O que torna uma palavra "real"?
-
0:01 - 0:03Preciso começar contando um pouco
-
0:03 - 0:05da minha vida social,
-
0:05 - 0:07que eu sei pode não parecer
muito relevante, -
0:07 - 0:09mas é.
-
0:09 - 0:11Quando as pessoas
me conhecem em festas -
0:11 - 0:13e descobrem que eu sou
professora de inglês, -
0:13 - 0:16com especialização em línguas,
-
0:16 - 0:19geralmente reagem de um
dos dois seguintes modos. -
0:19 - 0:24Uma parte das pessoas
parece se assustar. (Risadas) -
0:24 - 0:26Geralmente dizem algo como
-
0:26 - 0:29"Oh, é melhor tomar cuidado
com o que eu digo. -
0:29 - 0:32Tenho certeza que notará
qualquer erro que eu cometer." -
0:32 - 0:37E param de falar. (Risadas)
-
0:37 - 0:39Elas esperam que eu me afaste
-
0:39 - 0:41e conversam com outra pessoa
-
0:41 - 0:43A outra parte das pessoas,
-
0:43 - 0:46com um brilho no olhar,
-
0:46 - 0:47e dizem:
-
0:47 - 0:51"Você é justamente a pessoa
com quem eu gostaria de falar." -
0:51 - 0:54E a seguir comentam qualquer coisa
-
0:54 - 0:56que julgam inadequada na língua inglesa.
-
0:56 - 0:59(Risadas)
-
0:59 - 1:01Há algumas semanas,
eu fui a uma festa, um jantar -
1:01 - 1:03e um senhor à minha direita
-
1:03 - 1:05começou a elencar
todos os modos pelos quais -
1:05 - 1:08a Internet está degradando
a língua inglesa. -
1:08 - 1:11Começou a falar do Facebook e perguntou:
-
1:11 - 1:17"To defriend?" [Apagar da lista de amigos]
Isso é uma palavra? -
1:17 - 1:21Quero deter-me nessa questão:
-
1:21 - 1:25O que torna uma palavra "real"?
-
1:25 - 1:27Meu companheiro de jantar e eu sabemos
-
1:27 - 1:30o que o verbo "defriend" significa.
-
1:30 - 1:33Então, quando será que
uma nova palavra como "defriend" -
1:33 - 1:35torna-se real?
-
1:35 - 1:37Quem tem a autoridade para tomar
-
1:37 - 1:41decisões oficiais sobre palavras
em última análise? -
1:41 - 1:45Essas são questões das quais
eu quero falar hoje. -
1:45 - 1:48Quando a maioria das pessoas afirma
que uma palavra não é real, -
1:48 - 1:50o que elas querem dizer é
que aquela palavra -
1:50 - 1:52não consta em um dicionário formal.
-
1:52 - 1:54Isso, é claro, levanta
uma série de questões -
1:54 - 2:00inclusive esta:
"Quem escreve os dicionários?" -
2:00 - 2:01Antes que eu prossiga,
-
2:01 - 2:03deixem-me esclarecer qual é
o meu papel nisso tudo. -
2:03 - 2:06Eu não escrevo dicionários.
-
2:06 - 2:09Entretanto, eu coleciono palavras novas
-
2:09 - 2:12do mesmo modo que fazem
os editores de dicionário. -
2:12 - 2:14O bom de ser uma historiadora
-
2:14 - 2:15da língua inglesa,
-
2:15 - 2:18é que eu posso chamar isso de "pesquisa".
-
2:18 - 2:21Quando eu ensino a história
da língua inglesa, -
2:21 - 2:23eu peço que os alunos me ensinem
-
2:23 - 2:27duas novas gírias antes de começar a aula.
-
2:27 - 2:29Ao longo dos anos, eu aprendi
-
2:29 - 2:32gírias muito legais, desse modo.
-
2:32 - 2:36inclusive “hangry” que —
-
2:36 - 2:40(Aplausos) —
-
2:40 - 2:44que é quando se está “cranky” ou “angry”
(desajeitado ou irritado) -
2:44 - 2:47porque se está “hungry” (com fome),
-
2:47 - 2:52e “adorkable”
-
2:52 - 2:54quando se é "adorable"
(encantador) -
2:54 - 2:56de um modo "dorky" (atrapalhado).
-
2:56 - 2:59Sem dúvida, duas palavras formidáveis
que preenchem -
2:59 - 3:02importantes lacunas da língua inglesa.
-
3:02 - 3:05(Risadas)
-
3:06 - 3:09Mas em que medida elas são reais,
-
3:09 - 3:11se nós as usamos principalmente como gíria
-
3:11 - 3:15e elas não estão dicionarizadas?
-
3:15 - 3:18Falemos dos dicionários.
-
3:18 - 3:20Respondam levantando a mão:
-
3:20 - 3:22Quantos de vocês ainda
-
3:22 - 3:26usam regularmente um dicionário,
seja impresso ou online? -
3:27 - 3:30Certo. Parece que é a maioria.
-
3:30 - 3:33Uma segunda pergunta.
Levantem a mão novamente: -
3:33 - 3:36Quantos de vocês já procuraram verificar
-
3:36 - 3:39quem editou o dicionário
que estavam usando? -
3:42 - 3:46Certo. Bem menos pessoas.
-
3:46 - 3:49Em algum nível, sabemos que há pessoas
-
3:49 - 3:51que elaboram os dicionários,
-
3:51 - 3:55mas não sabemos quem são elas.
-
3:55 - 3:57Isso realmente me fascina.
-
3:57 - 4:00Até mesmo as pessoas
com maior espírito crítico -
4:00 - 4:02têm uma tendência
de não criticar os dicionários. -
4:02 - 4:04Não fazem distinção entre eles,
-
4:04 - 4:07nem fazem toda uma série de perguntas
-
4:07 - 4:09sobre quem os editou.
-
4:09 - 4:10Pensem nesta frase:
-
4:10 - 4:13“Procure no dicionário.”
-
4:13 - 4:15Ela sugere que todos os dicionários
-
4:15 - 4:16são exatamente iguais.
-
4:16 - 4:19Considerem a biblioteca aqui no campus.
-
4:19 - 4:21Vocês vão até a sala de leitura,
-
4:21 - 4:23onde se encontra
um grande e completo dicionário -
4:23 - 4:27sobre um pedestal,
neste local de honra e respeito -
4:27 - 4:30e que ali fica aberto,
para podermos consultá-lo -
4:30 - 4:32e tirar as dúvidas.
-
4:32 - 4:34Não me levem a mal.
-
4:34 - 4:37Os dicionários são recursos fantásticos,
-
4:37 - 4:39porém são obra de humanos
-
4:39 - 4:41e não são válidos para sempre.
-
4:41 - 4:43Como professora, eu fico surpresa
-
4:43 - 4:46que se peça aos alunos
para analisar criticamente -
4:46 - 4:50qualquer texto que eles leiam,
todo site que visitem, -
4:50 - 4:51exceto os dicionários,
-
4:51 - 4:55os quais tendemos supor
que não têm autores, -
4:55 - 4:57como se surgissem do nada e nos trouxessem
-
4:57 - 5:01respostas para os significados
das palavras. -
5:02 - 5:05O fato é o seguinte: se perguntarem
aos editores de dicionários, -
5:05 - 5:06eles lhes responderão
-
5:06 - 5:08que tentam nos acompanhar
-
5:08 - 5:10nas transformações que impomos ao idioma.
-
5:10 - 5:13Eles observam o que falamos e escrevemos
-
5:13 - 5:15e tentam adivinhar o que vai permanecer
-
5:15 - 5:17e o que será efêmero.
-
5:17 - 5:19Eles têm que fazer uma aposta
-
5:19 - 5:21porque buscam aparentar
que estão na vanguarda -
5:21 - 5:23e pegam as palavras que vingarão
-
5:23 - 5:25tais como LOL [Muitas risadas].
-
5:25 - 5:28mas não querem a imagem de caprichosos
-
5:28 - 5:30por incluir palavras que sairão de uso.
-
5:30 - 5:33Acho que uma palavra que agora
atrai a atenção deles -
5:33 - 5:35é YOLO, você vive apenas uma vez.
-
5:37 - 5:40Tenho muito contato
com editores de dicionário. -
5:40 - 5:41Vocês ficariam surpresos
-
5:41 - 5:44com um dos lugares onde nos encontramos.
-
5:44 - 5:46Todo mês de janeiro,
-
5:46 - 5:49vamos ao encontro anual
da American Dialect Society, -
5:49 - 5:50onde, entre outras coisas,
-
5:50 - 5:54elegemos a palavra do ano.
-
5:54 - 5:56Comparecem de 200 a 300 pessoas,
-
5:56 - 5:59alguns dos mais renomados
linguistas dos Estados Unidos. -
5:59 - 6:02Para dar-lhes uma ideia
do clima do encontro, -
6:02 - 6:04acontece logo antes do happy hour.
-
6:04 - 6:07Todos os que comparecem
têm o direito de votar. -
6:07 - 6:08A regra mais importante
-
6:08 - 6:11é votar levantando apenas uma das mãos.
-
6:11 - 6:15No passado, algumas vencedoras
foram as palavras -
6:15 - 6:17"tweet", em 2009
-
6:17 - 6:20e "hashtag", em 2012.
-
6:20 - 6:23"Chad" foi a palavra do ano em 2000--
-
6:23 - 6:27Quem sabia o que era chad
antes de 2000 -
6:27 - 6:31e “WMD” em 2002?
-
6:31 - 6:34Atualmente, há outras categorias
em que também podemos votar, -
6:34 - 6:36e a minha categoria favorita
-
6:36 - 6:38é a palavra mais criativa do ano.
-
6:38 - 6:41Nessa categoria já foi vencedora
-
6:41 - 6:44"recombobulation area",
-
6:44 - 6:48um local depois da revista
no Aeroporto de Milwaukee, -
6:48 - 6:51onde se pode “recombobular”.
-
6:51 - 6:52(Risos)
-
6:52 - 6:54Pode-se afivelar o cinto,
-
6:54 - 6:56colocar de volta o computador na maleta.
-
6:58 - 7:02E minha favorita absoluta nessa categoria
-
7:02 - 7:04é "multi-slacking".
-
7:04 - 7:06(Risos)
-
7:06 - 7:09Multi-slacking é o ato
-
7:09 - 7:11de deixar várias janelas abertas na tela,
-
7:11 - 7:13fingindo que está trabalhando,
-
7:13 - 7:15quando na verdade se está
de bobeira na Internet. -
7:15 - 7:20(Risos) (Aplausos)
-
7:21 - 7:25Todas essas palavras vão pegar?
Certamente não. -
7:25 - 7:28Fizemos algumas escolhas questionáveis.
-
7:28 - 7:30Por exemplo, em 2006,
-
7:30 - 7:32quando a palavra do ano foi "Plutoed",
(plutonizado) -
7:32 - 7:34para significar rebaixado.
-
7:34 - 7:37(Risos)
-
7:39 - 7:41Palavras vencedoras
de alguns anos atrás -
7:41 - 7:44parecem não ter nada
de extraordinário atualmente, -
7:44 - 7:45tais como "app"
-
7:45 - 7:47a letra "e" como um prefixo
-
7:47 - 7:50e "google" usada como verbo.
-
7:50 - 7:54Poucas semanas antes da nossa votação,
-
7:54 - 7:56a Lake Superior State University
-
7:56 - 8:01publica sua lista de palavras
do ano que devem ser banidas. -
8:01 - 8:03Surpreendentemente,
-
8:03 - 8:06quase sempre há uma superposição
-
8:06 - 8:09entre essa lista e a nossa para escolher
-
8:09 - 8:11as palavras do ano,
-
8:11 - 8:15porque a mesma coisa está sendo percebida.
-
8:15 - 8:18Percebemos palavras
que estão se destacando. -
8:18 - 8:20É uma questão de postura.
-
8:20 - 8:24Vocês se incomodam com os modismos
e as mudanças da língua, -
8:24 - 8:27ou acham isso divertido e interessante,
-
8:27 - 8:28algo que merece ser estudado
-
8:28 - 8:31como parte de uma língua viva?
-
8:31 - 8:34A lista da Lake Superior State University
-
8:34 - 8:36mantém uma longa tradição em inglês
-
8:36 - 8:38de inconformismo com novas palavras.
-
8:38 - 8:43Aqui está Dean Henry Alford, em 1875,
-
8:43 - 8:46ficou muito incomodado
com "desirability" (desejabilidade), -
8:46 - 8:47para ele uma palavra horrível.
-
8:47 - 8:50Em 1760, Benjamin Franklin
-
8:50 - 8:52escreveu uma carta a David Hume
-
8:52 - 8:55e classificou "colonize" (colonizar)
como uma palavra repudiável. -
8:55 - 8:58Ao longo dos anos,
também houve preocupações -
8:58 - 9:00com a pronúncia de palavras.
-
9:00 - 9:03Samuel Rogers, em 1855,
-
9:03 - 9:05incomodado com certas pronúncias em moda,
-
9:05 - 9:07que ele considerava desagradáveis,
-
9:07 - 9:11afirmou: “como se ‘contemplate’
já não fosse suficientemente ruim, -
9:11 - 9:13‘balcony’ embrulha-me o estômago.”
-
9:13 - 9:17(Risos)
-
9:17 - 9:19A palavra vem do italiano
-
9:19 - 9:22e era pronunciada bal-CÔ-ni.
-
9:22 - 9:25Essas queixas hoje parecem curiosas,
-
9:25 - 9:29se não definitivamente
"adorkable". (Risos) -
9:30 - 9:33O fato é o seguinte:
-
9:33 - 9:37as mudanças do idioma
ainda nos incomodam muito. -
9:37 - 9:40No meu escritório, tenho todo um arquivo
-
9:40 - 9:42com artigos de jornais
-
9:42 - 9:45que mostram preocupação
com palavras ilegítimas, -
9:45 - 9:47que não deveriam estar dicionarizadas,
-
9:47 - 9:48inclusive "LOL"
-
9:48 - 9:51quando entrou para
o Oxford English Dictionary -
9:51 - 9:52e "defriend"
-
9:52 - 9:55quando foi incluída no
Oxford American Dictionary. -
9:55 - 9:58Eu também tenho artigos
que expressam insatisfação -
9:58 - 10:00com "invite" (convite)
na forma de substantivo, -
10:00 - 10:02"impact" (impactar) como um verbo,
-
10:02 - 10:05argumentando que só os dentes
podem ser impactados. -
10:05 - 10:08E "incentivize" (estimular) é descrito
-
10:08 - 10:13como “um grosseiro
e burocrático erro de discurso.” -
10:13 - 10:15Não é que os editores
-
10:15 - 10:17ignorem essas opiniões
a respeito da língua. -
10:17 - 10:20Eles nos dão orientação sobre as palavras
-
10:20 - 10:22que são consideradas gírias
ou de uso informal, -
10:22 - 10:25ou agressivas, com frequência
por meio de etiquetas de uso. -
10:25 - 10:27A missão deles é algo difícil
-
10:27 - 10:31porque tentam descrever o que nós fazemos
-
10:31 - 10:33e sabem que usamos os dicionários
-
10:33 - 10:36para obter informações
de como usar uma palavra -
10:36 - 10:38do modo correto ou adequado.
-
10:38 - 10:41Como resposta,
o American Heritage Dictionaries -
10:41 - 10:43incluem notas de uso.
-
10:43 - 10:45As notas de uso costumam
aparecer para palavras -
10:45 - 10:47que podem ser problemáticas.
-
10:47 - 10:49Uma das formas de ser problemática
-
10:49 - 10:51é a mudança de significado.
-
10:51 - 10:54As notas de uso envolvem
decisões bastante humanas, -
10:54 - 10:56e acho que, como usuários de dicionário,
-
10:56 - 10:59nem sempre estamos cientes
de tais decisões humanas, -
10:59 - 11:00como deveríamos estar.
-
11:00 - 11:01Para demonstrar isso,
-
11:01 - 11:03veremos um exemplo; mas antes
-
11:03 - 11:06eu quero explicar o que
os editores de dicionários -
11:06 - 11:09tentam fazer com as notas de uso.
-
11:09 - 11:12Pense na palavra "peruse"
-
11:12 - 11:15e em como nós usamos essa palavra.
-
11:15 - 11:18Eu imagino que muitos estejam pensando
-
11:18 - 11:22em 'dar uma olhada',
'varrer com os olhos', 'ler rapidamente'. -
11:22 - 11:25Alguns talvez até a associem
a ação de andar, -
11:25 - 11:28pois olham, enquanto andam,
as prateleiras de uma mercearia -
11:28 - 11:29ou algo assim.
-
11:29 - 11:31Vocês podem se surpreender em saber
-
11:31 - 11:34que se procurarem na maioria
dos dicionários mais usados, -
11:34 - 11:36a primeira definição será
'ler cuidadosamente' -
11:36 - 11:39ou 'inundar'.
-
11:39 - 11:42Essa é a primeira definição
encontrada no American Heritage. -
11:42 - 11:45Como segunda definição
vem ‘dar uma olhada’ -
11:45 - 11:48e a seguir, lê-se: “problema de uso.”
-
11:48 - 11:50(Risos)
-
11:50 - 11:52E a seguir eles incluem uma nota de uso
-
11:52 - 11:54que vale a pena ler.
-
11:54 - 11:56Eis a nota de uso:
-
11:56 - 11:58"Peruse" significava
‘ler cuidadosamente’... -
11:58 - 12:01Mas com frequência é usado mais livremente
-
12:01 - 12:02significando simplesmente ‘ler’...
-
12:02 - 12:06Sua extensão para 'passar os olhos’,
‘varrer com os olhos’, -
12:06 - 12:08tradicionalmente tem sido
considerada um erro. -
12:08 - 12:10Mas nossa pesquisa de opinião
-
12:10 - 12:12sugerem que está
se tornando mais aceitável. -
12:12 - 12:13Indagados sobre a sentença
-
12:13 - 12:16"Eu tive apenas um momento para
“peruse” o manual rapidamente,” -
12:16 - 12:1866% do Painel [de Uso]
-
12:18 - 12:20a consideraram inaceitável em 1988,
-
12:20 - 12:2358% em 1999,
-
12:23 - 12:26e 48% em 2011."
-
12:26 - 12:28Ah, o Painel de Uso,
-
12:28 - 12:31esse corpo confiável
de autoridades linguísticas -
12:31 - 12:34que está ficando mais tolerante
sobre esse assunto. -
12:34 - 12:36Espero que agora estejam pensando:
-
12:36 - 12:40"Um momento. Quem está
no Painel de Uso? -
12:40 - 12:43E o que eu devo fazer
com suas declarações?” -
12:43 - 12:46Se olharem as páginas preliminares
do American Heritage Dictionaries, -
12:46 - 12:48vocês encontrarão os nomes
-
12:48 - 12:49das pessoas do Painel de Uso.
-
12:49 - 12:52Mas quem lê as páginas preliminares
dos dicionários? -
12:52 - 12:54São mais de 200 pessoas no Painel de Uso.
-
12:54 - 12:57Ali estão acadêmicos,
-
12:57 - 12:58jornalistas, escritores.
-
12:58 - 13:00Há um membro da Suprema Corte de Justiça
-
13:00 - 13:02e alguns linguistas.
-
13:02 - 13:07Desde 2005, eu estou incluída nessa lista.
-
13:07 - 13:11(Aplausos)
-
13:11 - 13:15Eis o que podemos fazer por você.
-
13:15 - 13:17Podemos dar-lhes uma percepção
-
13:17 - 13:20da amplitude de opiniões
sobre o uso controverso. -
13:20 - 13:23Esse é e deve ser
o limite de nossa autoridade. -
13:23 - 13:27Não somos uma academia de línguas.
-
13:27 - 13:30Uma vez por ano, eu recebo
uma cédula de pesquisa -
13:30 - 13:33que procura saber se novos usos,
-
13:33 - 13:36novas pronúncias, novos significados
são aceitáveis. -
13:36 - 13:39Antes de preencher a cédula
o que eu faço é -
13:39 - 13:43ouvir o que as pessoas falam
e o que escrevem. -
13:43 - 13:45Não levo em conta as minhas preferências
-
13:45 - 13:48nem o que me desagrada na língua inglesa.
-
13:48 - 13:50Serei franca com vocês:
-
13:50 - 13:52eu não gosto da palavra "impactful",
-
13:52 - 13:54mas não existe um meio termo
-
13:54 - 13:58no que se refere a "impactful"
estar entrando em uso -
13:58 - 14:01e tornando-se cada vez mais aceitável
na prosa escrita. -
14:01 - 14:02Para inspirar confiança,
-
14:02 - 14:05o que eu faço é verificar o uso,
-
14:05 - 14:07o que frequentemente
envolve fazer pesquisa -
14:07 - 14:09em bancos de dados online
como o Google Books. -
14:09 - 14:12Se procurarem por "impactful”
no Google Books, -
14:12 - 14:15Eis o que encontrarão.
-
14:15 - 14:17Parece que “impactful”
-
14:17 - 14:19provou-se útil
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14:19 - 14:21para um certo número de escritores
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14:21 - 14:22e vem sendo cada vez mais útil
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14:22 - 14:24nos últimos 20 anos.
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14:24 - 14:26Haverá mudanças no idioma,
-
14:26 - 14:29que não agradarão a todos nós.
-
14:29 - 14:31Ocorrerão mudanças que os farão ponderar:
-
14:31 - 14:32"É isso mesmo?”
-
14:32 - 14:36A língua precisa se modificar dessa forma?
-
14:36 - 14:38O que eu estou dizendo
-
14:38 - 14:39é que deveríamos ir mais devagar
-
14:39 - 14:43para decidir se aquela mudança é terrível.
-
14:43 - 14:45Deveríamos ser menos apressados em impor
-
14:45 - 14:48nossas preferências e desagrados
por palavras a outras pessoas -
14:48 - 14:50e sermos completamente relutantes
-
14:50 - 14:54em pensar que língua inglesa
tem problemas. -
14:54 - 14:57Ela não tem. É rica e vibrante
-
14:57 - 15:01e plena de criatividade
das pessoas que a falam. -
15:01 - 15:04Fazendo um retrospecto, eu acho fascinante
-
15:04 - 15:07que a palavra "nice"
costumava significar ‘bobo’. -
15:07 - 15:09que "decimate"
-
15:09 - 15:12queria dizer ‘matar um em cada dez’.
-
15:12 - 15:16(Risos)
-
15:17 - 15:22Achamos que Benjamin Franklin
estava bancando o bobo -
15:22 - 15:25em se preocupar como
o uso de "notice" como um verbo -
15:25 - 15:26Sabem de uma coisa?
-
15:26 - 15:29Vamos parecer bastante tolos
dentro de cem anos -
15:29 - 15:32por nos incomodarmos em usar
"impact" como um verbo -
15:32 - 15:34e "invite" como um substantivo.
-
15:34 - 15:36A língua não vai mudar
tão rapidamente assim -
15:36 - 15:38a ponto de não podermos acompanhar.
-
15:38 - 15:41Não é assim que o idioma funciona.
-
15:41 - 15:42Espero que vocês não considerem
-
15:42 - 15:45que as mudanças do idioma
sejam preocupantes -
15:45 - 15:47e sim divertidas e fascinantes,
-
15:47 - 15:50exatamente como o fazem
os editores de dicionário. -
15:50 - 15:52Espero que possam gostar de fazer parte
-
15:52 - 15:57da criatividade que está
reconstruindo continuamente -
15:57 - 16:00nossa língua e mantendo-a robusta.
-
16:00 - 16:03Então, como uma palavra
entra para um dicionário? -
16:03 - 16:06Ela entra porque nós a usamos
-
16:06 - 16:07e continuamos a usá-la
-
16:07 - 16:12e os editores de dicionário
estão prestando atenção em nós. -
16:12 - 16:15Se vocês estão pensando:
"Mas isso deixa que todos nós decidamos -
16:15 - 16:16qual é o significado das palavras.”
-
16:16 - 16:20Eu diria: “É verdade
-
16:20 - 16:23e sempre foi assim.”
-
16:23 - 16:27Os dicionários são guia
e fonte maravilhosos -
16:27 - 16:30mas destituídos de autoridade
-
16:30 - 16:34para arbitrar o significado das palavras.
-
16:34 - 16:37Se uma comunidade de falantes
está usando uma palavra -
16:37 - 16:40e sabe o seu significado, ela é real.
-
16:40 - 16:42Essa palavra pode ser uma gíria,
-
16:42 - 16:43pode ter uso informal,
-
16:43 - 16:45pode ser uma palavra que você imagine
-
16:45 - 16:48ser ilógica ou desnecessária.
-
16:48 - 16:50Mas essa palavra que nós estamos usando,
-
16:50 - 16:52essa palavra é real.
-
16:52 - 16:55Obrigada.
-
16:55 - 16:56(Aplausos)
- Title:
- O que torna uma palavra "real"?
- Speaker:
- Anne Curzan
- Description:
-
Poderíamos discutir se gírias como ‘hangry,’ ‘defriend’ e ‘adorkable’ preenchem lacunas cruciais de significado da língua inglesa, mesmo que não estejam dicionarizadas. Afinal de contas, quem decide realmente quais palavras devem vingar naquelas páginas de acesso tão difícil? A historiadora de línguas Anne Curzan faz uma análise encantadora dos humanos envolvidos na produção de dicionários e as decisões que têm de tomar constantemente.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:13
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Gustavo Rocha
Ótima legenda! Fiz poucas alterações. Na maioria para ajustar o tempo para a velocidade máxima de leitura e algumas pequenas mudanças de palavras.
Tulio Leao
Excelente tradução, fiquei muito impressionado! Parabéns!
Ao mesmo tempo curti muito a palestra :)
Abraço!