O drama silencioso da fotografia
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0:01 - 0:03Não tenho certeza se todas as pessoas aqui
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0:03 - 0:06conhecem minhas fotografias.
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0:06 - 0:10Quero começar a mostrar-lhes algumas fotos,
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0:10 - 0:13depois falarei.
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0:46 - 0:50Devo contar-lhes um pouquinho de minha história,
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0:50 - 0:52porque estaremos falando disso
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0:52 - 0:55durante minha palestra aqui.
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0:55 - 0:58Nasci em 1944, no Brasil,
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0:58 - 1:02numa época em que o Brasil não era ainda uma economia de mercado.
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1:02 - 1:04Nasci em uma fazenda,
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1:04 - 1:08uma fazenda que era mais de 50 por cento floresta tropical [ainda].
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1:08 - 1:10Um local maravilhoso.
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1:10 - 1:14Vivi com pássaros incríveis, animais incríveis,
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1:14 - 1:18nadei em pequenos rios com jacarés.
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1:18 - 1:21Aproximadamente 35 famílias viviam nessa fazenda,
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1:21 - 1:25e tudo que era produzido nessa fazenda, nós consumíamos.
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1:25 - 1:28Muito poucas coisas iam para o mercado.
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1:28 - 1:30Uma vez por ano, a única coisa que ia para o mercado
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1:30 - 1:32era o gado produzido,
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1:32 - 1:35e fazíamos viagens de mais ou menos 45 dias
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1:35 - 1:37para chegar ao abatedouro,
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1:37 - 1:39trazendo milhares de cabeças de gado,
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1:39 - 1:42e cerca de 20 dias de viagem
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1:42 - 1:44para voltar à nossa fazenda novamente.
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1:44 - 1:46Quando eu tinha 15 anos,
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1:46 - 1:50foi necessário que eu deixasse esse lugar
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1:50 - 1:53e fosse para uma cidade um pouco maior -- muito maior --
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1:53 - 1:57onde fiz a segunda parte da escola secundária.
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1:57 - 2:00Lá aprendi coisas diferentes.
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2:00 - 2:02O Brasil estava começando a se organizar, a se industrializar,
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2:02 - 2:07e eu conheci a política. Tornei-me um pouco radical,
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2:07 - 2:10era membro de partidos de esquerda,
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2:10 - 2:13e transformei-me em um ativista.
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2:13 - 2:16Fui à universidade para ser um economista.
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2:16 - 2:18Fiz um mestrado em economia.
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2:18 - 2:21E a coisa mais importante em minha vida
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2:21 - 2:23também aconteceu nessa época.
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2:23 - 2:26Encontrei uma garota incrível
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2:26 - 2:30que se tornou minha melhor amiga pela vida,
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2:30 - 2:34minha sócia em tudo que fiz até agora,
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2:34 - 2:37minha esposa, Lélia Wanick Salgado.
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2:37 - 2:39O Brasil radicalizou-se muito fortemente.
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2:39 - 2:42Lutamos duramente contra a ditadura,
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2:42 - 2:44num certo momento foi necessário para todos nós:
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2:44 - 2:47ir para um local clandestino com as armas nas nossas mãos
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2:47 - 2:50ou deixar o Brasil. Éramos muito jovens,
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2:50 - 2:55e nossa organização achou que era melhor para nós sair,
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2:55 - 2:56e fomos para a França,
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2:56 - 2:58onde fiz um doutorado em economia,
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2:58 - 3:00Lélia tornou-se arquiteta.
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3:00 - 3:03Trabalhei depois para um banco de investimento.
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3:03 - 3:06Fizemos muitas viagens, desenvolvimento financiado,
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3:06 - 3:09projetos econômicos na África com o Banco Mundial.
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3:09 - 3:12E um dia a fotografia fez uma invasão total na minha vida.
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3:12 - 3:13Tornei-me um fotógrafo,
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3:13 - 3:16abandonei tudo e tornei-me um fotógrafo,
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3:16 - 3:19e comecei a fazer a fotografia
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3:19 - 3:22que era importante para mim.
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3:22 - 3:24Muitas pessoas me dizem: você é um fotojornalista,
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3:24 - 3:27você é um fotógrafo antropologista,
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3:27 - 3:29você é um fotógrafo ativista.
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3:29 - 3:32Mas fiz muito mais que isso.
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3:32 - 3:35Coloquei a fotografia como minha vida.
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3:35 - 3:38Vivi completamente dentro da fotografia,
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3:38 - 3:40realizando projetos de longo prazo,
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3:40 - 3:42e quero mostrar-lhe algumas fotos
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3:42 - 3:48de -- novamente, vocês verão dentro dos projetos sociais,
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3:48 - 3:50que prossegui, publiquei muitos livros
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3:50 - 3:53sobre essas fotografias,
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3:53 - 3:57mas mostrarei apenas algumas agora.
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4:43 - 4:47Nos anos 90, de 1994 a 2000,
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4:47 - 4:50fotografei uma história chamada Migrações.
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4:50 - 4:52Tornou-se um livro. Tornou-se um show.
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4:52 - 4:55Mas, na época em que estava fotografando isso,
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4:55 - 5:00passei por um momento muito difícil em minha vida, na maior parte em Ruanda.
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5:00 - 5:05Vi a brutalidade total em Ruanda.
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5:05 - 5:08Vi mortes aos milhares por dia,
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5:08 - 5:11perdi minha fé em nossa espécie.
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5:11 - 5:15Não acreditava que fosse possível para nós viver muito mais,
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5:15 - 5:20e comecei a ser atacado pelos meus próprios estafilococos.
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5:20 - 5:23Comecei a ter infecções em todos os lugares.
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5:23 - 5:28Quando fazia amor com minha mulher, não tinha esperma que saísse de mim;
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5:28 - 5:31tinha sangue.
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5:31 - 5:34Fui ver um médico de um amigo, em Paris,
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5:34 - 5:36contei-lhe que estava completamente doente.
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5:36 - 5:39Ele me examinou longamente, e me disse: "Sebastião,
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5:39 - 5:42você não está doente, sua próstata está perfeita.
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5:42 - 5:46O que aconteceu é que você viu tantas mortes que você está morrendo.
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5:46 - 5:49Você tem que parar. Pare.
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5:49 - 5:54Você tem que parar, do contrário estará morto."
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5:54 - 5:58E tomei a decisão de parar.
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5:58 - 6:00Estava realmente transtornado com a fotografia,
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6:00 - 6:02com tudo no mundo,
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6:02 - 6:06e tomei a decisão de voltar para onde nasci.
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6:06 - 6:08Foi uma grande coincidência.
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6:08 - 6:11Era o momento em que meus pais se tornaram muito velhos.
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6:11 - 6:15Tenho sete irmãs. Sou o único homem na minha família,
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6:15 - 6:16e eles, juntos, decidiram
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6:16 - 6:19transferir aquela terra para Lélia e para mim.
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6:19 - 6:25Quando recebemos essa terra, a terra estava tão morta quanto eu.
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6:25 - 6:28Quando eu era criança, havia mais de 50 por cento de floresta tropical.
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6:28 - 6:30Quando recebemos a terra,
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6:30 - 6:33havia menos que meio por cento de floresta tropical,
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6:33 - 6:35como em toda minha região.
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6:35 - 6:38Para construir o desenvolvimento, o desenvolvimento brasileiro,
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6:38 - 6:41destruímos muito de nossa floresta.
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6:41 - 6:43Como vocês fizeram aqui, nos Estados Unidos,
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6:43 - 6:45ou fizeram na Índia, em todos os lugares neste planeta.
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6:45 - 6:47Para construir nosso desenvolvimento,
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6:47 - 6:49chegamos a uma enorme contradição
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6:49 - 6:52em que destruímos tudo a nosso redor.
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6:52 - 6:56Essa fazenda que tinha milhares de cabeças de gado
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6:56 - 6:58tinha apenas algumas centenas,
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6:58 - 7:01e não sabíamos como lidar com isso.
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7:01 - 7:05E Lélia surgiu com uma ideia incrível, uma ideia louca.
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7:05 - 7:09Ela disse: por que você não repõe a floresta tropical que havia aqui antes?
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7:09 - 7:11Você diz que nasceu no paraíso.
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7:11 - 7:14Vamos construir o paraíso novamente.
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7:14 - 7:17E fui ver um bom amigo,
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7:17 - 7:18que era engenheiro florestal,
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7:18 - 7:20para preparar um projeto para nós,
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7:20 - 7:22e começamos. Começamos a plantar, e no
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7:22 - 7:26primeiro ano perdemos muitas árvores, no segundo, menos,
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7:26 - 7:31e lentamente, vagarosamente essa terra morta começou a nascer novamente.
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7:31 - 7:35Começamos a plantar centenas de milhares de árvores,
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7:35 - 7:38somente espécies do local, somente espécies nativas,
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7:38 - 7:42com que construímos um ecossistema idêntico àquele que fora destruído,
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7:42 - 7:46e a vida começou a voltar de uma forma incrível.
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7:46 - 7:49Foi necessário transformar nossa terra
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7:49 - 7:50em um parque nacional.
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7:50 - 7:53Transformamos. Devolvemos essa terra à natureza.
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7:53 - 7:54Ela tornou-se um parque nacional.
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7:54 - 7:58Criamos uma instituição chamada Instituto Terra,
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7:58 - 8:03e construímos um enorme projeto ambiental para levantar dinheiro em todos os lugares.
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8:03 - 8:07Aqui em Los Angeles, na Bay Area em São Francisco,
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8:07 - 8:09tornou-se dedutível dos impostos nos Estados Unidos.
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8:09 - 8:12Levantamos dinheiro na Espanha, na Itália, muito no Brasil.
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8:12 - 8:15Trabalhamos com muitas empresas no Brasil
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8:15 - 8:17que colocaram dinheiro neste projeto, o governo.
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8:17 - 8:21E a vida começou a vir, e tive um grande desejo
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8:21 - 8:24de voltar para a fotografia, de fotografar novamente.
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8:24 - 8:28Nessa época, meu desejo era não mais fotografar
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8:28 - 8:32apenas um animal que eu tinha fotografado toda minha vida: nós.
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8:32 - 8:35Queria fotografar os outros animais,
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8:35 - 8:37fotografar as paisagens,
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8:37 - 8:40fotografar a nós, mas nós no começo,
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8:40 - 8:43no tempo em que vivíamos em equilíbrio com a natureza.
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8:43 - 8:47E prossegui. Comecei no início de 2004
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8:47 - 8:50e terminei no final de 2011.
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8:50 - 8:53Criamos uma quantia incrível de fotos,
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8:53 - 8:57e o resultado -- Lélia fez o 'design' de todos meus livros,
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8:57 - 9:00o 'design' de todos meus shows. Ela é a criadora de meus shows.
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9:00 - 9:02E o que queremos com essas fotos
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9:02 - 9:08é criar uma discussão sobre o que temos que é primordial no planeta
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9:08 - 9:11e que devemos manter neste planeta,
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9:11 - 9:14se queremos viver, para ter equilíbio em nossa vida.
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9:14 - 9:17E eu queria ver a nós
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9:17 - 9:23quando usávamos, sim, nossos instrumentos de pedra.
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9:23 - 9:25Nós existimos ainda. Semana passada, estive
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9:25 - 9:28na Fundação Nacional do Índio,
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9:28 - 9:31e apenas no Amazonas temos mais ou menos 110 grupos
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9:31 - 9:34de índios que não foram contatados ainda.
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9:34 - 9:36Temos que proteger a floresta nesse sentido.
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9:36 - 9:41E com essas fotos, espero que possamos criar
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9:41 - 9:44informação, um sistema de informação.
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9:44 - 9:47Tentamos fazer uma nova apresentação do planeta,
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9:47 - 9:49e quero mostrar-lhes agora algumas fotos
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9:49 - 9:52desse projeto, por favor.
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11:48 - 11:50Bem, isto -- (Aplausos) --
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11:50 - 11:55Obrigado. Muito obrigado.
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11:57 - 12:00Isto é aquilo por que devemos lutar fortemente
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12:00 - 12:02para manter como está agora.
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12:02 - 12:06Mas há uma outra parte que devemos reconstruir juntos,
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12:06 - 12:10construir nossas sociedades, nossa família moderna de sociedades,
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12:10 - 12:13estamos em um ponto em que não podemos voltar.
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12:13 - 12:15Mas criamos uma contradição incrível.
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12:15 - 12:17Para construir tudo isso, nós destruímos muito.
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12:17 - 12:20Nossa floresta, no Brasil, aquela floresta antiga
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12:20 - 12:22que era do tamanho da Califórnia,
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12:22 - 12:25está 93 por cento destruída hoje.
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12:25 - 12:28Aqui, na Costa Oeste, vocês destruíram sua floresta.
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12:28 - 12:31Aqui em redor, não? As florestas vermelhas se foram.
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12:31 - 12:33Foram muito rápido, despareceram.
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12:33 - 12:36Outro dia, vindo de Atlanta, aqui, dois dias atrás,
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12:36 - 12:38eu voava sobre desertos
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12:38 - 12:41que nós fizemos, nós causamos com nossas próprias mãos.
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12:41 - 12:43A Índia não tem mais árvores. A Espanha não tem mais árvores.
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12:43 - 12:47E devemos reconstruir essas florestas.
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12:47 - 12:50Isso é o sentido de nossa vida, essas florestas.
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12:50 - 12:55Precisamos respirar. A única fábrica
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12:55 - 12:58capaz de transformar CO2 em oxigênio
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12:58 - 13:00são as florestas.
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13:00 - 13:04A única máquina capaz de capturar o carbono
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13:04 - 13:07que estamos produzindo, sempre,
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13:07 - 13:11mesmo se reduzirmos, para tudo que fazemos, produzimos CO2,
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13:11 - 13:13são as árvores.
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13:13 - 13:17Coloco a questão -- três ou quatro semanas atrás,
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13:17 - 13:19vimos nos jornais
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13:19 - 13:22milhões de peixes que morreram na Noruega.
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13:22 - 13:25Falta de oxigênio na água.
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13:25 - 13:27Coloquei para mim mesmo a questão, se por um momento,
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13:27 - 13:31não teremos falta de oxigênio para todas as espécies animais,
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13:31 - 13:34inclusive a nossa -- isso seria muito complicado para nós.
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13:34 - 13:39Para o sistema de águas, as árvores são essenciais.
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13:39 - 13:42Vou dar-lhes um pequeno exemplo que entenderão facilmente.
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13:42 - 13:46Vocês, pessoas felizes que têm muito cabelo na cabeça,
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13:46 - 13:50se tomam um banho, leva
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13:50 - 13:53duas ou três horas para o cabelo secar,
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13:53 - 13:55se não usam um secador.
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13:55 - 14:00Para mim, um minuto, está seco. O mesmo acontece com as árvores.
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14:00 - 14:03As árvores são os cabelos de nosso planeta.
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14:03 - 14:07Quando chove em um lugar que não tem árvores,
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14:07 - 14:10em poucos minutos, a água chega à correnteza,
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14:10 - 14:13traz solo, destrói nossa fonte de água,
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14:13 - 14:15destrói os rios,
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14:15 - 14:16e não há umidade para reter.
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14:16 - 14:20Quando temos árvores, o sistema de raízes segura a água.
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14:20 - 14:23Todos os galhos das árvores, as folhas que caem
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14:23 - 14:25criam uma área úmida,
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14:25 - 14:30e leva meses e meses para que a água vá para os rios,
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14:30 - 14:33e mantém nossa fonte, mantém nossos rios.
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14:33 - 14:35Esta é a coisa mais importante,
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14:35 - 14:39quando pensamos que necessitamos de água para toda atividade na vida.
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14:39 - 14:42Quero mostrar-lhes agora, para encerrar,
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14:42 - 14:44algumas fotos que para mim
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14:44 - 14:47são muito importantes nesse sentido.
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14:47 - 14:49Lembram-se de que contei a vocês,
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14:49 - 14:52quando recebi a fazenda de meus pais
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14:52 - 14:54que era meu paraíso, que era a fazenda.
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14:54 - 15:00Terra completamente destruída, erosão, a terra tinha secado.
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15:00 - 15:02Mas podem ver nesta foto,
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15:02 - 15:06estávamos começando a construir um centro educacional
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15:06 - 15:11que se tornou um centro ambiental muito grande no Brasil.
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15:11 - 15:16Vocês veem muitos pontos úmidos nesta foto.
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15:16 - 15:19Em cada um desses pontos, plantamos uma árvore.
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15:19 - 15:21Há milhares de árvores.
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15:21 - 15:24Agora vou mostrar-lhes as fotos feitas exatamente no mesmo local,
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15:24 - 15:26dois meses atrás.
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15:28 - 15:35(Aplausos)
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15:37 - 15:39Disse-lhes no começo que era necessário
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15:39 - 15:43plantar aproximadamente 2.5 milhões de árvores
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15:43 - 15:46de cerca de 200 espécies diferentes
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15:46 - 15:49para reconstruir o ecossistema.
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15:49 - 15:52E vou mostrar a última foto.
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15:52 - 15:55Estamos com dois mihões de árvores no chão agora.
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15:55 - 15:56Estamos fazendo a retirada
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15:56 - 16:01de mais ou menos 100.000 toneladas de carbono com essas árvores.
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16:01 - 16:05Meu amigos, é muito fácil de fazer, Fizemos isso, não?
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16:05 - 16:08Por um acidente que aconteceu comigo,
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16:08 - 16:11voltamos, construímos um ecossistema.
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16:11 - 16:14Nós aqui nesta sala,
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16:14 - 16:17acredito que tenhamos a mesma preocupação,
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16:17 - 16:20e o modelo que criamos no Brasil,
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16:20 - 16:21podemos transplantá-lo aqui.
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16:21 - 16:24Podemos usá-lo em todos os lugares no mundo, não?
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16:24 - 16:27E acredito que podemos fazer isso juntos.
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16:27 - 16:29Muito obrigado.
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16:29 - 16:33(Aplausos)
- Title:
- O drama silencioso da fotografia
- Speaker:
- Sebastião Salgado
- Description:
-
O doutor em economia Sebastião Salgado somente assumiu a fotografia quando tinha uns 30 anos, mas a atividade tornou-se uma obsessão. Seus projetos de anos de duração capturam lindamente o lado humano de uma história global que muitas vezes envolve morte, destruição e ruína. Aqui, ele conta uma história profundamente pessoal da arte que quase o matou, e apresenta imagens espetaculares de seu trabalho mais recente, Genesis, que documenta um mundo de pessoas e lugares esquecidos.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:53
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The silent drama of photography | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The silent drama of photography | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The silent drama of photography | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The silent drama of photography | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The silent drama of photography | ||
Marina Marantes commented on Portuguese, Brazilian subtitles for The silent drama of photography | ||
Paulo Oliveros commented on Portuguese, Brazilian subtitles for The silent drama of photography | ||
Dimitra Papageorgiou approved Portuguese, Brazilian subtitles for The silent drama of photography |