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O caso para permitir que negócios resolvam problemas sociais

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    Acho que todos nós sabemos
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    que atualmente o mundo está
    cheio de problemas.
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    temos escutado isso
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    hoje e ontem e todos os dias
    durante décadas.
  • 0:11 - 0:15
    Problemas sérios, problemas grandes,
    problemas urgentes.
  • 0:15 - 0:19
    Desnutrição, falta de acesso à água,
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    mudança climática, desmatamento,
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    falta de habilidades, insegurança,
    falta de alimentos,
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    atenção à saúde insuficiente, poluição.
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    Existem problemas atrás de problemas
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    e acho que o que realmente
    separa essa época
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    de qualquer época da qual consigo
    me lembrar em minha breve estada
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    na Terra é a consciência desses problemas.
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    Todos estamos bem cientes.
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    Por que estamos tendo tanto trabalho
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    para lidar com esses problemas?
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    Essa é a pergunta com a qual tenho lutado,
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    oriunda de minha perspectiva bem diferente.
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    Não sou um profissional da área social.
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    Sou um cara que trabalha com negócios,
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    que ajuda negócios a ganharem dinheiro.
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    Deus me livre!
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    Então, por que estamos passando
    por tantos problemas
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    com esses problemas sociais,
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    e, realmente, existe algum papel
    para os negócios
  • 1:13 - 1:16
    e, se houver, qual é esse papel?
  • 1:17 - 1:20
    Acho que para abordar essa pergunta
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    temos que dar um passo atrás e pensar sobre
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    como temos entendido e ponderado
  • 1:27 - 1:29
    tanto os problemas como as soluções
  • 1:29 - 1:33
    para esses grandes desafios sociais
    que enfrentamos.
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    Agora, acho que muitos encaram os negócios
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    como o problema, ou pelo menos
    um dos problemas
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    em muitos dos desafios sociais
    que enfrentamos.
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    Sabe, pensem na indústria de fast food,
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    na indústria farmacêutica,
    na indústria financeira.
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    Sabe, esse é um momento difícil
  • 1:47 - 1:50
    em termos de respeito pelos negócios.
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    Os negócios não são vistos como a solução.
  • 1:52 - 1:56
    São encarados, pela maioria das pessoas,
    como o problema.
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    E isso é correto em muitos casos.
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    Existem diversos maus agentes por aí
  • 2:00 - 2:02
    que fizeram a coisa errada,
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    que de fato pioraram o problema.
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    Assim, talvez essa perspectiva se justifique.
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    De que maneira tendemos a
    enxergar as soluções
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    para esses problemas sociais,
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    essas muitas preocupações que
    enfrentamos na sociedade?
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    Bem, tínhamos a tendência
    de enxergar as soluções
  • 2:17 - 2:19
    em termos de ONGs,
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    em termos de governo,
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    em termos de filantropia.
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    De fato, o fenômeno organizacional
    característico
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    desta época é o tremendo aumento de ONGs
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    e organizações sociais.
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    Essa é uma forma organizacional
    nova e singular
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    que vimos crescer.
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    Uma enorme inovação, uma enorme energia,
  • 2:41 - 2:43
    um enorme talento está sendo
    mobilizado atualmente
  • 2:43 - 2:45
    através dessa estrutura
  • 2:45 - 2:50
    para tentar lidar com todos esses desafios.
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    E muitos de nós aqui estamos
    profundamente envolvidos com isso.
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    Sou professor de negócios,
  • 2:56 - 3:00
    mas na verdade fundei, acho,
    quatro organizações sem fins lucrativos.
  • 3:00 - 3:03
    Sempre que me interessei e tomei conhecimento
  • 3:03 - 3:06
    de um problema social, que foi o que fiz,
  • 3:06 - 3:08
    formei uma organização sem fins lucrativos.
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    Foi a maneira que idealizamos para lidar
  • 3:11 - 3:12
    com essas questões.
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    Até mesmo um professor de negócios
    pensava sobre isso dessa maneira.
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    Mas acho que, neste momento,
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    temos feito isso há um bom tempo.
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    Temos conhecimento
    desses problemas há décadas.
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    Possuímos décadas de experiência
  • 3:26 - 3:30
    com nossas ONGs e com nossas
    entidades governamentais
  • 3:30 - 3:32
    e existe uma realidade estranha.
  • 3:32 - 3:34
    A realidade estranha é que não estamos
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    progredindo suficientemente rápido.
  • 3:36 - 3:39
    Não estamos vencendo.
  • 3:39 - 3:41
    Esses problemas ainda parecem
    muito assustadores
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    e insolúveis,
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    e quaisquer soluções que encontrarmos
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    são soluções pequenas.
  • 3:47 - 3:50
    Estamos fazendo progresso incremental.
  • 3:51 - 3:54
    Qual é o problema fundamental que temos
  • 3:54 - 3:57
    ao lidar com esses problemas sociais?
  • 3:57 - 4:01
    Se eliminarmos toda a complexidade,
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    temos o problema da escala.
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    Não conseguimos avançar em larga escala.
  • 4:07 - 4:10
    Conseguimos progredir.
    Conseguimos mostrar benefícios.
  • 4:10 - 4:14
    Conseguimos mostrar resultados.
    Conseguimos fazer melhor as coisas.
  • 4:14 - 4:18
    Estamos ajudando. Estamos melhorando.
    Estamos fazendo o bem.
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    Não conseguimos avançar em escala.
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    Não conseguimos fazer um impacto
    em larga escala nesses esses problemas.
  • 4:25 - 4:27
    Por que isso é assim?
  • 4:27 - 4:31
    Porque não temos os recursos.
  • 4:31 - 4:32
    E isso está realmente claro agora.
  • 4:32 - 4:35
    E está mais claro agora do que
    foi durante décadas.
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    Simplesmente não existe dinheiro suficiente
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    para lidar com qualquer um
    desses problemas em escala
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    usando o modelo atual.
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    Não existe receita tributária suficiente,
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    não existem doações filantrópicas suficientes
  • 4:52 - 4:54
    para lidar com esses problemas da maneira
    como estamos lidando agora.
  • 4:54 - 4:59
    Temos que confrontar essa realidade.
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    E a escassez de recursos para lidar
  • 5:02 - 5:06
    com esses problemas só está aumentando,
  • 5:06 - 5:10
    certamente no mundo avançado de hoje,
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    com todos os problemas fiscais que enfrentamos.
  • 5:14 - 5:18
    Então, se for fundamentalmente
    um problema de recursos,
  • 5:18 - 5:22
    onde estão os recursos na sociedade?
  • 5:22 - 5:25
    Como esses recursos são realmente criados,
  • 5:25 - 5:27
    os recursos que vamos precisar
    para poder lidar
  • 5:27 - 5:30
    com todos esses desafios da sociedade?
  • 5:30 - 5:33
    Bem ali, acho que a resposta está bem clara:
  • 5:33 - 5:36
    Estão nos negócios.
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    Toda riqueza é, na verdade,
    criada por negócios.
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    Negócios criam riqueza
  • 5:45 - 5:50
    quando atendem
    a necessidades e têm lucro.
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    É assim que toda riqueza é criada.
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    É responder a necessidades e ter lucro,
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    o que leva a impostos,
  • 5:58 - 5:59
    e isso leva a renda,
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    e isso leva a doações de caridade.
  • 6:02 - 6:05
    É daí que se originam todos os recursos.
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    Somente os negócios conseguem
    realmente criar recursos.
  • 6:07 - 6:09
    Outras instituições conseguem utilizá-los
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    para fazerem um trabalho importante,
  • 6:10 - 6:14
    mas somente os negócios
    conseguem criá-los.
  • 6:14 - 6:15
    E os negócios os criam
  • 6:15 - 6:21
    quando conseguem responder
    a uma necessidade e ter lucro.
  • 6:23 - 6:26
    Os recursos são majoritariamente
  • 6:26 - 6:28
    gerados por negócios.
  • 6:28 - 6:34
    A pergunta então é, como
    podemos aproveitar isso?
  • 6:34 - 6:36
    Como aproveitamos isso?
  • 6:36 - 6:39
    Os negócios geram aqueles recursos
  • 6:39 - 6:42
    quando obtêm lucro.
  • 6:44 - 6:47
    Esse lucro é aquela pequena diferença
  • 6:47 - 6:52
    entre o preço e o custo
    necessário para produzir
  • 6:52 - 6:54
    qualquer solução que os negócios
    tenham criado
  • 6:54 - 6:57
    para qualquer problema que
    estejam tentando solucionar.
  • 6:57 - 7:03
    Mas esse lucro é a mágica.
  • 7:04 - 7:09
    Por quê? Porque esse lucro
    permite que qualquer solução
  • 7:09 - 7:11
    que tenhamos criado
  • 7:11 - 7:14
    aumente em escala infinita.
  • 7:15 - 7:18
    Porque se conseguirmos produzir lucro,
  • 7:18 - 7:21
    conseguimos multiplicar por
    10, 100, um milhão,
  • 7:21 - 7:25
    100 milhões, um bilhão.
  • 7:25 - 7:29
    A solução se torna auto-sustentável.
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    É isso que os negócios fazem
  • 7:32 - 7:34
    quando produzem lucro.
  • 7:36 - 7:38
    Agora o que tudo isso tem a ver
  • 7:38 - 7:41
    com problemas sociais?
  • 7:41 - 7:44
    Bem, uma linha de pensamento é,
    vamos pegar esse lucro
  • 7:44 - 7:50
    e realocar para os problemas sociais.
  • 7:50 - 7:51
    Os negócios deveriam oferecer mais.
  • 7:51 - 7:53
    Os negócios deveriam ser mais responsáveis.
  • 7:53 - 7:55
    E essa é a trajetória que temos seguido
  • 7:55 - 7:57
    nos negócios.
  • 7:58 - 8:00
    Mas repetindo, essa trajetória
    que estamos seguindo
  • 8:00 - 8:03
    não está nos levando
    aonde precisamos ir.
  • 8:04 - 8:07
    Agora, comecei como professor de estratégia,
  • 8:07 - 8:09
    e ainda sou professor de estratégia.
  • 8:09 - 8:10
    Tenho orgulho disso.
  • 8:10 - 8:11
    Mas também, ao longo dos anos,
  • 8:11 - 8:14
    trabalhei cada vez mais
    com questões sociais.
  • 8:14 - 8:17
    Trabalhei com atenção à saúde,
    meio ambiente,
  • 8:17 - 8:21
    desenvolvimento econômico,
    redução da pobreza,
  • 8:21 - 8:25
    e, na medida em que trabalhava
    mais e mais no campo social,
  • 8:25 - 8:27
    comecei a enxergar algo
  • 8:27 - 8:30
    que teve um profundo impacto sobre mim
  • 8:30 - 8:33
    e sobre minha vida toda,
    de certa maneira.
  • 8:34 - 8:38
    Historicamente, o senso comum
    sobre economia
  • 8:38 - 8:41
    e a visão popular dos negócios
    tem sido que,
  • 8:41 - 8:45
    de fato, existe um desequilíbrio
  • 8:45 - 8:50
    entre desempenho social e
    desempenho econômico.
  • 8:50 - 8:52
    O senso comum tem sido que
  • 8:52 - 8:55
    os negócios, na verdade, produzem lucro
  • 8:55 - 8:57
    causando um problema social.
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    O exemplo clássico é a poluição.
  • 8:59 - 9:02
    Se as empresas poluem,
    produzem mais dinheiro
  • 9:02 - 9:06
    do que se tentassem reduzir aquela poluição.
  • 9:06 - 9:08
    Reduzir a poluição é caro,
  • 9:08 - 9:13
    portanto, as empresas não querem fazê-lo.
  • 9:14 - 9:17
    É lucrativo ter um ambiente
    de trabalho inseguro.
  • 9:17 - 9:19
    É muito caro ter um ambiente
    de trabalho seguro,
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    portanto as empresas ganham mais dinheiro
  • 9:21 - 9:23
    se não tiverem um ambiente seguro.
  • 9:23 - 9:25
    Essa tem sido a ideia convencional.
  • 9:26 - 9:29
    Muitas empresas
    se enquadravam nessa ideia.
  • 9:29 - 9:31
    Resistiam a melhorias ambientais.
  • 9:31 - 9:35
    Resistiam a melhorias nos locais de trabalho.
  • 9:37 - 9:40
    Essa linha de pensamento levou, eu acho,
  • 9:40 - 9:42
    a muito do comportamento
  • 9:42 - 9:44
    que criticamos nos negócios,
  • 9:44 - 9:46
    que eu mesmo critico nos negócios.
  • 9:46 - 9:50
    Mas quanto mais me aprofundava
    em todas essas questões,
  • 9:50 - 9:52
    uma após a outra,
  • 9:53 - 9:55
    e, de fato, quanto mais tentava
    resolvê-las
  • 9:55 - 9:57
    eu mesmo, pessoalmente, em alguns casos,
  • 9:57 - 10:00
    através de organizações sem fins lucrativos
    em que participava,
  • 10:00 - 10:03
    mais eu descobria que, de fato,
  • 10:03 - 10:06
    a realidade era o contrário.
  • 10:06 - 10:07
    Os negócios não lucram
  • 10:07 - 10:09
    ao causarem problemas sociais,
  • 10:09 - 10:12
    realmente, de nenhuma maneira.
  • 10:13 - 10:15
    Essa é uma visão muito simplista.
  • 10:15 - 10:18
    Quanto mais nos aprofundamos
    nessas questões,
  • 10:18 - 10:20
    mais começamos a compreender
  • 10:20 - 10:22
    que, na verdade,
    os negócios lucram
  • 10:22 - 10:24
    com a solução de problemas sociais.
  • 10:24 - 10:26
    É daí que vem o verdadeiro lucro.
  • 10:26 - 10:28
    Vejamos a poluição.
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    Aprendemos hoje que realmente
  • 10:31 - 10:34
    reduzir a poluição e as emissões
  • 10:34 - 10:37
    está gerando lucro.
  • 10:37 - 10:39
    Economiza dinheiro.
  • 10:39 - 10:41
    Torna a empresa mais produtiva e eficiente.
  • 10:41 - 10:42
    Não desperdiça recursos.
  • 10:42 - 10:45
    Ter um ambiente de trabalho mais seguro,
  • 10:45 - 10:46
    e evitar acidentes, na verdade
  • 10:46 - 10:48
    torna a empresa mais lucrativa
  • 10:48 - 10:51
    porque é um sinal de bons processos.
  • 10:51 - 10:55
    Os acidentes são caros e dispendiosos.
  • 10:55 - 10:58
    Questão por questão por questão,
    começamos a aprender
  • 10:58 - 11:01
    que, de fato, não existe nenhum
    desequilíbrio
  • 11:01 - 11:04
    entre progresso social
  • 11:04 - 11:07
    e eficiência econômica
  • 11:07 - 11:09
    em qualquer sentido fundamental.
  • 11:09 - 11:11
    Outra questão é a saúde.
  • 11:11 - 11:13
    Isto é, o que descobrimos é, na verdade,
  • 11:13 - 11:15
    que a saúde dos funcionários é algo
  • 11:15 - 11:16
    que as empresas devem preservar,
  • 11:16 - 11:19
    porque essa saúde permite
    que os funcionários
  • 11:19 - 11:20
    sejam mais produtivos e venham trabalhar
  • 11:20 - 11:23
    e não faltem.
  • 11:23 - 11:26
    O trabalho mais profundo, o novo trabalho,
    o novo pensamento
  • 11:26 - 11:30
    sobre a relação entre negócios
    e problemas sociais
  • 11:30 - 11:33
    está de fato mostrando que existe
    uma sinergia
  • 11:33 - 11:35
    fundamental, profunda,
  • 11:35 - 11:39
    particularmente se você não estiver
    pensando em muito curto prazo.
  • 11:39 - 11:41
    Em muito curto prazo, às vezes você pode
  • 11:41 - 11:43
    se enganar ao pensar
  • 11:43 - 11:45
    que existem metas
    fundamentalmente opostas,
  • 11:45 - 11:48
    mas em longo prazo, no fim,
    estamos aprendendo
  • 11:48 - 11:52
    em campo após campo, que simplesmente
    isso não é verdadeiro.
  • 11:52 - 11:55
    Então, como aproveitar
  • 11:55 - 11:58
    o poder dos negócios
  • 11:58 - 12:00
    para resolver os problemas fundamentais
  • 12:00 - 12:02
    que enfrentamos?
  • 12:03 - 12:05
    Imagine se pudéssemos fazer isso,
    porque se pudéssemos fazê-lo,
  • 12:05 - 12:07
    avançaríamos em escala.
  • 12:07 - 12:10
    Poderíamos aproveitar esta
    enorme fonte de recursos
  • 12:10 - 12:13
    e essa capacidade organizacional.
  • 12:13 - 12:18
    E adivinhem? Isso está
    acontecendo agora, finalmente,
  • 12:18 - 12:22
    em parte graças a pessoas como vocês
  • 12:22 - 12:24
    que levantaram essas questões
  • 12:24 - 12:27
    ano após ano e década após década.
  • 12:27 - 12:30
    Vemos organizações como a Dow Chemical
  • 12:30 - 12:32
    liderando a revolução contra
    as gorduras trans
  • 12:32 - 12:35
    e gorduras saturadas com produtos
    novos e inovadores.
  • 12:35 - 12:37
    Esse é um exemplo da Jain Irrigation.
  • 12:37 - 12:39
    Essa é uma empresa que levou
    a irrigação por gotejamento
  • 12:39 - 12:42
    a milhares e milhões de fazendeiros,
  • 12:42 - 12:45
    reduzindo substancialmente
    o uso de água.
  • 12:45 - 12:48
    Vemos empresas como a Fibria,
    empresa brasileira de silvicultura,
  • 12:48 - 12:50
    que descobriu como evitar
  • 12:50 - 12:52
    a derrubada de florestas antigas
  • 12:52 - 12:54
    e, usando eucalipto,
    conseguir produzir muito mais
  • 12:54 - 12:56
    polpa por hectare
  • 12:56 - 12:58
    e fabricar muito mais papel
    do que seria possível
  • 12:58 - 13:01
    cortando aquelas velhas árvores.
  • 13:01 - 13:03
    Você você vê empresas como a Cisco,
    que está treinando,
  • 13:03 - 13:08
    até agora, quatro milhões de pessoas
    em competências para TI
  • 13:08 - 13:10
    para sim, de fato, serem responsáveis,
  • 13:10 - 13:12
    mas ajudarem a expandir a oportunidade
  • 13:12 - 13:14
    de disseminar a tecnologia de TI
  • 13:14 - 13:16
    e fazer crescer negócios como um todo.
  • 13:16 - 13:20
    Existe hoje em dia uma oportunidade
    fundamental para os negócios
  • 13:20 - 13:24
    impactarem e resolverem
    estes problemas sociais,
  • 13:24 - 13:26
    e esta oportunidade
  • 13:26 - 13:29
    é a maior oportunidade de negócios
  • 13:29 - 13:32
    que vemos em negócios.
  • 13:32 - 13:35
    E a pergunta é como podemos
    adaptar o pensamento
  • 13:35 - 13:38
    de negócios a essa ideia de
    valor compartilhado?
  • 13:38 - 13:40
    Isso é o que eu chamo
    de valor compartilhado:
  • 13:40 - 13:44
    resolver uma questão social
    com um modelo de negócios.
  • 13:44 - 13:46
    Isso é valor compartilhado.
  • 13:46 - 13:47
    Valor compartilhado é capitalismo,
  • 13:47 - 13:50
    mas é um tipo mais elevado de capitalismo.
  • 13:50 - 13:53
    É capitalismo como deveria ser,
  • 13:53 - 13:57
    responder a necessidades importantes,
  • 13:57 - 14:00
    não competir incrementalmente por
  • 14:00 - 14:03
    diferenças triviais em atributos de produtos
  • 14:03 - 14:05
    e cotas de mercado.
  • 14:05 - 14:07
    Valor compartilhado é quando
    conseguimos criar valor social
  • 14:07 - 14:09
    e valor econômico simultaneamente.
  • 14:09 - 14:12
    É encontrar aquelas oportunidades
  • 14:12 - 14:15
    que levarão à maior possibilidade que temos
  • 14:15 - 14:17
    de realmente resolver
    esses problemas sociais
  • 14:17 - 14:19
    porque podemos avançar.
  • 14:19 - 14:23
    Podemos abordar o valor compartilhado
    em múltiplos níveis.
  • 14:23 - 14:26
    É real. Está acontecendo.
  • 14:26 - 14:29
    Mas para que essa solução funcione,
  • 14:29 - 14:33
    temos que mudar a maneira como
    os negócios veem a si mesmos,
  • 14:33 - 14:35
    e felizmente isso está a caminho.
  • 14:35 - 14:39
    As empresas ficaram presas
    na ideia convencional
  • 14:39 - 14:41
    de que não deveriam se preocupar
    com problemas sociais,
  • 14:41 - 14:43
    de que isso era algo meio que secundário,
  • 14:43 - 14:45
    que alguém mais estava fazendo.
  • 14:45 - 14:47
    Agora estamos vendo empresas
  • 14:47 - 14:49
    abraçarem essa ideia.
  • 14:49 - 14:51
    Porém, também temos que reconhecer
    que as empresas
  • 14:51 - 14:54
    não vão fazer isso com tanta efetividade
  • 14:54 - 14:56
    quanto se tivermos ONGs e o governo
  • 14:56 - 14:59
    trabalhando em parceria com as empresas.
  • 14:59 - 15:02
    As novas ONGs que estão realmente
    mexendo os ponteiros
  • 15:02 - 15:04
    são aquelas que fundaram estas parcerias,
  • 15:04 - 15:06
    que descobriram essas maneiras de colaborar.
  • 15:06 - 15:09
    Os governos que estão progredindo mais
  • 15:09 - 15:10
    são os governos que descobriram maneiras
  • 15:10 - 15:14
    de permitir que haja valor
    compartilhado nos negócios,
  • 15:14 - 15:17
    ao invés de encararem o governo
    como o único jogador
  • 15:17 - 15:20
    que deve dar as cartas.
  • 15:20 - 15:22
    E o governo tem muitas
    maneiras de impactar
  • 15:22 - 15:25
    a vontade e a habilidade das empresas
  • 15:25 - 15:27
    para competirem dessa maneira.
  • 15:27 - 15:30
    Acho que, se conseguirmos que
    os negócios se enxerguem diferente,
  • 15:30 - 15:32
    e se conseguirmos que outros enxerguem
    os negócios diferentemente,
  • 15:32 - 15:35
    podemos mudar o mundo.
  • 15:35 - 15:38
    Eu sei disso. Estou vendo isso.
  • 15:38 - 15:40
    Estou sentindo isso.
  • 15:40 - 15:42
    Os jovens, acho eu,
  • 15:42 - 15:45
    meus estudantes da Harvard Business School,
    estão conseguindo isso.
  • 15:45 - 15:49
    Se derrubarmos esse tipo de divisão,
  • 15:49 - 15:52
    esse desconforto, essa tensão,
  • 15:52 - 15:54
    essa sensação de que não estamos
  • 15:54 - 15:57
    colaborando fundamentalmente aqui
  • 15:57 - 15:59
    ao manejar esses problemas sociais,
  • 15:59 - 16:01
    podemos derrubar isso
  • 16:01 - 16:03
    e finalmente, acho,
  • 16:03 - 16:06
    podemos ter soluções.
  • 16:06 - 16:07
    Obrigado.
  • 16:07 - 16:11
    (Aplausos)
Title:
O caso para permitir que negócios resolvam problemas sociais
Speaker:
Michael Porter
Description:

Por que nos voltamos para organizações sem fins lucrativos, ONGs e governos para solucionar os maiores problemas da sociedade? Michael Porter admite que, como professor de administração, é suspeito para discutir o assunto, mas deseja que você escute seus argumentos sobre deixar empresas tentarem resolver problemas enormes como mudanças climáticas e acesso à água. Por quê? Porque quando empresas solucionam um problema, elas têm lucro - o que permite que a solução cresça.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:28
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