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A minha invenção simples, concebida para manter o meu avô em segurança

  • 0:01 - 0:05
    Qual é a ameaça da saúde pública
    que aumenta mais rapidamente?
  • 0:05 - 0:08
    Cancro? Ataques cardíacos? Diabetes?
  • 0:08 - 0:10
    Nenhuma delas é a resposta.
  • 0:10 - 0:11
    É a doença de Alzheimer.
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    Em cada 67 segundos,
  • 0:13 - 0:16
    alguém nos EUA é diagnosticado
    com a doença de Alzheimer.
  • 0:17 - 0:20
    Com o número de doentes de Alzheimer
    a triplicar em 2050,
  • 0:20 - 0:24
    cuidar deles, tal como da restante
    população de idosos,
  • 0:24 - 0:26
    tornar-se-á um desafio social alarmante.
  • 0:27 - 0:29
    A minha família experimentou
    diretamente
  • 0:29 - 0:31
    o esforço de cuidar de
    um doente com Alzheimer.
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    Cresci numa família com três gerações.
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    Sempre fui muito próximo do meu avô.
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    Quando tinha quatro anos,
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    o meu avô e eu estávamos a passear
    num parque no Japão
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    quando, de repente, nos perdemos.
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    Foi um dos momentos
    mais assustadores da minha vida,
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    Foi também a primeira vez que soubemos
  • 0:46 - 0:49
    que o meu avô sofria de Alzheimer.
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    Nos últimos 12 anos,
    a sua condição piorou cada vez mais
  • 0:52 - 0:56
    e as suas deambulações, em particular,
    causavam muito angústia à família.
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    A minha tia, que tomava conta dele,
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    esforçava-se muito para ficar acordada
    de noite, de olho nele.
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    Mesmo assim falhava muitas vezes
    em apanhá-lo a sair da cama.
  • 1:03 - 1:06
    Fiquei muito preocupado
    quanto ao bem-estar da minha tia
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    e quanto à segurança do meu avô.
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    Procurei exaustivamente uma solução
    para os problemas da minha família,
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    mas nada encontrei.
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    Depois, há três anos, numa noite,
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    eu estava a tomar conta do meu avô
    e vi-o levantar-se da cama.
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    No momento em que o seu pé
    tocou no chão, pensei:
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    Porque não pôr um sensor
    de pressão no calcanhar do pé dele?
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    Assim que pisasse o chão, fora da cama,
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    o sensor de pressão iria detetar o aumento
    da pressão causado pelo peso corporal
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    e enviaria um alerta sonoro para
    o telemóvel do vigilante.
  • 1:34 - 1:37
    Assim, a minha tia dormiria
    muito melhor à noite
  • 1:37 - 1:39
    sem ter de se preocupar
    com as deambulações do meu avô.
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    Assim, gostava de realizar uma
    demonstração desta meia.
  • 1:45 - 1:48
    Posso ter a minha modelo
    com a meia aqui no palco?
  • 1:50 - 1:51
    Ótimo..
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    Portanto, assim que o doente
    põe o pé no chão...
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    (som de campainha)
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    ... é enviado um alerta para
    o telemóvel do vigilante.
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    Obrigado.
  • 2:06 - 2:07
    (Aplausos)
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    Obrigado, modelo da meia.
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    Isto é um desenho
    do "design" preliminar.
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    O meu desejo de criar uma
    tecnologia baseada em sensores
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    talvez provenha do meu velho amor
    por sensores e tecnologia.
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    Quando eu tinha seis anos,
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    um idoso, amigo da família
    caiu na casa de banho
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    e sofreu graves lesões.
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    Eu fiquei preocupado
    com o meu avô
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    e decidi inventar um sistema
    inteligente na casa de banho.
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    Instalar sensores de movimento
    nos azulejos do chão da casa de banho
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    para detetar as quedas dos idosos doentes
    sempre que caíssem na casa de banho.
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    Como tinha apenas 6 anos na altura
  • 2:42 - 2:44
    e ainda não tinha saído do infantário,
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    não tinha os recursos e as ferramentas
    para tornar realidade a minha ideia.
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    Contudo, a minha experiência de pesquisa
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    criou em mim um firme desejo
    de usar sensores para ajudar os idosos.
  • 2:55 - 2:59
    Acredito que os sensores podem
    melhorar a qualidade de vida dos idosos.
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    Ao desenhar o meu plano, percebi
    que enfrentava três grandes problemas:
  • 3:05 - 3:06
    Primeiro, a criação do sensor.
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    Segundo, desenhar um circuito.
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    Terceiro, criar uma aplicação
    para telemóvel.
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    Isto fez-me perceber que o meu projeto
    era mais difícil de concretizar
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    do que inicialmente imaginara.
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    Primeiro, tinha de criar um sensor
    bastante fino e flexível
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    para ser usado confortavelmente
    na planta do pé do doente.
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    Após uma pesquisa intensiva e testar
    diferentes materiais como borracha,
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    que percebi ser demasiado espessa para
    ser confortável na planta do pé,
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    decidi gravar um sensor em filme
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    com partículas de tinta sensíveis à
    pressão eletricamente.
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    Quando fosse exercida pressão, a conexão
    entre as partículas aumentava.
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    Assim, eu podia desenhar um circuito
    que mediria a pressão
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    medindo a resistência elétrica.
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    Depois, tinha de desenhar um circuito
    sem fios, que se pudesse usar.
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    mas os sinais de transmissão sem fios
    consomem imensa energia
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    e requerem baterias pesadas e grossas.
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    Felizmente, descobri a tecnologia de
    baixa energia Bluetooth
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    que consome muito pouca energia
    e usa uma bateria do tamanho de uma moeda.
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    Isso impedia que o sistema
    fosse abaixo a meio da noite.
  • 4:00 - 4:03
    Por último, tinha de criar a aplicação
    que iria transformar
  • 4:03 - 4:06
    o Smartphone do vigilante
    num monitor remoto.
  • 4:06 - 4:10
    Para isso, tive de expandir o meu
    conhecimento em código de Java e XCode.
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    Também tive de aprender o código
    para aparelhos Bluetooth de baixa carga,
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    assistindo a tutoriais do YouTube
    e lendo vários compêndios.
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    Integrando estes componentes, pude
    criar dois protótipos bem sucedidos,
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    um deles, em que o sensor
    fica dentro da meia
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    e outro, em que o sensor de sinais
    é removível
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    e pode ser colocado em qualquer sítio
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    que tenha contacto
    com a planta do pé do doente.
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    Tenho testado o aparelho no meu avô
    de há um ano a esta parte
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    e tem tido um nível de sucesso de 100%
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    a detetar mais de 900 casos
    conhecidos das suas deambulações.
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    No verão passado, pude
    fazer o teste beta ao meu aparelho
  • 4:41 - 4:44
    em vários lares residenciais
    da Califórnia.
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    Estou neste momento a reunir
    os resultados
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    para melhorar o aparelho
    e torná-lo um produto de mercado.
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    Os testes do aparelho em vários doentes
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    fizeram-me perceber que precisava
    de inventar soluções
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    para as pessoas que não queriam
    usar meias para dormir.
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    As informações do sensor, recolhidas
    de muitos doentes,
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    podem ser úteis para melhorar
    os cuidados dos doentes
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    e levar a uma cura
    para a doença, possivelmente.
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    Por exemplo, eu estou a examinar
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    as relações entre a frequência das
    deambulações noturnas dos doentes
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    e as suas atividades diárias e dietas.
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    O que nunca esquecerei é
    a primeira vez que o aparelho
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    apanhou o meu avô a passear
    fora da cama à noite.
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    Nesse momento, fiquei impressionado
    com o poder da tecnologia
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    para melhorar a vida.
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    Pessoas a viver felizes e saudáveis
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    esse é o mundo que eu imagino.
  • 5:28 - 5:30
    Muito obrigado.
  • 5:30 - 5:33
    (Aplausos)
Title:
A minha invenção simples, concebida para manter o meu avô em segurança
Speaker:
Kenneth Shinozuka
Description:

Cerca de 60% das pessoas com demência deambulam, um problema que pode ser altamente angustiante para os doentes e para quem toma conta deles. Nesta palestra encantadora, ouvimos como o jovem inventor Kenneth Shinozuka surgiu com uma solução inovadora para ajudar o avô que vagueia durante a noite e para a tia que cuida dele... e como ele espera ajudar outros doentes com a doença de Alzheimer.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
05:46

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