Como as escolas matam a criatividade
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0:00 - 0:07Bom dia. Como estão? Tem sido bom, não tem?
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0:07 - 0:11Tenho sido abanado por tudo isto.
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0:11 - 0:15Na realidade, estou de saída. (Risos)
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0:15 - 0:19Houve três temas, não houve,
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0:19 - 0:23ao longo da conferência, que são relevantes
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0:23 - 0:25para o que quero falar.
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0:25 - 0:29Um é a evidência extraordinária da criatividade humana
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0:29 - 0:32em todas as apresentações que tivemos
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0:32 - 0:35e em todas as pessoas aqui. A variedade de tudo
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0:35 - 0:38e o alcance de tudo. O segundo é que nos
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0:38 - 0:41coloca em circunstâncias onde não temos a mínima ideia do que irá acontecer,
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0:41 - 0:43em termos de futuro. A mínima ideia
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0:43 - 0:45como isto pode desenrolar-se.
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0:45 - 0:48Eu tenho um interesse na educação -
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0:48 - 0:51na realidade, o que constato é que toda a gente tem interesse na educação.
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0:51 - 0:53Vocês não? Eu acho isto muito interessante.
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0:53 - 0:56Se forem a um jantar-convívio, e disserem
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0:56 - 0:59que trabalham na educação -
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0:59 - 1:06na realidade, se trabalham na educação, não irão com frequência a jantares-convívio,
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1:06 - 1:09(Risos) Não são convidados.
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1:09 - 1:14E nunca voltam a ser convidados, curiosamente. Não consigo perceber.
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1:14 - 1:16Mas se forem e disserem a alguém,
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1:16 - 1:18sabem, perguntam-vos "O que faz?"
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1:18 - 1:20e disserem que trabalham em educação,
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1:20 - 1:24podem vê-los a ficar pálidos. Ficam como,
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1:24 - 1:30"Oh meu Deus", sabem, " Porquê eu? A minha única saída da semana". (Risos)
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1:30 - 1:32Mas se lhes perguntarem acerca da sua educação,
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1:32 - 1:34não vos largam. Porque é uma daquelas coisas
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1:34 - 1:37muito enraizadas nas pessoas, não é verdade?
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1:37 - 1:40Como a religião, o dinheiro e outras coisas.
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1:40 - 1:44Tenho um grande interesse na educação e penso que todos nós temos.
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1:44 - 1:46Nós temos um enorme interesse velado nisto,
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1:46 - 1:49sobretudo porque é a educação que é suposto
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1:49 - 1:52levar-nos para um futuro que ainda não compreendemos.
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1:52 - 1:55Se pensarem nisto, as crianças que começam a escola este ano
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1:55 - 2:01reformar-se-ão em 2065. Ninguém tem uma pista -
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2:01 - 2:04apesar de todo o conhecimento demonstrado nos últimos quatro dias -
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2:04 - 2:06de como o mundo será
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2:06 - 2:08num prazo de cinco anos. E, no entanto, pretendemos
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2:08 - 2:11educá-los para isso. A imprevisibilidade, penso,
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2:11 - 2:13é extraordinária.
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2:13 - 2:15E a terceira parte disto é que
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2:15 - 2:20todos concordamos, sem dúvida, nas
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2:20 - 2:23capacidades realmente extraordinárias que as crianças têm -
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2:23 - 2:25as suas capacidades para a inovação. Quer dizer, ontem à noite a Sirena foi uma maravilha,
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2:25 - 2:28não foi? Ver o que ela conseguiu fazer.
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2:28 - 2:33E ela é excepcional, mas penso que ela não é, por assim dizer,
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2:33 - 2:36excepcional na plenitude da infância.
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2:36 - 2:39O que vocês têm ali é uma pessoa de uma dedicação extraordinária
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2:39 - 2:41que encontrou um talento. E é minha convicção
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2:41 - 2:43que todos os miúdos têm talentos tremendos.
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2:43 - 2:45E nós estragamo-los, impiedosamente.
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2:45 - 2:48Por isso quero falar acerca da educação e
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2:48 - 2:51quero falar acerca da criatividade. A minha convicção é que
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2:51 - 2:54agora, a criatividade é tão importante na educação como a literacia,
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2:54 - 2:58e devemos tratá-la ao mesmo nível.
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2:58 - 3:06(Aplausos) Obrigado. A propósito, era só isto.
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3:06 - 3:10Muito obrigado. (Risos) Bem, faltam 15 minutos.
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3:10 - 3:17Bem, eu nasci - não. (Risos)
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3:17 - 3:21Ouvi recentemente uma história muito boa - adoro contá-la -
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3:21 - 3:25de uma miúda que estava numa aula de desenho. Tinha 6 anos
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3:25 - 3:27e estava no fundo da sala, a desenhar,
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3:27 - 3:29e a professora disse que esta miúda raramente
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3:29 - 3:33prestava atenção e nesta aula de desenho estava atenta.
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3:33 - 3:35A professora estava fascinada e foi ter com ela
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3:35 - 3:38e disse-lhe, "O que estás a desenhar?"
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3:38 - 3:41E a miúda respondeu-lhe, "Estou a desenhar uma imagem de Deus."
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3:41 - 3:44E a professora replicou, "Mas ninguém sabe como é Deus."
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3:44 - 3:51E a miúda respondeu, "Saberão daqui a pouco."
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3:51 - 3:52(Risos)
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3:52 - 3:57Quando o meu filho tinha quatro anos em Inglaterra -
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3:57 - 4:00para ser honesto, na realidade ele tem quatro anos em todo o lado. (Risos)
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4:00 - 4:06Se formos rigorosos, onde quer que fôssemos, ele nesse ano tinha quatro.
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4:06 - 4:08Estava numa peça de Natal.
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4:08 - 4:11Lembram-se da história? Não, era grande.
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4:11 - 4:14Era uma grande história. O Mel Gibson fez a sequela.
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4:14 - 4:19Poderão ter visto: "Natal II". Mas o James fez o papel de José,
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4:19 - 4:22pelo qual ficámos maravilhados.
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4:22 - 4:24Considerámos isto como sendo um dos papéis principais.
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4:24 - 4:26Tínhamos o local cheio de admiradores com T-shirts:
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4:26 - 4:29"James Robinson É José!" (Risos)
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4:29 - 4:31Ele não tinha de falar mas conhecem a parte
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4:31 - 4:34em que chegam os três reis. Eles entram trazendo ofertas,
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4:34 - 4:36e trazem ouro, incenso e mirra.
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4:36 - 4:38Isto realmente aconteceu. Estávamos lá sentados
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4:38 - 4:40e penso que se enganaram,
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4:40 - 4:42porque falámos com o miúdo depois e dissemos-lhe,
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4:42 - 4:44"Não te importaste?" Ele respondeu, "Não, porquê, enganei-me?"
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4:44 - 4:46Eles simplesmente trocaram, só isso.
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4:46 - 4:47Não interessa, os três rapazes entraram em cena,
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4:47 - 4:49miúdos de quatro anos com toalhas enroladas na cabeça,
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4:49 - 4:52e pousaram as caixas,
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4:52 - 4:54e o primeiro rapaz disse, "Trago-te ouro."
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4:54 - 4:57E o segundo rapaz disse, "Trago-te mirra".
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4:57 - 5:11E o terceiro rapaz disse, "O Frank mandou isto". (Risos)
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5:11 - 5:13O que estas coisas têm em comum é que os miúdos arriscam.
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5:13 - 5:16Se não sabem, tentam.
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5:16 - 5:19Não tenho razão? Eles não receiam estar errados.
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5:19 - 5:24Com isto não quero dizer que estar errado é a mesma coisa que ser criativo.
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5:24 - 5:25O que sabemos é,
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5:25 - 5:28se não estivermos preparados para errar,
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5:28 - 5:31nunca conseguiremos nada de original.
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5:31 - 5:34Se não estiverem preparados para errar. E quando chegam a adultos,
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5:34 - 5:36a maior parte das crianças já perdeu essa capacidade.
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5:36 - 5:39Eles ficam com receio de errar.
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5:39 - 5:41Já agora, é assim que gerimos as nossas empresas.
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5:41 - 5:44Estigmatizamos os enganos. E agora desenvolvemos
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5:44 - 5:47sistemas de educação nacionais onde
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5:47 - 5:50os erros são a pior coisa que podemos fazer.
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5:50 - 5:53E o resultado é que estamos a educar pessoas sem
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5:53 - 5:56as suas capacidades criativas. Picasso disse uma vez:
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5:56 - 5:59ele disse que todas as crianças nascem artistas.
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5:59 - 6:03O problema é mantermo-nos artistas enquanto crescemos. Eu acredito nisto apaixonadamente:
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6:03 - 6:05não crescemos para a criatividade,
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6:05 - 6:08afastamo-nos dela. Ou antes, somos educados para a perder.
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6:08 - 6:10Porquê que é assim?
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6:10 - 6:14Eu vivia em Straford-on-Avon até há cinco anos.
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6:14 - 6:16Na realidade, mudamos-nos de Stratford para Los Angeles.
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6:16 - 6:20Podem imaginar a transição sem problemas que foi.
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6:20 - 6:22(Risos) Na realidade,
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6:22 - 6:24vivíamos num lugar chamado Snitterfield,
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6:24 - 6:26nas proximidades de Stratford, que é onde
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6:26 - 6:31o pai de Shakespeare nasceu. Vocês foram abalados por um novo pensamento? Eu fui.
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6:31 - 6:33Nunca pensaram em Shakespeare como tendo um pai, pois não?
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6:33 - 6:35Pensaram? Porque vocês não pensam
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6:35 - 6:37em Shakespeare em criança, pensam?
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6:37 - 6:40Shakespeare com sete anos? Nunca pensei nisso. Quero dizer, ele teve
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6:40 - 6:42sete anos em algum momento. Ele esteve
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6:42 - 6:51na aula de inglês de alguém, não esteve? Quão incómodo seria?
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6:51 - 7:05(Risos) "Deves esforçar-te mais". Ser mandado para a cama pelo seu pai, sabem,
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7:05 - 7:08Shakespeare, "Vai para a cama, já",
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7:08 - 7:10para o Wiliam Shakespeare, "e pousa o lápis.
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7:10 - 7:18e pára de falar assim. Confunde toda a gente."
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7:18 - 7:23(Risos)
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7:23 - 7:26Bem, nós mudamo-nos de Stratford para Los Angeles,
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7:26 - 7:30e só quero dizer uma coisa acerca desta mudança.
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7:30 - 7:33O meu filho não queria vir.
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7:33 - 7:36Eu tenho dois filhos. Ele tem agora 21; a minha filha tem 16.
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7:36 - 7:38ele não queria vir para Los Angeles. Ele adorava
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7:38 - 7:43mas tinha uma namorada em Inglaterra. Era o amor da sua vida, Sarah.
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7:43 - 7:45ele conhecia-a há um mês.
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7:45 - 7:48Imaginem, tinham celebrado o quarto aniversário,
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7:48 - 7:52porque é muito tempo quando se tem 16.
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7:52 - 7:54Bem, ele estava muito chateado no avião,
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7:54 - 7:56e disse, "Nunca mais vou encontrar uma miúda como a Sarah".
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7:56 - 7:58E ficámos contentes com isso, para ser franco,
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7:58 - 8:10porque ela era a principal razão para deixarmos o país.
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8:10 - 8:13(Risos)
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8:13 - 8:16Mas percebemos algo quando nos mudamos para a América
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8:16 - 8:18e quando viajamos pelo mundo:
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8:18 - 8:22todos os sistemas de educação no planeta têm a mesma hierarquia de matérias.
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8:22 - 8:24Todos. Não interessa onde vás.
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8:24 - 8:26Podíamos pensar que seria doutra forma mas não é.
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8:26 - 8:29No topo estão a matemática e as línguas,
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8:29 - 8:31depois as humanidades e na base estão as artes.
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8:31 - 8:33Em todo o lado na Terra.
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8:33 - 8:36E em quase todos os sistemas também,
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8:36 - 8:38há uma hierarquia dentro das artes.
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8:38 - 8:40A pintura e a música têm normalmente mais importância nas escolas
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8:40 - 8:43do que o teatro e a dança. Não existe um sistema educativo no planeta
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8:43 - 8:45que ensine dança todos os dias às crianças
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8:45 - 8:48da mesma forma que ensinam matemática. Porquê?
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8:48 - 8:50Porque não? Eu penso que seria bastante importante.
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8:50 - 8:53Eu penso que a matemática é muito importante mas a dança também é.
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8:53 - 8:56As crianças estão sempre a dançar se lhes permitirem, todos nós dançamos.
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8:56 - 8:59Todos temos corpos, não temos? Não me escapou nada?
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8:59 - 9:03(Risos) Na verdade, o que acontece é,
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9:03 - 9:05quando as criançs vão crescendo, começamos a educá-las
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9:05 - 9:08progressivamente da cintura para cima. E por fim centramo-nos nas suas cabeças.
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9:08 - 9:10E ligeiramente para um lado.
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9:10 - 9:14Se viéssemos visitar a educação, como um extra-terrestre,
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9:14 - 9:17e disséssemos "Para que serve a educação pública?".
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9:17 - 9:19Eu penso que teríamos de concluir - se olhássemos para os resultados,
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9:19 - 9:21quem consegue o sucesso,
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9:21 - 9:23quem faz o que toda a gente espera.
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9:23 - 9:26que consegue os pontos dourados, quem são os vencedores -
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9:26 - 9:29eu penso que teríamos que concluir que o propósito da educação pública
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9:29 - 9:30por todo o mundo
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9:30 - 9:34é produzir professores universitários. Não é?
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9:34 - 9:36Eles são os que estão no topo.
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9:37 - 9:40E eu era um, por isso. (Risos)
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9:40 - 9:44E gosto de professores universitários, mas sabem,
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9:44 - 9:48não os devemos ter como a referência do sucesso humano.
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9:48 - 9:50São apenas uma forma de vida,
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9:50 - 9:52outra forma de vida. Mas são bastante curiosos,
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9:52 - 9:54e digo-o com estima por eles.
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9:54 - 9:57Na minha experiência, há algo curioso acerca dos professores
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9:57 - 10:00não todos, mas tipicamente, eles vivem nas suas cabeças.
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10:00 - 10:02Vivem lá em cima e ligeiramente para um lado.
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10:02 - 10:06Eles estão desencarnados, sabem, duma forma literal.
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10:06 - 10:08Eles olham para o seu corpo
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10:08 - 10:17como uma forma de transporte para as suas cabeças, não é?
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10:17 - 10:24(Risos) É uma maneira de levarem a cabeça a reuniões.
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10:24 - 10:27Se querem uma prova real de experiências extra-corporais,
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10:27 - 10:30participem numa conferência residencial
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10:30 - 10:32de académicos séniores,
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10:32 - 10:35e vão à discoteca na última noite.
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10:35 - 10:39(Risos) E lá vão ver, homens e mulheres adultos
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10:39 - 10:43abanando-se incontrolavelmente, fora de ritmo,
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10:43 - 10:47à espera que acabe para irem para casa escrever um artigo acerca disso.
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10:47 - 10:53O nosso sistema de educação assenta na ideia de capacidade académica.
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10:53 - 10:56E existe uma razão.
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10:56 - 10:58Todo o sistema foi inventado - em todo o mundo, não houve
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10:58 - 11:00sistemas de educação públicos antes do século XIX.
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11:00 - 11:03Eles surgiram para
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11:03 - 11:04satisfazer as necessidades da industrialização.
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11:04 - 11:07A hierarquia está assente em duas ideias.
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11:07 - 11:11Número um, que as disciplinas mais úteis para o trabalho
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11:11 - 11:13estão no topo. Provavelmente foram benignamente afastados
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11:13 - 11:15das coisas, quando eram miúdos na escola, coisas que gostavam,
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11:15 - 11:17com o argumento de que
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11:17 - 11:20nunca conseguiriam um emprego a fazer aquilo. Não é verdade?
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11:20 - 11:22Não estudes música, não vais ser músico;
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11:22 - 11:24não aprendas pintura, não serás um artista.
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11:25 - 11:29Conselho benigno - mas profundamente errado. Todo o mundo
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11:29 - 11:30está envolvido numa revolução.
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11:30 - 11:33E o segundo é capacidade académica, o que acabou por dominar
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11:33 - 11:34a nossa visão da inteligência,
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11:34 - 11:37porque as universidades desenharam o sistema à sua imagem.
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11:37 - 11:39Se pensarem nisso, todo o sistema
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11:39 - 11:41de educação pública em todo o mundo é um processo prolongado
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11:41 - 11:43de entrada na universidade.
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11:43 - 11:46E a consequência é que muita gente altamente talentosa,
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11:46 - 11:48brilhante, criativa, pensa que não o é,
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11:48 - 11:50porque a coisa em que eram bons na escola
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11:50 - 11:54não era valorizada ou era até estigmatizada.
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11:54 - 11:56E eu penso que não nos podemos dar ao luxo de ir por esse caminho.
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11:56 - 11:58Nos próximos 30 anos, de acordo com a UNESCO,
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11:58 - 12:01haverá mais formados em todo o mundo
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12:01 - 12:03através da educação do que desde o início da história.
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12:03 - 12:05Mais pessoas e isso é a combinação
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12:05 - 12:07de todas as coisas de que falámos:
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12:07 - 12:10tecnologia e o seu efeito transformador no trabalho, e a demografia
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12:10 - 12:12e o enorme crescimento da população.
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12:12 - 12:15De repente, os graus não valem nada. Não é verdade?
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12:15 - 12:19Quando era estudante, se tivessem um grau, tinham um emprego.
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12:19 - 12:22Se não tinham um emprego era porque não queriam um.
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12:22 - 12:25E, na verdade, eu não queria um. (Risos)
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12:25 - 12:30Mas agora jovens com graus vão muitas vezes
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12:30 - 12:31para casa para continuar a jogar videojogos,
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12:31 - 12:34porque é preciso um mestrado quando o anterior emprego exigia uma licenciatura,
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12:34 - 12:37e agora precisas de um doutoramento para o mesmo.
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12:37 - 12:39É um processo de inflação académica.
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12:39 - 12:41E isso indica que toda a estrutura da educação
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12:41 - 12:43está a mudar debaixo dos nossos pés. Precisamos de repensar radicalmente
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12:43 - 12:44a nossa visão da inteligência
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12:44 - 12:46Sabemos três coisas acerca da inteligência.
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12:46 - 12:49Um, é diversa. Pensamos acerca do mundo de todas as formas
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12:49 - 12:51em que o experimentamos. Pensamos visualmente,
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12:51 - 12:54pensamos com som, pensamos cinestesicamente.
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12:54 - 12:57Pensamos em termos abstractos, pensamos em movimento.
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12:57 - 12:59Segundo, a inteligência é dinâmica.
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12:59 - 13:02Se olharmos para as interacções do cérebro humano, como ouvimos
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13:02 - 13:05ontem em várias apresentações,
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13:05 - 13:07a inteligência é maravilhosamente interactiva.
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13:07 - 13:10O cérebro não está dividido em compartimentos.
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13:10 - 13:13De facto, a criatividade, que eu defino como o processo
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13:13 - 13:15de gerar ideias originais e com valor,
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13:15 - 13:18surge normalmente através da interacção
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13:18 - 13:21de diferentes formas de ver as coisas.
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13:21 - 13:23O cérebro é intencionalmente - já agora,
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13:23 - 13:26existe um grupo de nervos que junta as duas metades do cérebro
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13:26 - 13:28chamado corpus callosum. É mais espesso na mulher.
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13:28 - 13:30Seguindo as ideias de ontem, da Helen, eu penso
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13:30 - 13:34que é por isto que as mulheres são melhores em tarefas simultâneas.
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13:34 - 13:36Porque vocês são, não são?
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13:36 - 13:39Existe muita investigação mas eu sei-o pela minha vida pessoal.
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13:39 - 13:41Se a minha esposa está a cozinhar uma refeição em casa -
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13:41 - 13:45o que não é usual, felizmente. (Risos)
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13:45 - 13:48Mas está a fazê-lo - não, ela é boa em algumas coisas -
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13:48 - 13:50mas se ela está a cozinhar, sabem,
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13:50 - 13:52ela está a resolver coisas ao telefone,
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13:52 - 13:55está a falar com os miúdos, está a pintar o tecto,
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13:55 - 13:58está a fazer uma operação de coração aberto aqui.
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13:58 - 14:01Se eu estiver a cozinhar, a porta está fechada e os miúdos fora,
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14:01 - 14:04o telefone está no descanso, se ela entra fico chateado.
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14:04 - 14:17Eu digo, "Por favor, Terry, estou a tentar fritar um ovo. Deixa-me em paz". (Risos)
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14:17 - 14:19Na realidade, sabem aquela antiga filosofia,
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14:19 - 14:22se uma árvore cai na floresta e ninguém a ouve,
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14:22 - 14:25aconteceu? Lembram-se desta piada velha?
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14:25 - 14:28Vi recentemente uma t-shirt muito gira que dizia, "Se um homem diz o que pensa
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14:28 - 14:31numa floresta e nenhuma mulher o ouve,
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14:31 - 14:40ele ainda estará errado?" (Risos)
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14:40 - 14:42A terceira coisa sobre a inteligência é,
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14:43 - 14:45ela é distinta. Ando a escrever um livro
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14:45 - 14:47chamado "Epifania", baseado numa série de
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14:47 - 14:49entrevistas com pessoas sobre como descobriram
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14:49 - 14:51o seu talento. Estou fascinado com a forma como as pessoas lá chegaram.
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14:51 - 14:54Foi despoletado por uma conversa que tive
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14:54 - 14:56com uma mulher maravilhosa que talvez a maioria
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14:56 - 14:58nunca tenha ouvido falar, chamada Gillian Lynne.
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14:58 - 15:00Ouviram falar dela? Alguns ouviram. Ela é coreógrafa
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15:00 - 15:02e todos conhecem o seu trabalho.
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15:02 - 15:04Ela fez o "Cats" e o "Fantasma da Ópera".
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15:04 - 15:08Ela é maravilhosa. Eu pertencia à administração do Royal Ballet, em Inglaterra.
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15:08 - 15:10como podem ver.
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15:10 - 15:12De qualquer modo, eu e a Gillian almoçámos um dia e eu disse,
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15:12 - 15:14"Gillian, como te tornaste bailarina?". E ela respondeu.
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15:14 - 15:16Foi interessante, quando ela estava na escola,
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15:16 - 15:19ela estava desesperada. E a escola, nos anos 30,
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15:19 - 15:21escreveu aos seus pais e disse-lhes, "Pensamos
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15:21 - 15:23que a Gillian tem um défice de aprendizagem". Ela não se conseguia concentrar,
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15:23 - 15:25era inquieta. Penso que agora diriam
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15:25 - 15:29que ela hiperactiva. Vocês não? Mas estávamos em 1930,
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15:29 - 15:32e a hiperactividade ainda não tinha sido inventada nessa altura.
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15:32 - 15:35Não era uma doença disponível. (Risos)
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15:35 - 15:39As pessoas não sabiam que podiam ter isso.
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15:39 - 15:43Bem, ela foi consultar um especialista. Num gabinete luxuoso.
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15:43 - 15:46Ela estava com a sua mãe,
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15:46 - 15:49e ela foi e sentou-se numa cadeira ao fundo,
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15:49 - 15:51e sentou-se nas suas mãos por 20 minutos enquanto
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15:51 - 15:53o homem falou com a mãe acerca
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15:53 - 15:57dos problemas que a Gillian estava a ter na escola. E no final -
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15:57 - 15:59porque ela perturbava os outros,
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15:59 - 16:01os trabalhos de casa estavam sempre atrasados, etc.,
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16:01 - 16:04uma criança de oito - no final, o médico foi e sentou-se
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16:04 - 16:06junto da Gillian e disse-lhe, "Gillian,
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16:06 - 16:08estive a ouvir todas as coisas que a tua mãe
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16:08 - 16:10me contou e eu preciso de falar com ela em privado".
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16:10 - 16:13Ele disse, "Espera aqui, já voltamos, não demoramos muito"
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16:13 - 16:15e eles foram e deixaram-na.
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16:15 - 16:17Mas, enquanto eles saíam, ele ligou o rádio
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16:17 - 16:19que tinha na secretária. E quando eles
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16:19 - 16:21saíram da sala, ele disse para a sua mãe,
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16:21 - 16:24"Espere aqui e observe-a". E assim que eles saíram da sala,
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16:24 - 16:28contou-me, levantou-se e pôs-se a dançar com a música.
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16:28 - 16:30E eles observaram por alguns minutos
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16:30 - 16:33e ele virou-se para a mãe e disse,
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16:33 - 16:37"Sr.ª Lynne, a Gillian não está doente, ela é uma bailarina.
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16:37 - 16:39Leve-a a uma escola de dança".
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16:39 - 16:41Eu disse, "O que aconteceu?".
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16:41 - 16:44Ela respondeu, "Ela levou-me. Não lhe posso dizer o quão maravilhoso foi.
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16:44 - 16:46Entrámos numa sala que estava cheia de
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16:46 - 16:49pessoas como eu. Pessoas que não conseguiam estar quietas.
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16:49 - 16:52Pessoas que precisavam de se mover para pensar". Que precisavam de se mover para pensar.
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16:52 - 16:54Eles faziam ballet, eles faziam sapateado, faziam jazz,
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16:54 - 16:56eles faziam dança moderna, eles faziam dança contemporânea.
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16:56 - 16:59Ela acabou por ir a uma audição da Royal Ballet School,
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16:59 - 17:01tornou-se solista, teve uma carreira maravilhosa
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17:01 - 17:03no Royal Ballet. Acabou por se formar
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17:03 - 17:05na Royal Ballet School e
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17:05 - 17:08fundou a sua própria companhia, a Companhia de Dança Gillian Lynne,
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17:08 - 17:11conheceu Andrew Lloyd Weber. Ela foi responsável por
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17:11 - 17:13alguns dos musicais de maior sucesso
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17:13 - 17:18na história, tem dado satisfação a milhões,
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17:18 - 17:21e é multimilionária. Outros
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17:21 - 17:25tê-la-iam medicado e dito
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17:25 - 17:27para se acalmar.
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17:27 - 17:30Bem. (Aplausos) O que eu penso resume-se a isto:
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17:30 - 17:32Al Gore falou na outra noite
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17:32 - 17:35acerca da ecologia e da revolução desencadeada por Rachel Carson.
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17:35 - 17:39Acredito que a nossa única esperança para o futuro
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17:39 - 17:42é adoptar uma nova concepção de ecologia humana,
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17:42 - 17:46uma em que começamos a reconstituir a nossa concepção
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17:46 - 17:48da riqueza da capacidade humana.
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17:48 - 17:52O nosso sistema de educação minou as nossas mentes da forma
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17:52 - 17:54que temos esventrado a terra: por um recurso particular.
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17:54 - 17:57E no futuro, não nos servirá.
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17:57 - 18:00Temos de repensar os princípios fundamentais
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18:00 - 18:02com que educamos as nossas crianças. Existe
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18:02 - 18:06uma frase maravilhosa de Jonas Salk, que afirmou, "Se todos os insectos
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18:06 - 18:09desaparecessem da Terra,
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18:09 - 18:12dentro de 50 anos toda a vida na Terra acabaria.
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18:12 - 18:15Se todos os seres humanos desaparecessem da Terra,
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18:15 - 18:19dentro de 50 anos todas as formas de vida floresceriam."
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18:19 - 18:21E ele tem razão.
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18:21 - 18:24O que a TED celebra é a dádiva da imaginação humana.
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18:24 - 18:28Temos de ter o cuidado de usar essa dádiva
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18:28 - 18:31sabiamente, e evitar alguns dos cenários
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18:31 - 18:34cenários de que falámos. E a única forma
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18:35 - 18:38de o fazermos é reconhecendo as nossas capacidades criativas
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18:38 - 18:40pela riqueza que representa e vermos
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18:40 - 18:43as nossas crianças pela esperança que são. E a nossa tarefa
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18:43 - 18:46é educar o seu ser na totalidade, para que possam encarar esse futuro.
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18:46 - 18:49Já agora, podemos não ver esse futuro,
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18:49 - 18:52mas eles verão. E o nosso trabalho é ajuda-los
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18:52 - 18:54a fazer algo dele. Muito obrigado.
- Title:
- Como as escolas matam a criatividade
- Speaker:
- Sir Ken Robinson
- Description:
-
Sir Ken Robinson propõe de uma forma interessante e profunda a criação de um sistema educativo que acarinhe (em vez de minar) a criatividade.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 19:00
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Do schools kill creativity? | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Do schools kill creativity? | ||
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Nuno Caseiro added a translation |