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Resposta tocante de Patrick Stewart a pergunta feita a ele durante a Comicpalooza, em 2013.

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    Ok, aqui no meio, temos uma pergunta para
    Patrick Stewart. Qual é seu nome?
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    Eu sou a Heather.
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    Olá Heather. Tudo bem?
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    Sim.
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    Ok, qual é sua pergunta?
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    Então, é uma pergunta meio soturna. Vi no
    YouTube recentemente um vídeo de sua fala
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    na Anistia Internacional, eu acho, sobre como
    você encara a violência contra as mulheres,
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    e aquela declaração realmente me tocou, me
    ajudou com meus próprios problemas.
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    Então, quero agradecer pessoalmente a você
    por isso. Relacionado com isso, pergunto:
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    Além de ser ator, o que você fez em sua
    vida de que tem mais orgulho e
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    que gostaria de partilhar conosco que
    não seja propriamente atuar?
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    Boa pergunta.
    Obrigado.
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    Acho que você relacionou muito
    belamente as coisas mais importantes.
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    O trabalho que faço em campanhas sobre a
    violência contra as mulheres,
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    especialmente violência doméstica
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    é algo que surgiu de minha própria vida
    na infância. Eu sou associado a uma
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    organização em particular, na Inglaterra,
    chamada Refúgio que, desde os anos 70 tem
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    provido, entre muitos outros serviços,
    casas seguras para mulheres e crianças.
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    Falo de casas SEGURAS onde elas podem ir e
    sentir, talvez pela primeira vez em anos,
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    seguras com seus filhos.
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    A Refúgio é uma boa organização. Há poucos meses
    participei do evento Promessa de Milhões de Homens,
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    que foi copatrocinado pelas Nações Unidas,
    e é uma grande campanha baseada na crença
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    de que quem poderia fazer mais para melhorar
    a situação de tantas mulheres e crianças
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    são, de fato, os homens. Está em nossas
    mãos parar a violência contra as mulheres.
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    Eu faço o que faço em nome de minha mãe,
    porque eu não a pude ajudar na época.
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    Agora posso. Desde, e falo disso muitas vezes,
    estou gravando sobre de minha infância,
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    ano passado, descobri coisas sobre meu pai que
    nem eu nem meu irmão mais velho sabíamos,
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    que em 1940, por causa de sua experiência
    na força expedicionária britânica na França,
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    meu pai sofria do que então chamavam
    estado de choque severo.
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    Isso foi o que eu li em suas anotações no
    Museu Imperial da Guerra, na Inglaterra.
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    Hoje conhecemos isso de Transtorno do Estresse
    Pós-Traumático e sabemos que muitos soldados
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    por todo o mundo, aqui nos EUA e no Reino
    Unido, que voltam de zonas de guerra com
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    grave Distúrbio de Estresse Pós-Traumático.
    Hoje sabemos o que é e sabemos como tratar.
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    Em 1940 era só estado de choque e o que os
    soldados ouviam, basicamente, era
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    "Se ajeite! Se controle e seja homem."
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    Bem, um especialista nesse problema, que
    trabalha em outra organização beneficente,
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    que tenho agora a alegria de apadrinhar,
    chamada Combate ao Estresse, me disse:
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    "O que seu pai teve em 1940 nunca foi curado,
    porque ele nunca recebeu tratamento.
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    Todas as questões de sua infância que você
    descreveu para mim são sintomas clássicos
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    de veteranos que sofriam dessa grave
    doença física e psicológica."
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    Trabalho para a Refúgio por minha mãe, e
    para a Combate ao Estresse por meu pai.
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    - Muito obrigado. Essa foi uma bela história.
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    Obrigado. E você, querida, está tudo bem?
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    Sim... saber que o que aconteceu é
    passado e que era só uma questão de
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    aceitar que tudo bem que tenha acontecido.
    - Sim.
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    E que eu, sabe, que não era eu, porque uma
    uma coisa que observo é que ainda existe
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    isso de jogar a culpa nas mulheres.
    - Sim... sim.
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    Então, aquela fala me ajudou a finalmente a
    a dizer "Tudo bem que aquilo aconteceu",
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    e, sabe, posso seguir em frente. Então, sou
    muito grata, de verdade.
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    Quando criança, ouvi médicos e pára-médicos
    em minha casa dizerem: "Sra Stewart,
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    a senhora deve ter feito algo para provocá-lo.
    Sra Stweart, é preciso dois para haver briga."
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    Errado! Minha mãe não tinha feito nada para
    provocar aquilo, e mesmo que tivesse feito,
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    a violência nunca é, nunca, uma escolha que
    o homem possa fazer. Nunca.
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    - E sabem...
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    Gente, obrigado. Eu olho e vejo muitos homens
    de pé, e isso é maravilhoso,
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    porque vocês têm aqui no Texas um homem
    chamado Michael Rawlings, Prefeito de Dallas.
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    Michael estava comigo no palco do evento nas
    Nações Unidas e ele falou tão veementemente
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    sobre essas questões. Falou de sua
    própria experiência de ser um texano
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    e de morar e trabalhar em Dallas.
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    Eu tive muito orgulho de partilhar
    aquele palco com ele.
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    Ele é uma pessoa notável.
    Ok, vamos falar de outras coisas.
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    Cuide-se bem.
    - Quer um abraço? Aceite um abraço.
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    Quase impossível prosseguir... então...
Title:
Resposta tocante de Patrick Stewart a pergunta feita a ele durante a Comicpalooza, em 2013.
Description:

Essa foi minha pergunta a Sir Patrick Stewart durante a Comicpalooza, 2013. Quis agradecer a Patrick Stewart por sua fala durante a Anistia Internacional que me ajudou pessoalmente a lidar com o abuso que sofri, abuso sexual, no meu caso. Sua resposta foi tocante e a última coisa que imaginava que poderia acontecer era eu receber um caloroso abraço dele.

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Video Language:
English
Duration:
07:40

Portuguese, Brazilian subtitles

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