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Tudo isso está conectado a isso.
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Adicionamos som.
É um filme mudo.
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Esse gráfico mostra todos os filmes
dirigidos ou produzidos
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pelo lendário diretor
DW Griffith em 1912.
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Ele era um titã de Hollywood.
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Mas a maioria de seus filmes
tinham a mesma duração.
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Cerca de 15 minutos.
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Com as exceções durando
meia hora no máximo.
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Agora veja a duração
de "O Nascimento de uma Nação" de 1915.
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O que aconteceu aqui?
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O motivo de filmes curtos
virarem atrações cinematográficas
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pode ser rastreado até um filme mudo.
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Ele mudou o jogo de tal forma
que transformou todos os filmes.
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Mas não foi inventado em Hollywood.
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Ele veio de cerca
de 9.600 km de distância.
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Essa medida é um pé.
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Aqui está para os que usam o metro.
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Historiadores de cinema mudo
descrevem esses filmes em pé.
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Faz sentido.
Assim como a trena é um rolo
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filmes também vêm em um rolo.
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Um rolo de filme
tem cerca de 300 metros.
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Isso é 15 minutos ou menos,
dependendo dos frames por segundo.
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Nos primeiros filmes em 1900,
quase todos tinham cerca de 300 metros.
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Um rolo. 15 minutos ou menos.
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Esses curtas eram geralmente exibidos
em shows de variedade
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ou em uma compilação de curtas.
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Visitava-se nickelodeons,
um cinema para a classe baixa
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onde filmes eram exibidos
por um níquel, 5 centavos.
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Passava
"Laura Comstock's Bag-Punching Dog",
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depois "Trapeze Disrobing Act"
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e depois a primeira
adaptação de "Frankenstein".
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Tudo isso durava 14 minutos.
297 metros.
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Nos EUA, isso era imposto
por trustes na Costa Leste
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que controlava e licenciava
patentes de filmes para exibição.
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Eles preferiam filmes
de um ou dois rolos.
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Mas até cineastas renegados de Hollywood
faziam filmes bem curtos.
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E, com algumas exceções,
os cineastas europeus também.
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Era mais fácil transportar
e projetar filmes de um rolo.
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O gráfico do início?
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Não é de tempo,
mas de comprimento.
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E esse aqui tem 300 metros.
O comprimento de um rolo.
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Em sua maioria,
os filmes eram curtos.
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Até os italianos pensarem maior.
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Filmes italianos estavam
se tornando espetáculos em 1900.
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Fugiam do padrão de 15 minutos
e tentavam novas coisas.
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Fora do sistema americano de trustes
extremamente controlador,
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um filme em específico
conseguiu reescrever as regras.
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Esse é "Quo Vadis" de 1913.
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Uma história épica sobre romanos
na época de Nero.
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Para contar a história,
os cineastas italianos
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usaram 2 horas, não 15 minutos.
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Tinha 2.438 metros.
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Para incentivar as pessoas a ver,
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os divulgadores precisaram inventar
um novo modelo de negócios.
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Em vez de forçar o extenso filme
naquelas salas de cinema
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que exibiam vários curtas
de um rolo,
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eles alugaram salas de concerto
sofisticadas só para "Quo Vadis".
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Fizeram o mesmo
no Astor Theatre em Nova Iorque.
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Exibiram o mammoth photodrama
em todos os lugares, desde Askansas...
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até o futuro estado do Havaí.
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Para levar multidões de nickelodeons
até grandes salas de concerto
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para ver algo bem demorado,
"Quo Vadis" precisava ser especial.
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Usaram locais reais em Roma,
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milhares de figurantes
e as primeiras cenas arriscadas.
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Como corrida de bigas
onde atores usavam carroças reais.
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E batalhas de gladiadores
com golpes fortes e armas realísticas.
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Os posters venderam
o espetáculo e lotaram salas.
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E as pessoas notaram.
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Anos depois do lançamento
de "Quo Vadis",
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DW Griffith aumentou
a duração de seus filmes.
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"Quo Vadis" e outros épicos italianos
provaram que filmes longos funcionam.
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Os filmes de Griffith,
como “Judith of Bethulia”,
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começaram a ter a duração
de longa-metragem.
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61 minutos.
4 rolos inteiros.
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"O Nascimento de uma Nação"
foi lançado em 1915.
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Foi vendido como o espetáculo
mais grandioso já produzido.
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E longo, com 12 rolos.
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Tinha cenas arriscadas também,
como várias grandes batalhas.
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Esse filme era tão controverso
que achavam racista em 1915.
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Membros do KKK são os mocinhos.
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Apesar disso, ele levou o espetáculo
de "Quo Vadis" para Hollywood.
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Os trustes que queriam
filmes curtos já estava acabando.
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Mas o amor do público por filmes longos
terminou o trabalho.
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"O Nascimento de uma Nação"
solidificou longas-metragens
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como algo que vale a pena
financiar e pagar para assistir.
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E mesmo que hoje não medimos
filmes em comprimento,
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"Quo Vadis" não é uma relíquia.
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Esse gráfico mostra o tempo médio
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dos 25 filmes mais
populares de cada ano.
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De 1930 em diante.
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Essa duração aqui?
É de 2013.
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Cem anos após o lançamento
do filme de 120 minutos, "Quo Vadis".
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Seu tempo de duração?
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121.4 minutos.
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Essa edição do Almanac é sobre
grandes mudanças em filmes
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que não vieram de Hollywood.
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E há várias outras mudanças
no modelo de negócios, como "Quo Vadis".
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Então comente alguns
que você já ouviu falar.
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Contudo, quero provar mais uma vez
que "Quo Vadis" foi um grande sucesso.
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Isso é uma propaganda
para “When Ursus Threw the Bull",
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um filme paródia feito em resposta
ao enorme sucesso de "Quo Vadis".
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Tradução e legenda:
Vitória Rinaldi
