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David Perry sobre videogames

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    Eu cresci na Irlanda do Norte, bem lá no alto no
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    norte bem extremo ali,
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    onde é de um frio absolutamente congelante.
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    Esse sou eu correndo no quintal de casa no meio do verão.
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    (Risadas)
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    Eu não conseguia escolher uma carreira.
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    Na Irlanda a escolha óbvia era as forças armadas,
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    mas pra ser honesto, na verdade, é uma droga.
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    (Risadas)
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    Minha mãe queria que eu fosse dentista.
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    Mas o problema era que as pessoas ficavam explodindo tudo.
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    Então, de fato fui pra a escola em Belfast,
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    que era onde toda a ação acontecia.
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    E esta era uma visão bem comum
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    A escola para a qual eu ia era bem chata.
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    Eles nos forçavam a aprender coisas como Latim.
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    Os professores não estavam se divertindo muito,
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    os esportes eram bem sujos ou muito dolorosos.
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    Então fui esperto e escolhi o remo, no qual fiquei muito bom.
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    E eu representava minha escola remando aqui
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    até este fatídico dia, e eu virei o barco na frente
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    de toda a escola.
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    E esta era o ponto de chegada bem aqui.
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    (Risada)
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    Então isso foi extremamente embaraçoso.
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    Mas nossa escola naquela época teve uma concessão do governo,
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    e eles conseguiram um computador incrível, a máquina de pesquisa 3DZ,
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    e deixaram os manuais de programação largados por aí.
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    E então estudantes como eu sem nada pra fazer,
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    nós aprenderíamos a programá-lo.
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    Também por volta desta época, em casa,
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    este era o computador que as pessoas estavam comprando.
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    Era chamado de Sinclair ZX80, isto era um computador de 1K,
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    e você comprava seus programas em fitas cassetes.
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    Na verdade, eu só vou pausar por um segundo,
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    porque eu ouvi que há um pré-requisito para falar aqui no TED --
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    você tem que ter uma foto dos velhos tempos de si mesmo com cabelo grande.
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    Então eu trouxe uma foto com cabelo grande.
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    (Risada)
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    Eu só queria tirar isso do caminho.
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    Depois do Sinclair ZX80, veio o engenhosamente entitulado
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    Sinclair ZX81.
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    (Risada)
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    E -- você vê a foto no fundo?
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    Tem a foto de um cara fazendo o dever de casa com o filho.
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    Foi pra isso que eles pensaram que o construíram.
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    A realidade é que nós pegamos o manual de programação
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    e começamos a fazer jogos pra ele.
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    Nós estávamos programando em BASIC,
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    que era uma linguagem terrível para jogos,
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    então acabamos por aprender a linguagem Assembly
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    para podermos realmente tomar o controle do hardware.
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    Esse é o cara que o inventou, Sir Clive Sinclair,
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    e ele está mostrando sua máquina.
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    Vocês tinham a mesma coisa nos EUA,
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    tinha o nome de Timex Sinclair1000.
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    Para jogar um jogo naqueles dias você tinha que ter imaginação
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    para acreditar que você realmente estava jogando "Battlestar Galactica".
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    Os gráficos eram horríveis.
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    Você tinha que ter uma imaginação ainda melhor pra jogar este jogo,
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    "Death Rider" ("Cavaleiro da Morte")
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    Mas é claro que os cientistas não podiam evitar.
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    Eles começaram a fazer seus próprios jogos.
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    Este é um dos meus favoritos aqui, onde eles botam coelhos pra procriar,
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    então machos escolhem o coelho da sorte.
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    Foi por volta dessa época que fomos do 1K pra 16K,
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    o que é um tremendo pulo.
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    E se você está se perguntando o quanto é 16K,
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    este logo do eBay aqui é 16K.
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    E nessa quantidade de memória alguém programou
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    um programa inteiro de simulação de vôo.
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    E era assim que ele se parecia.
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    Eu passei eras voando nesse simulador de vôo,
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    e eu honestamente acreditei que podia pilotar aviões no final disso.
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    Aqui está Clive Sinclair agora lançando seu computador a cores.
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    Ele é reconhecido como sendo o pai dos videogames na Europa.
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    Ele é um multi-milionário, e acho que é por isso que ele está
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    sorrindo nessa fotografia.
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    Então eu passei por volta dos próximos 20 anos
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    produzindo um monte de jogos diferentes.
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    Alguns dos destaques foram coisas como "O Exterminador do Futuro",
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    "Aladdin", as "Tartarugas Adolescentes Mutantes HERÓIS",
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    Porque eu era do Reino Unido
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    eles acharam que a palavra "ninja" era um pouco malvada demais para crianças,
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    então decidiram chamá-los de "heróis".
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    Pessoalmente prefiro a versão em espanhol,
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    que era "Tortugas Ninja".
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    Essa era muito melhor.
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    (Risada)
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    Então o último jogo que fiz foi baseado em se tentar fazer com que a indústria de jogos
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    e Hollywood trabalhassem juntos em algo,
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    para ao invés de apenas licenciar um do outro, realmente fazer funcionar.
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    Agora, Chris me pediu pra trazer algumas estatísticas comigo,
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    então eu fiz isso.
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    A indústria de jogos em 2005 se tornou um negócio de 29 bilhões de dólares.
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    Ela cresce todo ano.
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    Ano passado foi o maior ano.
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    Até 2008, vamos acabar com a indústria musical.
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    Até 2010, atingiremos 42 bilhões.
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    43 por cento dos jogadores são mulheres.
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    Então há muito mais jogadoras do que as pessoas têm consciência.
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    A idade média dos jogadores?
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    Bem, obviamente é para crianças, certo?
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    Bem, não, na verdade é de 30 anos.
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    E interessantemente, as pessoas que compram a maioria dos jogos têm 37.
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    Então 37 é nosso público alvo.
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    "Todos os jogos são violentos."
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    É claro que os jornais amam bater nessa tecla.
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    Mas 83 por cento dos jogos não possuem qualquer tipo de material adulto,
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    então isso simplesmente não é verdade.
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    Estatísticas de jogos online.
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    Eu trouxe algumas coisas sobre "World of Warcraft", são 5.5 milhões de jogadores.
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    Ele gera 80 milhões de dólares por mês em assinaturas.
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    Custa 50 dólares só pra instalar no seu computador,
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    gerando para o distribuidor mais 275 milhões.
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    O jogo custou 80 milhões de dólares pra fazer,
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    então basicamente ele cobre seus próprios custos em quase um mês.
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    Um jogador em um jogo chamado "Projeto Entropia"
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    comprou sua própria ilha por 26.500 dólares.
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    Você tem que se lembrar que isso não é uma ilha de verdade.
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    Ele na verdade não comprou nada, só alguns dados.
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    Mas ele conseguiu ótimos contratos com isso.
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    Essa compra incluiu direitos de caça e mineração,
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    posse de toda a terra na ilha, e um castelo
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    sem mobília incluída.
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    (Risadas)
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    Este mercado é agora estimado acima de 800 milhões de dólares anuais.
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    E o que é interessante é que o mercado foi criado
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    pelos próprios jogadores.
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    Eles encontraram maneiras engenhosas de negociar itens
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    e vender suas contas uns para os outros
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    para que pudessem ganhar dinheiro enquanto jogavam seus jogos.
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    Eu dei uma olhada no eBay uns dois dias atrás
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    só pra ver o que estava rolando, digitei World of Warcraft, encontrei 6000 itens.
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    Gostei muito desse aqui.
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    Um Warlock de nível 60 com vários itens "épicos" por 174 mil dólares.
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    Esse cara obviamente teve um trabalhão fazendo isso.
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    Então, falando de popularidades de jogos,
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    o que você acha que essas pessoas estão fazendo aqui?
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    Acontece que eles estão no Hollywood Bowl em Los Angeles
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    ouvindo a Filarmônica de L.A. tocando músicas de video game.
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    É assim que o espetáculo se parece.
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    Você imaginaria que seria bem brega, mas não é.
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    É um concerto muito, muito épico, e muito lindo.
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    E as pessoas que foram lá absolutamente amaram.
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    O que você acha que estas pessoas estão fazendo?
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    Elas estão trazendo seus computadores para jogar
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    umas contra as outras.
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    E isto está acontecendo em todas as cidades mundo afora.
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    Está acontecendo nas suas cidades locais também,
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    você provavelmente não está a par disso.
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    Agora, Chris me disse que vocês tinham um vídeo cronológico alguns anos atrás
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    só pra mostrar como os gráficos de video game têm melhorado.
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    Eu quis atualizar aquele vídeo e dar a vocês uma nova visão disso.
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    Mas o que eu quero que vocês façam é tentar entendê-lo.
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    Estamos nessa curva, e os gráficos estão ficando
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    tão enormemente melhores.
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    E vou mostrar a vocês até talvez 2007.
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    Mas quero que tente pensar sobre como jogos poderiam se parecer
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    daqui a dez anos.
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    Então vamos começar com esse vídeo.
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    Vídeo: Através da história humana, as pessoas jogaram jogos.
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    Enquanto o intelecto e tecnologias do homem iam evoluindo
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    também evoluíram os jogos que ele jogava.
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    (Música)
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    (Aplauso)
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    David Perry: De novo, o que quero que pensem é,
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    não olhem pra esses gráficos e pensem que é assim que as coisas são.
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    Pensem que é onde estamos agora,
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    e a curva em que que estamos significa que isso vai continuar
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    a melhorar.
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    Este é um exemplo do tipo de gráficos que você precisa ser capaz de desenhar
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    se quer conseguir um emprego na indústria de jogos hoje em dia.
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    Você precisa ser um artista realmente incrível.
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    E uma vez que tenhamos o suficiente desses caras, vamos querer
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    mais artistas de fantasia que possam criar lugares
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    onde nunca estivemos, ou personagens que
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    simplesmente nunca vimos antes.
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    Então a coisa óbvia para eu falar hoje é sobre gráficos e áudio.
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    Mas se você fosse a uma conferência de desenvolvedores de jogos,
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    o que eles estariam falando seria sobre emoção, propósito,
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    significado, compreensão e sentimento.
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    Você ouvirá palestras como, pode um jogo lhe fazer chorar?
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    E esses são os tipos de tópicos que nos importam na realidade.
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    Eu conheci um estudante que é absolutamente excelente
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    em se expressar, e este estudante concordou
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    que não mostraria seu vídeo pra ninguém até que
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    vocês aqui no TED o vissem.
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    Então eu gostaria de mostrar esse vídeo.
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    Então isto é a opinião de um estudante sobre a experiência dele com jogos.
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    Video: Eu, como muitos de vocês, vivo em algum lugar entre
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    a realidade e os videogames.
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    Alguma parte de mim -- uma pessoa de carne e osso --
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    se tornou programada, eletrônica e virtual.
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    A fronteira do meu cérebro que divide o real da fantasia
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    finalmente começou a ruir.
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    Eu sou um viciado em videogames e esta é a minha estória.
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    (Música)
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    No ano do meu nascimento
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    o Nintendo Entertainment System (NES) também entrou em desenvolvimento.
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    Eu brinquei no quintal, aprendi a ler,
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    e até comi alguns dos meus vegetais.
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    A maior parte da minha infância foi brincando com Legos.
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    Mas como foi o caso para a maior parte da minha geração,
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    Eu passei muito tempo em frente a TV.
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    Mr. Rogers, Walt Disney, Nick Junior,
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    e aproximadamente meio milhão de comerciais sem dúvida deixaram
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    suas marcas em mim.
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    Quando meus pais compraram nosso primeiro Nintendo pra mim e pra minha irmã,
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    qualquer qualidade viciante inerente que este entretenimento eletrônico
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    primitivo possuísse rapidamente tomou conta de mim.
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    Em algum momento algo aconteceu.
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    (Música)
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    Com a combinação de estórias simples, interativas
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    e o acalento do aparelho de TV, meu simples Nintendo 16-bit
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    se tornou mais do que uma fuga.
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    Se tornou uma existência alternativa, minha realidade virtual.
  • 11:35 - 11:53
    (Música)
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    Eu sou um viciado em videogames, e não é por conta
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    de certo número de horas que passei jogando,
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    ou noites que fiquei sem dormir até terminar a próxima fase.
  • 12:00 - 12:03
    É porque eu tive experiências impactantes no espaço virtual,
  • 12:03 - 12:06
    e videogames começaram a erodir meu próprio entendimento
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    do que é real e o que não é.
  • 12:10 - 12:13
    Sou viciado, porque mesmo que saiba que estou perdendo contato com a realidade,
  • 12:13 - 12:16
    ainda quero mais.
  • 12:16 - 12:26
    (Música)
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    Desde bem pequeno eu aprendi a me investir emocionalmente
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    no que se desenrolava na tela à minha frente.
  • 12:32 - 12:36
    Hoje, depois de 20 anos assistindo TV construída para me fazer emotivo,
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    mesmo um comercial decente de seguros traz lágrimas aos meus olhos.
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    Sou apenas um de uma nova geração que está crescendo.
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    Uma geração que experimenta muito mais significado
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    através de videogames do que através do mundo real.
  • 12:54 - 12:56
    Os videogames estão se aproximando de um salto evolutivo,
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    um ponto onde os mundos de jogos parecerão tão reais
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    quanto os filmes que vemos nos cinemas, ou as notícias que vemos na TV.
  • 13:02 - 13:04
    E enquanto meu senso de livre arbítrio nesses mundos virtuais
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    possa ainda ser limitado, o que eu aprendo se aplica a minha vida real.
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    Jogue suficientemente jogos e eventualmente você realmente
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    acreditará que pode andar de snowboard, pilotar um avião,
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    dirigir por um quarto de milha em nove segundos, ou matar um homem.
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    Eu sei que eu posso.
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    Diferente de qualquer fenômeno cultural popular anterior,
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    videogames nos permitem nos tornar parte da máquina.
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    Eles nos permitem sublimar na cultura da realidade interativa,
  • 13:33 - 13:37
    baixada, de streaming e de alta definição.
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    Estamos interagindo com nosso entretenimento.
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    Aprendi a esperar por esse nível de interação.
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    Sem isso, os problemas encarados no mundo real --
  • 13:45 - 13:50
    pobreza, guerra, doença e genocídio -- perdem a inconstância que deveriam ter.
  • 13:51 - 13:53
    Sua importância se dilui no drama sensacionalizado
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    do horário nobre da TV.
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    Mas a beleza dos videogames de hoje não jazem nos gráficos realistas,
  • 13:59 - 14:02
    joysticks vibratórios or sons surround virtuais.
  • 14:03 - 14:06
    Ela jaz no fato que esses jogos estão começando a me deixar emocionado.
  • 14:07 - 14:10
    Eu lutei em guerras, temi pela minha própria sobrevivência,
  • 14:10 - 14:14
    assisti meus companheiros morrerem em praias e florestas que pareciam
  • 14:14 - 14:17
    mais reais que qualquer livro ou noticiário.
  • 14:18 - 14:20
    As pessoas que criam esses jogos são inteligentes.
  • 14:20 - 14:24
    Elas sabem o que me deixa assustado, excitado, apavorado, orgulhoso ou triste.
  • 14:24 - 14:28
    Então eles usam essas emoções pra dimensionalizar os mundos que criam.
  • 14:28 - 14:30
    Um jogo bem desenhado costurará imperceptivelmente
  • 14:30 - 14:33
    o usuário no tecido da experiência virtual
  • 14:33 - 14:35
    Enquanto se vai ficando mais experiente
  • 14:35 - 14:38
    a percepção do controle físico desaparece.
  • 14:38 - 14:40
    Eu sei o que quero fazer e faço.
  • 14:40 - 14:45
    Sem botões pra apertar ou gatilhos pra puxar, apenas eu e o jogo.
  • 14:45 - 14:49
    Meu destino e o destino do mundo à minha volta estão nas minhas mãos.
  • 14:53 - 14:56
    Eu sei que jogos violentos fazem minha mãe se preocupar.
  • 14:56 - 14:58
    O que me incomoda não é que violência dos videogames
  • 14:58 - 15:01
    está se tornando mais e mais como a violência no mundo real,
  • 15:01 - 15:04
    mas que a violência real está começando a se parecer mais e mais
  • 15:04 - 15:06
    com um videogame.
  • 15:06 - 15:13
    (Música)
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    Esses são todos problemas fora de mim mesmo.
  • 15:16 - 15:18
    Eu, no entanto, tenho um problema batendo à minha porta.
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    Algo aconteceu com meu cérebro.
  • 15:21 - 15:32
    (Música)
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    Talvez haja uma única parte do nosso cérebro que contém
  • 15:34 - 15:36
    todos os nossos instintos primais, as coisas que sabemos fazer
  • 15:36 - 15:38
    antes até de pensarmos
  • 15:38 - 15:41
    Enquanto alguns desses instintos possam ser inatos, a maioria deles são adquiridos
  • 15:41 - 15:43
    e todos eles estão incorporados aos nossos cérebros.
  • 15:44 - 15:49
    Estes instintos são essenciais para nossa sobrevivência nos mundos real e virtual.
  • 15:54 - 15:56
    Apenas em anos recentes a tecnologia por trás dos jogos
  • 15:56 - 16:00
    permitiu uma sobreposição real de estímulos.
  • 16:00 - 16:03
    Como jogadores nós agora estamos vivendo as mesmas leis da física
  • 16:03 - 16:05
    nas mesmas cidades e fazendo muitas das mesmas coisas
  • 16:05 - 16:09
    que já fizemos na vida real, só que virtualmente.
  • 16:09 - 16:11
    Considere isto --
  • 16:11 - 16:14
    meu carro real tem por volta de 25.000 milhas nele.
  • 16:14 - 16:19
    Em todos os meus jogos de corrida, dirigi o total de 31.459 milhas.
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    Até certo ponto, aprendi a dirigir através de jogos.
  • 16:22 - 16:24
    As deixas visuais são muito similares.
  • 16:24 - 16:26
    É uma sensação engraçada quando você passou mais tempo
  • 16:26 - 16:29
    fazendo algo na TV do que na vida real.
  • 16:30 - 16:33
    Quando estou dirigindo numa estrada ao pôr-do-sol tudo que posso pensar é,
  • 16:33 - 16:36
    isto é quase tão lindo quanto meus jogos são.
  • 16:36 - 16:38
    Pois meus mundos virtuais são perfeitos.
  • 16:38 - 16:41
    Mais lindos e ricos que o mundo real à nossa volta.
  • 16:41 - 16:44
    Não sei quais são as implicações da minha experiência,
  • 16:44 - 16:48
    mas o potencial de usar estímulos de jogos realistas em repetição
  • 16:48 - 16:52
    em um número vasto de participantes leais é assustadora pra mim.
  • 16:52 - 16:55
    Hoje eu acredito que o Big Brother encontraria muito mais sucesso
  • 16:55 - 16:57
    fazendo lavagem cerebral nas massas com videogames
  • 16:57 - 17:00
    do que simplesmente pelas TVs.
  • 17:00 - 17:03
    Videogames são divertidos, encantadores, e deixam seu cérebro
  • 17:03 - 17:06
    completamente vulnerável para reprogramação.
  • 17:07 - 17:10
    Mas talvez lavagem cerebral não seja sempre ruim.
  • 17:10 - 17:12
    Imagine um jogo que nos ensine a respeitar uns aos outros,
  • 17:12 - 17:15
    ou nos ajude a entender os problemas que todos nós estamos encarando
  • 17:15 - 17:16
    no mundo real.
  • 17:16 - 17:18
    Também há o potencial pra fazer o bem.
  • 17:20 - 17:22
    É crítico que, à medida que esses mundos virtuais continuam a espelhar
  • 17:22 - 17:25
    o mundo real em que vivemos, que os desenvolvedores de jogos percebam
  • 17:25 - 17:27
    que eles têm tremendas responsabilidades diante deles.
  • 17:28 - 17:31
    Não sei o que o futuro dos videogames reserva
  • 17:31 - 17:32
    para nossa civilização.
  • 17:32 - 17:36
    Mas à medida que as experiências dos mundos virtual real se sobrepôem
  • 17:36 - 17:38
    há um potencial cada vez maior para outras pessoas
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    sentirem o mesmo que eu sinto.
  • 17:42 - 17:44
    O que apenas recentemente cheguei a perceber
  • 17:44 - 17:48
    é que além dos gráficos, som, jogabilidade e emoção
  • 17:48 - 17:51
    é o poder de desconstruir a realidade que é tão fascinante
  • 17:51 - 17:53
    e viciante pra mim.
  • 17:53 - 17:55
    Eu sei que estou perdendo o controle.
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    Parte de mim está apenas esperando pra se soltar.
  • 18:02 - 18:05
    Eu sei que, não importa o quão incrível os jogos possam se tornar,
  • 18:05 - 18:08
    ou o quão plano o mundo real possa parecer pra nós,
  • 18:08 - 18:11
    devemos nos manter conscientes do que nossos jogos estão nos ensinando
  • 18:11 - 18:16
    e como eles nos deixam sentindo quando finalmente desconectamos.
  • 18:19 - 18:20
    (Aplauso)
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    David Perry: Wow.
  • 18:21 - 18:28
    (Aplauso)
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    Eu achei esse vídeo muito, muito provocador,
  • 18:31 - 18:33
    e foi por isso que quis trazê-lo aqui pra vocês verem.
  • 18:33 - 18:35
    E o que é interessante sobre ele é a óbvia escolha
  • 18:35 - 18:38
    para que eu fale sobre gráficos e áudio.
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    Mas como puderam ouvir, Michael falou sobre todas essas outras coisas também.
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    Videogames oferecem um monte de outras coisas também,
  • 18:44 - 18:45
    e é por isso que as pessoas ficam tão viciadas.
  • 18:45 - 18:47
    A mais importante sendo diversão.
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    O nome dessa trilha é "The Magic To Come" (A Magia Por Vir).
  • 18:49 - 18:50
    De quem ela virá?
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    Virá dos melhores diretores no mundo
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    como pensávamos que viria?
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    Eu acho que não.
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    Acho que virá das crianças que estão crescendo agora
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    que não estão presas com todas aquelas coisas que lembramos do passado.
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    Elas farão do jeito delas, usando as ferramentas que nós criamos.
  • 19:04 - 19:07
    A mesma coisa com estudantes ou pessoas altamente criativas,
  • 19:07 - 19:09
    escritores e pessoas assim.
  • 19:10 - 19:12
    No que diz respeito a universidades, temos por volta de 350 pelo mundo
  • 19:12 - 19:15
    lecionando cursos de videogame.
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    Isso significa que há literalmente milhares de novas idéias.
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    Algumas das idéias são terríveis e algumas são ótimas.
  • 19:21 - 19:23
    Não há nada pior do que ter que ouvir alguém
  • 19:23 - 19:25
    tentar te vender uma idéia de jogo realmente ruim.
  • 19:25 - 19:31
    (Risadas)
  • 19:31 - 19:33
    Chris Anderson: Pode sair, pode sair. Já chega.
  • 19:33 - 19:36
    Acabou o tempo dele.
  • 19:36 - 19:38
    David Perry: Só tenho um pouquinho mais se você me permitir.
  • 19:38 - 19:40
    Chris Anderson: Vá em frente. Mas eu vou ficar bem aqui.
  • 19:40 - 19:41
    (Risadas)
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    Esta é uma foto legal, porque estes são estudantes vindo pra escola após a aula.
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    A escola está fechada, eles estão voltando à meia-noite
  • 19:47 - 19:49
    porque querem vender suas idéias de jogos.
  • 19:49 - 19:50
    Estou sentado na frente da turma.
  • 19:50 - 19:52
    e eles estão de fato oferecendo suas idéias.
  • 19:52 - 19:54
    Então é difícil fazer alunos voltarem pra aula,
  • 19:54 - 19:55
    mas é possível.
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    Esta é minha filha, o nome dela é Emma, ela tem 17 meses de idade.
  • 19:58 - 20:01
    E tenho me perguntado, o que Emma experimentará
  • 20:01 - 20:03
    no mundo dos videogames?
  • 20:03 - 20:06
    E como mostrei aqui nós temos a platéia.
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    Ela nunca conhecerá um mundo onde você não possa apertar um botão
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    e ter milhões de pessoas prontas para jogar.
  • 20:11 - 20:13
    Sabe, nós temos a tecnologia.
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    Ela nunca conhecerá um mundo onde os gráficos simplesmente não são
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    impressionantes e realmente imersivos.
  • 20:17 - 20:20
    E como o vídeo do estudante mostrou, nós podemos impactar e emocionar.
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    Ela nunca irá conhecer um mundo onde os videogames
  • 20:22 - 20:25
    não são incrivelmente emotivos, e provavelmente a farão chorar.
  • 20:25 - 20:27
    Eu só espero que ela goste de videogames.
  • 20:27 - 20:28
    (Risadas)
  • 20:28 - 20:29
    E para meu pensamento final.
  • 20:29 - 20:31
    Jogos parecem simples entretenimento se vistos superficialmente,
  • 20:31 - 20:33
    mas para aqueles que gostam de olhar mais a fundo,
  • 20:33 - 20:36
    o novo paradigma de videogames poderia abrir novas fronteiras
  • 20:36 - 20:38
    para mentes criativas que gostam de pensar grande.
  • 20:39 - 20:41
    Onde melhor para desafiar estas mentes do que aqui no TED?
  • 20:41 - 20:42
    Obrigado.
  • 20:42 - 20:44
    Chris Anderson: David Perry. Isso foi demais.
Title:
David Perry sobre videogames
Speaker:
David Perry
Description:

O designer de jogos David Perry diz que os videogames do amanhã serão mais do que mera diversão para a próxima geração de jogadores. Eles serão experiências ricas, complexas e emocionais -- mais envolventes e relevantes para alguns do que a vida real.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
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