Precisamos de melhores drogas, já!
-
0:01 - 0:04Peço-vos que respondam
levantando as vossas mãos. -
0:04 - 0:07Quantas pessoas têm acima de 48 anos?
-
0:08 - 0:10Bem, parecem ser bastantes.
-
0:10 - 0:12Ora, parabéns,
-
0:12 - 0:16porque, se observarem este slide particular
da esperança de vida nos EUA, -
0:16 - 0:20vocês estão agora acima
da esperança média de vida -
0:20 - 0:22de alguém que nasceu em 1900.
-
0:22 - 0:25Mas vejam o que aconteceu
no decurso desse século. -
0:26 - 0:27Se seguirem a curva,
-
0:27 - 0:30verão que se inicia ali em baixo.
-
0:30 - 0:32Aquela inflexão é relativa
à gripe de 1918. -
0:32 - 0:35E aqui estamos em 2010.
-
0:35 - 0:38A esperança média de vida de uma criança
nascida hoje é 79 anos -
0:38 - 0:40e ainda não terminámos.
-
0:40 - 0:41Estas são as boas notícias.
-
0:41 - 0:43Mas ainda existe muito trabalho a fazer.
-
0:43 - 0:45Por exemplo, se perguntarem,
-
0:45 - 0:47em quantas doenças é que hoje conhecemos
-
0:47 - 0:49a base molecular exata?
-
0:49 - 0:53Acontece que são cerca de 4000,
o que é espantoso, -
0:53 - 0:55porque a maioria
destas descobertas moleculares -
0:55 - 0:57ocorreu apenas nos últimos tempos.
-
0:58 - 1:01É entusiasmante ver isso
do ponto de vista do que aprendemos -
1:01 - 1:03mas quantas dessas 4000 doenças
-
1:03 - 1:06têm tratamento disponível neste momento?
-
1:06 - 1:08Apenas cerca de 250.
-
1:08 - 1:10Temos então este enorme desafio,
esta enorme lacuna. -
1:10 - 1:13Podem pensar que isto
não seria muito difícil, -
1:13 - 1:14que simplesmente teríamos a capacidade
-
1:14 - 1:17de pegar nesta informação fundamental
que estamos a aprender -
1:17 - 1:20sobre como é que essa biologia básica
-
1:20 - 1:22nos ensina as causas das doenças
-
1:22 - 1:25e construir uma ponte
sobre esta lacuna abismal -
1:25 - 1:28entre aquilo que aprendemos
sobre ciência básica -
1:28 - 1:29e a sua aplicação prática,
-
1:29 - 1:32uma ponte que se assemelharia a isto,
-
1:33 - 1:36onde teriam de construir
uma bela e brilhante via -
1:36 - 1:39para chegar de uma à outra margem.
-
1:39 - 1:42Não seria fantástico
se fosse assim tão fácil? -
1:42 - 1:44Infelizmente, não é.
-
1:44 - 1:46Na realidade, tentar partir
do conhecimento fundamental -
1:46 - 1:49para a sua aplicação é mais assim.
-
1:49 - 1:51Não existem pontes brilhantes.
-
1:51 - 1:53Vocês a modo que fazem apostas.
-
1:53 - 1:54Talvez tenham um nadador
e um barco a remos -
1:54 - 1:56e um barco à vela e um rebocador
-
1:56 - 1:58e estes são largados ao seu destino.
-
1:58 - 2:01Vêm as chuvas e os trovões relampejam,
-
2:01 - 2:02e oh senhores, há tubarões na água
-
2:02 - 2:04e o nadador fica em apuros.
-
2:04 - 2:06O nadador afoga-se
-
2:06 - 2:08e o barco à vela vira-se.
-
2:09 - 2:11Aquele rebocador vai contra as rochas,
-
2:11 - 2:13e talvez se tiverem sorte,
algum consiga atravessar. -
2:13 - 2:15Como é que isto é na realidade?
-
2:15 - 2:18O que é que custa construir
um método terapêutico? -
2:18 - 2:19O que é uma droga?
-
2:19 - 2:22Uma droga é feita de pequenas moléculas
-
2:22 - 2:25de hidrogénio, carbono,
oxigénio, azoto e outros átomos -
2:25 - 2:27todos conjugados de uma certa forma.
-
2:27 - 2:29São essas formas específicas
que determinam -
2:29 - 2:33se aquela droga particular
vai atingir o alvo. -
2:33 - 2:35Vai aterrar onde é suposto?
-
2:35 - 2:38Olhem para esta figura aqui
— uma série de formas a dançar. -
2:38 - 2:40Se estão a tentar desenvolver
-
2:40 - 2:42um novo tratamento para o autismo
-
2:42 - 2:44a doença de Alzheimer ou o cancro
-
2:44 - 2:46precisam de encontrar a forma certa
dentro desta mistura -
2:46 - 2:49que provoque o benefício desejado
e que seja segura. -
2:49 - 2:52Quando observam
o que acontece naquele garglo, -
2:52 - 2:55talvez comecem com milhares
ou dezenas de milhar de compostos. -
2:55 - 2:57Vão selecionando ao longo de vários passos
-
2:57 - 2:59em que muitas destas formas
falham o objetivo. -
2:59 - 3:03Talvez possam realizar um estudo clínico
com 4 ou 5 destas formas. -
3:03 - 3:05Se tudo correr bem,
14 anos depois de começarem, -
3:05 - 3:07recebem uma aprovação.
-
3:07 - 3:09E custar-vos-á muitos milhares
de milhões de dólares -
3:09 - 3:11para conseguir aquele sucesso único.
-
3:11 - 3:14Temos de olhar para aquele gargalo
como um engenheiro olharia, -
3:14 - 3:16e dizer: "Como podemos fazer isto melhor?"
-
3:16 - 3:18Este é o tema central
de que vos vou falar. -
3:18 - 3:21Como podemos fazer isto
andar mais depressa? -
3:21 - 3:23Como podemos tornar isto
mais bem-sucedido? -
3:23 - 3:26Vou falar-vos de alguns exemplos
em que isto já resultou. -
3:27 - 3:30Um deles, que aconteceu nos últimos meses,
-
3:30 - 3:33é a aprovação de uma droga
para a fibrose quística. -
3:33 - 3:36Mas demorou bastante para chegar lá.
-
3:36 - 3:39A causa molecular da fibrose quística
foi descoberta em 1989 -
3:39 - 3:42pelo meu grupo de trabalho em colaboração
com outro grupo de Toronto, -
3:42 - 3:44que descobriram a mutação que ocorria
-
3:44 - 3:46num gene particular no cromossoma 7.
-
3:46 - 3:48A imagem que veem ali?
-
3:48 - 3:50Aqui está. Este é o mesmo miúdo.
-
3:50 - 3:53Este é Danny Bessette, 23 anos depois,
-
3:53 - 3:55porque este é o ano
-
3:55 - 3:57— e é também o ano
em que o Danny se casou — -
3:57 - 4:00em que tivemos, pela primeira vez,
a aprovação da FDA -
4:00 - 4:04de uma droga que atingia especificamente
o defeito da fibrose quística -
4:04 - 4:06baseada em todo
este conhecimento molecular. -
4:06 - 4:07Estas são as boas notícias.
-
4:07 - 4:09As más notícias são que esta droga
-
4:09 - 4:11não trata todos os casos
de fibrose quística, -
4:11 - 4:13e não funciona com o Danny.
-
4:13 - 4:16Ainda estamos à espera
da próxima geração para ajudá-lo. -
4:16 - 4:19Mas demorou 23 anos para chegar até aqui.
É demasiado tempo. -
4:19 - 4:21Como avançamos mais depressa?
-
4:21 - 4:23Uma forma de avançar mais depressa
é usar a tecnologia. -
4:23 - 4:26Uma tecnologia muito importante
da qual dependemos -
4:26 - 4:28para tudo isto é o genoma humano,
-
4:28 - 4:31a capacidade de olhar para um cromossoma,
-
4:31 - 4:33desenrolá-lo, extrair todo o ADN,
-
4:33 - 4:36e ser capaz de ler todas as letras
daquele código de ADN, -
4:36 - 4:38os As, os Cs, os Gs e os Ts
-
4:38 - 4:40que são o nosso manual de instruções
-
4:40 - 4:42e o manual de todos os seres vivos.
-
4:42 - 4:44O custo de fazer isto,
-
4:44 - 4:46que era de centenas de milhões de dólares,
-
4:46 - 4:48diminuiu no decurso da última década,
-
4:48 - 4:50mais depressa que a Lei de Moore,
-
4:50 - 4:52até ao ponto de custar hoje
menos de 10 000 dólares -
4:52 - 4:54para sequenciar todo um genoma.
-
4:54 - 4:58Estamos a caminhar relativamente depressa
para o genoma de 1000 dólares. -
4:58 - 4:59Bem, isso é excitante!
-
4:59 - 5:03O que significa isso em termos
da sua aplicação para uma doença? -
5:03 - 5:05Quero falar-vos de outra doença.
-
5:05 - 5:07É uma doença que é bastante raro.
-
5:08 - 5:11Denomina-se Progeria
ou Síndrome de Hutchinson-Gilford. -
5:11 - 5:14É a forma mais dramática
de envelhecimento precoce. -
5:14 - 5:17Apenas uma em cada 4 milhões de crianças
tem esta doença. -
5:18 - 5:21De um modo simples, o que acontece é que,
-
5:21 - 5:24por causa de uma mutação
num gene particular, -
5:24 - 5:26é construída uma proteína tóxica
para a célula -
5:26 - 5:29e isso causa o envelhecimento
nestes indivíduos -
5:29 - 5:31a uma taxa sete vezes superior ao normal.
-
5:32 - 5:34Vou mostrar-vos um vídeo
sobre o que isto faz à célula. -
5:34 - 5:37Uma célula normal,
ao ser observada ao microscópio, -
5:37 - 5:40teria o núcleo localizado
no meio da célula, -
5:40 - 5:44bonito e redondo e com limites lisos,
-
5:44 - 5:46assemelhando-se a algo como isto.
-
5:46 - 5:48Uma célula com progeria, por outro lado,
-
5:48 - 5:51por causa da proteína tóxica
chamada progerina, -
5:51 - 5:53apresenta estes altos e lombas.
-
5:53 - 5:58O que gostaríamos de fazer,
após descobrir isto, em 2003, -
5:58 - 6:01é arranjar uma forma de corrigir isto.
-
6:01 - 6:04Mais uma vez, ao saber algo
sobre os caminhos moleculares, -
6:04 - 6:08foi possível escolher
um destes muitos compostos -
6:08 - 6:10que poderiam ser úteis e experimentá-lo.
-
6:10 - 6:13Numa experiência realizada
numa cultura de células -
6:13 - 6:15e aqui mostrada num vídeo
-
6:15 - 6:18se pegarmos nesse composto particular
-
6:18 - 6:21e o adicionarmos àquela célula
que tem progeria, -
6:21 - 6:23e observarmos o que acontece,
-
6:23 - 6:26em apenas 72 horas, aquela célula torna-se
-
6:26 - 6:29— para todos os efeitos
que podemos determinar — -
6:29 - 6:30quase uma célula normal.
-
6:30 - 6:35Bem isso foi entusiasmante,
mas resultaria realmente num ser humano? -
6:35 - 6:38No espaço de apenas quatro anos,
-
6:38 - 6:40desde o momento
em que o gene foi descoberto -
6:40 - 6:42até ao início de um estudo clínico,
-
6:42 - 6:44isso conduziu a um teste
àquele composto específico. -
6:44 - 6:46As crianças que aqui veem,
-
6:46 - 6:48voluntariaram-se todas
para participar nisto, -
6:48 - 6:50Foram 28 ao todo.
-
6:50 - 6:53Podem ver, assim que a imagem surge,
-
6:53 - 6:56que são um grupo de jovens fantástico
-
6:56 - 6:58todos afetados por esta doença,
-
6:58 - 7:00todos apresentando semelhanças entre si.
-
7:00 - 7:02Em vez de vos dizer mais sobre o assunto,
-
7:02 - 7:05vou convidar um deles,
Sam Berns de Boston, -
7:05 - 7:08que está aqui esta manhã,
para subir ao palco -
7:08 - 7:10e nos falar sobre a sua experiência
-
7:10 - 7:12como uma criança afetada com progeria.
-
7:12 - 7:14O Sam tem 15 anos.
-
7:14 - 7:17Os pais, Scott Berns e Leslie Gordon,
ambos médicos, -
7:17 - 7:19estão também aqui connosco esta manhã.
-
7:19 - 7:21Sam, por favor senta-te.
-
7:21 - 7:24(Aplausos)
-
7:28 - 7:30Sam, conta lá a estas pessoas
-
7:30 - 7:33como é ser afetado com esta doença
chamada progeria? -
7:34 - 7:37Sam Burns: A progeria limita-me
de variadas formas. -
7:38 - 7:41Não posso praticar desportos
nem realizar atividades físicas, -
7:41 - 7:45mas tenho-me interessado por coisas
-
7:45 - 7:48que a progeria, felizmente, não me limita.
-
7:48 - 7:50Mas quando há algo
que eu realmente gostava de fazer -
7:50 - 7:53que a progeria me impede de fazer,
como integrar uma banda marcial -
7:53 - 7:56arbitrar, encontramos sempre
uma forma de o fazer. -
7:57 - 8:00Isso só mostra que a progeria
não controla a minha vida. -
8:00 - 8:01(Aplausos)
-
8:01 - 8:04Francis Collins: O que gostarias
de dizer aos investigadores -
8:04 - 8:07aqui presentes no auditório
e outros que ouçam esta conversa. -
8:07 - 8:09acerca da investigação sobre a progeria
-
8:09 - 8:11e talvez também sobre outras doenças?
-
8:11 - 8:15SB: A investigação sobre a progeria
evoluiu muito -
8:15 - 8:17nos últimos 15 anos.
-
8:17 - 8:21Isso mostra a determinação
que os investigadores podem ter -
8:21 - 8:25para chegar tão longe,
e significa muito -
8:25 - 8:28para mim e para outros miúdos
com progeria. -
8:28 - 8:30E demonstra que,
quando essa determinação existe, -
8:30 - 8:33qualquer um pode curar qualquer doença.
-
8:33 - 8:37Tenho esperança que a progeria
possa ser curável num futuro próximo, -
8:37 - 8:41e possamos também eliminar
aquelas 4000 doenças -
8:41 - 8:44de que o Francis estava a falar há pouco.
-
8:44 - 8:47FC: Excelente. O Sam
fez hoje gazeta à escola -
8:47 - 8:49para estar aqui, e aqui está.
-
8:49 - 8:52(Aplausos)
-
8:53 - 8:57Está aqui, já agora, como um
aluno de excelência do 9.º ano -
8:57 - 8:58numa escola em Boston.
-
8:58 - 9:02Por favor, juntem-se a mim no agradecimento
e na congratulação ao Sam. -
9:02 - 9:05SB: Muito obrigado.
FC: Muito bem. Muito bem, amigo. -
9:05 - 9:08(Aplausos)
-
9:17 - 9:19Quero apenas dizer mais umas coisinhas
-
9:19 - 9:22sobre aquela história particular,
e depois tentar generalizar -
9:22 - 9:25sobre como podemos ter
histórias de sucesso, por todo o lado, -
9:25 - 9:28para estas doenças, como disse o Sam,
-
9:28 - 9:30estas 4000 que estão à espera de respostas.
-
9:30 - 9:33Vocês podem ter notado que o medicamento
-
9:33 - 9:35que está agora em estudo clínico
para a progeria -
9:35 - 9:37não é uma droga desenvolvida
para esse efeito. -
9:37 - 9:40É uma doença tão rara, que seria
difícil para uma empresa -
9:40 - 9:44justificar o gasto de centenas de milhões
de dólares para criar o medicamento. -
9:44 - 9:46É um medicamento que foi
desenvolvido para o cancro. -
9:46 - 9:49Afinal, não resultou muito bem
no tratamento do cancro, -
9:49 - 9:51mas tem as propriedades exatas,
a forma certa, -
9:51 - 9:54para funcionar para a progeria,
e foi o que aconteceu. -
9:54 - 9:57Não seria espetacular se se pudesse
fazer isto sistematicamente? -
9:57 - 10:00Poderíamos encorajar
todas as empresas por aí -
10:00 - 10:02que têm drogas nos seus frigoríficos
-
10:02 - 10:04que se sabe serem seguras
para o ser humano -
10:04 - 10:06mas nunca foram verdadeiramente eficazes
-
10:06 - 10:09no tratamento para o qual
foram concebidas e testadas. -
10:09 - 10:12Estamos a aprender todos estes
novos caminhos moleculares, -
10:12 - 10:15alguns dos quais podem ser
reposicionados e redesenhados -
10:15 - 10:18ou qualquer outra palavra que queiram usar,
para novas aplicações, -
10:18 - 10:20basicamente ensinando novos truques
a velhos medicamentos. -
10:20 - 10:23Esta poderia ser uma atividade
valorosa e fenomenal. -
10:23 - 10:25Temos muitas discussões promissoras,
-
10:25 - 10:28entre o Ministério da Saúde e as empresas
sobre como pôr isto em prática. -
10:28 - 10:31Podemos pôr bastantes esperanças nisto.
-
10:31 - 10:33Podemos apontar
muitas histórias de sucesso -
10:33 - 10:36sobre como isto levou
a avanços significativos. -
10:36 - 10:38O primeiro medicamento para o VIH/SIDA
-
10:38 - 10:40não foi desenvolvido para o VIH/SIDA.
-
10:40 - 10:42Foi desenvolvido para o cancro. Foi o AZT.
-
10:42 - 10:44Não funcionou muito bem com o cancro,
-
10:44 - 10:47mas tornou-se o primeiro
antirretroviral com sucesso. -
10:47 - 10:50Podem ver pelo quadro que ainda há outros.
-
10:50 - 10:52Então como podemos generalizar
mais este esforço? -
10:53 - 10:55Temos de criar parcerias
-
10:55 - 10:58entre Universidades, Governo,
o setor privado, -
10:58 - 11:00e as organizações de doentes
para torná-lo realidade. -
11:00 - 11:02No Ministério da Saúde, criámos
-
11:02 - 11:05o Centro Nacional para o Avanço
nas Ciências Interpretativas. -
11:05 - 11:08Começou em dezembro passado,
e este é um dos seus objetivos. -
11:08 - 11:11Vou dizer-vos outra coisa
que poderíamos fazer. -
11:11 - 11:13Não seria agradável poder
testar-se um medicamento -
11:13 - 11:15para verificar a sua eficácia e segurança
-
11:15 - 11:18sem colocar pacientes em risco,
-
11:18 - 11:20porque da primeira vez
nunca se tem bem a certeza? -
11:20 - 11:22Como saberemos
se os medicamentos são seguros -
11:22 - 11:24antes de os dar a pessoas?
-
11:24 - 11:26Testamo-los em animais.
-
11:26 - 11:28Isso não é lá muito fiável, é custoso
-
11:28 - 11:30e consome muito tempo.
-
11:30 - 11:33Suponham que podíamos fazê-lo
em células humanas. -
11:33 - 11:34Provavelmente sabem,
-
11:34 - 11:36se têm prestado atenção
à literatura científica, -
11:36 - 11:39que pode agora usar-se uma célula da pele
-
11:39 - 11:41e levá-la a tornar-se uma célula do fígado
-
11:41 - 11:43ou uma célula cardíaca ou renal
-
11:43 - 11:45ou uma célula cerebral
em qualquer um de nós. -
11:45 - 11:47E se usássemos essas células
como alvo dos testes -
11:47 - 11:50para saber se o medicamento
vai resultar e se vai ser seguro? -
11:50 - 11:54Aqui veem uma imagem
de um pulmão num chip. -
11:55 - 11:58Isto foi criado
pelo Instituto Wiss em Boston. -
11:58 - 12:01Se pudermos passar um curto vídeo,
-
12:01 - 12:03vemos que eles pegaram
nas células de um indivíduo, -
12:03 - 12:06tornaram-nas nos tipos de célula
que estão presentes no pulmão, -
12:06 - 12:09e determinaram o que aconteceria
-
12:09 - 12:11se as sujeitássemos a variados
compostos medicamentosos -
12:11 - 12:14para verificar se são tóxicos ou seguros.
-
12:14 - 12:16Podem ver que este chip até respira.
-
12:16 - 12:18Tem um canal aéreo. Tem um vaso sanguíneo.
-
12:18 - 12:21E tem células entre eles
que permitem observar -
12:21 - 12:23o que acontece
quando se adiciona um composto. -
12:23 - 12:25Aquelas células estão bem ou não?
-
12:25 - 12:27Pode usar-se este mesmo tipo
de tecnologia de chip -
12:27 - 12:29para rins, coração, músculos,
-
12:29 - 12:33todos os locais onde se pretenda verificar
se a ação de um medicamento -
12:33 - 12:35vai constituir um problema para o fígado.
-
12:35 - 12:37Por fim, porque se pode
fazer isto individualmente, -
12:37 - 12:39podemos antever que isto
caminhará para o ponto -
12:39 - 12:43em que a capacidade de desenvolvimento
e teste de medicamentos -
12:43 - 12:45será connosco num chip.
-
12:46 - 12:48Estamos a tentar
promover a individualização -
12:48 - 12:50do processo de desenvolvimento
dos medicamentos -
12:50 - 12:52e do seu teste de segurança.
-
12:52 - 12:53Vou então resumir.
-
12:53 - 12:56Estamos num momento fantástico.
-
12:56 - 12:58Para mim, no Ministério da Saúde
há quase 20 anos, -
12:58 - 13:01nunca houve um momento
em que houvesse mais entusiasmo -
13:01 - 13:03sobre o potencial
que se estende à nossa frente. -
13:03 - 13:05Foram feitas todas estas descobertas
-
13:05 - 13:07vindas de laboratórios de todo o mundo.
-
13:07 - 13:09O que poderemos fazer
para capitalizar tudo isto? -
13:09 - 13:11Primeiro, precisamos de recursos.
-
13:11 - 13:14É investigação de alto risco,
por vezes com grandes custos. -
13:14 - 13:17O lucro é enorme, tanto em termos de saúde
como de crescimento económico. -
13:17 - 13:19Precisamos de apoiar tudo isso.
-
13:19 - 13:21Segundo, precisamos
de novos tipos de parcerias -
13:21 - 13:24entre as Universidades, os Governos
e o setor privado -
13:24 - 13:27e organizações de doentes,
como a que aqui descrevi, -
13:27 - 13:30de modo a que possamos promover
o redesenho de novos compostos. -
13:30 - 13:33Terceiro, e talvez o mais importante,
precisamos de talento. -
13:33 - 13:36Precisamos dos melhores e mais brilhantes
-
13:36 - 13:39das mais variadas disciplinas,
que venham colaborar neste esforço, -
13:39 - 13:41de todas as idades, de diferentes grupos,
-
13:41 - 13:43porque este é o momento, amigos.
-
13:43 - 13:47Esta é a Biologia do século XXI
que tanto aguardavam. -
13:47 - 13:49Temos a oportunidade de agarrar nisso
-
13:49 - 13:54e torná-lo em algo que irá, de facto,
acabar com a doença -
13:54 - 13:56Esse é o meu objetivo.
Espero que seja o vosso objetivo. -
13:56 - 13:59Penso que será o objetivo
dos poetas e dos ignorantes. -
13:59 - 14:01dos surfistas e dos banqueiros
-
14:01 - 14:03e de todas as pessoas
que se juntem neste palco. -
14:03 - 14:06Pensem no que estamos a tentar fazer
e porque é que isso é importante. -
14:06 - 14:09Importante para agora
e importante assim que possível. -
14:09 - 14:12Se não acreditam em mim, perguntem ao Sam.
-
14:12 - 14:13Muito obrigado.
-
14:13 - 14:16(Aplausos)
- Title:
- Precisamos de melhores drogas, já!
- Speaker:
- Francis Collins
- Description:
-
Hoje conhecemos a causa molecular de 4000 doenças, mas só há tratamentos disponíveis para 250 delas. Porquê esta demora? O geneticista e médico Francis Collins explica a razão pela qual a descoberta sistemática de novos medicamentos é imperativa, mesmo para doenças raras e complexas, e apresenta algumas soluções, como ensinar novos truques a velhos medicamentos.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:40
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for We need better drugs -- now | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for We need better drugs -- now | ||
Dimitra Papageorgiou approved Portuguese subtitles for We need better drugs -- now | ||
Christof Pereira accepted Portuguese subtitles for We need better drugs -- now | ||
Edgar Fernandes edited Portuguese subtitles for We need better drugs -- now | ||
Edgar Fernandes edited Portuguese subtitles for We need better drugs -- now | ||
Edgar Fernandes edited Portuguese subtitles for We need better drugs -- now | ||
Edgar Fernandes edited Portuguese subtitles for We need better drugs -- now |