Visões Múltiplas de Meriem Bennani |Art21 "New York Close Up"

A arte pode ser engraçada e séria ao mesmo tempo?
 
Usando efeitos inspirados nas mídias sociais, a artista Meriem Bennani surpreende as expectativas da audiência tanto da cultura pop como de sua própria comunidade muçulmana com brincadeiras inesperadas. "Sinto que tenho dificuldade em me conectar a algo que não tenha humor", diz a artista, "porque para mim o humor é como a sobrevivência".
 
Tomando sugestões de plataformas digitais, em sua instalação de vídeo multicanal "FLY", Bennani insere uma mosca levada cantando uma música da cantora Rihanna nas filmagens do seu cotidiano e país de origem, Marrocos. Projetados sobre superfícies montadas que imitam a visão composta das próprias moscas, o efeito é surpreendentemente desorientador, em sua mistura de quadrinhos de detalhes culturais específicos e cartoonistas digitais.
 
Muitas vezes explorando a vida privada das mulheres muçulmanas, Bennani viabiliza estrategicamente a linha entre defender e explorar as mulheres que aparecem em seus filmes, muitos dos quais são membros da família, como no seu projeto documentário "Ghariba / Stranger". "De um lado, quase me sinto emocionalmente como um monstro que coloca membros da família para este mundo digital. O então o outro extremo é amar e celebrar a família plenamente", diz a artista.
 
O maior projeto de Bennani até o momento - um vídeo de trinta segundos de mulheres em hijabs festivos "de férias" criado para o enorme telão ao ar livre na Barclays Center, no Brooklyn - é uma celebração da cultura muçulmana feminina e uma negociação de sua própria identidade como uma marroquina secular em um clima político polarizado. "O que esse clima político faz é que ele pede que você pense em sua identidade constantemente", diz a artista. " A minha reação a isso foi fazer um trabalho que, em si, não adere a um gênero ou a uma identidade".
 
Meriem Bennani (1988, Rabat, Marrocos) vive e trabalha em Nova York. Saiba mais sobre a artista em: https://art21.org/artist/meriem-bennani/
 
"New York Close Up" Série Produtor: Nick Ravich. Diretor: Nesa Azimi e Adam Golfer. Editor: Adam Golfer e Anita Hei-Man Yu. Cinematografia: Adam Golfer. Câmera adicional: Meriem Bennani. Design e Gráficos: Open & Urosh Perisic. Cortesia de obras: Meriem Bennani. Cortesia de música: ISSAM, Jabo & JEUNECARTIER. Obrigado: Art Dubai, ARTE, Orian Barki, Ted Beagles, Bravo Studios, Brooklyn Sports & Entertainment, Sandrine Milet, Public Art Fund, e Ava Taylor. © Art21, Inc. 2017. Todos os direitos reservados.
 
"New York Close Up" patrocinado parcialmente, pela The Lambent Foundation; fundos públicos do Departamento de Assuntos Culturais da Cidade de Nova York em parceria com a Câmara Municipal; VIA Art Fund; Lévy Gorvy; e por contribuintes individuais.
Google Translate for Business:Translator ToolkitWebsite Trans

[ BARULHO DO MOUSE]

["New York Close Up "]

[Espirro]

Eu acho difícil me conectar com

coisas que não tem humor

porque pra mim, humor é sobrevivência

Eu não imagino viver sem senso de humor

[Visões Múltiplas de Meriem Bennani]

Eu cresci em Rabat, Marrocos

e morei em Nova York por nove anos.

Eu fiz minha primeira exibição no museu PS1 no último verão

Eu mal podia acreditar, mas mantive a calma.

Eu estava muito anciosa.

Eu tive um mês e meio para preparar.

eu tinha minhas passagens para ir para Marrocos na semana seguinte.

e eu estava decidida que iria observar e filmar tudo

e fazer uma espécie de diário

das minhas duas semanas lá.

Eu queria enfrentar esse desafio

e usá-lo de uma forma que eu ainda não tinha visto

[Musica tocando]

[FLY SINGS RIHANNA'S "KISS IT BETTER"]
♪ Kiss it, kiss it better, baby ♪

Eu fiz um besouro em 3D.

E ele vai te acompanhar nessa tour.

Ele é tipo o contador de histórias.

Uma característica do besouro é

que sua visão composta pode ser comparada

a uma analogia direta à sala com doze telas

e vários diferentes ângulos de vídeo.

Vídeo pra mim é novo.

O que eu sempre fiz foi desenhar.

O que eu gosto é, com o vídeo,

em menos de um segundo , você sabe onde está.

Eu uso as filmagens apenas como material,

e não para conteúdo realístico,

uso como um material

direcionado para o que não é conectado com a realidade

Eu começei a fazer esses vídeos curtos

onde eu veria algo e imaginaria o que poderia ser adicionado

ou removido ou manipulado.

Seria rápido, tipo quinze segundos de vídeo--

era o tempo no Instagram antes de mudar pra um minuto--

havia uma liberdade e prazer naquilo.

[Música tocando]

Nessa última primavera, eu fui contratada pela Dubai Art

para fazer uma instalação.

E então eu fiz essas quatro esculturas

que na verdade eram cabines.

Elas foram desenhadas de uma forma que faz você querer se sentar--

elas são muito confortáveis,

quando você se senta é surpreendido

sua cabeça é direcionada para cima e você vê uma tela com vídeo

[MULHER] Ação

-- Tem um casal Egípicio e o rapaz homem diz:

-- " Você viu as estrelas querida ? "

-- E a moça diz : " Oh querido , sim !"

[Essa residencia não é linda ?]

[Eu?]

Quando eu vou à Marrocos,

Eu fico rodeada de mulheres que são poderosas ou muito carismáticas.

Eu filmei quatro mulheres da mesma família.

Mas, ao mesmo tempo, elas estão sempre entre

serem membros da mesma familia e serem personagens.

[MULHER EM FRANCES] -- Eu trabalho como representante médica comercial.

-- Sou divorciada, sem crianças.

Há dois extremos, sabe.

Por um lado, emocionalmente eu me sinto como um monstro

que coloca os membros da família numa armadilha desse mundo digital.

E o outro extremo é como

[CAMERA CLICKS]

Amar e celebrar a família totalmente.

Eu acho que os dois são necessários

e da diferença entre ambos

é criado um potencial para uma narrativa.

Se você acha que o tempo gasto em um vídeo

é de cem horas,

Eu gasto talvez uma hora com elas

e noventa e nove horas editando--

olhando para seus rostos e analisando cena por cena.

Elas nem tem idéia que eu passo tanto tempo com elas

enquanto eu estou em Nova York.

Eu gosto disso.

Eu fui convidada pelo Fundo de Arte Pública

e eu fiz um vídeo para a Barclays Center óculos 3D

O vídeo retrata bem

figuras unidimensionais de Muçulmanas.

Como eu sabia que esse vídeo seria exibido publicamente,

Eu achei necessário ser mais sério

e abordar as mulheres que vestem hijab.

O nome do vídeo foi " Seu Ano "

e mostrava uma linha de tempo secular
de feriados muçulmanos na América.

Eu não queria que o vídeo fosse piada,

mas sim para dar suporte à

mulheres vestindo hijab nos locais onde elas assistiriam esse vídeo.

Eu fiz uma abordagem diferente,

que foi na verdade fazer mais pesquisas,

conversar com mulheres que vestem hijab--

que pensam sobre isso, que escrevem sobre isso--

na América atual.

Estar em Nova York,

com Trump, depois dessa eleição--

está de fato me afetando profundamente,

Crescendo em Marrocos, eu nunca pensei em mim mesma

por exemplo, como uma Árabe.

Apesar de eu ser, sabe ?

Eu nunca pensei dessa forma.

E estando aqui

com a proibição de entrada que coloca sete países
nesta situação

pela primeira vez eu senti isso.

Eu não quero ser uma artista marroquina ou muçulmana.

Eu só quero ser uma artista

que está fazendo projeto sobre árvores.

--Posso tocá-la ?

-- Ela é amigável ?

--Ela não morde ?

O que esse clima político faz

é que ele te faz pensar constantemente sobre sua identidade.

E a minha reação à isso

tem sido fazer trabalhos que

em si não adere a um gênero ou a uma identidade.

Tem haver comigo não querer

me definir em um estereotipo.