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Os 4 pilares do sucesso científico na Universidade

  • 0:01 - 0:05
    Vou falar sobre o sucesso no meu "campus",
  • 0:05 - 0:08
    a Universidade de Maryland,
    condado de Baltimore, UMBC,
  • 0:08 - 0:11
    a educar estudantes de todos os tipos,
  • 0:11 - 0:15
    desde as Artes e Humanidades
    até às Ciências às Engenharias.
  • 0:15 - 0:19
    O que dá importância à nossa história
  • 0:19 - 0:25
    é que aprendemos tanto
    a partir de um grupo de alunos
  • 0:25 - 0:28
    que normalmente não ocupam
    o topo da escada académica
  • 0:28 - 0:32
    — estudantes de cor, sub-representados
    nas áreas seleccionadas.
  • 0:32 - 0:35
    O que torna a história especialmente única
  • 0:35 - 0:39
    é que aprendemos a ajudar estudantes
    afro-americanos, latinos,
  • 0:39 - 0:41
    estudantes de classes
    de rendimentos baixos,
  • 0:41 - 0:44
    a tornar-se dos melhores do mundo
    em Ciência e Engenharia.
  • 0:45 - 0:48
    Começo com uma história da minha infância.
  • 0:48 - 0:51
    Somos todos produto das nossas infâncias.
  • 0:51 - 0:55
    É-me difícil acreditar que passaram
    50 anos
  • 0:55 - 1:01
    desde a minha experiência como um miúdo
    do 9.º ano em Birmingham, Alabama,
  • 1:01 - 1:03
    um miúdo que adorava tirar Excelentes,
  • 1:03 - 1:06
    um miúdo que adorava matemática,
    adorava ler,
  • 1:06 - 1:09
    um miúdo que dizia ao professor,
  • 1:09 - 1:12
    quando o professor dizia à turma:
    "Estão aqui 10 problemas",
  • 1:12 - 1:16
    este rapaz gorducho dizia:
    "Dê-nos mais 10!"
  • 1:16 - 1:18
    Toda a turma dizia: "Cala-te, Freeman."
  • 1:18 - 1:19
    (Risos)
  • 1:19 - 1:23
    E todos os dias escolhiam um
    para me dar pontapés.
  • 1:23 - 1:25
    Eu fazia sempre a mesma pergunta:
  • 1:25 - 1:30
    "Como podemos levar mais miúdos
    a gostar de aprender?"
  • 1:31 - 1:34
    E surpreendentemente,
    uma semana na igreja,
  • 1:34 - 1:36
    quando não queria nada lá estar
  • 1:36 - 1:41
    e estava sempre ao fundo da sala sossegado
    a resolver problemas de matemática,
  • 1:41 - 1:43
    ouvi um homem dizer:
  • 1:43 - 1:46
    "Se levarmos as crianças
  • 1:46 - 1:52
    "a participar na demonstração pacífica
    aqui em Birmingham,
  • 1:52 - 1:57
    "mostraremos aos EUA que até as crianças
    sabem a diferença entre certo e errado
  • 1:57 - 2:02
    "e que as crianças querem mesmo
    receber a melhor educação possível."
  • 2:02 - 2:04
    Olhei para cima e perguntei:
    "Quem é aquele homem?"
  • 2:04 - 2:07
    Disseram que se chamava
    Dr. Martin Luther King.
  • 2:07 - 2:09
    E eu disse aos meus pais: "Tenho de ir.
  • 2:09 - 2:10
    "Quero ir. Quero fazer parte disto."
  • 2:10 - 2:12
    Eles responderam: "Claro que não vais."
  • 2:12 - 2:14
    (Risos)
  • 2:14 - 2:16
    Tivemos uma grande discussão.
  • 2:16 - 2:19
    Naquele tempo,
    não respondíamos aos nossos pais.
  • 2:19 - 2:22
    De qualquer modo, disse-lhes:
    "Sabem, vocês são hipócritas.
  • 2:22 - 2:23
    "Fazem-me vir aqui. Fazem-me ouvir.
  • 2:23 - 2:26
    "O homem quer que eu vá,
    e vocês dizem que não."
  • 2:26 - 2:28
    Eles pensaram nisso toda a noite.
  • 2:28 - 2:29
    De manhã, vieram ao meu quarto.
  • 2:29 - 2:31
    Não tinham dormido.
  • 2:31 - 2:33
    Estiveram literalmente a chorar.
    a rezar e a pensar:
  • 2:33 - 2:37
    "Vamos deixar o nosso filhos de 12 anos
  • 2:37 - 2:41
    "participar nesta marcha
    e provavelmente ser preso?"
  • 2:41 - 2:43
    E decidiram fazê-lo.
  • 2:43 - 2:44
    Quando vieram dizer-mo,
  • 2:44 - 2:47
    primeiro, fiquei exultante.
  • 2:47 - 2:49
    Depois, de repente, comecei a pensar
  • 2:49 - 2:50
    nos cães e nas mangueiras de incêndio,
  • 2:50 - 2:53
    e fiquei com muito medo, fiquei mesmo.
  • 2:53 - 2:55
    Uma das coisas que digo sempre às pessoas
  • 2:55 - 2:58
    é que, por vezes, quando as pessoas
    fazem algo corajoso,
  • 2:58 - 3:00
    não significa que são assim tão corajosas.
  • 3:00 - 3:03
    Significa apenas que acreditam
    ser importante fazê-lo.
  • 3:03 - 3:05
    Eu queria uma educação melhor.
  • 3:05 - 3:08
    Não queria ter livros usados.
  • 3:08 - 3:10
    Queria saber que a escola que frequentava
  • 3:10 - 3:14
    não tinha apenas bons professores,
    mas os recursos de que precisávamos.
  • 3:14 - 3:15
    Como resultado daquela experiência,
  • 3:15 - 3:17
    a meio da semana,
    quando estava na cadeia,
  • 3:17 - 3:20
    o Dr. King veio e disse
    com os nossos pais:
  • 3:20 - 3:23
    "O que vocês, crianças, fazem hoje
  • 3:23 - 3:27
    "terá um impacto nas crianças
    ainda por nascer."
  • 3:27 - 3:32
    Percebi recentemente que
    dois terços dos norte-americanos atuais
  • 3:32 - 3:36
    não tinham nascido em 1963.
  • 3:36 - 3:39
    Para eles, quando ouvem falar
    da Cruzada Infantil em Birmingham,
  • 3:39 - 3:41
    de muitas formas, se o vêem na TV,
  • 3:41 - 3:44
    é como nós olharmos
    para o filme "Lincoln", de 1863:
  • 3:44 - 3:46
    É história.
  • 3:46 - 3:49
    A verdadeira questão é:
    "Que lição aprendemos?"
  • 3:49 - 3:51
    Surpreendentemente, para mim
    o mais importante foi isto:
  • 3:51 - 3:57
    as crianças podem ser empossadas
    da propriedade da sua educação.
  • 3:57 - 3:59
    Podem ser ensinadas a ser apaixonadas.
  • 3:59 - 4:04
    a querer aprender e adorar
    a ideia de questionar.
  • 4:04 - 4:07
    É então especialmente significativo
  • 4:07 - 4:09
    que a universidade que agora lidero,
  • 4:09 - 4:11
    a Universidade de Maryland,
    condado de Baltimore, UMBC,
  • 4:11 - 4:14
    tenha sido fundada no mesmo ano
  • 4:14 - 4:17
    em que fui para a cadeia
    com o Dr. King, em 1963.
  • 4:17 - 4:22
    O que tornou aquela instituição
    especialmente importante
  • 4:22 - 4:26
    é que Maryland é no Sul, como sabem,
  • 4:26 - 4:31
    e, francamente, foi a primeira
    universidade do nosso Estado
  • 4:31 - 4:35
    fundada num tempo em que estudantes
    de todas as raças a podiam frequentar.
  • 4:35 - 4:38
    Tínhamos então negros e brancos
    e outros que começaram a frequentá-la.
  • 4:38 - 4:42
    Foi uma experiência ao longo de 50 anos.
  • 4:42 - 4:44
    A experiência é esta:
  • 4:44 - 4:47
    Será possível ter instituições
    no nosso país,
  • 4:47 - 4:51
    universidades, em que pessoas
    de todos os meios podem entrar e aprender,
  • 4:51 - 4:54
    aprender a trabalhar juntas e
    aprender a tornar-se líderes
  • 4:54 - 4:58
    e a apoiar-se mutuamente
    nessa experiência?
  • 4:58 - 5:03
    Para mim, o que é especialmente
    importante nesta experiência é isto:
  • 5:03 - 5:05
    Descobrimos que podíamos fazer muito
  • 5:05 - 5:08
    pelas Artes e Humanidades
    e Ciências Sociais.
  • 5:08 - 5:10
    Começámos a trabalhar nisso
    durante anos, na década de 60
  • 5:10 - 5:14
    e formámos várias personalidades
    desde o Direito às Ciências Humanas.
  • 5:14 - 5:17
    Formámos grandes artistas.
    Beckett é a nossa musa.
  • 5:17 - 5:18
    Muitos dos nossos alunos
    vão para Teatro.
  • 5:18 - 5:20
    É um bom trabalho.
  • 5:20 - 5:23
    O problema que enfrentámos foi o mesmo
    que a América continua a enfrentar:
  • 5:23 - 5:25
    os estudantes nas Ciências e Engenharias,
  • 5:25 - 5:27
    estudantes negros não estavam a vingar.
  • 5:27 - 5:29
    Mas quando olhei para a informação,
  • 5:29 - 5:32
    o que descobri foi que
    os estudantes em geral,
  • 5:32 - 5:34
    em grande número
    não estavam a conseguir vingar.
  • 5:34 - 5:36
    Em resposta a isto,
  • 5:36 - 5:39
    decidimos fazer algo
    que ajudaria, primeiramente,
  • 5:39 - 5:42
    o grupo de baixo,
    os estudantes afro-americanos,
  • 5:42 - 5:44
    e depois os estudantes hispânicos.
  • 5:44 - 5:48
    Robert e Jane Meyerhoff, filantropos,
    disseram: "Queremos ajudar."
  • 5:48 - 5:49
    Robert Meyerhoff perguntou:
  • 5:49 - 5:52
    "Porque é que tudo o que vejo na TV
    sobre rapazes negros
  • 5:52 - 5:54
    "se não é sobre basquetebol,
    não é positivo?
  • 5:54 - 5:57
    "Eu queria fazer a diferença,
    fazer algo de positivo".
  • 5:57 - 6:00
    Conjugámos essas ideias e criámos
    o programa de Bolsas Meyerhoff.
  • 6:00 - 6:02
    O significativo deste programa
  • 6:02 - 6:05
    é que aprendemos uma série de coisas.
  • 6:05 - 6:07
    E a questão é esta:
  • 6:07 - 6:11
    Como lideramos agora o país
    na formação de afro-americanos
  • 6:11 - 6:15
    que completam doutoramentos em Ciências,
    em Engenharia e em Medicina?
  • 6:15 - 6:18
    É importante.
    Uma salva de palmas para isto.
  • 6:18 - 6:20
    É importante. É mesmo importante.
  • 6:20 - 6:22
    (Aplausos)
  • 6:23 - 6:25
    O que a maioria das pessoas desconhece
  • 6:25 - 6:29
    é que não são apenas as minorias
    que não vingam em Ciências e Engenharias.
  • 6:29 - 6:33
    Francamente,
    falamos dos norte-americanos.
  • 6:33 - 6:36
    Se não sabem, enquanto
    só 20% dos negros e hispânicos,
  • 6:36 - 6:39
    que iniciam um curso
    em Ciências e Engenharia,
  • 6:39 - 6:41
    se licenciam em Ciências e Engenharias,
  • 6:41 - 6:45
    apenas 32% dos brancos,
    que iniciam cursos nestas áreas,
  • 6:45 - 6:47
    vingam e se licenciam nestas áreas,
  • 6:47 - 6:49
    e apenas 42% de asiático-americanos.
  • 6:49 - 6:51
    Então, a questão central é:
    "Qual é o desafio?"
  • 6:51 - 6:54
    Uma parte dele, claro, é o ensino básico.
  • 6:54 - 6:56
    Temos de melhorar o ensino básico.
  • 6:56 - 6:57
    Mas a outra parte tem a ver
  • 6:57 - 7:01
    com a cultura de ciências e engenharias
    nos nossos espaços universitários.
  • 7:01 - 7:04
    Saibam ou não, grande parte dos estudantes
    com altas médias de exame
  • 7:04 - 7:07
    e bons currículos pré-universitários,
  • 7:07 - 7:10
    que vão para as mais prestigiadas
    universidades nacionais,
  • 7:10 - 7:14
    começam em pré-medicina ou pré-engenharia
    e engenharia, e acabam por mudar de curso.
  • 7:14 - 7:16
    Achamos que a principal razão
  • 7:16 - 7:19
    é que não vingaram no primeiro ano
    dos seus cursos científicos.
  • 7:19 - 7:23
    Chamamos ao primeiro ano em
    Ciência e Engenharia, em toda a América,
  • 7:23 - 7:25
    provas de eliminação
    ou provas de obstáculos.
  • 7:25 - 7:27
    Quem, nesta plateia, conhece alguém
  • 7:27 - 7:29
    que começou em Medicina ou Engenharia
  • 7:29 - 7:30
    e mudou de curso nos primeiros anos?
  • 7:30 - 7:32
    É um problema americano. Metade de vocês.
  • 7:32 - 7:34
    Eu sei. Eu sei. Eu sei.
  • 7:34 - 7:35
    O que é interessante nisto
  • 7:35 - 7:38
    é que muitos estudantes
    são inteligentes e conseguem-no.
  • 7:38 - 7:40
    Temos de encontrar formas
    de fazer isto acontecer.
  • 7:40 - 7:43
    Fizemos quatro coisas para ajudar
    as minorias estudantis,
  • 7:43 - 7:45
    que agora ajudam
    os estudantes em geral.
  • 7:45 - 7:47
    Número um: altas expectativas.
  • 7:47 - 7:51
    É necessário compreender
    a preparação académica de estudantes
  • 7:51 - 7:53
    — as suas notas,
    o rigor do seu trabalho de curso,
  • 7:53 - 7:56
    as suas competências
    em testes, a sua atitude,
  • 7:56 - 7:59
    o fogo no seu âmago,
    a paixão pelo trabalho, para consegui-lo.
  • 7:59 - 8:01
    Fazer coisas para ajudar os estudantes
  • 8:01 - 8:04
    a preparar-se para estarem
    nessa posição é muito importante.
  • 8:04 - 8:05
    Mas igualmente importante
  • 8:05 - 8:08
    é compreender que é o trabalho árduo
    que faz a diferença.
  • 8:08 - 8:11
    Não interessa se és inteligente
    ou se pensas que és inteligente.
  • 8:11 - 8:14
    Inteligência significa apenas
    que estás pronto para aprender.
  • 8:14 - 8:17
    Estás entusiasmado por aprender
    e colocar boas questões.
  • 8:17 - 8:20
    I. I. Rabi, um Nobel, disse que,
    enquanto crescia em Nova Iorque,
  • 8:20 - 8:23
    todos os pais dos seus amigos
    lhes perguntavam:
  • 8:23 - 8:26
    "O que aprendeste na escola?"
    no fim do dia.
  • 8:26 - 8:29
    Ele disse que a sua mãe judia,
    pelo contrário, lhe perguntava:
  • 8:29 - 8:32
    "Izzy, colocaste hoje alguma boa questão?"
  • 8:32 - 8:35
    Então, altas expectativas
    têm a ver com curiosidade
  • 8:35 - 8:37
    e encorajar os jovens a ser curiosos.
  • 8:37 - 8:39
    Como resultado
    destas altas expectativas,
  • 8:39 - 8:42
    começámos a procurar estudantes
    com quem queríamos trabalhar
  • 8:42 - 8:44
    para ver como os poderíamos ajudar,
  • 8:44 - 8:46
    não apenas a sobreviver
    em Ciência e Engenharia,
  • 8:46 - 8:49
    mas a tornar-se os melhores,
    a serem excelentes.
  • 8:49 - 8:51
    Curiosamente, um exemplo:
  • 8:51 - 8:53
    A um jovem que teve Satisfaz
    na sua primeira cadeira
  • 8:53 - 8:55
    e queria ir para Medicina, dissemos:
  • 8:55 - 8:57
    "É preciso que repitas a cadeira,
  • 8:57 - 9:01
    "porque precisas de alicerces fortes
    se vais passar ao nível superior.
  • 9:01 - 9:04
    "Cada alicerce faz a diferença
    no nível superior".
  • 9:04 - 9:05
    Ele repetiu a cadeira.
  • 9:05 - 9:08
    Esse jovem licenciou-se na UMBC.
  • 9:08 - 9:10
    Foi o primeiro negro
    a conseguir licenciar-se
  • 9:10 - 9:12
    em Medicina pela
    Universidade da Pensilvânia.
  • 9:12 - 9:14
    Trabalha agora em Harvard.
  • 9:14 - 9:16
    Bela história.
    Uma salva de palmas para ele.
  • 9:16 - 9:18
    (Aplausos)
  • 9:18 - 9:21
    Segundo, não é apenas
    acerca das classificações.
  • 9:21 - 9:23
    As notas são importantes,
    mas não o mais importante.
  • 9:23 - 9:27
    Uma jovem teve altas classificações,
    mas nos testes não tinha notas tão altas.
  • 9:27 - 9:29
    Mas tinha um factor muito importante.
  • 9:29 - 9:31
    Nunca faltou a um dia de aulas
    no ensino básico.
  • 9:31 - 9:33
    Havia fogo no seu âmago.
  • 9:33 - 9:37
    Essa jovem continuou e hoje
    é licenciada em Medicina pela Hopkins.
  • 9:37 - 9:39
    Está na faculdade,
    com cargo provisório em psiquiatria
  • 9:39 - 9:42
    e doutoramento em neurociência.
  • 9:42 - 9:44
    Ela e o seu orientador
    detêm uma patente.
  • 9:44 - 9:46
    num uso secundário do Viagra
    para doentes diabéticos.
  • 9:46 - 9:48
    Um grande aplauso para ela.
    Palmas para ela.
  • 9:48 - 9:50
    (Aplausos)
  • 9:50 - 9:52
    Altas expectativas, é muito importante.
  • 9:52 - 9:55
    Segundo, a ideia de construir
    uma comunidade entre os alunos.
  • 9:55 - 9:57
    Todos sabem que, geralmente,
    em ciência e engenharia
  • 9:58 - 9:59
    tendemos para o pensamento competitivo.
  • 9:59 - 10:02
    Os estudantes não são ensinados
    a trabalhar em grupo.
  • 10:02 - 10:04
    E é isso que trabalhamos
    com cada grupo
  • 10:04 - 10:06
    para os fazer compreender-se
    mutuamente,
  • 10:06 - 10:08
    para construir confiança
    entre eles, apoiando-se,
  • 10:08 - 10:10
    aprendendo a colocar boas questões,
  • 10:10 - 10:13
    mas também aprendendo
    como explicar conceitos com clareza.
  • 10:13 - 10:15
    Como sabem, uma coisa
    é alguém merecer Excelente,
  • 10:15 - 10:18
    outra coisa é ajudar alguém
    a conseguir bons resultados.
  • 10:18 - 10:21
    Sentir essa responsabilidade
    faz toda a diferença do mundo.
  • 10:21 - 10:24
    Então, construir comunidade entre
    esses estudantes, é muito importante.
  • 10:24 - 10:29
    Terceiro, a ideia de que são necessários
    investigadores para formar investigadores.
  • 10:29 - 10:31
    Fala-se de artistas que formam artistas
  • 10:31 - 10:36
    ou de pessoas a enveredar pelas ciências
    sociais, qualquer que seja a disciplina
  • 10:36 - 10:39
    — especialmente na ciência e engenharia,
    como nas artes, por exemplo —
  • 10:39 - 10:42
    são necessários cientistas
    para colocar estudantes a trabalhar.
  • 10:42 - 10:46
    Pelo que os nossos estudantes trabalham
    regularmente nos laboratórios.
  • 10:46 - 10:48
    E um grande exemplo que irão apreciar:
  • 10:48 - 10:50
    Durante uma tempestade de neve
    em Baltimore, há alguns anos,
  • 10:50 - 10:54
    um rapaz no nosso "campus" com uma
    bolsa do Instituto Médico Howard Hughes
  • 10:54 - 10:58
    voltou para trabalhar
    no laboratório após vários dias.
  • 10:58 - 11:01
    Todos os estudantes tinham-se recusado
    a deixar o laboratório.
  • 11:01 - 11:04
    Tinham comida que haviam embalado.
  • 11:04 - 11:05
    Estavam no laboratório a trabalhar,
  • 11:05 - 11:09
    e viam o trabalho, não como tarefa
    escolar, mas como as suas vidas.
  • 11:09 - 11:11
    Eles sabiam que estavam a trabalhar
    na pesquisa da SIDA.
  • 11:11 - 11:14
    Observavam a espantosa configuração
    de uma proteína.
  • 11:14 - 11:18
    O interessante é como cada um
    se focava nesse trabalho.
  • 11:18 - 11:21
    Disse ele:
    "Não se consegue melhor do que isto."
  • 11:21 - 11:22
    E finalmente, se conseguem a comunidade
  • 11:22 - 11:26
    e têm altas expectativas e têm
    investigadores a formar investigadores,
  • 11:26 - 11:29
    têm de ter pessoas dispostas,
    enquanto faculdade,
  • 11:29 - 11:32
    a envolver-se com esses alunos,
    mesmo na sala de aula.
  • 11:32 - 11:36
    Nunca esquecerei um membro da faculdade
    que foi ter com funcionários, e disse:
  • 11:36 - 11:38
    "Tenho um jovem na aula, um jovem negro,
  • 11:38 - 11:40
    "que não parece entusiasmado
    com o trabalho.
  • 11:40 - 11:42
    "Não tira notas. Temos de falar com ele."
  • 11:42 - 11:46
    O significativo foi que o membro da
    faculdade observava cada estudante
  • 11:46 - 11:50
    para compreender quem estava mesmo
    envolvido e quem não estava e dizia:
  • 11:50 - 11:52
    "Vejamos como posso trabalhar com eles.
  • 11:52 - 11:55
    "Deixem-me conseguir a ajuda
    dos funcionários." Era assim a ligação.
  • 11:55 - 11:57
    Esse jovem é hoje membro de
    Neuroengenharia
  • 11:57 - 11:59
    na faculdade de Medicina em Duke.
  • 11:59 - 12:01
    Um grande aplauso para ele por isso.
  • 12:01 - 12:02
    (Aplausos)
  • 12:03 - 12:07
    O significado é que
    desenvolvemos este modelo
  • 12:07 - 12:11
    que nos está a ajudar não só na avaliação,
    mas a perceber o que funciona.
  • 12:11 - 12:15
    O que aprendemos foi que tínhamos
    de pensar em reestruturar as cadeiras.
  • 12:15 - 12:17
    Reestruturámos a Química,
    reestruturámos a Física.
  • 12:17 - 12:21
    Mas agora estamos a pensar reestruturar
    as Ciências Sociais e Humanas.
  • 12:21 - 12:23
    Porque muitos alunos
    estão aborrecidos na aula.
  • 12:23 - 12:24
    Sabiam isso?
  • 12:24 - 12:26
    Muitos alunos, no ensino básico
    e nas universidades,
  • 12:26 - 12:29
    não querem sentar-se ali
    e ouvir alguém falar.
  • 12:29 - 12:30
    Têm de ser envolvidos.
  • 12:30 - 12:34
    Então fizemos — se visitarem no nosso
    "site" o Centro de Descoberta de Química,
  • 12:34 - 12:36
    verão pessoas vindas de todo o país
  • 12:36 - 12:39
    para observarem como
    reestruturámos as cadeiras,
  • 12:39 - 12:42
    dando ênfase à colaboração,
    ao uso de tecnologia,
  • 12:42 - 12:45
    usando problemas de fora
    das nossas empresas de biotecnologia
  • 12:45 - 12:47
    no nosso "campus",
    não fornecendo teoria aos alunos,
  • 12:47 - 12:49
    antes fazendo-os
    debater-se com essa teoria.
  • 12:49 - 12:53
    Tem resultado tão bem que em todo
    o nosso sistema universitário em Maryland,
  • 12:53 - 12:55
    estão a ser reestruturadas
    cada vez mais cadeiras.
  • 12:55 - 12:57
    É a chamada inovação académica.
  • 12:57 - 12:58
    Qual é o significado de tudo isto?
  • 12:58 - 13:01
    Significa que agora, não apenas
    em Ciência e Engenharia,
  • 13:01 - 13:05
    temos hoje programas nas Artes,
    nas Ciências Sociais e Humanas,
  • 13:05 - 13:07
    na formação de professores,
  • 13:07 - 13:10
    particularmente para mulheres,
    em Informação e Tecnologia.
  • 13:10 - 13:14
    Caso não saibam, houve uma queda de 79%
  • 13:14 - 13:18
    no número de mulheres licenciadas em
    Ciência dos Computadores só desde 2000.
  • 13:18 - 13:21
    E digo apenas que faremos a diferença
  • 13:21 - 13:23
    construindo comunidade entre os alunos,
  • 13:23 - 13:27
    dizendo às jovens, aos jovens estudantes
    das minorias e aos estudantes em geral
  • 13:27 - 13:28
    que eles são capazes.
  • 13:28 - 13:30
    E mais importante, dando-lhes
    a oportunidade
  • 13:30 - 13:33
    de construir essa comunidade com
    a faculdade a atraí-los para o trabalho
  • 13:33 - 13:36
    e tentando nós perceber
    o que resulta e o que não resulta.
  • 13:36 - 13:40
    Mais importante,
    se um estudante tem autoconfiança,
  • 13:40 - 13:42
    é espantoso como os sonhos e os valores
  • 13:42 - 13:44
    podem fazer toda a diferença do mundo.
  • 13:44 - 13:49
    Quando era um rapaz de 12 anos
    na cadeia em Birmingham, pensava:
  • 13:49 - 13:51
    "Pergunto-me como será o meu futuro."
  • 13:51 - 13:57
    Não tinha ideia que era possível
    para este rapaz negro em Birmingham
  • 13:57 - 14:02
    ser um dia presidente de uma universidade
    com estudantes de 150 países,
  • 14:02 - 14:04
    onde os estudantes não sobrevivem apenas,
  • 14:04 - 14:08
    mas onde adoram aprender,
    onde apreciam ser os melhores,
  • 14:08 - 14:11
    onde um dia mudarão o mundo.
  • 14:11 - 14:14
    Disse Aristóteles:
    "A excelência nunca é acidental.
  • 14:14 - 14:20
    "É o resultado de uma intenção firme,
    de esforço sincero e execução inteligente.
  • 14:20 - 14:24
    "Representa a opção mais sábia
    entre muitas alternativas."
  • 14:24 - 14:27
    E disse depois algo
    que me põe arrepiado. Disse:
  • 14:27 - 14:32
    "A escolha, não a sorte,
    determina o nosso destino."
  • 14:32 - 14:40
    A escolha, não a sorte, determina
    o nosso destino, sonhos e valores.
  • 14:40 - 14:42
    Muito obrigado a todos.
  • 14:42 - 14:45
    (Aplausos)
Title:
Os 4 pilares do sucesso científico na Universidade
Speaker:
Freeman Hrabowski
Description:

Aos 12 anos, Freeman Hrabowski marchou com Martin Luther King. É hoje presidente da Universidade de Maryland, condado de Baltimore (UMBC), onde trabalha para criar um ambiente que ajuda estudantes sub-representados — especialmente afro-americanos, latinos e estudantes de classes de rendimentos mais baixos — a conseguir licenciar-se em matemática e ciências. Fala-nos dos quatro pilares da abordagem da UMBC.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:10

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