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(Sino)
Qual foi a maior noção
da sua vida que você superou?
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Na sua palestra sobre o Dharma você disse
o que a Iluminação era
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e que essa Iluminação
era estar livre de todas as noções.
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Isso realmente ressonou em mim.
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Minha pergunta é:
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Qual foi a maior noção
da sua vida que você superou?
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Obrigada.
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(Sr Pine) Querido Thay, nossa amiga disse
que na palestra do Thay sobre o Dharma,
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Thay explicou que a Iluminação
é estar livre de todas as noções.
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E ela gostaria de saber:
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Qual é a maior noção da
qual o próprio Thay teve que se livrar.
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A maior é "Eu sou".
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(Risada)
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'Eu sou como uma entidade separada.'
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'Eu tenho um eu mesmo.'
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Porque a crença em um eu separado
pode ser a raiz de muito sofrimento.
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E isso é o porquê "meditar" significa
olhar para a natureza de cada coisa
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e...
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tocar a verdade do Interser.
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Você não pode ser por si mesmo,
você tem que "inter-ser" com todo mundo.
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E você tem que ver a si mesmo
não como uma entidade permanente,
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sempre permanecendo o mesmo,
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saindo de um corpo e
indo para outro corpo,
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a noção de transmigração,
a noção de reencarnação.
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Você acredita que nós
somos feitos de corpo e alma.
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E o corpo é impermanente,
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o corpo pode ser desintegrado,
mas a alma permanece sempre a mesma.
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E depois que o corpo morre,
a alma sempre sobrevive
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e vai para o céu ou o inferno
ou reencarna em outro corpo.
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Essa é a ideia que as pessoas têm
sobre reencarnação ou renascimento,
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que não é o entendimento budista
da transmigração, renascimento ou Samsara,
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porque no ensinamento de Buda,
não há nada que sempre permanece o mesmo.
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Nossos sentimentos, formações mentais,
e nossas percepções estão sempre mudando,
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a todo momento!
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Não há nada como isso,
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não há alma ou um "eu" permanente.
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E nós aprendemos a ver que
o que chamamos "eu mesmo",
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são coisas bem concretas
que mudam o tempo todo.
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Eu sou feito de corpo, sentimentos,
percepções, formações mentais
e consciência.
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Eu sei que esses cinco elementos
estão mudando o tempo todo.
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Sempre há entrada e saída.
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Sou como um rio, a água
sempre vem da fonte.
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E o rio pode distribuir
essa água pelos campos,
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para a área onde ele passa.
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E algo da água no rio
está evaporando e se tornará nuvem.
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Então temos que ver a entrada
e a saída do rio.
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O mesmo vale para a nuvem.
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A nuvem está mudando o tempo todo.
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Há muitas pequenas nuvens
ou vapor de água se juntando.
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E sempre há algo de nuvem
se transformando em algo mais,
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como chuva ou neve e assim por diante.
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Então o que chamamos "eu mesmo" é só
a manifestação desses cinco elementos.
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Há o sentar,
há o respirar,
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há o caminhar.
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Há a calma, há a paz,
há a felicidade, há a alegria,
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gerada pelo caminhar.
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Todas essas coisas existem e
você pode reconhecê-las.
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E isso é tudo que é,
e você é isso.
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Não há um você fora
desses cinco elementos.
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Você é esses cinco elementos.
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E esses cinco elementos mudam
e produzem alegria, paz e felicidade
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e você é isso.
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Existe uma gatha:
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"Buda está respirando, Buda está sorrindo,
Eu estou respirando, eu estou sorrindo."
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E a próxima é:
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"Buda é a respiração,
Buda é o sorriso,"
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"Eu sou a respiração, eu sou o sorriso."
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"Só há a respiração,
só há o sorriso,"
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"não há um respirador,
não há um sorridente."
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E você vai devagar assim
para tocar a natureza do não eu mesmo.
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E não há um eu permanente
que está buscando Nirvana.
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Nirvana é algo
que existe, que está lá,
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a Natureza do Não Nascimento e Não Morte.
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E todos nós, incluindo
o rio e a nuvem,
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estão bem estabelecidos no Nirvana.
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Nossa natureza é a Natureza do
Não Nascimento e Não Morte.
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E esse é o tema de nossa
palestra sobre o Dharma de amanhã.
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(Sino)
Conecte-se, Inspire-se, Nutra-se