O instinto consumista | Gad Saad | TEDxConcordia
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0:04 - 0:07Você percebe que é importante,
quando é apresentado por apenas um nome. -
0:07 - 0:12Eu sou como Madonna e Cher.
Não é preciso mencionar o meu sobrenome. -
0:12 - 0:16Agradeço a todos por estarem aqui
e por esperarem pela última fala. -
0:16 - 0:21Não posso prometer ser tão empolgante
quanto Nomadic Massive, -
0:21 - 0:26ou quanto Owen, com sua mistura cultural,
mas eu tentarei mantê-los entretidos. -
0:26 - 0:28Nós últimos 15 anos
-
0:28 - 0:32eu tenho tentado fundir
psicologia evolutiva -
0:32 - 0:34com o estudo sobre consumo.
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0:34 - 0:37A ideia é...
-
0:39 - 0:45se vocês olharem estes rostos, é claro,
há diferenças culturais muito importantes -
0:46 - 0:48que definem estas pessoas.
-
0:48 - 0:53Mas por trás dessas diferenças
há uma série de atributos universais -
0:53 - 0:58que estão enraizados na nossa
natureza humana comum. -
0:58 - 1:01Assim, citando E. O. Wilson, o famoso
biólogo evolucionista de Harvard: -
1:01 - 1:04"Genes carregam a cultura em uma coleira".
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1:04 - 1:08Eu diria: "Genes carregam o comportamento
do consumidor em uma coleira". -
1:08 - 1:11Claro que cultura é algo maleável,
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1:11 - 1:14mas é maleável dentro
das nossas amarras biológicas. -
1:15 - 1:17Então essa ideia de "Natureza x Criação"
-
1:17 - 1:21é algo que aparece nas mais
diferentes áreas e contextos. -
1:21 - 1:24Líderes carismáticos nascem
assim ou são moldados? -
1:24 - 1:27Darei um exemplo dentro do tema
comportamento do consumidor: -
1:27 - 1:31preferências por brinquedos é um exemplo
típico usado por cientistas sociais -
1:31 - 1:34para mostrar que somos socializados
para sermos consumidores. -
1:34 - 1:38Então, o Joãozinho brinca de forma
agressiva com seu caminhão azul, -
1:38 - 1:43enquanto a pequena Linda brinca
carinhosamente com sua boneca rosa, -
1:43 - 1:46e é esse tipo de socialização de gênero
-
1:46 - 1:51que nos leva, eventualmente,
a sermos machos e fêmeas adultos. -
1:51 - 1:53Acontece que isso não é bem verdade.
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1:53 - 1:56Eu só gostaria de falar brevemente
sobre descobertas que demonstram -
1:56 - 1:59que algumas preferências
são, na verdade, inatas. -
1:59 - 2:02Crianças em estágio de pré-socialização,
-
2:02 - 2:05que ainda não apresentam desenvolvimento
cognitivo para se socializarem, -
2:05 - 2:09também escolhem brinquedos
específicos para o seu gênero. -
2:10 - 2:13Meninas que sofrem
de hiperplasia adrenal congênita, -
2:13 - 2:18um transtorno endocrinológico
que masculiniza meninas, -
2:18 - 2:24tendem a possuir o mesmo gosto
que os meninos, na escolha de brinquedos. -
2:24 - 2:29E, se vocês fizerem estudos
com nossos parentes primatas, -
2:29 - 2:31macaco rhesus e macaco-vervet,
-
2:31 - 2:35eles têm a mesma preferência
por brinquedos voltados para um gênero. -
2:35 - 2:37Então isso abafa um pouco a ideia
-
2:37 - 2:42de que temos mentes vazias
que são, posteriormente, socializadas. -
2:42 - 2:45E, se vocês estiverem imaginando
porque este bebê é tão lindo, -
2:45 - 2:49isso é graças à beleza
da minha esposa, que está nesta sala. -
2:49 - 2:53(Aplausos)
-
2:54 - 2:57Esse é um presente atrasado
de dia dos namorados. -
2:57 - 2:59(Risos)
-
2:59 - 3:03Agora eu não preciso mais comprar
flores caras e coisas assim. -
3:03 - 3:09Para dar uma ideia a vocês
do quão poderosa é a psicologia evolutiva -
3:09 - 3:12no sentido de compreender
eventos do dia a dia, -
3:12 - 3:16vou dar um exemplo continuando
com a história da minha filhinha. -
3:16 - 3:20Quando a minha esposa
estava grávida de nossa filha Luna, -
3:20 - 3:23é claro que fizemos o necessário
ultrassom aos dois meses, -
3:23 - 3:26nós o colocamos com orgulho
na porta da geladeira, -
3:27 - 3:31meus sogros vieram,
e minha sogra olha para a foto, -
3:31 - 3:37essas imagens, devo dizer, podem ser
as de um lagarto, de uma ameba, -
3:37 - 3:39podem ser as de um alien,
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3:39 - 3:41mas ela olha, e fala sem hesitar:
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3:41 - 3:45"Oh, meu Deus, Gad,
o bebê é igual a você". -
3:45 - 3:48(Risos)
-
3:48 - 3:51"Ele tem o seu perfil, não percebeu?"
-
3:51 - 3:53E como isso pode ter relação
com psicologia evolutiva? -
3:53 - 3:57Bom, acontece que quando as crianças
nascem, em todo o mundo, certo? -
3:57 - 4:03Isso não se reduz à cultura peruana,
ou israelense, é algo universal. -
4:03 - 4:05Quando as crianças nascem,
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4:05 - 4:10é normal que o lado materno
da família rapidamente declare -
4:10 - 4:13que o recém-nascido se parece com o pai.
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4:13 - 4:17O motivo para isso vem
de um mecanismo cultural -
4:17 - 4:21que tenta amenizar uma possível
dúvida na paternidade. -
4:22 - 4:28Mas, nesse caso, essa foi a primeira vez
que o mecanismo aconteceu no útero. -
4:29 - 4:32Então acabei de deixar minha filha famosa
-
4:32 - 4:35mesmo antes dela poder falar ou pensar.
-
4:36 - 4:41No restante da fala irei tratar
da pesquisa que estou realizando, -
4:41 - 4:44sobre como nosso instinto
de sobrevivência se manifesta -
4:44 - 4:47no comportamento do consumidor
e também nosso instinto reprodutivo. -
4:47 - 4:51Alimento, claro, é, provavelmente,
-
4:51 - 4:55o ato de consumo mais associado
à nossa sobrevivência. -
4:55 - 4:57Se examinarmos o beija-flor,
-
4:57 - 5:02ele precisa comer 1,5 a 3 vezes
o seu peso por dia, -
5:02 - 5:05devido ao seu alto metabolismo,
para poder sobreviver. -
5:05 - 5:08Ele tem um bom motivo
para comer o quanto quiser. -
5:08 - 5:10Por outro lado: bufês livres,
-
5:10 - 5:14pacotes de férias "tudo incluído",
pratos extremamente calóricos, -
5:14 - 5:18geram o mesmo instinto
de acumular e empanturrar. -
5:18 - 5:21Infelizmente não temos
o ritmo metabólico do beija-flor, -
5:21 - 5:23por isso adquirimos
essas terríveis doenças. -
5:23 - 5:26Seguindo na mesma linha de raciocínio,
-
5:26 - 5:30temos uma incrível preferência
inata por alimentos gordurosos, -
5:30 - 5:33poucos aqui preferem brócolis cru
a musse de chocolate, -
5:33 - 5:36ou a um suculento bife.
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5:36 - 5:40Vejam estes ursos pardos
comendo salmões gordurosos -
5:40 - 5:42antes de entrarem em semi-hibernação.
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5:42 - 5:45Se olharmos os dez melhores
restaurantes do mundo, -
5:45 - 5:46eles têm uma coisa em comum:
-
5:46 - 5:50fazem uma comida gordurosa e saborosa.
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5:50 - 5:54Não é porque eles têm
boas propagandas, ou jingles legais. -
5:54 - 5:57É porque fazem um produto
que combina perfeitamente -
5:57 - 5:59com as nossas papilas gustativas.
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5:59 - 6:01Foi isso que fez a dieta de Atkins, certo?
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6:01 - 6:04A dieta dizia: "Ei, você pode
comer o quanto quiser: -
6:04 - 6:08bifes gordurosos, ovos, pode comer
bacon, e você irá emagrecer". -
6:08 - 6:10"Ótimo, estou dentro", certo?
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6:12 - 6:15É interessante notar
que diferenças transculturais -
6:15 - 6:19nas tradições culinárias ocorrem,
elas próprias, graças à biologia. -
6:19 - 6:23Se vocês olharem para culturas
cujas dietas têm a carne como base, -
6:23 - 6:25olhem o sanduíche defumado do topo,
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6:25 - 6:27ou dietas baseadas em vegetais,
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6:27 - 6:30ou a quantidade de temperos usados
em uma tradição culinária, -
6:30 - 6:32o quanto de sal é consumido,
-
6:32 - 6:35o quanto se usa alimentos em conserva,
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6:35 - 6:40cada uma dessas tradições são
adaptações ao ambiente local. -
6:40 - 6:44E o alimento específico à tradição
está relacionado à latitude do país, -
6:44 - 6:46que se relaciona à temperatura,
-
6:46 - 6:50que se relaciona com a densidade
de patógenos alimentares da cultura. -
6:50 - 6:52Então, em vez de simplesmente dizer
-
6:52 - 6:55que temos um exemplo
de "ah, isso se deve à cultura", -
6:55 - 6:58uma abordagem evolutiva
nos permite entender -
6:58 - 7:02qual é a explicação definitiva
para essa diferença cultural. -
7:04 - 7:05Passo agora para o acasalamento,
-
7:05 - 7:08algo em que todos aqui
estarão interessados. -
7:08 - 7:13Se olharmos para o cardeal, ele participa
de algo chamado "presente nupcial". -
7:13 - 7:16Várias espécies oferecem um presente.
-
7:16 - 7:19Se vocês notarem, o cardeal macho
possui comida na sua boca, -
7:19 - 7:21e está dizendo: "Ei, olhe, eu te sustento,
-
7:21 - 7:24e, como retribuição
por eu fazer isso tão bem, -
7:24 - 7:27você poderia consentir
em fazer sexo comigo?" -
7:27 - 7:30E, de diversas formas, nós participamos,
-
7:30 - 7:34como consumidores,
desse mesmo comportamento. -
7:34 - 7:38Os caros anéis de diamantes
que oferecemos são um sinal disso, -
7:38 - 7:42caso contrário, as mulheres
não conseguiriam -
7:42 - 7:45diferenciar um farsante
de um pretendente genuíno. -
7:45 - 7:48Assim, eu preciso pagar 25%
do meu salário anual -
7:48 - 7:50para mostrar o quanto sou confiável.
-
7:50 - 7:54E assim, espero que você ceda,
da mesma forma que a cardeal fêmea. -
7:54 - 7:57(Risos)
-
7:59 - 8:01Nós usamos produtos
como sinais sexuais, certo? -
8:01 - 8:03Se olharmos o pavão ali,
-
8:03 - 8:08a fêmea parece desinteressada, e ele
está dizendo: "Olhe para a minha cauda. -
8:08 - 8:11Olhe como é grande e simétrica.
-
8:11 - 8:15Olhe a iridescência das cores.
É por isso que você deve me escolher. -
8:15 - 8:17Porque tenho uma qualidade
fenotípica fantástica". -
8:17 - 8:21Bom, eu argumentei
em vários dos meus livros -
8:21 - 8:23que consumidores fazem exatamente isso.
-
8:24 - 8:28Várias vezes nós, homens
ou mulheres, usamos produtos -
8:28 - 8:31para melhorar nossa posição
no mercado de acasalamento. -
8:31 - 8:35Há alguns anos, junto com um aluno
da pós-graduação, John Vongas, -
8:35 - 8:37decidi testar essa teoria.
-
8:37 - 8:41Trouxemos pessoas, não pessoas,
trouxemos machos para o laboratório, -
8:41 - 8:45para dirigir ou um Porsche,
e não um Porsche imaginário, -
8:45 - 8:47ele realmente dirigiram um Porsche,
-
8:47 - 8:50ou um sedan velho e enferrujado,
-
8:50 - 8:53em um destes dois lugares:
no centro de Montreal, -
8:53 - 8:55onde todos poderiam vê-los,
-
8:55 - 8:57ou em uma estrada semideserta.
-
8:57 - 9:01Aliás, tentem conseguir captar
dinheiro de uma agência, -
9:01 - 9:03e os convença que você
não irá usar o Porsche -
9:03 - 9:06para suas obscuras atividades pessoais.
-
9:06 - 9:08(Risos)
-
9:08 - 9:10Bom, quais eram as variáveis dependentes?
-
9:10 - 9:14Ao final de cada experiência,
da experiência dirigindo, -
9:14 - 9:18nós coletamos exames de saliva
que nos ajudariam a medir -
9:18 - 9:21as variações nos níveis
de testosterona deles. -
9:21 - 9:23O que vocês acham que aconteceu?
-
9:23 - 9:25Quando se coloca machos jovens no Porsche
-
9:25 - 9:29a resposta endocrinológica
é de outro mundo! -
9:29 - 9:30(Risos)
-
9:30 - 9:35Bom, nós imaginávamos que os níveis
de testosterona seriam altos -
9:35 - 9:36nos dois ambientes,
-
9:36 - 9:39mas que subiriam muito mais
quando todos pudessem te ver. -
9:39 - 9:44Assim, em Montreal, os níveis subiriam
muito mais do que em uma estrada deserta. -
9:44 - 9:45Os caras não estavam nem aí.
-
9:45 - 9:49Me coloquem em um Porsche,
que a testosterona dispara. -
9:52 - 9:55Só para continuar neste assunto,
carros são sinais sexuais, -
9:57 - 10:01este foi um estudo feito há dois anos
por alguns psicólogos britânicos. -
10:01 - 10:03E estes são os estímulos que eles usaram.
-
10:03 - 10:06Você pega o mesmo cara,
e o coloca ou em um Ford Fiesta, -
10:06 - 10:08um carro velho ou um Bentley,
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10:08 - 10:12e pede para mulheres avaliarem
quão atraente fisicamenente ele é. -
10:12 - 10:13Não estamos falando do seu status,
-
10:13 - 10:16apenas fisicamente:
quão bonito é esse homem? -
10:16 - 10:19E você faz a mesma coisa com mulheres,
e os homens devem julgar. -
10:19 - 10:23Os homens não estavam nem aí
para o carro que elas dirigiam. -
10:23 - 10:26Por outro lado, quando mulheres
viam o cara em um Bentley: -
10:26 - 10:29"Oh, meu Deus, ele é um Brad Pitt".
-
10:29 - 10:32Quando ele diriga o outro carro:
"Ah, não, não curto perdedores". -
10:33 - 10:37Isso mostra o quanto
esses produtos são intoxicantes, -
10:37 - 10:42no sentido de ajudar a nos posicionarmos
no mercado do acasalamento. -
10:42 - 10:46Claro, não só os homens participam
dessa sinalização sexual. -
10:46 - 10:49As mulheres também são culpadas
por tais atividades. -
10:49 - 10:54No lado esquerdo temos
uma fêmea babuína no cio, -
10:54 - 10:58e ela está exibindo
ostensivamente a sua genitália. -
10:58 - 11:01Acho que posso dizer, em nome
de todos os homens aqui, -
11:01 - 11:03que não queremos
que nossas fêmeas humanas -
11:03 - 11:06exibam ostensivamente
suas genitálias desta forma. -
11:06 - 11:11Mas, mantendo-se fiéis ao gênero,
o que elas certamente fazem -
11:11 - 11:13é se vestirem de forma
muito mais provocativa -
11:13 - 11:16quando estão no período fértil
do seu ciclo menstrual. -
11:16 - 11:19Então, com um dos meus alunos
de doutorado, que está aqui, -
11:19 - 11:22não consigo vê-lo por causa desta luz,
-
11:22 - 11:25Eric Stenstrom, fizemos
um estudo minucioso -
11:25 - 11:27em que examinamos
o quanto o ciclo menstrual -
11:27 - 11:30afeta os hábitos de consumo das mulheres.
-
11:30 - 11:33Um dos pontos analisados
é o quanto elas se embelezavam -
11:33 - 11:38em função de estarem na fase lútea
ou na fase fértil do ciclo menstrual. -
11:39 - 11:43Continuando essa discussão
sobre sinais sexuais, -
11:43 - 11:47alguns anos atrás eu tinha
um aluno de graduação -
11:47 - 11:49que, no final do curso, me disse:
-
11:49 - 11:53"Professor, preciso trabalhar com você,
daria pra me arrumar um projeto? -
11:53 - 11:55Pode ser qualquer coisa!"
-
11:55 - 11:57Eu pensei nisso por um tempo e disse,
-
11:57 - 11:59ele é um estudante homem,
-
11:59 - 12:03eu disse: "Certo, que tal se eu
te passar o seguinte projeto: -
12:03 - 12:07você vai entrar em sites pornô
pelo próximo mês". -
12:07 - 12:09(Risos)
-
12:09 - 12:12Ele olhou para mim e seus olhos disseram:
-
12:12 - 12:14"Professor Saad, eu te amo!"
-
12:14 - 12:16(Risos)
-
12:19 - 12:22E qual era, basicamente,
o objetivo do projeto? -
12:22 - 12:26Eu queria testar algo que os psicólogos
evolutivos têm discutido, -
12:26 - 12:29essa preferência pelo corpo-ampulheta,
-
12:29 - 12:32uma razão cintura-quadril de 0,7.
-
12:32 - 12:35Se eu conseguiria captar isso
-
12:35 - 12:38fazendo uma análise
de como garotas de programa -
12:38 - 12:40se autopromoviam na internet.
-
12:40 - 12:43Então, era algo do tipo:
minha altura é 1,62m, -
12:43 - 12:46aqui estão minhas medidas,
o meu peso e o meu preço. -
12:46 - 12:50Então o que esse estudante
macho sortudo tinha que fazer -
12:50 - 12:53era apenas navegar em diferentes sites.
-
12:53 - 12:57Ele conseguiu reunir dados
de mais de mil garotas de programa. -
12:57 - 12:59(Risos)
-
12:59 - 13:03Certo, ele estava realmente
muito aplicado na busca pela ciência. -
13:04 - 13:08A pesquisa abrangeu 48 países,
então ninguém poderia dizer: -
13:08 - 13:09"Ah, mas isso é um padrão ocidental".
-
13:09 - 13:11"Ah, isso é um efeito Oprah."
-
13:11 - 13:14"É graças à revista Cosmopolitan."
-
13:14 - 13:16Nós escolhemos culturas
-
13:16 - 13:21que eram extremamente discrepantes
dentro das diferentes medidas -
13:21 - 13:23que uma cultura pode ser definida,
-
13:23 - 13:27e foi concluído que a média da razão
cintura-quadril está alinhada -
13:27 - 13:29com o que é esperado
de uma perspectiva evolutiva. -
13:29 - 13:35Homens preferem uma razão cintura-quadril
que sinaliza maturidade e fertilidade. -
13:36 - 13:39Bom, continuando rapidamente,
-
13:39 - 13:42como algumas dessas diferenças
de que eu tenho falado -
13:42 - 13:44se manifestam em outras áreas?
-
13:44 - 13:49Bom, se você é um paleontólogo
e quer estudar a evolução das espécies, -
13:49 - 13:52você estuda alguns vestígios de esqueletos
-
13:52 - 13:54e talvez analise registros fósseis,
-
13:54 - 13:59e isso permite reconstruir
a história filogenética das espécies. -
13:59 - 14:01Bom, é claro que as nossas
mentes não se fossilizam, -
14:01 - 14:05por isso, devemos procurar
registros fósseis alternativos. -
14:05 - 14:08O que eu defendo é que podemos
olhar para os bens culturais, -
14:08 - 14:09como se fossem registros fósseis,
-
14:09 - 14:14já que estes bens são, em última
instância, criados por mentes humanas. -
14:14 - 14:17Assim, nós poderíamos fazer
uma análise desses bens culturais -
14:17 - 14:20que nos ajude a identificar
algumas forças evolutivas -
14:20 - 14:23que levaram à evolução da mente humana.
-
14:23 - 14:26Livros românticos são,
na sua maioria, lidos por mulheres, -
14:26 - 14:30no mundo todo, seja no Peru, Egito
ou Montreal, são lidos por mulheres. -
14:30 - 14:35Se vocês olharam, por exemplo,
o arquétipo masculino, o herói masculino, -
14:35 - 14:39ele é praticamente idêntico
em todos os livros românticos. -
14:39 - 14:44Ele nunca é o baixinho, esguio,
macho beta com medo da sua sombra. -
14:44 - 14:47Ele é grandioso, alto, musculoso,
-
14:47 - 14:50ele é um neurocirurgião,
um rei ou um príncipe. -
14:50 - 14:54Isso ocorre porque este produto
instiga fantasias femininas. -
14:54 - 14:57Por outro lado, pornografia pesada
-
14:57 - 15:01existe não por haver uma conspiração
patriarcal para humilhar a mulher. -
15:01 - 15:06Existe porque é do gosto
de uma certa parcela dos homens. -
15:06 - 15:09E se vocês querem entender
algumas dessas diferenças sexuais, -
15:09 - 15:11olhem para esses produtos
culturais de sucesso, -
15:11 - 15:14e vocês entenderão bastante, não apenas
sobre o que temos em comum, -
15:14 - 15:16mas também sobre nossas diferenças.
-
15:16 - 15:21Em seguida, já que tivemos
Nomadic Massive e Owen -
15:21 - 15:24falando sobre música,
é pertinente salientar isso. -
15:24 - 15:26Se vocês pensarem em músicas,
-
15:26 - 15:30elas são um fantástico
estímulo para observarmos -
15:30 - 15:31algumas dessas diferenças sexuais.
-
15:31 - 15:36Aquilo que homens e mulheres cantam
é perfeitamente congruente -
15:36 - 15:38com as preferências universais
de acasalamento. -
15:38 - 15:41Ao redor do mundo, homens
tendem a dar mais valor -
15:41 - 15:44à juventude e à beleza física
das parceiras em potencial, -
15:44 - 15:48e as mulheres tendem a dar mais valor
ao status social do homem. -
15:48 - 15:53Portanto, se vocês olharem
para os exemplos à esquerda, -
15:53 - 15:56todas essas músicas:
Gwen Guthrie, Destiny's Child, -
15:56 - 15:58TLC e Marlena Shaw,
-
15:58 - 16:01estão denegrindo homens
de status social baixo. -
16:01 - 16:04"Se você acha que irá me pegar
mas não tem nenhum dinheiro, -
16:04 - 16:07vá embora, idiota, eu não estou
interessada em você." -
16:08 - 16:10Não há músicas que dizem:
-
16:10 - 16:14"Ei, Linda, você não está se dedicando
na escola, não farei sexo com você". -
16:14 - 16:15(Risos)
-
16:15 - 16:17Certo?
-
16:17 - 16:19(Aplausos)
-
16:19 - 16:21Obrigado.
-
16:24 - 16:27Obrigado. Estou me sentindo
um comediante aqui. -
16:27 - 16:28(Risos)
-
16:28 - 16:32E, claro, quando homens cantam
sobre status social, eles se exibem: -
16:32 - 16:35"Eu tenho riquezas,
eu tenho um Aston Martin". -
16:35 - 16:37Há milhões de músicas "dinheiro no banco",
-
16:37 - 16:40sério, de verdade,
há pelo menos dez artistas -
16:40 - 16:42de hip-hop com o mesmo nome de música:
-
16:42 - 16:45"Eu tenho dinheiro no banco,
você vai querer ficar comigo". -
16:45 - 16:48Olhem o lado direito:
o jeito que homens e mulheres -
16:48 - 16:52exploram sua sexualidade
nas composições musicais -
16:52 - 16:54é drasticamente diferente.
-
16:54 - 16:59Então, Mickey Gilley, um cantor
de música country de meados dos anos 70, -
16:59 - 17:03tinha uma música chamada: "As garotas
não ficam lindas no final do expediente?" -
17:03 - 17:06Em outras palavras, a garota
com quem os homens querem dormir -
17:06 - 17:09às 23 horas, é muito diferente da criatura
-
17:09 - 17:13com quem eles querem
se satisfazer às três da manhã. -
17:13 - 17:15Não há muitas músicas chamadas:
-
17:15 - 17:18"Os homens não ficam mais lindos
no final do expediente?" -
17:18 - 17:22Isso porque o preço a pagar
ao escolher um parceiro ruim -
17:22 - 17:24é muito maior para as mulheres.
-
17:24 - 17:25Isso não se deve à socialização,
-
17:25 - 17:30mas a uma realidade biológica básica
chamada Teoria do Investimento Parental. -
17:30 - 17:32O mesmo para a atração física.
-
17:32 - 17:35Acontece em quase todos os casos,
não apenas em músicas em inglês, -
17:35 - 17:37em hip-hop, na música inglesa, ou soul.
-
17:37 - 17:42Na música indiana e árabe,
vocês encontram o mesmo fenômeno. -
17:43 - 17:46Assim, para concluir, exatamente a tempo,
-
17:46 - 17:50T. Dobzhansky foi um famoso
geneticista evolutivo que disse: -
17:50 - 17:54"Nada faz sentido na biologia,
a não ser sob a luz da evolução". -
17:54 - 17:56Eu ajustaria um pouco a frase e diria:
-
17:56 - 18:00"O comportamento do consumidor nunca
faria sentido sem um entendimento -
18:00 - 18:02da nossa herança evolutiva".
-
18:02 - 18:04Muito obrigado.
-
18:04 - 18:07(Aplausos)
- Title:
- O instinto consumista | Gad Saad | TEDxConcordia
- Description:
-
O professor de marketing, Gad Saad, discute as raízes evolutivas do nosso instinto consumista.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:09
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Claudia Sander approved Portuguese, Brazilian subtitles for The Consuming Instinct | Gad Saad | TEDxConcordia | |
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Claudia Sander edited Portuguese, Brazilian subtitles for The Consuming Instinct | Gad Saad | TEDxConcordia | |
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Claudia Sander edited Portuguese, Brazilian subtitles for The Consuming Instinct | Gad Saad | TEDxConcordia | |
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Claudia Sander accepted Portuguese, Brazilian subtitles for The Consuming Instinct | Gad Saad | TEDxConcordia | |
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Claudia Sander edited Portuguese, Brazilian subtitles for The Consuming Instinct | Gad Saad | TEDxConcordia |