Richard Sears: Planejando para o fim do petróleo.

Enquanto a atenção mundial está dirigida aos problemas da extração de petróleo, apresentamos a palestra de Richard Sears do começo de Feveriro de 2010. Sears, um perito em desenvolvimento de novos recursos energéticos, fala sobre nosso invevitável e necessário afastamento do petróleo. Em direção ... ao que?

Nos próximos minutos, falaremos sobre energia.

E será uma conversa meio variada.

Vou tentar contar uma história sobre energia,

e o petróleo é um conveniente ponto de partida.

A palestra será genericamente sobre energia,

mas petróleo é um bom lugar para se começar.

E uma das razões é, essa coisa interessante.

Você pega mais ou menos oito átomos de carbono,

uns 20 átomos de hidrogênio,

você os coloca juntos da maneira exata

e você consegue esse maravilhoso líquido

muito denso em energia e muito fácil de se refinar

em diversos produtos e combustíveis muito úteis.

É uma coisa ótima.

Agora, até onde sabemos,

existe um monte de petróleo aí pelo mundo.

Aqui está meu pequeno mapa de bolso

de onde ele está todo localizado.

Um maior para vocês verem.

Mas é só isso. Esse é todo o petróleo do mundo.

Geólogos tem uma boa noção de onde está esse petróleo.

É algo em torno de 100 trilhões de galões. [378 trilhões de litros]

de petróleo cru

ainda por ser desenvolvido e produzido no mundo hoje.

Agora, essa é apenas uma história sobre o petróleo,

e nós a poderíamos finalizar por aí e dizer,

"Bem, o petróleo vai durar para sempre

porque, bem, existe muito petróleo.

Mas, na verdade, existe mais sobre esta história que isso.

Oh, aliás, se vocês acham que estão muito longe deste petróleo,

1000 metros abaixo de onde todos vocês estão sentados

está um dos maiores campos produtores de petróleo do mundo.

Venham falar comigo sobre isso. Darei mais detalhes, se quiserem.

Então essa é uma das histórias sobre o petróleo. Existe muito petróleo.

Mas e o petróleo? Onde ele está no sistema energético?

Aqui está um pequeno retrado de 150 anos do petróleo.

E ele tem sido uma parte dominante do nosso sistema energético

na maior parte desses 150 anos.

Agora, aqui está um outro segredinho que vou contar para vocês.

Nos últimos 25 anos,

o petróleo tem tomado cada vez menos parte

no sistema energético global.

Houve uma espécie de pico de petróleo em 1985,

em que o petróleo representou 50 por cento do abastecimento global de energia.

Agora, é aproximadamente 35 por cento.

Está diminuindo.

e acredito que continuará a diminuir.

O consumo de gasolina nos Estados Unidos, provavelmente teve se pico em 2007

e está diminuindo.

Então o petróleo está representando um papel menos significativo

a cada ano.

E então, 25 anos atrás,

houve um pico de petróleo

assim como nos anos 1920,

houve um pico de carvão mineral,

e cem anos antes disso,

houve um pico de madeira.

Essa é uma imagem muito importante da evolução dos sistemas energéticos.

E quem está fazendo seu trabalho nas últimas décadas?

Bem, bastante gás natural

e um pouco de energia nuclear, para começar.

E o que o futuro reserva?

Bem, pense a frente de nós algumas décadas

está o pico de gás,

a além dele,

o pico de renováveis.

Agora, contarei para vocês outra muito importante

historinha sobre essa imagem.

Agora, não estou fingindo que o uso total de energia

não está aumentando. Ele está.

Essa é uma outra parte da história. Venham conversar comigo sobre isso.

Darei mais detalhes.

Mas há uma mensagem muito importante aqui.

Estes são 200 anos de história.

E por 200 anos, estamos sistematicamente descarbonizando

nosso sistema energético.

Sistemas energéticos mundiais

se tornando progressivamente, ano a ano,

década a década, século a século,

se tornando menos intensos em carbono.

E isso continua no futuro

Com os renováveis que desenvolvemos hoje,

alcançando talvez 30 por cento da energia primária

até o meio do século.

Agora, este poderia ser o fim da história --

Okay, apenas substituimos tudo com renováveis convencionais --

mas eu acho, realmente, que há mais que isso nesta história.

E para contar a próxima parte desta história --

e isso é pensando em, digamos 2100 e além.

Qual é o futuro

da energia livre de carbono verdadeiramente sustentável?

Bem, temos de fazer uma pequena viagem.

E começamos no Texas central.

Aqui está um pedaço de calcário.

Que peguei próximo de Marble Falls, Texas.

Ela tem aproximadamente 400 milhões de anos.

E é simplesmente calcário, não há nada de especial.

Agora, aqui está um pedaço de giz.

Peguei-o no M.I.T. É um pouco mais jovem.

E é diferente desse calcário. Vocês podem ver.

Vocês não construiriam um prédio com isso,

e vocês não tentariam dar uma palestra e escrever no quadro negro com isso.

Sim, é muito diferente. Não, não é diferente.

Não é diferente. É a mesma coisa,

carbonato de cálcio, carbonato de cálcio.

O que está diferente, é como as moléculas se juntam.

Agora, se você acha isso legal,

a história fica realmente legal agora.

Próximo à costa da California, aparece isso.

É uma concha de abalone.

Agora, milhões de abalones todo ano

fazem esta concha.

Oh, aliás, caso vocês já não estivessem adivinhando,

é carbonato de cálcio.

É a mesma coisa que isso

e a mesma coisa que isso.

Mas não é a mesma coisa, é diferente.

É milhares de vezes,

talvez 3.000 vezes mais resistente que isso.

E por que? Porque o humilde abalone

é capaz de depositar

os cristais de carbonado de cálcio em camadas,

fazendo está linda, iridiscente

madrepérola.

Um material muito especializado

que o abalone monta sozinho,

milhões de abalones,

todo o tempo, todo dia, todo ano.

Isso é uma coisa bem incrível.

Tudo igual, o que é diferente?

Como as moléculas se juntam.

Agora, o que isso tem a ver com energia?

Aqui está um pedaço de carvão.

E vou sugerir que este carvão

é tão excitante

quanto este giz.

Agora, estejamos falando de combustíveis

ou portadores de energia

ou talvez materiais inovadores para baterias

ou células de combustível,

A natureza ainda não construiu estes materiais perfeitos

porque a natureza não precisou.

A natureza não precisou porque, ao contrário da concha de abalone,

a sobrevivência das espécies não dependeu

da construção desses materiais

até talvez agora, quando isso pode importar.

Então, quando pensamos sobre o futuro da energia,

imagine,

como seria

se, em vez disso,

pudéssemos construir a energia equivalente a isso,

apenas rearranjando as móleculas de maneira diferente.

E então essa é minha história.

O petróleo nunca vai acabar.

Não porque existe muito dele.

Não porque vamos construir um bazilhão de moinhos de vento.

É porque, bem,

milhares de anos atrás,

as pessoas inventaram as idéias

elas tiveram idéias, inovações, tecnologia.

E a Idade da Pedra terminou,

não porque acabaram-se as pedras.

(Risos)

São as idéias, as inovações, a tecnologia

que acabaram com a era do petróleo muito antes que ele acabe.

Muito obrigado.

(Aplausos)