Jornalismo cidadão | Paul Lewis | TEDxThessaloniki
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0:06 - 0:08Olá pessoal!
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0:09 - 0:14Estou aqui pra falar sobre
uma nova forma de fazer jornalismo. -
0:14 - 0:17Algumas pessoas a chamam
de "jornalismo cidadão", -
0:17 - 0:19outras a chamam
de "jornalismo colaborativo". -
0:19 - 0:24Mas, na verdade, significa o seguinte:
para os jornalistas, pessoas como eu, -
0:24 - 0:28significa aceitar
que não se pode saber tudo -
0:28 - 0:30e permitir que outras pessoas,
por meio da tecnologia, -
0:30 - 0:33sejam seus olhos e seus ouvidos.
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0:33 - 0:37E para pessoas como você,
para outros membros do público, -
0:37 - 0:40significa não ser somente
consumidores passivos de notícias, -
0:40 - 0:42mas também coproduzi-las.
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0:42 - 0:46Acredito que pode ser um processo
realmente fortalecedor. -
0:46 - 0:51Pode permitir que as pessoas comuns
responsabilizem as grandes organizações. -
0:51 - 0:54Assim, vou explicar sobre isso
hoje, com dois casos, -
0:54 - 0:57duas histórias que investiguei.
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0:57 - 1:00Ambas envolvem mortes contraditórias.
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1:00 - 1:05Nos dois casos, as autoridades mostraram
uma versão oficial dos acontecimentos, -
1:05 - 1:07que era, de certa forma, enganosa.
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1:07 - 1:12Fomos capazes de dizer uma verdade
alternativa utilizando nova tecnologia, -
1:12 - 1:15utilizando a mídia social,
particularmente o Twitter. -
1:15 - 1:18Essencialmente, estou falando
sobre o jornalismo cidadão. -
1:18 - 1:21Vamos ao primeiro caso:
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1:21 - 1:24esse é Ian Tomlinson,
o homem em primeiro plano. -
1:24 - 1:30Ele era jornaleiro em Londres,
e no dia 1 de abril de 2009, -
1:30 - 1:33ele morreu nos protestos
do G20 em Londres. -
1:34 - 1:38Ele não era manifestante, estava tentando
voltar para casa, após o trabalho, -
1:38 - 1:42passando pelas manifestações.
Mas ele não chegou em casa. -
1:42 - 1:45Ele encontrou um homem
atrás dele, e, como podem ver, -
1:45 - 1:48esse homem cobriu seu rosto com um capuz.
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1:48 - 1:51E, de fato, ele não estava
mostrando seu crachá. -
1:51 - 1:54Mas posso dizer agora,
ele era o policial Simon Harwood, -
1:54 - 1:57um policial da polícia
metropolitana de Londres. -
1:57 - 2:01De fato, ele era do grupo
do apoio territorial de elite. -
2:01 - 2:06Momentos depois dessa foto, Harwood
atingiu Tomlinson com um bastão, -
2:06 - 2:10e o empurrou para o chão.
Tomlinson morreu momentos depois. -
2:11 - 2:15Mas essa não era a história
que a polícia queria que contássemos. -
2:15 - 2:18Inicialmente, com declarações
oficiais e informações extra oficiais, -
2:18 - 2:23eles disseram que Ian Tomlinson
morreu de causas naturais. -
2:23 - 2:26Disseram que não houve
contato com a polícia, -
2:26 - 2:28que não havia marcas em seu corpo.
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2:28 - 2:32Na verdade, eles disseram que
quando a polícia tentou reanimá-lo, -
2:32 - 2:35os médicos policiais foram impedidos,
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2:35 - 2:40porque manifestantes jogavam objetos,
possivelmente garrafas, na polícia. -
2:41 - 2:44O resultado disso foram
histórias como esta. -
2:44 - 2:47Eu mostro a vocês esse slide,
porque esse era jornal -
2:47 - 2:51que Ian Tomlinson vendeu
durante 20 anos de sua vida. -
2:51 - 2:53Se alguma empresa de notícias
tinha uma obrigação -
2:53 - 2:56de analisar adequadamente
o que aconteceu, -
2:56 - 2:59era o jornal "Evening Standard",
mas eles, como todos os outros, -
2:59 - 3:01incluindo minha empresa de notícias,
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3:01 - 3:05foram enganados pela versão oficial
dos eventos fornecida pela polícia. -
3:05 - 3:07Mas vocês podem ver aqui, as garrafas
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3:07 - 3:09que supostamente foram
jogadas contra a polícia -
3:09 - 3:11se transformaram em tijolos
-
3:11 - 3:13no momento em que chegaram
a essa edição do jornal. -
3:13 - 3:17Então desconfiamos, e quisemos saber
se havia mais alguma coisa nessa história. -
3:17 - 3:20Precisávamos encontrar
esses manifestantes da foto, -
3:20 - 3:23mas é claro, eles tinham desaparecido
quando começamos a investigar. -
3:23 - 3:25Como encontrar as testemunhas?
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3:25 - 3:27Pra mim, foi aí que tudo
ficou realmente interessante. -
3:27 - 3:28Fomos para a internet.
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3:28 - 3:31Esse é o Twitter;
já ouviram muito sobre ele hoje. -
3:31 - 3:34Quando comecei a investigar o caso,
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3:34 - 3:37eu era completamente novo nisto;
tinha me registrado dois dias antes. -
3:37 - 3:40Descobri que Twitter era
um site de microblog. -
3:40 - 3:44Me permitia enviar mensagens
curtas, de até 140 palavras. -
3:44 - 3:47Também, uma ferramenta
de busca fantástica. -
3:47 - 3:50Mas era uma arena social
na qual outras pessoas -
3:50 - 3:53se reuniam com um motivo em comum.
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3:53 - 3:56E nesse caso,
independentemente de jornalistas, -
3:56 - 4:01pessoas estavam questionando
o que tinha acontecido a Ian Tomlinson -
4:01 - 4:04nos seus últimos 30 minutos de vida.
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4:06 - 4:08Indivíduos como esses dois rapazes.
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4:08 - 4:12Eles foram ao socorro de Ian
Tomlinson quando ele caiu. -
4:12 - 4:14Ligaram para a ambulância.
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4:14 - 4:18Eles não viram nenhuma garrafa,
não viram nenhum tijolo. -
4:18 - 4:21Eles estavam preocupados
que as histórias não eram tão precisas -
4:21 - 4:23quanto a polícia afirmava que eram.
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4:23 - 4:26E novamente, por meio da mídia
social, começamos a encontrar -
4:26 - 4:29indivíduos com materiais
como: fotos, evidências. -
4:29 - 4:33Isso não mostra o ataque a Ian Tomlinson,
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4:33 - 4:36mas ele parece estar sofrendo.
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4:36 - 4:38Ele estava bêbado? Ele caiu?
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4:38 - 4:41Isso teria alguma relação
com os policiais próximos a ele? -
4:41 - 4:43Parece que ele está falando com eles.
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4:43 - 4:47Para nós, isso era o suficiente
para investigar mais, nos aprofundarmos. -
4:50 - 4:53O resultado foi nós mesmos
contarmos a história. -
4:53 - 4:57Umas das coisas mais fascinantes
da internet é: informações -
4:57 - 5:00que as pessoas publicam estão disponíveis
para todos, como todos nós sabemos. -
5:00 - 5:02Isso não é somente
para jornalistas cidadãos, -
5:02 - 5:06ou pessoas postando mensagens
no Facebook ou Twitter. -
5:06 - 5:08Isso vale para jornalistas,
pessoas como eu. -
5:08 - 5:13Desde que sua notícia esteja do lado certo
de um "paywall", isto é, seja gratuita, -
5:13 - 5:15qualquer um pode acessar.
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5:15 - 5:17E histórias como essas,
que questionaram a versão -
5:17 - 5:20oficial dos eventos,
que tiveram um tom cético, -
5:20 - 5:24permitiram que as pessoas
percebessem que tínhamos dúvidas. -
5:24 - 5:26Elas eram como imãs on-line.
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5:26 - 5:28Pessoas com material
que podiam nos ajudar -
5:28 - 5:32vieram até nós por meio de um tipo
de força gravitacional. -
5:32 - 5:38E após seis dias, conseguimos
encontrar por volta de 20 testemunhas. -
5:38 - 5:40Nós as marcamos aqui no mapa.
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5:40 - 5:42Essa é a cena da morte de Ian Tomlinson,
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5:42 - 5:44o Banco da Inglaterra em Londres.
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5:44 - 5:46E para cada testemunha
que marcamos no mapa, -
5:46 - 5:49vocês podiam clicar
nesses pequenos pontos, -
5:49 - 5:53e ouvir o que eles tinham a dizer,
ver suas imagens -
5:53 - 5:56e às vezes, ver suas imagens
de vídeo também. -
5:56 - 6:00Mas mesmo nesse estágio,
com testemunhas dizendo -
6:00 - 6:04que viram a polícia atacar Ian Tomlinson
antes de sua morte, -
6:04 - 6:07a polícia ainda se recusava a aceitar.
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6:07 - 6:10Não houve investigação
oficial da morte dele. -
6:11 - 6:13E então, algo mudou.
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6:13 - 6:17Recebi um e-mail de um gestor
de fundos de investimento em Nova York. -
6:17 - 6:21No dia da morte de Ian Tomlinson,
ele estava em Londres a trabalho, -
6:21 - 6:26tinha levado sua câmera
fotográfica, e gravou isso. -
6:31 - 6:34(Vídeo) Esta é a multidão
no protesto do G20 -
6:34 - 6:36no dia primeiro de abril,
por volta de 19h20min. -
6:37 - 6:39Estavam em Cornhill,
perto do Banco da Inglaterra. -
6:39 - 6:42Esta filmagem formará a base
de uma investigação policial -
6:42 - 6:44sobre a morte desse homem.
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6:44 - 6:46Ian Tomlinson estava
andando por esta área, -
6:46 - 6:48tentando chegar em casa após o trabalho.
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6:48 - 6:51(Pessoas gritando)
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7:03 - 7:06Diminuímos a velocidade do vídeo
para mostrar como isso levanta -
7:06 - 7:08sérias questões quanto
à conduta dos policiais. -
7:08 - 7:12Ian Tomlinson estava de costas
para os policiais, alguns com cães -
7:12 - 7:15e estava se afastando deles.
Ele estava com as mãos nos bolsos. -
7:15 - 7:20Aqui o policial parece golpear a perna
de Tomlinson com um bastão. -
7:20 - 7:22Ele então ataca Tomlinson por trás.
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7:24 - 7:27Tomlinson é empurrado
para a frente e cai no chão. -
7:32 - 7:35(Pessoas gritando)
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7:41 - 7:43São cenas chocantes.
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7:43 - 7:45Aquele vídeo não está muito bom,
-
7:45 - 7:48mas lembro quando assisti
ao vídeo pela primeira vez. -
7:48 - 7:51Eu estive em contato
com esse gerente de Nova York, -
7:51 - 7:53e fiquei obcecado por essa história.
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7:53 - 7:57Eu falei com muitas pessoas
que disseram que viram aquilo -
7:57 - 8:01e o cara do outro lado do telefone
estava dizendo: "Veja, o vídeo mostra". -
8:01 - 8:03Eu não queria acreditar nele
até que vi por mim mesmo. -
8:03 - 8:06Eram duas horas da manhã,
eu estava lá com um cara de TI. -
8:06 - 8:08O vídeo não estava carregando.
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8:08 - 8:10Finalmente carregou e eu cliquei nele.
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8:10 - 8:13Percebi que era realmente
algo bastante significativo. -
8:13 - 8:15Dentro de 15 horas,
colocamos em nosso site. -
8:16 - 8:19E logo após, oficiais superiores
da polícia vieram ao nosso escritório, -
8:19 - 8:21e nos pediram para retirar o vídeo.
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8:21 - 8:23Dissemos não.
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8:23 - 8:25Teria sido tarde demais,
de qualquer maneira, -
8:25 - 8:27porque o vídeo tinha
viajado ao redor do mundo. -
8:27 - 8:30E o oficial nesse filme, em dois dias,
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8:30 - 8:32aparecerá em um júri
de inquérito em Londres, -
8:32 - 8:36que eles têm o pode de decidir
que Ian Tomlinson foi morto ilegalmente. -
8:36 - 8:38Então esse é o primeiro caso;
eu disse dois casos hoje. -
8:38 - 8:40O segundo caso é esse homem.
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8:40 - 8:43Assim como Ian Tomlinson,
ele era pai. -
8:43 - 8:48Ele morava em Londres, mas ele era
refugiado político de Angola. -
8:48 - 8:50Seis meses atrás, o governo
britânico decidiu -
8:50 - 8:55que iriam deportá-lo para Angola.
Ele falhou na solicitação de asilo. -
8:55 - 8:59Eles lhe reservaram um assento
no avião, em um voo de Heathrow. -
8:59 - 9:05A explicação oficial
da morte de Jimmy Mubenga, -
9:05 - 9:07foi simplesmente que ele adoeceu.
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9:07 - 9:10Ele se sentiu mal no voo,
o avião voltou para Heathrow. -
9:10 - 9:13Ele foi transferido para o hospital
e declarado morto. -
9:13 - 9:15Agora, o que realmente
aconteceu com Jimmy Mubenga, -
9:15 - 9:19a história que fomos capaz de contar,
eu e meu colega Mathew Taylor, -
9:19 - 9:22foi que três seguranças começaram
a tentar contê-lo em seu assento, -
9:22 - 9:26Quando ele estava resistindo à deportação.
Tentaram mantê-lo em seu lugar. -
9:26 - 9:28Eles o imobilizaram de maneira perigosa,
-
9:29 - 9:33que mantém os detentos em silêncio
e ele estava fazendo muito barulho. -
9:33 - 9:36Mas isso também pode
levar à asfixia posicional, -
9:36 - 9:37uma forma de sufocamento.
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9:37 - 9:40Imaginem que havia
outros passageiros no avião -
9:40 - 9:43que o ouviram dizer: "Não consigo
respirar! Não consigo respirar! -
9:43 - 9:44Estão me matando".
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9:44 - 9:46E então, ele parou de respirar.
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9:46 - 9:48Como encontramos esses passageiros?
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9:48 - 9:51No caso de Ian Tomlinson, a testemunha
ainda estava em Londres. -
9:51 - 9:53Mas muitos destes passageiros
retornaram para a Angola. -
9:53 - 9:55Como íamos encontrá-los?
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9:55 - 9:57Novamente, contamos com a internet.
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9:57 - 10:00Escrevemos, como já disse,
histórias que são como imãs on-line. -
10:00 - 10:03O tom de algumas dessas
histórias pode ser desaprovado -
10:03 - 10:05por professores de jornalismo
porque ficam céticos, -
10:05 - 10:07fazem perguntas, talvez especulativas,
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10:07 - 10:10o tipo de coisa que um jornalista
não deve fazer, mas precisávamos. -
10:10 - 10:12Precisávamos usar o Twitter também.
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10:12 - 10:15Estou dizendo que um homem
angolano morre em um voo. -
10:15 - 10:18Essa história pode ser grande;
um nível de especulação. -
10:18 - 10:20Este próximo "tweet" diz: "Por favor, RT".
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10:20 - 10:24Isso significa "por favor, compartilhem",
por favor, passe a corrente. -
10:24 - 10:27Uma das coisas fascinantes sobre o Twitter
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10:27 - 10:30é que o padrão de fluxo de informação
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10:30 - 10:32é diferente de tudo que já vimos antes.
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10:32 - 10:34Realmente não entendemos bem,
mas uma vez que você -
10:34 - 10:37publica uma informação,
ela viaja como o vento. -
10:37 - 10:41Você não pode determinar
onde vai parar, mas, estranhamente, -
10:41 - 10:45os tweets têm uma incrível capacidade
de alcançar o destino pretendido. -
10:45 - 10:48E neste caso, era esse homem.
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10:49 - 10:52Ele diz: "Eu também estava lá no BA77",
este era o número do voo, -
10:52 - 10:55"e o homem estava implorando por ajuda,
-
10:55 - 10:57e agora me sinto culpado
por não ter feito nada". -
10:57 - 10:59Era o Michael.
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10:59 - 11:03Ele estava em um campo petrolífero
angolano quando me enviou este tweet. -
11:03 - 11:06Eu estava em meu escritório em Londres.
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11:06 - 11:09Ele tinha ficado preocupado
sobre o que aconteceu no voo. -
11:09 - 11:12Ele foi até seu computador
e digitou o número do voo. -
11:12 - 11:15Encontrou esse tweet,
encontrou nossas histórias. -
11:15 - 11:20Percebeu que tínhamos a intenção de contar
uma versão diferente dos acontecimentos, -
11:20 - 11:23Eramos céticos e ele entrou
em contato comigo. -
11:24 - 11:25E isso foi o que Michael disse:
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11:26 - 11:30(Áudio) Tenho certeza que foi asfixia.
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11:30 - 11:34A última coisa que escutamos o homem
dizer foi que ele não conseguia respirar. -
11:34 - 11:38Havia três guardas de segurança,
-
11:38 - 11:43cada um parecia ter mais
de 100 kg, em cima dele, -
11:43 - 11:46empurrando-o, pelo que pude ver,
para debaixo dos assentos. -
11:46 - 11:51Vi os três homens tentando
empurrá-lo para debaixo dos assentos. -
11:51 - 11:54Eu só conseguia ver a cabeça
dele aparecendo acima dos assentos, -
11:54 - 11:57e ele estava gritando: "Me ajudem!"
-
11:58 - 12:04Continuou dizendo: "Ajudem-me! Ajudem-me!"
E então desapareceu debaixo dos assentos. -
12:05 - 12:09Podíamos ver os três seguranças
sentados em cima dele. -
12:10 - 12:15Durante o resto da minha vida,
sempre vou ter isso na minha cabeça. -
12:15 - 12:17Poderia ter feito alguma coisa?
-
12:18 - 12:21Isso vai me incomodar toda vez
que eu for dormir agora. -
12:21 - 12:25Não me envolvi porque
estava com medo de ser -
12:25 - 12:27expulso do voo e perder o emprego.
-
12:27 - 12:31Se são necessários três homens
para segurar um homem, -
12:31 - 12:33colocá-lo em um voo,
-
12:33 - 12:38em que o público está, isso é excessivo.
-
12:39 - 12:45Se o homem morreu,
certamente era excessivo. -
12:47 - 12:50Essa foi a interpretação dele
sobre o que tinha acontecido no voo. -
12:50 - 12:52Michael foi, na verdade,
uma das cinco testemunhas -
12:52 - 12:56que finalmente conseguimos rastrear,
a maioria delas, como eu disse, -
12:56 - 12:59por meio da internet,
por meio das mídias sociais. -
12:59 - 13:01Poderíamos colocá-los no avião,
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13:01 - 13:04para que pudéssemos ver
exatamente onde eles estavam. -
13:04 - 13:08Devo dizer, nesta altura,
que uma importante dimensão de tudo isso -
13:08 - 13:10para jornalistas que
utilizam as redes sociais -
13:10 - 13:15e que utilizam o jornalismo cidadão
é garantir a obtenção de fatos corretos. -
13:15 - 13:17Verificação é absolutamente essencial.
-
13:17 - 13:20No caso das testemunhas de Ian Tomlinson,
-
13:20 - 13:23eu consegui que eles voltassem
para a cena do crime, -
13:23 - 13:27e fisicamente me acompanhassem
e contassem exatamente o que tinham visto. -
13:28 - 13:29Isso foi absolutamente essencial.
-
13:29 - 13:31No caso de Mudenga,
não podíamos fazer isso, -
13:31 - 13:34mas eles podiam nos enviar
seus cartões de embarque. -
13:34 - 13:35Podíamos questionar seus relatos
-
13:35 - 13:39e garantir que fossem consistentes
com o que os outros passageiros diziam. -
13:39 - 13:43O perigo disto tudo,
para os jornalistas, para todos nós -
13:43 - 13:48é que somos vítimas de boatos,
ou que há informações errôneas -
13:48 - 13:51deliberada no domínio público.
Portanto, temos que ser cautelosos. -
13:51 - 13:55Mas ninguém pode negar
o poder do jornalismo cidadão. -
13:55 - 13:58Quando um avião colidiu
no Hudson, há dois anos, -
13:58 - 14:02e o mundo soube disso porque um homem
que estava em uma balsa próxima, -
14:02 - 14:05pegou seu iPhone, fotografou
a imagem do avião -
14:05 - 14:07e enviou-a para o mundo todo.
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14:07 - 14:09Foi assim que a maioria
das pessoas descobriu, -
14:09 - 14:14nos primeiros minutos e horas,
sobre o avião no Rio Hudson. -
14:14 - 14:17Pensem nas duas maiores notícias do ano.
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14:17 - 14:20Tivemos o terremoto japonês e o tsunami.
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14:20 - 14:24Relembrem as imagens que vocês viram
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14:24 - 14:26nas telas da sua televisão.
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14:26 - 14:29Havia barcos que foram
parar a 8 km da costa. -
14:29 - 14:34Casas eram movidas
como se estivessem no mar. -
14:34 - 14:39A água subindo nas salas de estar
das pessoas, os supermercados tremendo. -
14:39 - 14:41Estas foram imagens tiradas
por jornalistas cidadãos -
14:41 - 14:43e rapidamente compartilhadas na internet.
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14:43 - 14:47E a outra grande história
do ano: a crise política, -
14:47 - 14:51o terremoto político no Oriente Médio.
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14:51 - 14:55E não importa se foi no Egito,
na Líbia, na Síria ou no Iêmen. -
14:55 - 14:59Indivíduos conseguiram superar
-
14:59 - 15:04as restrições repressivas nesses regimes,
registrando seu ambiente -
15:04 - 15:06e contando suas histórias na internet.
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15:06 - 15:09Sempre muito difícil de verificar,
-
15:09 - 15:13mas potencialmente, uma enorme
camada de responsabilidade. -
15:13 - 15:15Essa imagem... eu poderia mostrar muitas,
-
15:15 - 15:17o YouTube está cheio delas.
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15:17 - 15:21Esta imagem é de um manifestante
aparentemente desarmado em Bahrein. -
15:21 - 15:24E ele está sendo baleado
pelas forças de segurança. -
15:24 - 15:29Não importa se o indivíduo
que está sendo maltratado, -
15:29 - 15:33possivelmente, até a morte,
está no Bahrein ou em Londres. -
15:33 - 15:37Mas o jornalismo cidadão e essa tecnologia
têm inserido uma nova camada -
15:37 - 15:39de responsabilidade em nosso mundo.
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15:40 - 15:41Acho que isso é bom.
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15:41 - 15:45Então, para concluir: o tema
da conferência é "Por que não?" -
15:45 - 15:48Acho que para os jornalistas,
é bem simples, na verdade. -
15:48 - 15:52Quero dizer, por que não utilizar
essa tecnologia, que amplia massivamente -
15:52 - 15:54os limites do que é possível,
-
15:54 - 15:58aceita que muito do que acontece
em nosso mundo agora seja gravado, -
15:58 - 16:01e podemos obter essas informações
por meio da rede social. -
16:02 - 16:04Isso é novo para jornalistas.
-
16:04 - 16:07Acho que as histórias que mostrei
não poderíamos ter investigado -
16:07 - 16:10há 10 anos, talvez nem há cinco anos.
-
16:10 - 16:13Acho que há um argumento muito bom
para dizer que as duas mortes, -
16:13 - 16:16a morte de Ian Tomlinson
e a morte de Jimmy Mubenga, -
16:16 - 16:19ainda hoje não saberíamos exatamente
o que aconteceu naqueles casos. -
16:19 - 16:22E "Por que não?" para pessoas como vocês?
-
16:22 - 16:24Acho que é muito simples também.
-
16:24 - 16:28Se você encontrar algo
que acredita ser problemático, -
16:28 - 16:32que te perturbe, preocupe,
uma injustiça de algum tipo, -
16:32 - 16:35algo que não pareça certo,
-
16:35 - 16:41então por que não testemunhar,
gravar e compartilhar isso? -
16:41 - 16:47Esse processo de testemunhar,
gravar e divulgar é jornalismo. -
16:47 - 16:49E todos nós podemos fazer isso.
-
16:49 - 16:50Obrigado.
-
16:50 - 16:51(Aplausos)
- Title:
- Jornalismo cidadão | Paul Lewis | TEDxThessaloniki
- Description:
-
O jornalista Paul Lewis fala sobre novas mídias, jornalismo cidadão, e como ele usou as mídias sociais para investigar dois assassinatos. Ele também fala sobre o novo nível de transparência e responsabilidade que a nova mídia oferece na vida pública.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 16:56
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Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for Citizen journalism | Paul Lewis | TEDxThessaloniki | |
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Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Citizen journalism | Paul Lewis | TEDxThessaloniki | |
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Maricene Crus accepted Portuguese, Brazilian subtitles for Citizen journalism | Paul Lewis | TEDxThessaloniki | |
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Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Citizen journalism | Paul Lewis | TEDxThessaloniki | |
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Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Citizen journalism | Paul Lewis | TEDxThessaloniki | |
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Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Citizen journalism | Paul Lewis | TEDxThessaloniki | |
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Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Citizen journalism | Paul Lewis | TEDxThessaloniki | |
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Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for Citizen journalism | Paul Lewis | TEDxThessaloniki |