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Como ter o altruísmo como guia

  • 0:01 - 0:08
    Nós, humanos, temos um potencial
    extraordinário para o bem,
  • 0:08 - 0:12
    mas também um imenso poder
    para fazer o mal.
  • 0:12 - 0:18
    Qualquer instrumento pode ser
    usado para construir ou destruir.
  • 0:18 - 0:21
    Tudo depende da nossa motivação.
  • 0:21 - 0:25
    Por isso, é ainda mais importante
  • 0:25 - 0:29
    promover uma motivação altruísta
    em vez de egoísta.
  • 0:31 - 0:37
    De fato, estamos enfrentando
    muitos desafios, atualmente.
  • 0:37 - 0:40
    Poderiam ser desafios pessoais.
  • 0:40 - 0:45
    Nossa mente pode ser nossa
    melhor amiga ou pior inimiga.
  • 0:46 - 0:49
    Existem também desafios sociais:
  • 0:49 - 0:55
    a pobreza em meio a abundância,
    desigualdades, conflitos, injustiça.
  • 0:55 - 0:59
    E ainda há novos desafios inesperados.
  • 0:59 - 1:04
    Há 10 mil anos, havia cerca de 5 milhões
    de seres humanos na Terra.
  • 1:04 - 1:05
    Qualquer coisa que eles fizessem,
  • 1:05 - 1:11
    a resiliência da Terra
    logo remediria a atividade humana.
  • 1:11 - 1:14
    Após as Revoluções Industrial
    e Tecnológica,
  • 1:14 - 1:16
    não é mais assim.
  • 1:16 - 1:20
    Agora somos o principal agente
    de impacto na Terra.
  • 1:20 - 1:25
    Entramos no Antropoceno,
    a era dos seres humanos.
  • 1:25 - 1:32
    De um modo, se disséssemos que precisamos
    continuar esse crescimento sem fim,
  • 1:32 - 1:36
    esse uso ilimitado de recursos materiais,
  • 1:36 - 1:38
    é como se este homem dissesse --
  • 1:38 - 1:43
    e eu ouvi de um ex-chefe de Estado,
    não direi quem, dizer --
  • 1:43 - 1:47
    “Há cinco anos, estávamos
    à beira do precipício.
  • 1:47 - 1:50
    Hoje demos um grande passo adiante.”
  • 1:51 - 1:57
    Portanto, esta fronteira é a mesma
    que os cientistas definiram
  • 1:57 - 1:59
    como os limites planetários.
  • 1:59 - 2:03
    E dentro desses limites,
    pode haver um número de fatores.
  • 2:03 - 2:09
    Ainda podemos prosperar, a humanidade
    ainda pode prosperar por 150 mil anos
  • 2:09 - 2:12
    se mantivermos a mesma
    estabilidade climática
  • 2:12 - 2:16
    como no Holoceno, nos últimos 10 mil anos.
  • 2:16 - 2:21
    Mas isso depende de escolhermos
    uma simplicidade voluntária,
  • 2:21 - 2:24
    crescer qualitativamente,
    não quantitativamente.
  • 2:24 - 2:30
    Em 1900, como podem ver, estávamos
    bem dentro dos limites de segurança.
  • 2:30 - 2:36
    No entanto, em 1950,
    veio a grande aceleração.
  • 2:36 - 2:41
    Prendam a respiração, não muito,
    para imaginar o que vem depois.
  • 2:41 - 2:47
    Agora, devastamos amplamente
    alguns dos limites planetários.
  • 2:47 - 2:51
    Tomemos como exemplo a biodiversidade:
    no ritmo atual,
  • 2:51 - 2:57
    até 2050, 30% das espécies terrestres
    terão desaparecido.
  • 2:57 - 3:03
    Ainda que congelemos seu DNA,
    isso não será reversível.
  • 3:03 - 3:05
    Por isso estou ali, sentado
  • 3:05 - 3:11
    em frente a uma geleira de 7 mil metros,
    de 21 mil pés, em Butão.
  • 3:11 - 3:18
    No Terceiro Polo, 2 mil geleiras
    estão derretendo mais rápido que o Ártico.
  • 3:18 - 3:21
    O que podemos fazer nessa situação?
  • 3:22 - 3:29
    Bem, por mais complexa que seja em termos
    políticos, econômicos, científicos,
  • 3:29 - 3:32
    a questão do meio ambiente
  • 3:32 - 3:39
    simplesmente se reduz a uma questão
    de altruísmo versus egoísmo.
  • 3:39 - 3:42
    Sou marxista, da tendência Groucho.
  • 3:42 - 3:44
    (Risos)
  • 3:44 - 3:47
    Groucho Marx disse: "Por que devo
    me importar com as gerações futuras?
  • 3:47 - 3:49
    O que já fizeram por mim?"
  • 3:49 - 3:51
    (Risos)
  • 3:51 - 3:55
    Infelizmente, ouvi
    o bilionário Steve Forbes,
  • 3:55 - 3:59
    na Fox News, dizendo exatamente
    o mesmo, mas a sério.
  • 3:59 - 4:01
    Contaram a ele da subida
    dos níveis dos oceanos,
  • 4:01 - 4:05
    e ele disse: "Acho um absurdo
    mudar meu comportamento atual
  • 4:05 - 4:08
    por algo que acontecerá em 100 anos".
  • 4:08 - 4:11
    Então se vocês não se importam
    com as gerações futuras,
  • 4:11 - 4:13
    vão em frente.
  • 4:13 - 4:16
    Portanto, um dos maiores desafios atuais
  • 4:16 - 4:20
    é conciliar três escalas de tempo:
  • 4:20 - 4:22
    a economia a curto prazo,
  • 4:22 - 4:26
    os altos e baixos do mercado de valores,
    o balanço de fim de ano;
  • 4:26 - 4:29
    a qualidade de vida a médio prazo --
  • 4:29 - 4:34
    o que é qualidade de vida em cada momento,
    a cada 10 anos, 20 anos? --
  • 4:34 - 4:38
    e o meio ambiente a longo prazo.
  • 4:38 - 4:40
    Quando ambientalistas
    falam com economistas,
  • 4:40 - 4:43
    é como um diálogo esquizofrênico,
    completamente incoerente.
  • 4:43 - 4:46
    Não falam a mesma língua.
  • 4:46 - 4:49
    Agora, nos últimos dez anos,
    andei pelo mundo todo,
  • 4:49 - 4:53
    encontrando economistas, cientistas,
    neurocientistas, ambientalistas,
  • 4:53 - 4:58
    filósofos, pensadores no Himalaia
    e por todo lugar.
  • 4:58 - 5:02
    A mim, parece que só há um conceito
  • 5:02 - 5:05
    que pode conciliar
    essas três escalas de tempo:
  • 5:05 - 5:09
    simplesmente, ter mais
    consideração pelos outros.
  • 5:09 - 5:14
    Ao ter mais consideração pelos outros,
    teremos uma economia solidária,
  • 5:14 - 5:17
    em que as finanças estejam
    a serviço da sociedade
  • 5:17 - 5:20
    e não a sociedade a serviço das finanças.
  • 5:20 - 5:22
    Vocês não jogarão no cassino
  • 5:22 - 5:25
    com os recursos que as pessoas
    confiaram a vocês.
  • 5:25 - 5:28
    Se vocês têm mais consideração
    pelos outros,
  • 5:28 - 5:31
    se assegurarão de remediar a desigualdade,
  • 5:31 - 5:35
    de trazer algum tipo de bem-estar
    para a sociedade,
  • 5:35 - 5:37
    para a educação e local de trabalho.
  • 5:37 - 5:41
    Do contrário, se a nação
    for a mais poderosa e mais rica,
  • 5:41 - 5:44
    mas todos são pobres, qual o sentido?
  • 5:44 - 5:46
    E se temos mais consideração pelos outros,
  • 5:46 - 5:49
    não prejudicaremos o planeta que temos;
  • 5:49 - 5:54
    e no ritmo atual, não temos três planetas
    para continuar dessa maneira.
  • 5:54 - 5:56
    Por isso a pergunta é:
  • 5:56 - 6:00
    tudo bem, o altruísmo é a resposta,
    isso não é novidade,
  • 6:00 - 6:04
    mas pode ser uma solução real, pragmática?
  • 6:04 - 6:06
    E primeiro, ele existe,
  • 6:06 - 6:10
    o verdadeiro altruísmo,
    ou somos egoístas demais?
  • 6:10 - 6:16
    Alguns filósofos pensavam
    que éramos irremediavelmente egoístas.
  • 6:16 - 6:21
    Mas somos realmente todos sacanas?
  • 6:21 - 6:24
    Isso é uma boa notícia, não é?
  • 6:24 - 6:26
    Muitos filósofos, como Hobbes,
    falaram isso.
  • 6:26 - 6:29
    Mas nem todos parecem sacanas.
  • 6:29 - 6:32
    Ou o homem é como um lobo para o homem?
  • 6:32 - 6:35
    Este cara não parece tão mal.
  • 6:35 - 6:38
    É um dos meus amigos do Tibete.
  • 6:38 - 6:40
    É muito gentil.
  • 6:40 - 6:44
    Agora, nós adoramos cooperação.
  • 6:44 - 6:48
    Não há prazer maior
    do que trabalhar juntos, certo?
  • 6:48 - 6:52
    E não só os humanos.
  • 6:52 - 6:55
    Então, claro, há a luta pela vida,
  • 6:55 - 6:59
    a sobrevivência do mais apto,
    o darwinismo social.
  • 6:59 - 7:05
    Mas na evolução, a cooperação --
    embora a competição exista, claro --
  • 7:05 - 7:11
    a cooperação deve ser bem mais criativa
    para ir a níveis altos de complexidade.
  • 7:11 - 7:15
    Somos supercooperadores
    e deveríamos ir mais além.
  • 7:15 - 7:21
    E agora, no topo disso,
    a qualidade das relações humanas.
  • 7:21 - 7:26
    A OCDE fez uma pesquisa com dez fatores,
    incluindo a renda, tudo.
  • 7:26 - 7:29
    O primeiro que as pessoas disseram
    ser o principal para sua felicidade
  • 7:29 - 7:33
    é a qualidade das relações sociais.
  • 7:33 - 7:35
    Não só dos humanos.
  • 7:35 - 7:39
    Vejam essas bisavós.
  • 7:39 - 7:44
    E a ideia de que se nos aprofundamos
    em nosso interior,
  • 7:44 - 7:47
    somos irremediavelmente egoístas,
  • 7:47 - 7:49
    isto é ciência fajuta.
  • 7:49 - 7:51
    Não há nenhum estudo sociológico,
  • 7:51 - 7:55
    nem psicológico, que tenha mostrado isso.
  • 7:55 - 7:57
    Ao contrário.
  • 7:57 - 8:00
    Meu amigo, Daniel Batson,
    passou a vida toda
  • 8:00 - 8:03
    pondo pessoas no laboratório
    em situações muito complexas.
  • 8:03 - 8:07
    Claro, às vezes somos egoístas,
    e algumas pessoas mais do que outras.
  • 8:07 - 8:10
    Mas ele descobriu que sistematicamente,
    independente de tudo,
  • 8:10 - 8:13
    há um número significativo de pessoas
  • 8:13 - 8:17
    que se comportam de maneira altruísta,
    independentemente de tudo.
  • 8:17 - 8:20
    Se você vê alguém profundamente
    ferido, sofrendo muito,
  • 8:20 - 8:22
    você pode querer ajudá-lo
    por angústia empática --
  • 8:22 - 8:26
    você não pode suportar, então é melhor
    ajudar que continuar olhando essa pessoa.
  • 8:26 - 8:32
    Testamos isso e, ao final, ele diz
    que claramente podemos ser altruístas.
  • 8:32 - 8:34
    Essa é uma boa notícia.
  • 8:34 - 8:40
    E ainda mais, devemos olhar
    a banalidade da bondade.
  • 8:40 - 8:42
    Vejam isto.
  • 8:42 - 8:44
    Ao sairmos não diremos:
    "Isso é tão agradável!
  • 8:44 - 8:49
    Não houve brigas enquanto
    essa multidão pensava em altruísmo".
  • 8:49 - 8:51
    Não, isso é esperado, não é?
  • 8:51 - 8:54
    Se houvesse uma briga,
    falaríamos nisso durante meses.
  • 8:54 - 8:58
    Portanto, a banalidade da bondade
    é algo que não chama a atenção,
  • 8:58 - 8:59
    mas ela existe!
  • 8:59 - 9:05
    Vejamos isto.
  • 9:09 - 9:12
    Alguns psicólogos disseram,
  • 9:12 - 9:15
    quando contei que dirijo 140 projetos
    humanitários no Himalaia,
  • 9:15 - 9:18
    que isso me dá tanta alegria,
  • 9:18 - 9:21
    disseram: "Ah, entendo,
    você trabalha pelo prazer.
  • 9:21 - 9:24
    Isso não é altruísmo.
    Simplesmente você se sente bem".
  • 9:24 - 9:27
    Pensam que este cara,
    ao saltar na frente do trem,
  • 9:27 - 9:29
    pensou: “Vou me sentir ótimo
    quando isto acabar"?
  • 9:29 - 9:32
    (Risos)
  • 9:32 - 9:34
    Mas isso não é tudo.
  • 9:34 - 9:36
    Quando o entrevistaram ele disse:
  • 9:36 - 9:40
    "Não tive escolha,
    tinha que saltar, claro".
  • 9:40 - 9:43
    Não tinha escolha. Comportamento
    automático. Não é egoísta nem altruísta.
  • 9:43 - 9:45
    Não teve escolha?
  • 9:45 - 9:48
    Bem, pressupõe-se, esse cara
    não ia pensar por meia hora:
  • 9:48 - 9:50
    "Deveria dar a mão a ele?
    Não dar a mão?"
  • 9:50 - 9:54
    Ele o faz. Há escolha,
    mas é óbvia, imediata.
  • 9:54 - 9:56
    E então, também ali, ele teve uma opção.
  • 9:56 - 9:59
    (Risos)
  • 9:59 - 10:02
    Há pessoas que tiveram opção,
    como o pastor André Trocmé e sua esposa,
  • 10:02 - 10:05
    e todo o povo de Le Chambon-sur-Lignon,
    na França.
  • 10:05 - 10:09
    Em toda a Segunda Guerra Mundial,
    eles salvaram 3.500 judeus,
  • 10:09 - 10:12
    deram refúgio a eles,
    levaram todos para a Suíça,
  • 10:12 - 10:15
    contra toda a dificuldade,
    arriscando suas vidas e de suas famílias.
  • 10:15 - 10:17
    Portanto, o altruísmo existe.
  • 10:17 - 10:19
    O que é altruísmo?
  • 10:19 - 10:23
    É o desejo de que o outro seja feliz
    e encontre a causa da felicidade.
  • 10:23 - 10:28
    A empatia é a ressonância afetiva
    ou a ressonância cognitiva que nos diz:
  • 10:28 - 10:31
    essa pessoa está feliz,
    essa pessoa sofre.
  • 10:31 - 10:34
    Mas a empatia por si só não é suficiente.
  • 10:34 - 10:37
    Se você se confronta
    sempre com o sofrimento,
  • 10:37 - 10:39
    pode sentir angústia empática, estresse,
  • 10:39 - 10:44
    por isso você precisa
    de um âmbito maior de bondade.
  • 10:44 - 10:46
    Com Tania Singer do Instituto
    Max Planck, em Leipzig,
  • 10:46 - 10:52
    demonstramos que as redes cerebrais
    da empatia e bondade são diferentes.
  • 10:52 - 10:54
    É tudo muito bem feito,
  • 10:54 - 11:00
    então temos isso da evolução,
    do cuidado materno, do amor dos pais,
  • 11:00 - 11:02
    mas temos que estender isso.
  • 11:02 - 11:05
    Isso pode estender-se
    inclusive a outras espécies.
  • 11:05 - 11:09
    Se queremos uma sociedade mais altruísta,
    precisamos de duas coisas:
  • 11:09 - 11:13
    mudança individual e mudança social.
  • 11:13 - 11:15
    É possível a mudança individual?
  • 11:15 - 11:18
    Dois mil anos de estudo contemplativo
    disseram que sim, que é.
  • 11:18 - 11:22
    E 15 anos de colaboração
    com a neurociência e a epigenética
  • 11:22 - 11:26
    disseram que sim, que nosso cérebro muda
    quando se treina o altruísmo.
  • 11:26 - 11:31
    Passei 120 horas numa máquina
    de ressonância magnética.
  • 11:31 - 11:33
    Essa foi a primeira vez,
    por duas horas e meia.
  • 11:33 - 11:37
    O resultado foi publicado
    em muitos trabalhos científicos
  • 11:37 - 11:41
    Mostra, sem dúvidas,
    que há uma mudança estrutural
  • 11:41 - 11:45
    e funcional no cérebro,
    quando se treina o amor altruísta.
  • 11:45 - 11:46
    Só para vocês terem uma ideia:
  • 11:46 - 11:49
    aqui está o meditador em repouso,
    à esquerda,
  • 11:49 - 11:53
    fazendo meditação de compaixão,
    vemos toda a atividade,
  • 11:53 - 11:55
    e o grupo de controle em repouso,
    nada aconteceu,
  • 11:55 - 11:57
    em meditação, nada aconteceu.
  • 11:57 - 11:59
    Eles não foram treinados.
  • 11:59 - 12:04
    Então são necessárias 50 mil horas
    de meditação? Não.
  • 12:04 - 12:08
    Quatro semanas, 20 minutos por dia
    de meditação afetiva, consciente,
  • 12:08 - 12:14
    já gera uma mudança estrutural
    no cérebro, comparado ao grupo controle.
  • 12:14 - 12:18
    Apenas 20 minutos ao dia, por 4 semanas.
  • 12:18 - 12:21
    Mesmo com crianças de pré-escola.
    Richard Davidson fez isso em Madison.
  • 12:21 - 12:28
    Um programa de oito semanas: gratidão,
    gentileza, cooperação, respiração.
  • 12:28 - 12:30
    Podem dizer: "São só crianças
    de pré-escola".
  • 12:30 - 12:32
    Vejam após oito semanas,
  • 12:32 - 12:34
    o comportamento pró-social,
    nessa linha azul.
  • 12:34 - 12:39
    E a seguir o último teste científico,
    o teste do adesivo.
  • 12:39 - 12:43
    Antes, você determina para cada criança
    quem é o melhor amigo da classe,
  • 12:43 - 12:47
    o menos favorito, o desconhecido,
    e uma criança doente,
  • 12:47 - 12:50
    e eles têm que dar os adesivos.
  • 12:50 - 12:54
    Antes da intervenção, eles dão a maioria
    dos adesivos para o melhor amigo.
  • 12:54 - 12:58
    Crianças de 4, 5 anos,
    20 minutos, 3 vezes por semana.
  • 12:58 - 13:01
    Depois da intervenção,
    mais nenhuma discriminação:
  • 13:01 - 13:05
    o mesmo número de adesivos ao melhor amigo
    e à criança menos favorita.
  • 13:05 - 13:08
    Isso é algo que devíamos fazer
    em todas as escolas do mundo.
  • 13:08 - 13:10
    Para onde vamos a partir daí?
  • 13:10 - 13:15
    (Aplausos)
  • 13:15 - 13:17
    Quando o Dalai Lama soube,
    disse a Richard Davidson:
  • 13:17 - 13:21
    "Vá a 10 escolas, 100 escolas,
    à ONU, ao mundo todo".
  • 13:21 - 13:22
    E, para onde vamos a partir daí?
  • 13:22 - 13:25
    A mudança individual é possível.
  • 13:25 - 13:29
    Temos que esperar por um gene altruísta
    na raça humana?
  • 13:29 - 13:33
    Isso levará 50 mil anos,
    demais para o meio ambiente.
  • 13:33 - 13:38
    Felizmente, existe a evolução da cultura.
  • 13:38 - 13:43
    As culturas, como especialistas mostram,
    mudam mais rápido que os genes.
  • 13:43 - 13:45
    Essa é a boa notícia.
  • 13:45 - 13:48
    O comportamento relacionado à guerra
    mudou drasticamente com o tempo.
  • 13:48 - 13:53
    A mudança individual e cultural
    se moldam mutuamente,
  • 13:53 - 13:56
    e sim, podemos alcançar
    uma sociedade mais altruísta.
  • 13:56 - 13:58
    Para onde vamos a partir daí?
  • 13:58 - 14:00
    Eu voltarei ao Oriente.
  • 14:00 - 14:04
    Agora tratamos 100 mil pacientes
    ao ano em nossos projetos.
  • 14:04 - 14:07
    Temos 25 mil crianças
    na escola, 4% a mais.
  • 14:07 - 14:10
    Algumas pessoas dizem:
    "Isso funciona na prática,
  • 14:10 - 14:12
    mas funciona na teoria?"
  • 14:12 - 14:15
    Sempre há o desvio positivo.
  • 14:15 - 14:18
    Então também voltarei
    a minha ermida
  • 14:18 - 14:21
    para encontrar os recursos internos
    para servir melhor aos outros.
  • 14:21 - 14:24
    Mas a nível mais global,
    o que podemos fazer?
  • 14:24 - 14:26
    Precisamos de três coisas.
  • 14:26 - 14:28
    Aumentar a cooperação:
  • 14:28 - 14:32
    aprendizagem cooperativa na escola,
    em vez de aprendizagem competitiva;
  • 14:32 - 14:36
    cooperação incondicional
    dentro das empresas,
  • 14:36 - 14:40
    pode existir certa competição
    entre empresas, mas não dentro delas.
  • 14:40 - 14:44
    Precisamos de harmonia sustentável.
    Adoro esse termo!
  • 14:44 - 14:46
    Nada de crescimento sustentável.
  • 14:46 - 14:50
    Harmonia sustentável significa
    que agora reduziremos a desigualdade.
  • 14:50 - 14:54
    No futuro, faremos mais com menos,
  • 14:54 - 14:58
    continuaremos crescendo
    qualitativamente, não quantitativamente.
  • 14:58 - 15:01
    Precisamos da economia solidária.
  • 15:01 - 15:06
    O Homo economicus não pode lidar
    com a pobreza em meio a abundância,
  • 15:06 - 15:09
    não pode lidar com o problema
    dos bens comuns
  • 15:09 - 15:11
    da atmosfera, dos oceanos.
  • 15:11 - 15:13
    Precisamos da economia solidária.
  • 15:13 - 15:15
    Se um diz que a economia
    deve ser compassiva,
  • 15:15 - 15:16
    dizem: "Não é trabalho nosso."
  • 15:16 - 15:20
    Mas se você diz que eles não se importam,
    isso é mal visto.
  • 15:20 - 15:23
    Precisamos de compromisso local,
    e responsabilidade global.
  • 15:23 - 15:28
    Precisamos estender o altruísmo
    ao outro 1,6 milhão de espécies.
  • 15:28 - 15:32
    Os seres sencientes são
    cocidadãos neste mundo.
  • 15:32 - 15:35
    E temos que nos atrever ao altruísmo.
  • 15:35 - 15:39
    Portanto, vida longa
    à revolução altruísta!
  • 15:39 - 15:43
    Viva a revolução de altruísmo!
  • 15:43 - 15:49
    (Aplausos)
  • 15:49 - 15:50
    Obrigado.
  • 15:50 - 15:52
    (Aplausos)
Title:
Como ter o altruísmo como guia
Speaker:
Matthieu Ricard
Description:

O que é altruísmo? Simplificando, é o desejo de que outras pessoas sejam felizes. E Matthieu Ricard, um pesquisador de felicidade e monge budista, diz que o altruísmo é também uma ótima lente para tomada de decisões, tanto a curto como a longo prazo, no trabalho e na vida.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:07

Portuguese, Brazilian subtitles

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