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Precisamos de melhores drogas, já!

  • 0:01 - 0:04
    Peço-vos que respondam
    levantando as vossas mãos.
  • 0:04 - 0:07
    Quantas pessoas têm acima de 48 anos?
  • 0:08 - 0:10
    Bem, parecem ser bastantes.
  • 0:10 - 0:12
    Ora, parabéns,
  • 0:12 - 0:16
    porque, se observarem este slide particular
    da esperança de vida nos EUA,
  • 0:16 - 0:20
    vocês estão agora acima
    da esperança média de vida
  • 0:20 - 0:22
    de alguém que nasceu em 1900.
  • 0:22 - 0:25
    Mas vejam o que aconteceu
    no decurso desse século.
  • 0:26 - 0:27
    Se seguirem a curva,
  • 0:27 - 0:30
    verão que se inicia ali em baixo.
  • 0:30 - 0:32
    Aquela inflexão é relativa
    à gripe de 1918.
  • 0:32 - 0:35
    E aqui estamos em 2010.
  • 0:35 - 0:38
    A esperança média de vida de uma criança
    nascida hoje é 79 anos
  • 0:38 - 0:40
    e ainda não terminámos.
  • 0:40 - 0:41
    Estas são as boas notícias.
  • 0:41 - 0:43
    Mas ainda existe muito trabalho a fazer.
  • 0:43 - 0:45
    Por exemplo, se perguntarem,
  • 0:45 - 0:47
    em quantas doenças é que hoje conhecemos
  • 0:47 - 0:49
    a base molecular exata?
  • 0:49 - 0:53
    Acontece que são cerca de 4000,
    o que é espantoso,
  • 0:53 - 0:55
    porque a maioria
    destas descobertas moleculares
  • 0:55 - 0:57
    ocorreu apenas nos últimos tempos.
  • 0:58 - 1:01
    É entusiasmante ver isso
    do ponto de vista do que aprendemos
  • 1:01 - 1:03
    mas quantas dessas 4000 doenças
  • 1:03 - 1:06
    têm tratamento disponível neste momento?
  • 1:06 - 1:08
    Apenas cerca de 250.
  • 1:08 - 1:10
    Temos então este enorme desafio,
    esta enorme lacuna.
  • 1:10 - 1:13
    Podem pensar que isto
    não seria muito difícil,
  • 1:13 - 1:14
    que simplesmente teríamos a capacidade
  • 1:14 - 1:17
    de pegar nesta informação fundamental
    que estamos a aprender
  • 1:17 - 1:20
    sobre como é que essa biologia básica
  • 1:20 - 1:22
    nos ensina as causas das doenças
  • 1:22 - 1:25
    e construir uma ponte
    sobre esta lacuna abismal
  • 1:25 - 1:28
    entre aquilo que aprendemos
    sobre ciência básica
  • 1:28 - 1:29
    e a sua aplicação prática,
  • 1:29 - 1:32
    uma ponte que se assemelharia a isto,
  • 1:33 - 1:36
    onde teriam de construir
    uma bela e brilhante via
  • 1:36 - 1:39
    para chegar de uma à outra margem.
  • 1:39 - 1:42
    Não seria fantástico
    se fosse assim tão fácil?
  • 1:42 - 1:44
    Infelizmente, não é.
  • 1:44 - 1:46
    Na realidade, tentar partir
    do conhecimento fundamental
  • 1:46 - 1:49
    para a sua aplicação é mais assim.
  • 1:49 - 1:51
    Não existem pontes brilhantes.
  • 1:51 - 1:53
    Vocês a modo que fazem apostas.
  • 1:53 - 1:54
    Talvez tenham um nadador
    e um barco a remos
  • 1:54 - 1:56
    e um barco à vela e um rebocador
  • 1:56 - 1:58
    e estes são largados ao seu destino.
  • 1:58 - 2:01
    Vêm as chuvas e os trovões relampejam,
  • 2:01 - 2:02
    e oh senhores, há tubarões na água
  • 2:02 - 2:04
    e o nadador fica em apuros.
  • 2:04 - 2:06
    O nadador afoga-se
  • 2:06 - 2:08
    e o barco à vela vira-se.
  • 2:09 - 2:11
    Aquele rebocador vai contra as rochas,
  • 2:11 - 2:13
    e talvez se tiverem sorte,
    algum consiga atravessar.
  • 2:13 - 2:15
    Como é que isto é na realidade?
  • 2:15 - 2:18
    O que é que custa construir
    um método terapêutico?
  • 2:18 - 2:19
    O que é uma droga?
  • 2:19 - 2:22
    Uma droga é feita de pequenas moléculas
  • 2:22 - 2:25
    de hidrogénio, carbono,
    oxigénio, azoto e outros átomos
  • 2:25 - 2:27
    todos conjugados de uma certa forma.
  • 2:27 - 2:29
    São essas formas específicas
    que determinam
  • 2:29 - 2:33
    se aquela droga particular
    vai atingir o alvo.
  • 2:33 - 2:35
    Vai aterrar onde é suposto?
  • 2:35 - 2:38
    Olhem para esta figura aqui
    — uma série de formas a dançar.
  • 2:38 - 2:40
    Se estão a tentar desenvolver
  • 2:40 - 2:42
    um novo tratamento para o autismo
  • 2:42 - 2:44
    a doença de Alzheimer ou o cancro
  • 2:44 - 2:46
    precisam de encontrar a forma certa
    dentro desta mistura
  • 2:46 - 2:49
    que provoque o benefício desejado
    e que seja segura.
  • 2:49 - 2:52
    Quando observam
    o que acontece naquele garglo,
  • 2:52 - 2:55
    talvez comecem com milhares
    ou dezenas de milhar de compostos.
  • 2:55 - 2:57
    Vão selecionando ao longo de vários passos
  • 2:57 - 2:59
    em que muitas destas formas
    falham o objetivo.
  • 2:59 - 3:03
    Talvez possam realizar um estudo clínico
    com 4 ou 5 destas formas.
  • 3:03 - 3:05
    Se tudo correr bem,
    14 anos depois de começarem,
  • 3:05 - 3:07
    recebem uma aprovação.
  • 3:07 - 3:09
    E custar-vos-á muitos milhares
    de milhões de dólares
  • 3:09 - 3:11
    para conseguir aquele sucesso único.
  • 3:11 - 3:14
    Temos de olhar para aquele gargalo
    como um engenheiro olharia,
  • 3:14 - 3:16
    e dizer: "Como podemos fazer isto melhor?"
  • 3:16 - 3:18
    Este é o tema central
    de que vos vou falar.
  • 3:18 - 3:21
    Como podemos fazer isto
    andar mais depressa?
  • 3:21 - 3:23
    Como podemos tornar isto
    mais bem-sucedido?
  • 3:23 - 3:26
    Vou falar-vos de alguns exemplos
    em que isto já resultou.
  • 3:27 - 3:30
    Um deles, que aconteceu nos últimos meses,
  • 3:30 - 3:33
    é a aprovação de uma droga
    para a fibrose quística.
  • 3:33 - 3:36
    Mas demorou bastante para chegar lá.
  • 3:36 - 3:39
    A causa molecular da fibrose quística
    foi descoberta em 1989
  • 3:39 - 3:42
    pelo meu grupo de trabalho em colaboração
    com outro grupo de Toronto,
  • 3:42 - 3:44
    que descobriram a mutação que ocorria
  • 3:44 - 3:46
    num gene particular no cromossoma 7.
  • 3:46 - 3:48
    A imagem que veem ali?
  • 3:48 - 3:50
    Aqui está. Este é o mesmo miúdo.
  • 3:50 - 3:53
    Este é Danny Bessette, 23 anos depois,
  • 3:53 - 3:55
    porque este é o ano
  • 3:55 - 3:57
    — e é também o ano
    em que o Danny se casou —
  • 3:57 - 4:00
    em que tivemos, pela primeira vez,
    a aprovação da FDA
  • 4:00 - 4:04
    de uma droga que atingia especificamente
    o defeito da fibrose quística
  • 4:04 - 4:06
    baseada em todo
    este conhecimento molecular.
  • 4:06 - 4:07
    Estas são as boas notícias.
  • 4:07 - 4:09
    As más notícias são que esta droga
  • 4:09 - 4:11
    não trata todos os casos
    de fibrose quística,
  • 4:11 - 4:13
    e não funciona com o Danny.
  • 4:13 - 4:16
    Ainda estamos à espera
    da próxima geração para ajudá-lo.
  • 4:16 - 4:19
    Mas demorou 23 anos para chegar até aqui.
    É demasiado tempo.
  • 4:19 - 4:21
    Como avançamos mais depressa?
  • 4:21 - 4:23
    Uma forma de avançar mais depressa
    é usar a tecnologia.
  • 4:23 - 4:26
    Uma tecnologia muito importante
    da qual dependemos
  • 4:26 - 4:28
    para tudo isto é o genoma humano,
  • 4:28 - 4:31
    a capacidade de olhar para um cromossoma,
  • 4:31 - 4:33
    desenrolá-lo, extrair todo o ADN,
  • 4:33 - 4:36
    e ser capaz de ler todas as letras
    daquele código de ADN,
  • 4:36 - 4:38
    os As, os Cs, os Gs e os Ts
  • 4:38 - 4:40
    que são o nosso manual de instruções
  • 4:40 - 4:42
    e o manual de todos os seres vivos.
  • 4:42 - 4:44
    O custo de fazer isto,
  • 4:44 - 4:46
    que era de centenas de milhões de dólares,
  • 4:46 - 4:48
    diminuiu no decurso da última década,
  • 4:48 - 4:50
    mais depressa que a Lei de Moore,
  • 4:50 - 4:52
    até ao ponto de custar hoje
    menos de 10 000 dólares
  • 4:52 - 4:54
    para sequenciar todo um genoma.
  • 4:54 - 4:58
    Estamos a caminhar relativamente depressa
    para o genoma de 1000 dólares.
  • 4:58 - 4:59
    Bem, isso é excitante!
  • 4:59 - 5:03
    O que significa isso em termos
    da sua aplicação para uma doença?
  • 5:03 - 5:05
    Quero falar-vos de outra doença.
  • 5:05 - 5:07
    É uma doença que é bastante raro.
  • 5:08 - 5:11
    Denomina-se Progeria
    ou Síndrome de Hutchinson-Gilford.
  • 5:11 - 5:14
    É a forma mais dramática
    de envelhecimento precoce.
  • 5:14 - 5:17
    Apenas uma em cada 4 milhões de crianças
    tem esta doença.
  • 5:18 - 5:21
    De um modo simples, o que acontece é que,
  • 5:21 - 5:24
    por causa de uma mutação
    num gene particular,
  • 5:24 - 5:26
    é construída uma proteína tóxica
    para a célula
  • 5:26 - 5:29
    e isso causa o envelhecimento
    nestes indivíduos
  • 5:29 - 5:31
    a uma taxa sete vezes superior ao normal.
  • 5:32 - 5:34
    Vou mostrar-vos um vídeo
    sobre o que isto faz à célula.
  • 5:34 - 5:37
    Uma célula normal,
    ao ser observada ao microscópio,
  • 5:37 - 5:40
    teria o núcleo localizado
    no meio da célula,
  • 5:40 - 5:44
    bonito e redondo e com limites lisos,
  • 5:44 - 5:46
    assemelhando-se a algo como isto.
  • 5:46 - 5:48
    Uma célula com progeria, por outro lado,
  • 5:48 - 5:51
    por causa da proteína tóxica
    chamada progerina,
  • 5:51 - 5:53
    apresenta estes altos e lombas.
  • 5:53 - 5:58
    O que gostaríamos de fazer,
    após descobrir isto, em 2003,
  • 5:58 - 6:01
    é arranjar uma forma de corrigir isto.
  • 6:01 - 6:04
    Mais uma vez, ao saber algo
    sobre os caminhos moleculares,
  • 6:04 - 6:08
    foi possível escolher
    um destes muitos compostos
  • 6:08 - 6:10
    que poderiam ser úteis e experimentá-lo.
  • 6:10 - 6:13
    Numa experiência realizada
    numa cultura de células
  • 6:13 - 6:15
    e aqui mostrada num vídeo
  • 6:15 - 6:18
    se pegarmos nesse composto particular
  • 6:18 - 6:21
    e o adicionarmos àquela célula
    que tem progeria,
  • 6:21 - 6:23
    e observarmos o que acontece,
  • 6:23 - 6:26
    em apenas 72 horas, aquela célula torna-se
  • 6:26 - 6:29
    — para todos os efeitos
    que podemos determinar —
  • 6:29 - 6:30
    quase uma célula normal.
  • 6:30 - 6:35
    Bem isso foi entusiasmante,
    mas resultaria realmente num ser humano?
  • 6:35 - 6:38
    No espaço de apenas quatro anos,
  • 6:38 - 6:40
    desde o momento
    em que o gene foi descoberto
  • 6:40 - 6:42
    até ao início de um estudo clínico,
  • 6:42 - 6:44
    isso conduziu a um teste
    àquele composto específico.
  • 6:44 - 6:46
    As crianças que aqui veem,
  • 6:46 - 6:48
    voluntariaram-se todas
    para participar nisto,
  • 6:48 - 6:50
    Foram 28 ao todo.
  • 6:50 - 6:53
    Podem ver, assim que a imagem surge,
  • 6:53 - 6:56
    que são um grupo de jovens fantástico
  • 6:56 - 6:58
    todos afetados por esta doença,
  • 6:58 - 7:00
    todos apresentando semelhanças entre si.
  • 7:00 - 7:02
    Em vez de vos dizer mais sobre o assunto,
  • 7:02 - 7:05
    vou convidar um deles,
    Sam Berns de Boston,
  • 7:05 - 7:08
    que está aqui esta manhã,
    para subir ao palco
  • 7:08 - 7:10
    e nos falar sobre a sua experiência
  • 7:10 - 7:12
    como uma criança afetada com progeria.
  • 7:12 - 7:14
    O Sam tem 15 anos.
  • 7:14 - 7:17
    Os pais, Scott Berns e Leslie Gordon,
    ambos médicos,
  • 7:17 - 7:19
    estão também aqui connosco esta manhã.
  • 7:19 - 7:21
    Sam, por favor senta-te.
  • 7:21 - 7:24
    (Aplausos)
  • 7:28 - 7:30
    Sam, conta lá a estas pessoas
  • 7:30 - 7:33
    como é ser afetado com esta doença
    chamada progeria?
  • 7:34 - 7:37
    Sam Burns: A progeria limita-me
    de variadas formas.
  • 7:38 - 7:41
    Não posso praticar desportos
    nem realizar atividades físicas,
  • 7:41 - 7:45
    mas tenho-me interessado por coisas
  • 7:45 - 7:48
    que a progeria, felizmente, não me limita.
  • 7:48 - 7:50
    Mas quando há algo
    que eu realmente gostava de fazer
  • 7:50 - 7:53
    que a progeria me impede de fazer,
    como integrar uma banda marcial
  • 7:53 - 7:56
    arbitrar, encontramos sempre
    uma forma de o fazer.
  • 7:57 - 8:00
    Isso só mostra que a progeria
    não controla a minha vida.
  • 8:00 - 8:01
    (Aplausos)
  • 8:01 - 8:04
    Francis Collins: O que gostarias
    de dizer aos investigadores
  • 8:04 - 8:07
    aqui presentes no auditório
    e outros que ouçam esta conversa.
  • 8:07 - 8:09
    acerca da investigação sobre a progeria
  • 8:09 - 8:11
    e talvez também sobre outras doenças?
  • 8:11 - 8:15
    SB: A investigação sobre a progeria
    evoluiu muito
  • 8:15 - 8:17
    nos últimos 15 anos.
  • 8:17 - 8:21
    Isso mostra a determinação
    que os investigadores podem ter
  • 8:21 - 8:25
    para chegar tão longe,
    e significa muito
  • 8:25 - 8:28
    para mim e para outros miúdos
    com progeria.
  • 8:28 - 8:30
    E demonstra que,
    quando essa determinação existe,
  • 8:30 - 8:33
    qualquer um pode curar qualquer doença.
  • 8:33 - 8:37
    Tenho esperança que a progeria
    possa ser curável num futuro próximo,
  • 8:37 - 8:41
    e possamos também eliminar
    aquelas 4000 doenças
  • 8:41 - 8:44
    de que o Francis estava a falar há pouco.
  • 8:44 - 8:47
    FC: Excelente. O Sam
    fez hoje gazeta à escola
  • 8:47 - 8:49
    para estar aqui, e aqui está.
  • 8:49 - 8:52
    (Aplausos)
  • 8:53 - 8:57
    Está aqui, já agora, como um
    aluno de excelência do 9.º ano
  • 8:57 - 8:58
    numa escola em Boston.
  • 8:58 - 9:02
    Por favor, juntem-se a mim no agradecimento
    e na congratulação ao Sam.
  • 9:02 - 9:05
    SB: Muito obrigado.
    FC: Muito bem. Muito bem, amigo.
  • 9:05 - 9:08
    (Aplausos)
  • 9:17 - 9:19
    Quero apenas dizer mais umas coisinhas
  • 9:19 - 9:22
    sobre aquela história particular,
    e depois tentar generalizar
  • 9:22 - 9:25
    sobre como podemos ter
    histórias de sucesso, por todo o lado,
  • 9:25 - 9:28
    para estas doenças, como disse o Sam,
  • 9:28 - 9:30
    estas 4000 que estão à espera de respostas.
  • 9:30 - 9:33
    Vocês podem ter notado que o medicamento
  • 9:33 - 9:35
    que está agora em estudo clínico
    para a progeria
  • 9:35 - 9:37
    não é uma droga desenvolvida
    para esse efeito.
  • 9:37 - 9:40
    É uma doença tão rara, que seria
    difícil para uma empresa
  • 9:40 - 9:44
    justificar o gasto de centenas de milhões
    de dólares para criar o medicamento.
  • 9:44 - 9:46
    É um medicamento que foi
    desenvolvido para o cancro.
  • 9:46 - 9:49
    Afinal, não resultou muito bem
    no tratamento do cancro,
  • 9:49 - 9:51
    mas tem as propriedades exatas,
    a forma certa,
  • 9:51 - 9:54
    para funcionar para a progeria,
    e foi o que aconteceu.
  • 9:54 - 9:57
    Não seria espetacular se se pudesse
    fazer isto sistematicamente?
  • 9:57 - 10:00
    Poderíamos encorajar
    todas as empresas por aí
  • 10:00 - 10:02
    que têm drogas nos seus frigoríficos
  • 10:02 - 10:04
    que se sabe serem seguras
    para o ser humano
  • 10:04 - 10:06
    mas nunca foram verdadeiramente eficazes
  • 10:06 - 10:09
    no tratamento para o qual
    foram concebidas e testadas.
  • 10:09 - 10:12
    Estamos a aprender todos estes
    novos caminhos moleculares,
  • 10:12 - 10:15
    alguns dos quais podem ser
    reposicionados e redesenhados
  • 10:15 - 10:18
    ou qualquer outra palavra que queiram usar,
    para novas aplicações,
  • 10:18 - 10:20
    basicamente ensinando novos truques
    a velhos medicamentos.
  • 10:20 - 10:23
    Esta poderia ser uma atividade
    valorosa e fenomenal.
  • 10:23 - 10:25
    Temos muitas discussões promissoras,
  • 10:25 - 10:28
    entre o Ministério da Saúde e as empresas
    sobre como pôr isto em prática.
  • 10:28 - 10:31
    Podemos pôr bastantes esperanças nisto.
  • 10:31 - 10:33
    Podemos apontar
    muitas histórias de sucesso
  • 10:33 - 10:36
    sobre como isto levou
    a avanços significativos.
  • 10:36 - 10:38
    O primeiro medicamento para o VIH/SIDA
  • 10:38 - 10:40
    não foi desenvolvido para o VIH/SIDA.
  • 10:40 - 10:42
    Foi desenvolvido para o cancro. Foi o AZT.
  • 10:42 - 10:44
    Não funcionou muito bem com o cancro,
  • 10:44 - 10:47
    mas tornou-se o primeiro
    antirretroviral com sucesso.
  • 10:47 - 10:50
    Podem ver pelo quadro que ainda há outros.
  • 10:50 - 10:52
    Então como podemos generalizar
    mais este esforço?
  • 10:53 - 10:55
    Temos de criar parcerias
  • 10:55 - 10:58
    entre Universidades, Governo,
    o setor privado,
  • 10:58 - 11:00
    e as organizações de doentes
    para torná-lo realidade.
  • 11:00 - 11:02
    No Ministério da Saúde, criámos
  • 11:02 - 11:05
    o Centro Nacional para o Avanço
    nas Ciências Interpretativas.
  • 11:05 - 11:08
    Começou em dezembro passado,
    e este é um dos seus objetivos.
  • 11:08 - 11:11
    Vou dizer-vos outra coisa
    que poderíamos fazer.
  • 11:11 - 11:13
    Não seria agradável poder
    testar-se um medicamento
  • 11:13 - 11:15
    para verificar a sua eficácia e segurança
  • 11:15 - 11:18
    sem colocar pacientes em risco,
  • 11:18 - 11:20
    porque da primeira vez
    nunca se tem bem a certeza?
  • 11:20 - 11:22
    Como saberemos
    se os medicamentos são seguros
  • 11:22 - 11:24
    antes de os dar a pessoas?
  • 11:24 - 11:26
    Testamo-los em animais.
  • 11:26 - 11:28
    Isso não é lá muito fiável, é custoso
  • 11:28 - 11:30
    e consome muito tempo.
  • 11:30 - 11:33
    Suponham que podíamos fazê-lo
    em células humanas.
  • 11:33 - 11:34
    Provavelmente sabem,
  • 11:34 - 11:36
    se têm prestado atenção
    à literatura científica,
  • 11:36 - 11:39
    que pode agora usar-se uma célula da pele
  • 11:39 - 11:41
    e levá-la a tornar-se uma célula do fígado
  • 11:41 - 11:43
    ou uma célula cardíaca ou renal
  • 11:43 - 11:45
    ou uma célula cerebral
    em qualquer um de nós.
  • 11:45 - 11:47
    E se usássemos essas células
    como alvo dos testes
  • 11:47 - 11:50
    para saber se o medicamento
    vai resultar e se vai ser seguro?
  • 11:50 - 11:54
    Aqui veem uma imagem
    de um pulmão num chip.
  • 11:55 - 11:58
    Isto foi criado
    pelo Instituto Wiss em Boston.
  • 11:58 - 12:01
    Se pudermos passar um curto vídeo,
  • 12:01 - 12:03
    vemos que eles pegaram
    nas células de um indivíduo,
  • 12:03 - 12:06
    tornaram-nas nos tipos de célula
    que estão presentes no pulmão,
  • 12:06 - 12:09
    e determinaram o que aconteceria
  • 12:09 - 12:11
    se as sujeitássemos a variados
    compostos medicamentosos
  • 12:11 - 12:14
    para verificar se são tóxicos ou seguros.
  • 12:14 - 12:16
    Podem ver que este chip até respira.
  • 12:16 - 12:18
    Tem um canal aéreo. Tem um vaso sanguíneo.
  • 12:18 - 12:21
    E tem células entre eles
    que permitem observar
  • 12:21 - 12:23
    o que acontece
    quando se adiciona um composto.
  • 12:23 - 12:25
    Aquelas células estão bem ou não?
  • 12:25 - 12:27
    Pode usar-se este mesmo tipo
    de tecnologia de chip
  • 12:27 - 12:29
    para rins, coração, músculos,
  • 12:29 - 12:33
    todos os locais onde se pretenda verificar
    se a ação de um medicamento
  • 12:33 - 12:35
    vai constituir um problema para o fígado.
  • 12:35 - 12:37
    Por fim, porque se pode
    fazer isto individualmente,
  • 12:37 - 12:39
    podemos antever que isto
    caminhará para o ponto
  • 12:39 - 12:43
    em que a capacidade de desenvolvimento
    e teste de medicamentos
  • 12:43 - 12:45
    será connosco num chip.
  • 12:46 - 12:48
    Estamos a tentar
    promover a individualização
  • 12:48 - 12:50
    do processo de desenvolvimento
    dos medicamentos
  • 12:50 - 12:52
    e do seu teste de segurança.
  • 12:52 - 12:53
    Vou então resumir.
  • 12:53 - 12:56
    Estamos num momento fantástico.
  • 12:56 - 12:58
    Para mim, no Ministério da Saúde
    há quase 20 anos,
  • 12:58 - 13:01
    nunca houve um momento
    em que houvesse mais entusiasmo
  • 13:01 - 13:03
    sobre o potencial
    que se estende à nossa frente.
  • 13:03 - 13:05
    Foram feitas todas estas descobertas
  • 13:05 - 13:07
    vindas de laboratórios de todo o mundo.
  • 13:07 - 13:09
    O que poderemos fazer
    para capitalizar tudo isto?
  • 13:09 - 13:11
    Primeiro, precisamos de recursos.
  • 13:11 - 13:14
    É investigação de alto risco,
    por vezes com grandes custos.
  • 13:14 - 13:17
    O lucro é enorme, tanto em termos de saúde
    como de crescimento económico.
  • 13:17 - 13:19
    Precisamos de apoiar tudo isso.
  • 13:19 - 13:21
    Segundo, precisamos
    de novos tipos de parcerias
  • 13:21 - 13:24
    entre as Universidades, os Governos
    e o setor privado
  • 13:24 - 13:27
    e organizações de doentes,
    como a que aqui descrevi,
  • 13:27 - 13:30
    de modo a que possamos promover
    o redesenho de novos compostos.
  • 13:30 - 13:33
    Terceiro, e talvez o mais importante,
    precisamos de talento.
  • 13:33 - 13:36
    Precisamos dos melhores e mais brilhantes
  • 13:36 - 13:39
    das mais variadas disciplinas,
    que venham colaborar neste esforço,
  • 13:39 - 13:41
    de todas as idades, de diferentes grupos,
  • 13:41 - 13:43
    porque este é o momento, amigos.
  • 13:43 - 13:47
    Esta é a Biologia do século XXI
    que tanto aguardavam.
  • 13:47 - 13:49
    Temos a oportunidade de agarrar nisso
  • 13:49 - 13:54
    e torná-lo em algo que irá, de facto,
    acabar com a doença
  • 13:54 - 13:56
    Esse é o meu objetivo.
    Espero que seja o vosso objetivo.
  • 13:56 - 13:59
    Penso que será o objetivo
    dos poetas e dos ignorantes.
  • 13:59 - 14:01
    dos surfistas e dos banqueiros
  • 14:01 - 14:03
    e de todas as pessoas
    que se juntem neste palco.
  • 14:03 - 14:06
    Pensem no que estamos a tentar fazer
    e porque é que isso é importante.
  • 14:06 - 14:09
    Importante para agora
    e importante assim que possível.
  • 14:09 - 14:12
    Se não acreditam em mim, perguntem ao Sam.
  • 14:12 - 14:13
    Muito obrigado.
  • 14:13 - 14:16
    (Aplausos)
Title:
Precisamos de melhores drogas, já!
Speaker:
Francis Collins
Description:

Hoje conhecemos a causa molecular de 4000 doenças, mas só há tratamentos disponíveis para 250 delas. Porquê esta demora? O geneticista e médico Francis Collins explica a razão pela qual a descoberta sistemática de novos medicamentos é imperativa, mesmo para doenças raras e complexas, e apresenta algumas soluções, como ensinar novos truques a velhos medicamentos.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:40
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for We need better drugs -- now
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Dimitra Papageorgiou approved Portuguese subtitles for We need better drugs -- now
Christof Pereira accepted Portuguese subtitles for We need better drugs -- now
Edgar Fernandes edited Portuguese subtitles for We need better drugs -- now
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