Um ícone do entretenimento fala sobre viver uma vida com sentido
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0:01 - 0:05Eric Hirshberg: Suponho que o Norman
dispensa apresentações, -
0:05 - 0:07mas o público da TED é global,
é diversificado, -
0:07 - 0:10por isso, encarregaram-me
de apresentar a biografia dele, -
0:10 - 0:13que podia muito bem
ocupar os 18 minutos todos. -
0:13 - 0:17Em vez disso, iremos resumir
93 anos em 93 segundos ou menos. -
0:17 - 0:18(Risos)
-
0:18 - 0:21Nasceu em New Hampshire.
Norman Lear: New Haven, Connecticut. -
0:21 - 0:23EH: New Haven, Connecticut.
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0:23 - 0:25(Risos)
-
0:25 - 0:29NL: Lá vão mais sete segundos.
EH: Em cheio! -
0:29 - 0:31(Risos)
-
0:31 - 0:33Nasceu em New Haven, Connecticut.
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0:33 - 0:35O seu pai era um vigarista
— não me enganei. -
0:35 - 0:38Foi preso quando o Norman
tinha nove anos. -
0:38 - 0:42O Norman fez 52 missões como piloto
na II Guerra Mundial. -
0:42 - 0:44Voltou...
NL: Operador de rádio. -
0:45 - 0:47EH: Veio para Los Angeles
para se estrear em Hollywood. -
0:47 - 0:49Primeiro, na publicidade,
depois, na TV. -
0:49 - 0:53Não tinha formação como escritor,
mas subiu a pulso. -
0:53 - 0:56Estreou-se numa série chamada
"Uma Família às Direitas". -
0:56 - 1:00Seguiram-se vários êxitos que até hoje
são inigualáveis, em Hollywood: -
1:01 - 1:03"Sanford and Son", "Maude",
"Good Times", "The Jeffersons", -
1:03 - 1:07"One Day at a Time", "Mary Hartman,
Mary Hartman" só para mencionar alguns. -
1:07 - 1:09Não só foram bem sucedidos...
-
1:09 - 1:12(Aplausos)
-
1:14 - 1:17Não só foram bem sucedidos
a nível comercial, -
1:17 - 1:21como impulsionaram a nossa cultura, dando
aos membros sub-representados da sociedade -
1:21 - 1:23a sua primeira voz em horário nobre.
-
1:23 - 1:27Chegou a ter sete séries
entre as dez melhores, ao mesmo tempo. -
1:27 - 1:33A dada altura, juntou um público
de 120 milhões de pessoas por semana. -
1:33 - 1:36São mais do que os espetadores
da Super Bowl 50, que acontece anualmente. -
1:36 - 1:38NL: C'o a breca!
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1:38 - 1:39(Risos)
-
1:39 - 1:42(Aplausos)
-
1:42 - 1:44EH: E ainda nem começámos!
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1:44 - 1:45(Risos)
-
1:45 - 1:49Foi parar à lista de inimigos
do Richard Nixon — ele tinha uma. -
1:49 - 1:51Merece um aplauso.
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1:52 - 1:53(Aplausos)
-
1:53 - 1:57Entrou para o Hall of Fame da TV
no primeiro dia da sua estreia. -
1:57 - 1:58Depois, vieram os filmes.
-
1:58 - 2:01"Mulheres do Sul",
"A Princesa Prometida", -
2:01 - 2:03"Conta Comigo",
"This Is Spinal Tap". -
2:03 - 2:05Uma vez mais,
são só alguns deles. -
2:05 - 2:07(Aplausos)
-
2:07 - 2:10Depois, começou do zero
como ativista político -
2:10 - 2:14centrado em defender a Primeira Emenda
e a laicização do Estado. -
2:14 - 2:18Fundou o People For The American Way,
comprou a Declaração de Independência -
2:18 - 2:20e devolveu-a ao povo.
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2:20 - 2:24Teve um papel ativo tanto na política
como no entretenimento até aos 93 anos, -
2:24 - 2:27quando escreve um livro
e faz um documentário sobre a sua vida. -
2:27 - 2:28E, depois disso tudo,
-
2:28 - 2:31finalmente acharam que estava preparado
para uma palestra TED. -
2:31 - 2:33(Risos)
-
2:33 - 2:37(Aplausos)
-
2:37 - 2:42NL: É um prazer estar aqui.
E adorei que tivesses aceitado o convite. -
2:42 - 2:46EH: Obrigado, o prazer é todo o meu.
Eis a minha primeira pergunta. -
2:46 - 2:48A sua mãe tinha orgulho em si?
-
2:48 - 2:50(Risos)
-
2:50 - 2:53NL: A minha mãe...
Que forma de começar! -
2:55 - 2:59Vejamos, quando voltei da guerra,
-
2:59 - 3:04ela mostrou-me as cartas
que eu lhe escrevera do além-mar -
3:04 - 3:07e eram autênticas cartas de amor.
-
3:10 - 3:12(Risos)
-
3:12 - 3:14Isto descreve a minha mãe,
em poucas palavras. -
3:14 - 3:17Eram cartas de amor,
como se eu as tivesse escrito para... -
3:17 - 3:19Eram cartas de amor.
-
3:21 - 3:26Um ano depois, perguntei
à minha mãe se podia ficar com elas, -
3:26 - 3:29porque gostaria de guardá-las.
-
3:30 - 3:32Ela deitara-as fora.
-
3:32 - 3:35(Risos)
-
3:37 - 3:38Era a minha mãe.
-
3:38 - 3:41(Risos)
-
3:41 - 3:46A melhor forma de o resumir,
nos tempos que correm... -
3:47 - 3:49— isto também foi recente —
-
3:50 - 3:54Há uns anos, quando inauguraram
o Hall of Fame a que te referias, -
3:55 - 3:56era um domingo de manhã,
-
3:56 - 4:01quando recebi um telefonema do tipo
que geria a TV Academy of Arts & Sciences. -
4:02 - 4:05Ligou para me informar
de que se tinham reunido -
4:05 - 4:09e disse-me, em confidência,
que iam inaugurar um Hall of Fame -
4:09 - 4:12e os membros eram:
-
4:15 - 4:19— comecei por dizer "Richard Nixon",
porque o Richard Nixon... — -
4:19 - 4:21EH: Creio que ele não estava na lista.
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4:21 - 4:26NL: O William Paley, fundador da CBS,
o David Sarnoff, fundador da NBC, -
4:27 - 4:32o Edward R. Murrow,
o melhor correspondente estrangeiro, -
4:32 - 4:36o Paddy Chayefsky, a meu ver,
o melhor escritor alguma vez saído da TV, -
4:36 - 4:39o Milton Berle, a Lucille Ball e eu.
-
4:39 - 4:40EH: Nada mal.
-
4:40 - 4:43NL: Liguei para a minha mãe,
em Hartford, Connecticut: -
4:43 - 4:46"Mãe, tenho uma novidade.
Vão inaugurar um Hall of Fame." -
4:46 - 4:49Indiquei-lhe os nomes,
incluindo eu, e ela disse, -
4:49 - 4:52"Se é isso que eles querem fazer,
quem sou eu para julgar?" -
4:52 - 4:55(Risos)
-
4:55 - 4:56(Aplausos)
-
4:56 - 4:58(Risos)
-
4:58 - 5:00Era a minha mãe.
-
5:00 - 5:04Creio que dá mesmo para rir,
porque todos temos uma parte desta mãe. -
5:04 - 5:05(Risos)
-
5:05 - 5:08EH: E eis que nasce
a mãe judia das "sitcom". -
5:10 - 5:13O seu pai também desempenhou
um papel importante na sua vida, -
5:13 - 5:15sobretudo devido à sua ausência.
NL: Sim. -
5:15 - 5:18EH: Conte-nos o que aconteceu
quando tinha nove anos. -
5:19 - 5:23NL: Ele ia apanhar um voo
para o Oklahoma -
5:23 - 5:26com três tipos
sobre quem a minha mãe avisava: -
5:26 - 5:29"Não te quero metido com eles.
Não confio naqueles tipos." -
5:30 - 5:33Foi aí que ouvi
— talvez não pela primeira vez — -
5:33 - 5:37"Fecha a matraca, Jeanette.
Eu vou." -
5:37 - 5:39E lá foi ele.
-
5:39 - 5:43Ao que parece,
ia buscar umas obrigações falsas -
5:43 - 5:47e atravessar o país para vendê-las.
-
5:48 - 5:51Mas o facto de ele ir de avião
para o Oklahoma -
5:51 - 5:55e de me ir trazer um chapéu de "cowboy",
-
5:55 - 5:59como o do Ken Manyard,
o meu "cowboy" preferido -
6:02 - 6:07— isto aconteceu uns anos depois
de Lindbergh ter atravessado o Atlântico — -
6:07 - 6:11o facto de o meu pai ir lá era exótico.
-
6:11 - 6:15Mas, quando voltou,
prenderam-no mal saiu do avião. -
6:15 - 6:19Nessa noite,
havia jornalistas à porta de casa, -
6:19 - 6:22o meu pai tinha o chapéu
a tapar a cara, -
6:22 - 6:23estava algemado a um detetive.
-
6:24 - 6:27A minha mãe ia vender a mobília,
porque estávamos de partida -
6:27 - 6:31— ela não aguentou a vergonha —
-
6:31 - 6:34de Chelsea, Massachusetts.
-
6:35 - 6:40E, durante a venda da mobília,
a casa encheu-se de gente. -
6:41 - 6:43E, a dada altura,
-
6:43 - 6:49um imbecil qualquer
pôs-me a mão no ombro e disse, -
6:49 - 6:51"Bom, agora és o homem da casa".
-
6:53 - 6:59Eu estava a chorar e o idiota diz,
"Agora és o homem da casa". -
6:59 - 7:02Creio que foi naquele momento
-
7:02 - 7:06que comecei a compreender
o disparate que era a condição humana. -
7:08 - 7:10Então...
-
7:11 - 7:15Demorei muitos anos para olhar
para trás e vê-lo como um benefício. -
7:16 - 7:18Mas...
-
7:18 - 7:20EH: É curioso que lhe chame um benefício.
-
7:20 - 7:23NL: Benefício no sentido
de me ter dado um empurrão, -
7:23 - 7:25de eu ter conseguido ver
-
7:26 - 7:29como era insensato dizer àquele
rapazinho choroso de nove anos, -
7:29 - 7:31"Agora és o homem da casa".
-
7:31 - 7:37Eu continuei a chorar e ele disse,
"E os homens da casa não choram." -
7:38 - 7:39Eu...
-
7:39 - 7:41(Risos)
-
7:44 - 7:48Quando olho para trás,
creio que foi aí que percebi -
7:48 - 7:53o disparate que era a condição humana
e tenho-me socorrido desse dom até hoje. -
7:54 - 7:57EH: Tinha um pai ausente
-
7:57 - 8:00e uma mãe para quem
nada era suficientemente bom. -
8:00 - 8:05Crê que o facto de ter sido
um miúdo quiçá incompreendido -
8:05 - 8:09o fez empreender uma viagem
que terminou consigo já adulto, -
8:09 - 8:11com uma audiência semanal
de 120 milhões de pessoas? -
8:12 - 8:15NL: Gostei da forma
como fizeste a pergunta, -
8:15 - 8:21pois creio que passei a vida,
quanto muito, a desejar ser ouvido. -
8:25 - 8:26Creio...
-
8:29 - 8:33É uma resposta simples: sim.
Foi isso que despertou... -
8:34 - 8:36Também houve outras coisas.
-
8:36 - 8:38Durante o tempo
em que o meu pai esteve preso, -
8:38 - 8:44eu andava a brincar com um rádio
de galena que construíramos juntos -
8:45 - 8:49e apanhei um sinal
do padre Charles Coughlin. -
8:50 - 8:51(Risos)
-
8:53 - 8:54Sim, alguém se riu.
-
8:54 - 8:56(Risos)
-
8:56 - 8:57Mas não tem piada.
-
8:57 - 9:00Este era outro idiota chapado
-
9:00 - 9:05que manifestava muito o seu ódio
pelo "New Deal", Roosevelt e os judeus. -
9:06 - 9:13Foi a primeira vez que percebi que
havia gente neste mundo que me odiava, -
9:13 - 9:14porque eu era filho de pais judeus.
-
9:15 - 9:19E isso teve um grande impacto
na minha vida. -
9:20 - 9:25EH: Teve uma infância
com poucos exemplos masculinos fortes, -
9:25 - 9:27tirando o seu avô.
-
9:27 - 9:29Fale-nos dele.
-
9:29 - 9:31NL: O meu avô...
-
9:31 - 9:36Eis a forma como sempre
falei sobre esse avô. -
9:38 - 9:41Havia muitos desfiles militares
quando eu era criança. -
9:41 - 9:44Havia-os no Dia dos Veteranos
— não havia Dia do Presidente. -
9:44 - 9:48Havia o aniversário do Abraham Lincoln,
do George Washingotn -
9:48 - 9:51e o Dia da Bandeira.
-
9:52 - 9:55E muitos desfiles militares.
O meu avô costumava levar-me. -
9:55 - 9:58Ficávamos na esquina,
ele dava-me a mão -
9:58 - 10:02e, quando eu olhava para cima,
via uma lágrima a correr-lhe pelo rosto. -
10:04 - 10:06Ele era muito importante para mim.
-
10:06 - 10:12Tinha o hábito de escrever
aos presidentes dos Estados Unidos. -
10:12 - 10:13Todas as cartas começavam assim:
-
10:13 - 10:16"Caríssimo Sr. Presidente"
-
10:16 - 10:21e depois elogiava
algo fantástico que ele fizera. -
10:21 - 10:24Mas quando discordava do Presidente,
também escrevia, -
10:24 - 10:28"Caríssimo Sr. Presidente,
não lhe disse a semana passada...?" -
10:28 - 10:29(Risos)
-
10:30 - 10:36De vez em quando, eu descia
as escadas e ia buscar o correio. -
10:36 - 10:40Morávamos no 3.º andar, na 74 York Street,
New Haven, Connecticut. -
10:41 - 10:45Pegava num pequeno envelope branco
que dizia: -
10:45 - 10:48"Shya C., ao cuidado de, e a morada".
-
10:51 - 10:55É esta a história que tenho contado
sobre o meu avô. -
10:55 - 10:57EH: Eles respondiam-lhe
nos envelopes. -
10:57 - 10:59NL: Sim, respondiam.
-
11:01 - 11:05Mas isto é um sermão
que repeti várias vezes, -
11:05 - 11:10até ao Phil Donahue
e outros anteriores a ele, -
11:10 - 11:15literalmente, dezenas de entrevistas
onde conto essa história. -
11:16 - 11:21Esta vai ser a segunda vez
que digo que a história é mentira. -
11:24 - 11:28É verdade que o meu avô
me levava a desfiles militares -
11:28 - 11:30— havia imensos.
-
11:30 - 11:32É verdade que lhe correu
uma lágrima pela rosto. -
11:33 - 11:37É verdade que ele escrevia
uma carta ocasionalmente -
11:37 - 11:39e que eu ia buscar os envelopezinhos.
-
11:41 - 11:44Mas a parte do "Caríssimo Presidente"
-
11:44 - 11:46e todo o resto
-
11:46 - 11:51é uma história que "roubei"
a um grande amigo -
11:51 - 11:57cujo avô era esse avô
que escrevia essas cartas. -
11:59 - 12:05Eu roubei o avô ao Arthur Marshall
-
12:05 - 12:07e tornei-o meu.
-
12:09 - 12:10Sempre.
-
12:10 - 12:13Quando comecei a escrever
a minha biografia, -
12:13 - 12:14"Even this..."
-
12:14 - 12:15— o que me dizem?
-
12:15 - 12:18"Even This I Get to Experience."
-
12:19 - 12:21Quando comecei a escrever a biografia,
-
12:21 - 12:22comecei a refletir sobre isso
-
12:22 - 12:23e...
-
12:24 - 12:25Eu...
-
12:27 - 12:30Chorei bastante.
-
12:30 - 12:34E apercebi-me de como
precisava de um pai. -
12:35 - 12:38Tanto que me apoderei
do avô do Arthur Marshall. -
12:40 - 12:42Tanto que a palavra "pai"...
-
12:43 - 12:45Já agora, tenho seis filhos.
-
12:45 - 12:47É o meu papel preferido.
-
12:49 - 12:52Isso e ser marido
da minha mulher, Lyn. -
12:56 - 13:00Mas eu roubei a identidade daquele homem
porque precisava de um pai. -
13:01 - 13:05Passei por muita porcaria
-
13:05 - 13:07e saí por cima.
-
13:07 - 13:09E perdoo o meu pai.
-
13:09 - 13:10A melhor coisa que eu...
-
13:10 - 13:11A pior coisa que eu...
-
13:12 - 13:15A palavra que gostaria de usar
para o descrever e imaginar -
13:15 - 13:16é patife.
-
13:17 - 13:22O facto de ter mentido,
roubado e traído -
13:22 - 13:24e ter ido para a prisão...
-
13:25 - 13:29Encubro isso com a palavra "patife".
-
13:30 - 13:36EH: Diz-se que os amadores pedem
emprestado e os profissionais roubam. -
13:36 - 13:38NL: Eu sou um profissional.
-
13:38 - 13:39EH: É um profissional.
-
13:39 - 13:40(Risos)
-
13:40 - 13:43Essa citação
é amplamente atribuída a John Lennon, -
13:43 - 13:45mas ele roubou-a a T. S. Elliot.
-
13:46 - 13:47Está em boa companhia.
-
13:47 - 13:48(Risos)
-
13:51 - 13:53EH: Queria falar sobre o seu trabalho.
-
13:53 - 13:56Obviamente, já muito foi escrito
sobre o seu impacto -
13:56 - 13:57e certamente está farto de saber
-
13:57 - 13:59o que significou para as pessoas,
-
13:59 - 14:01para a nossa cultura
-
14:01 - 14:04— ouviu o aplauso
quando citei os nomes das séries — -
14:04 - 14:07educou metade das pessoas na sala
através do seu trabalho. -
14:07 - 14:11Mas há alguma história
sobre o impacto do seu trabalho -
14:11 - 14:13que o tenham surpreendido?
-
14:13 - 14:14NL: Céus!
-
14:14 - 14:19Há uma que me surpreendeu
e agradou por inteiro. -
14:21 - 14:27Houve um "An Evening with Norman Lear",
no último ano, -
14:27 - 14:30organizado por um grupo de empresários
e artistas do "hip-hop", -
14:30 - 14:34em conjunto com a Academia.
-
14:36 - 14:38O subtítulo de "An Evening with..."
-
14:38 - 14:42era: "O que têm um judeu de 92 anos
-
14:42 - 14:43— na altura, 92 —
-
14:43 - 14:45"e o mundo do 'hip-hop' em comum?"
-
14:45 - 14:48Russel Simmons
era uma das sete pessoas em palco. -
14:49 - 14:53Quando ele falava sobre as séries,
-
14:53 - 14:58não falava sobre
o George Jefferson de Hollywood -
14:58 - 15:01em "The Jeffersons"
-
15:01 - 15:04ou na série que estava
no número cinco da tabela. -
15:05 - 15:10Falava sobre uma coisa simples
que teve grande... -
15:13 - 15:15EH: Impacto sobre ele?
-
15:15 - 15:16NL: Um impacto sobre ele.
-
15:17 - 15:19Estava hesitante
quanto à palavra "mudança". -
15:19 - 15:22É difícil para mim imaginar
-
15:22 - 15:24mudar a vida de alguém,
-
15:24 - 15:26mas foi assim que ele o descreveu.
-
15:26 - 15:32Ele assistiu ao George Jefferson
a passar um cheque em "The Jeffersons" -
15:32 - 15:35e não sabia que um homem negro
podia passar um cheque. -
15:37 - 15:42Ele diz que isso mudou a vida dele.
-
15:42 - 15:43que mudou a vida dele.
-
15:43 - 15:47Quando eu ouço coisas desse género,
-
15:47 - 15:49pequenas coisas
-
15:49 - 15:52— pois eu sei que não existe
ninguém neste público -
15:52 - 15:58que não tenha sido responsável
por algo que tenha feito por alguém, -
15:58 - 16:04quer seja um pequeno sorriso
ou um cumprimento inesperado — -
16:04 - 16:06isto era pequeno a esse ponto.
-
16:07 - 16:11Podia ter sido a aderecista
-
16:11 - 16:14que colocou o livro de cheques ali
-
16:14 - 16:17e o George não tinha outra coisa
para fazer enquanto falava... -
16:17 - 16:18Não sei.
-
16:18 - 16:19Mas...
-
16:20 - 16:23EH: Para além da longa lista
que partilhei no início, -
16:23 - 16:25também devia ter mencionado
que inventou o "hip-hop". -
16:25 - 16:26(Risos)
-
16:26 - 16:28NL: Bom...
-
16:29 - 16:30EH: Quero falar sobre...
-
16:30 - 16:32NL: Força.
-
16:32 - 16:35(Risos)
-
16:38 - 16:40EH: Teve uma vida realizada,
-
16:40 - 16:43mas também construiu uma vida com sentido.
-
16:43 - 16:45Todos nós nos esforçamos
por fazer ambas as coisas -
16:45 - 16:47— nem todos conseguimos.
-
16:48 - 16:52Mas mesmo aqueles que conseguem,
-
16:52 - 16:54muito raramente descobrem
como fazê-lo em simultâneo. -
16:55 - 17:00O Norman conseguiu impulsionar
a cultura através da sua arte -
17:00 - 17:04alcançando também
o sucesso comercial em todo o mundo. -
17:04 - 17:05Como conseguiu fazer as duas coisas?
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17:11 - 17:17NL: Eis o que me passa pela cabeça,
quando ouço o rol de todos os meus feitos. -
17:19 - 17:23Este planeta é um em milhares de milhões,
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17:23 - 17:25— segundo dizem —
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17:25 - 17:31num universo onde há milhares
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17:31 - 17:32e milhares de milhões de universos,
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17:33 - 17:36e de planetas,
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17:36 - 17:38que estamos a tentar salvar
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17:38 - 17:40— e bem precisam.
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17:42 - 17:43Mas...
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17:44 - 17:47qualquer coisa que possa ter alcançado...
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17:48 - 17:52Uma vez, a minha irmã
pediu-me um conselho em relação a algo -
17:52 - 17:55que se estava a passar em Newington,
Connecticut, -
17:55 - 17:58e eu disse:
"Escreve ao presidente da câmara." -
17:58 - 18:01Ela disse: "Não sou o Norman Lear,
sou a Claire Lear." -
18:02 - 18:06Esta foi a primeira vez que disse
o que vou dizer agora: -
18:06 - 18:11"Claire, tendo em conta
tudo o que tu achas que eu fiz -
18:11 - 18:12"e tudo o que tu fizeste
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18:12 - 18:15— ela nunca saiu de Newington —
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18:15 - 18:17"consegues juntar os dedos o suficiente,
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18:17 - 18:20"tendo em conta o tamanho
do planeta e tudo o mais, -
18:20 - 18:24"e medir algo que eu tenha feito
por alguma coisa que tu tenhas feito?" -
18:24 - 18:25Então...
-
18:26 - 18:30Estou convencido
de que somos todos responsáveis -
18:30 - 18:33por ter feito tanto quanto eu alcancei.
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18:35 - 18:37E compreendo o que está a dizer...
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18:37 - 18:39EH: Foi um desvio de conversa eloquente.
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18:39 - 18:41NL: É preciso compreender realmente
-
18:41 - 18:44o tamanho e o alcance da obra do Criador.
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18:45 - 18:47EH: Mas, aqui, neste planeta,
o Norman fez a diferença. -
18:47 - 18:49NL: Sou um filho da mãe.
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18:49 - 18:51(Risos)
-
18:51 - 18:54EH: Tenho mais uma pergunta
para lhe fazer. -
18:54 - 18:56Que idade sente ter?
-
18:57 - 19:02NL: Sou igual a quem quer que seja
que esteja a falar comigo. -
19:03 - 19:05EH: Eu sinto-me como se tivesse 93 anos.
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19:05 - 19:08(Aplausos)
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19:11 - 19:12NL: Vamos lá, embora?
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19:12 - 19:14EH: Eu sinto-me como se tivesse 93 anos,
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19:14 - 19:18mas espero um dia sentir-me tão novo
quanto a pessoa que tenho à minha frente. -
19:18 - 19:19Senhoras e senhores,
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19:19 - 19:20o incomparável Norman Lear.
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19:20 - 19:23(Aplausos)
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19:26 - 19:27NL: Obrigado.
-
19:27 - 19:30(Aplausos)
- Title:
- Um ícone do entretenimento fala sobre viver uma vida com sentido
- Speaker:
- Norman Lear
- Description:
-
Nos anos 70 (e nas décadas seguintes), o produtor televisivo Norman Lear tocou as vidas de milhões de pessoas com séries que alteraram o curso da cultura, como "Uma Família às Direitas", "The Jeffersons" e "Good Times", desafiando os limites da época e dando uma voz em horário nobre aos norte-americanos sub-representados. Em conversa íntima e inteligente com Eric Hirshberg, partilha com humildade e humor a forma como a sua relação precoce com "o disparate da condição humana" modelou a sua vida e visão criativa.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 19:46
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