 - 11:56de certo número de horas que passei jogando,
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11:56 - 12:00ou noites que fiquei sem dormir até terminar a próxima fase.
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12:00 - 12:03É porque eu tive experiências impactantes no espaço virtual,
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12:03 - 12:06e videogames começaram a erodir meu próprio entendimento
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12:06 - 12:09do que é real e o que não é.
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12:10 - 12:13Sou viciado, porque mesmo que saiba que estou perdendo contato com a realidade,
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12:13 - 12:16ainda quero mais.
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12:16 - 12:26(Música)
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12:26 - 12:29Desde bem pequeno eu aprendi a me investir emocionalmente
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12:29 - 12:32no que se desenrolava na tela à minha frente.
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12:32 - 12:36Hoje, depois de 20 anos assistindo TV construída para me fazer emotivo,
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12:36 - 12:40mesmo um comercial decente de seguros traz lágrimas aos meus olhos.
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12:44 - 12:47Sou apenas um de uma nova geração que está crescendo.
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12:47 - 12:50Uma geração que experimenta muito mais significado
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12:50 - 12:53através de videogames do que através do mundo real.
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12:54 - 12:56Os videogames estão se aproximando de um salto evolutivo,
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12:56 - 12:59um ponto onde os mundos de jogos parecerão tão reais
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12:59 - 13:02quanto os filmes que vemos nos cinemas, ou as notícias que vemos na TV.
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13:02 - 13:04E enquanto meu senso de livre arbítrio nesses mundos virtuais
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13:04 - 13:08possa ainda ser limitado, o que eu aprendo se aplica a minha vida real.
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13:09 - 13:11Jogue suficientemente jogos e eventualmente você realmente
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13:11 - 13:14acreditará que pode andar de snowboard, pilotar um avião,
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13:14 - 13:18dirigir por um quarto de milha em nove segundos, ou matar um homem.
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13:18 - 13:21Eu sei que eu posso.
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13:25 - 13:28Diferente de qualquer fenômeno cultural popular anterior,
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13:28 - 13:30videogames nos permitem nos tornar parte da máquina.
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13:30 - 13:33Eles nos permitem sublimar na cultura da realidade interativa,
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13:33 - 13:37baixada, de streaming e de alta definição.
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13:37 - 13:39Estamos interagindo com nosso entretenimento.
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13:40 - 13:42Aprendi a esperar por esse nível de interação.
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13:42 - 13:45Sem isso, os problemas encarados no mundo real --
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13:45 - 13:50pobreza, guerra, doença e genocídio -- perdem a inconstância que deveriam ter.
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13:51 - 13:53Sua importância se dilui no drama sensacionalizado
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13:53 - 13:56do horário nobre da TV.
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13:56 - 13:59Mas a beleza dos videogames de hoje não jazem nos gráficos realistas,
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13:59 - 14:02joysticks vibratórios or sons surround virtuais.
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14:03 - 14:06Ela jaz no fato que esses jogos estão começando a me deixar emocionado.
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14:07 - 14:10Eu lutei em guerras, temi pela minha própria sobrevivência,
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14:10 - 14:14assisti meus companheiros morrerem em praias e florestas que pareciam
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14:14 - 14:17mais reais que qualquer livro ou noticiário.
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14:18 - 14:20As pessoas que criam esses jogos são inteligentes.
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14:20 - 14:24Elas sabem o que me deixa assustado, excitado, apavorado, orgulhoso ou triste.
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14:24 - 14:28Então eles usam essas emoções pra dimensionalizar os mundos que criam.
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14:28 - 14:30Um jogo bem desenhado costurará imperceptivelmente
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14:30 - 14:33o usuário no tecido da experiência virtual
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14:33 - 14:35Enquanto se vai ficando mais experiente
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14:35 - 14:38a percepção do controle físico desaparece.
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14:38 - 14:40Eu sei o que quero fazer e faço.
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14:40 - 14:45Sem botões pra apertar ou gatilhos pra puxar, apenas eu e o jogo.
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14:45 - 14:49Meu destino e o destino do mundo à minha volta estão nas minhas mãos.
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14:53 - 14:56Eu sei que jogos violentos fazem minha mãe se preocupar.
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14:56 - 14:58O que me incomoda não é que violência dos videogames
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14:58 - 15:01está se tornando mais e mais como a violência no mundo real,
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15:01 - 15:04mas que a violência real está começando a se parecer mais e mais
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15:04 - 15:06com um videogame.
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15:06 - 15:13(Música)
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15:13 - 15:16Esses são todos problemas fora de mim mesmo.
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15:16 - 15:18Eu, no entanto, tenho um problema batendo à minha porta.
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15:18 - 15:21Algo aconteceu com meu cérebro.
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15:21 - 15:32(Música)
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15:32 - 15:34Talvez haja uma única parte do nosso cérebro que contém
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15:34 - 15:36todos os nossos instintos primais, as coisas que sabemos fazer
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15:36 - 15:38antes até de pensarmos
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15:38 - 15:41Enquanto alguns desses instintos possam ser inatos, a maioria deles são adquiridos
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15:41 - 15:43e todos eles estão incorporados aos nossos cérebros.
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15:44 - 15:49Estes instintos são essenciais para nossa sobrevivência nos mundos real e virtual.
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15:54 - 15:56Apenas em anos recentes a tecnologia por trás dos jogos
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15:56 - 16:00permitiu uma sobreposição real de estímulos.
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16:00 - 16:03Como jogadores nós agora estamos vivendo as mesmas leis da física
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16:03 - 16:05nas mesmas cidades e fazendo muitas das mesmas coisas
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16:05 - 16:09que já fizemos na vida real, só que virtualmente.
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16:09 - 16:11Considere isto --
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16:11 - 16:14meu carro real tem por volta de 25.000 milhas nele.
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16:14 - 16:19Em todos os meus jogos de corrida, dirigi o total de 31.459 milhas.
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16:19 - 16:22Até certo ponto, aprendi a dirigir através de jogos.
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16:22 - 16:24As deixas visuais são muito similares.
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16:24 - 16:26É uma sensação engraçada quando você passou mais tempo
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16:26 - 16:29fazendo algo na TV do que na vida real.
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16:30 - 16:33Quando estou dirigindo numa estrada ao pôr-do-sol tudo que posso pensar é,
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16:33 - 16:36isto é quase tão lindo quanto meus jogos são.
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16:36 - 16:38Pois meus mundos virtuais são perfeitos.
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16:38 - 16:41Mais lindos e ricos que o mundo real à nossa volta.
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16:41 - 16:44Não sei quais são as implicações da minha experiência,
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16:44 - 16:48mas o potencial de usar estímulos de jogos realistas em repetição
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16:48 - 16:52em um número vasto de participantes leais é assustadora pra mim.
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16:52 - 16:55Hoje eu acredito que o Big Brother encontraria muito mais sucesso
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16:55 - 16:57fazendo lavagem cerebral nas massas com videogames
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16:57 - 17:00do que simplesmente pelas TVs.
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17:00 - 17:03Videogames são divertidos, encantadores, e deixam seu cérebro
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17:03 - 17:06completamente vulnerável para reprogramação.
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17:07 - 17:10Mas talvez lavagem cerebral não seja sempre ruim.
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17:10 - 17:12Imagine um jogo que nos ensine a respeitar uns aos outros,
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17:12 - 17:15ou nos ajude a entender os problemas que todos nós estamos encarando
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17:15 - 17:16no mundo real.
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17:16 - 17:18Também há o potencial pra fazer o bem.
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17:20 - 17:22É crítico que, à medida que esses mundos virtuais continuam a espelhar
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17:22 - 17:25o mundo real em que vivemos, que os desenvolvedores de jogos percebam
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17:25 - 17:27que eles têm tremendas responsabilidades diante deles.
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17:28 - 17:31Não sei o que o futuro dos videogames reserva
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17:31 - 17:32para nossa civilização.
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17:32 - 17:36Mas à medida que as experiências dos mundos virtual real se sobrepôem
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17:36 - 17:38há um potencial cada vez maior para outras pessoas
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17:38 - 17:41sentirem o mesmo que eu sinto.
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17:42 - 17:44O que apenas recentemente cheguei a perceber
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17:44 - 17:48é que além dos gráficos, som, jogabilidade e emoção
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17:48 - 17:51é o poder de desconstruir a realidade que é tão fascinante
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17:51 - 17:53e viciante pra mim.
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17:53 - 17:55Eu sei que estou perdendo o controle.
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17:55 - 17:59Parte de mim está apenas esperando pra se soltar.
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18:02 - 18:05Eu sei que, não importa o quão incrível os jogos possam se tornar,
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18:05 - 18:08ou o quão plano o mundo real possa parecer pra nós,
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18:08 - 18:11devemos nos manter conscientes do que nossos jogos estão nos ensinando
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18:11 - 18:16e como eles nos deixam sentindo quando finalmente desconectamos.
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18:19 - 18:20(Aplauso)
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18:20 - 18:21David Perry: Wow.
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18:21 - 18:28(Aplauso)
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18:28 - 18:31Eu achei esse vídeo muito, muito provocador,
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18:31 - 18:33e foi por isso que quis trazê-lo aqui pra vocês verem.
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18:33 - 18:35E o que é interessante sobre ele é a óbvia escolha
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18:35 - 18:38para que eu fale sobre gráficos e áudio.
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18:38 - 18:41Mas como puderam ouvir, Michael falou sobre todas essas outras coisas também.
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18:42 - 18:44Videogames oferecem um monte de outras coisas também,
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18:44 - 18:45e é por isso que as pessoas ficam tão viciadas.
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18:45 - 18:47A mais importante sendo diversão.
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18:47 - 18:49O nome dessa trilha é "The Magic To Come" (A Magia Por Vir).
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18:49 - 18:50De quem ela virá?
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18:50 - 18:52Virá dos melhores diretores no mundo
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18:52 - 18:53como pensávamos que viria?
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18:53 - 18:54Eu acho que não.
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18:54 - 18:57Acho que virá das crianças que estão crescendo agora
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18:57 - 19:02que não estão presas com todas aquelas coisas que lembramos do passado.
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19:02 - 19:04Elas farão do jeito delas, usando as ferramentas que nós criamos.
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19:04 - 19:07A mesma coisa com estudantes ou pessoas altamente criativas,
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19:07 - 19:09escritores e pessoas assim.
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19:10 - 19:12No que diz respeito a universidades, temos por volta de 350 pelo mundo
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19:12 - 19:15lecionando cursos de videogame.
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19:15 - 19:18Isso significa que há literalmente milhares de novas idéias.
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19:18 - 19:21Algumas das idéias são terríveis e algumas são ótimas.
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19:21 - 19:23Não há nada pior do que ter que ouvir alguém
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19:23 - 19:25tentar te vender uma idéia de jogo realmente ruim.
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19:25 - 19:31(Risadas)
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19:31 - 19:33Chris Anderson: Pode sair, pode sair. Já chega.
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19:33 - 19:36Acabou o tempo dele.
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19:36 - 19:38David Perry: Só tenho um pouquinho mais se você me permitir.
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19:38 - 19:40Chris Anderson: Vá em frente. Mas eu vou ficar bem aqui.
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19:40 - 19:41(Risadas)
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19:41 - 19:44Esta é uma foto legal, porque estes são estudantes vindo pra escola após a aula.
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19:44 - 19:47A escola está fechada, eles estão voltando à meia-noite
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19:47 - 19:49porque querem vender suas idéias de jogos.
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19:49 - 19:50Estou sentado na frente da turma.
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19:50 - 19:52e eles estão de fato oferecendo suas idéias.
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19:52 - 19:54Então é difícil fazer alunos voltarem pra aula,
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19:54 - 19:55mas é possível.
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19:55 - 19:58Esta é minha filha, o nome dela é Emma, ela tem 17 meses de idade.
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19:58 - 20:01E tenho me perguntado, o que Emma experimentará
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20:01 - 20:03no mundo dos videogames?
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20:03 - 20:06E como mostrei aqui nós temos a platéia.
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20:06 - 20:09Ela nunca conhecerá um mundo onde você não possa apertar um botão
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20:09 - 20:11e ter milhões de pessoas prontas para jogar.
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20:11 - 20:13Sabe, nós temos a tecnologia.
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20:13 - 20:15Ela nunca conhecerá um mundo onde os gráficos simplesmente não são
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20:15 - 20:17impressionantes e realmente imersivos.
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20:17 - 20:20E como o vídeo do estudante mostrou, nós podemos impactar e emocionar.
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20:20 - 20:22Ela nunca irá conhecer um mundo onde os videogames
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20:22 - 20:25não são incrivelmente emotivos, e provavelmente a farão chorar.
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20:25 - 20:27Eu só espero que ela goste de videogames.
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20:27 - 20:28(Risadas)
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20:28 - 20:29E para meu pensamento final.
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20:29 - 20:31Jogos parecem simples entretenimento se vistos superficialmente,
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20:31 - 20:33mas para aqueles que gostam de olhar mais a fundo,
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20:33 - 20:36o novo paradigma de videogames poderia abrir novas fronteiras
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20:36 - 20:38para mentes criativas que gostam de pensar grande.
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20:39 - 20:41Onde melhor para desafiar estas mentes do que aqui no TED?
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20:41 - 20:42Obrigado.
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20:42 - 20:44Chris Anderson: David Perry. Isso foi demais.
- Title:
- David Perry sobre videogames
- Speaker:
- David Perry
- Description:
-
O designer de jogos David Perry diz que os videogames do amanhã serão mais do que mera diversão para a próxima geração de jogadores. Eles serão experiências ricas, complexas e emocionais -- mais envolventes e relevantes para alguns do que a vida real.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 20:43
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