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Os meus dados vão mudar a vossa mentalidade

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    Vou falar acerca da vossa mentalidade.
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    Será que a vossa mentalidade corresponde aos meus dados?
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    (Risos)
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    Se não, um dos dois precisa de ser actualizado, certo?
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    Quando falo com os meus alunos sobre questões globais,
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    e os ouço no intervalo do café,
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    dizem sempre "nós" e "eles".
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    E quando voltamos à sala de aula
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    pergunto-lhes: "Que querem dizer com 'nós' e 'eles'?".
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    "É muito fácil. É o mundo ocidental e o mundo em desenvolvimento", dizem.
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    "Aprendemos na faculdade".
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    E qual é então a definição? "A definição?
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    Todos a sabem", dizem.
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    Mas eu gosto de pressioná-los.
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    Então uma miúda, esperta, disse: "É muito fácil.
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    O mundo Ocidental é uma vida longa numa família pequena.
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    O mundo em desenvolvimento é uma vida curta numa família grande".
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    E gosto dessa definição porque me permitiu
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    transferir a mentalidade deles
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    para os meus dados.
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    E aqui têm o conjunto de dados.
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    Podem ver que o que temos neste eixo aqui
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    é o tamanho da família. Um, dois, três, quatro, cinco
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    crianças por mulher neste eixo.
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    E aqui, duração da vida, esperança de vida.
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    30, 40, 50.
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    Exactamente aquilo que os estudantes disseram ser a sua visão do mundo.
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    E, na verdade, isto tem a ver com o quarto.
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    Se um homem e uma mulher decidem ter uma família pequena
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    e cuidar dos seus filhos, e quanto tempo vão viver.
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    É sobre a casa de banho e a cozinha. Se tiverem sabão, água e comida,
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    podem viver por muito tempo.
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    E os estudantes acertaram, não é?
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    O mundo consistia num conjunto de países aqui,
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    que têm famílias grandes e vidas curtas. Mundo em desenvolvimento.
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    E outro conjunto de países lá em cima
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    que compunham o mundo ocidental.
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    Tinham famílias pequenas e vidas longas.
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    E vão ver aqui
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    a coisa espantosa que aconteceu no mundo durante o meu tempo de vida.
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    E então os países em desenvolvimento aplicaram
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    sabão e água, vacinação.
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    E todo o mundo em desenvolvimento passa a fazer planeamento familiar.
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    Em parte porque os EUA ajudaram com
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    aconselhamento técnico e investimento.
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    E vêem que todo o mundo se dirige para famílias de 2 filhos,
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    e para uma vida de 60 a 70 anos.
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    Mas alguns países permanecem nesta área aqui.
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    E podem ver que ainda temos o Afeganistão cá em baixo.
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    Temos a Libéria. Temos o Congo.
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    Temos países a viver ali.
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    O problema que tive
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    foi que a visão do mundo que os meus alunos tinham
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    correspondia à realidade do mundo
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    no ano em que os seus professores nasceram.
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    (Risos)
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    (Aplausos)
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    E nós, na verdade, passámos isto por todo o mundo.
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    Estive na Conferência Global de Saúde aqui em Washington, na semana passada,
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    e pude ver que este conceito errado
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    até pessoas activas nos Estados Unidos o tinham.
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    Não se tinham apercebido da melhoria
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    do México e da China, em relação aos Estados Unidos.
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    Vejam aqui quando os faço avançar.
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    Aqui vamos nós.
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    Eles recuperam. Aqui está o México.
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    A par dos Estados Unidos nestas duas dimensões sociais.
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    Havia menos de 5%
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    de especialistas em saúde global cientes disto.
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    Esta grande nação, o México,
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    tem o problema de ter armas a vir do norte,
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    através das fronteiras. Então tiveram que o parar.
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    Porque têm uma relação estranha com os Estados Unidos, sabem.
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    Mas se eu mudasse aqui o eixo, vejam,
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    e ao invés, aqui, colocasse o rendimento per capita,
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    Rendimento per capita. Posso colocá-lo aqui.
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    E então veremos
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    uma imagem completamente diferente.
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    Já agora, estou a ensinar-vos
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    a usar o nosso website, Gapminder World,
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    enquanto corrijo isto.
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    Porque é um utilitário gratuito na net.
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    E agora que finalmente acertei com isto,
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    posso retroceder 200 anos na nossa história.
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    E encontro os Estados Unidos lá em cima.
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    E posso colocar os outros países visíveis.
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    E agora tenho rendimento per capita neste eixo.
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    E os Estados Unidos tinham apenas 2000 dólares, na altura.
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    E uma esperança de vida de 35 a 40 anos,
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    ao nível do Afeganistão actual.
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    E o que aconteceu no mundo, vou mostrar agora.
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    Isto em vez de estudar História
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    durante um ano na universidade.
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    Prestem atenção um minuto e verão tudo.
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    (Risos)
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    Podem ver como as bolhas castanhas, a Europa Ocidental,
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    e a amarela, que é os Estados Unidos,
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    enriquecem cada vez mais, e também
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    começam a tornar-se cada vez mais saudáveis.
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    E isto agora é há 100 anos atrás.
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    Por outro lado, o resto do mundo fica para trás.
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    Aqui vamos nós. E aqui foi a pandemia de gripe.
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    É por isso que temos tanto medo da gripe, não é?
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    Ficou-nos na memória. A queda da esperança de vida.
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    E depois subimos. E só depois da
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    independência ter começado.
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    Vejam, temos a China aqui,
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    temos a Índia ali,
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    e isto foi o que aconteceu.
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    Vêem aqui, que temos o México lá em cima.
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    O México não está de todo ao nível dos Estados Unidos.
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    Mas estão bem perto.
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    E é especialmente interessante de ver
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    a China e os Estados Unidos,
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    durante 200 anos.
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    Porque tenho o meu filho mais velho a trabalhar no Google,
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    depois do Google ter adquirido este software.
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    Porque na realidade isto é fruto de trabalho infantil. O meu filho e a esposa ficaram enfiados
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    num armário durante muitos anos a desenvolver isto.
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    E o meu filho mais novo, que estudou Chinês em Pequim.
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    Portanto eles trazem-me duas perspectivas diferentes.
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    O meu filho mais novo, que estudou em Pequim,
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    na China, ficou com uma perspectiva a longo prazo.
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    Enquanto que para o meu filho mais velho, que trabalha no Google,
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    a avaliação é feita a cada trimestre, ou semestre.
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    Ou, sendo o Google muito generoso, talvez a cada um ou dois anos.
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    Mas na China vêem geração após geração
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    porque se lembram do período
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    embaraçoso de 100 anos
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    em que andaram para trás.
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    E devem lembrar-se da primeira parte
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    do último século, que foi muito má.
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    E podemos ir pelo chamado grande salto em frente.
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    Isto foi em 1963.
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    Mao Tse-Tung conseguiu dar saúde aos chineses.
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    E depois morreu. E depois Deng Xiaoping iniciou
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    este espantoso avanço.
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    Não é um pouco estranho ver que os Estados Unidos
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    fizeram primeiro crescer a economia, e só depois enriqueceram gradualmente,
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    enquanto que a China pôde tornar-se saudável muito mais cedo?
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    Porque aplicaram o conhecimento existente ao nível da educação, nutrição,
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    e beneficiaram também da penicilina,
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    vacinas e planeamento familiar.
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    É por isso que a Ásia pôde ter desenvolvimento social
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    antes de ter desenvolvimento económico.
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    Para mim, enquanto professor de saúde pública,
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    não é estranho que todos estes países cresçam tanto agora.
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    Porque o que vêem aqui
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    é o mundo plano de Thomas Friedman.
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    Não é?
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    Não tão plano quanto isso.
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    Mas os países de rendimento médio...
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    E é aqui que sugiro aos meus estudantes
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    que parem de usar o conceito "mundo em desenvolvimento".
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    Porque apesar de tudo, falar do mundo em desenvolvimento
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    é como ter dois capítulos na história dos Estados Unidos.
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    O último capítulo é sobre o presente e o presidente Obama.
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    E o outro é sobre o passado.
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    Em que se aborda tudo desde Washington
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    a Eisenhower.
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    Porque é de Washington a Eisenhower
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    que encontramos o mundo em desenvolvimento.
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    Podíamos, na verdade, ir desde Mayflower
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    a Eisenhower,
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    e isso seria o mundo em desenvolvimento.
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    Um lugar em que as cidades crescem de forma incrível
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    e que possui grandes empreendedores,
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    mas também países em colapso.
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    Como poderemos entender isto melhor?
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    Uma possível estratégia será
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    olharmos para a distribuição de rendimentos.
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    Esta é a distribuição de rendimentos das pessoas no mundo,
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    começando em 1 dólar por dia. Aqui é onde há comida para se comer.
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    Estas pessoas vão para a cama com fome.
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    E este é o número de pessoas.
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    Aqui são 10 dólares, onde há sistemas de saúde,
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    públicos ou privados. Aqui é onde podem
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    proporcionar serviços de saúde à vossa família, e escola às vossas crianças.
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    E estes são os países da OCDE.
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    Verde, América Latina, Europa de Leste.
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    Esta é a Ásia Oriental. E este azul claro é o sul da Ásia.
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    E isto é como o mundo mudou.
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    Mudou assim.
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    Podem ver como está a crescer? E como centenas de milhões
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    e milhares de milhões saem da pobreza na Ásia?
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    E vêm para aqui.
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    E agora entro em projecções.
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    Mas tenho que parar à porta do Lehman Brohers. É que, sabem...
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    (Risos)
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    Porque estas projecções já não são válidas.
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    Provavelmente o mundo fará isto.
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    E continuará em frente assim.
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    Mas é mais ou menos isto que vai acontecer.
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    E temos um mundo cujas partes não podem ser analisadas isoladamente.
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    Temos países com rendimentos altos aqui,
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    com os Estados Unidos à cabeça.
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    Temos economias emergentes no meio, que contribuíram muito
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    para a ajuda dada aos bancos e corporações recentemente.
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    E temos aqui os países de rendimentos baixos.
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    É um facto que é daqui que vem o dinheiro.
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    Têm vindo a poupar, sabem, ao longo da última década.
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    E aqui temos os países de rendimentos baixos,
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    onde estão os empreendedores.
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    E aqui temos os países em colapso e em guerra,
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    como o Afeganistão, a Somália, partes do Congo, o Darfur.
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    Temos tudo isto simultaneamente.
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    É por isso que é tão problemático descrever o que aconteceu
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    no mundo em desenvolvimento.
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    Porque é tão diferente, o que lá aconteceu.
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    E é por isso que sugiro
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    uma abordagem ligeiramente diferente.
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    E há também grandes diferenças dentro dos próprios países.
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    Ouvi dizer que os vossos departamentos se dividem por regiões.
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    Aqui temos a África Subsariana, o Sul da Ásia,
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    a Ásia Oriental, os estados Árabes,
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    a Europa de Leste, a América Latina e a OCDE.
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    E neste eixo está o PIB.
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    E neste, saúde, sobrevivência infantil.
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    E não é de todo surpreendente
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    que a África, a sul do Saara, esteja no fundo.
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    Mas quando divido o gráfico
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    em bolhas de países,
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    o tamanho das bolhas aqui é a população.
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    Então vêem que a Serra Leoa e a Maurícia são completamente diferentes.
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    Há uma diferença tão grande dentro da África Subsariana.
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    E posso dividir os outros. Aqui está o Sul da Ásia,
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    o mundo Árabe.
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    Agora todos os diferentes departamentos.
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    Europa de Leste, América Latina, países da OCDE.
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    E aqui estamos nós. Há uma linha contínua no mundo.
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    Não o podemos dividir em duas partes.
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    Mayflower fica aqui em baixo. Washington fica aqui,
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    edificando estes países.
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    Lincoln aqui, fazendo-os avançar.
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    Eisenhower aqui, a trazer-lhes a modernidade.
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    E os Estados Unidos actuais, aqui em cima.
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    E temos países aqui.
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    Agora, isto é o mais importante
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    para perceber como o mundo mudou.
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    Neste ponto, decidi fazer uma pausa.
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    (Risos)
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    E é meu dever, em nome do resto do mundo,
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    transmitir um agradecimento aos contribuintes Americanos,
  • 11:08 - 11:10
    pela Pesquisa Demográfica de Saúde (DHS).
  • 11:10 - 11:13
    Muitas pessoas não estão cientes... Isto não é uma piada,
  • 11:13 - 11:15
    é muito sério.
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    É devido ao continuado patrocínio dos EUA,
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    durante 25 anos, desta excelente metodologia
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    para medir a mortalidade infantil,
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    que percebemos o que está a acontecer no mundo.
  • 11:27 - 11:34
    (Aplausos)
  • 11:34 - 11:37
    E é o governo dos EUA no seu melhor,
  • 11:37 - 11:40
    sem interesses escondidos, disponibilizando apenas factos,
  • 11:40 - 11:42
    que são úteis à sociedade.
  • 11:42 - 11:45
    E disponibilizando-os gratuitamente,
  • 11:45 - 11:48
    na internet, para o mundo usar. Muito obrigado.
  • 11:48 - 11:50
    Em grande contraste com o Banco Mundial,
  • 11:50 - 11:53
    que compila dados com dinheiro do governo,
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    de impostos, e depois os vende, com lucros mínimos,
  • 11:56 - 11:59
    de forma bastante ineficiente, à maneira de Guttenberg.
  • 11:59 - 12:05
    (Aplausos)
  • 12:05 - 12:07
    Mas as pessoas que fazem isso no Banco Mundial
  • 12:07 - 12:09
    estão entre as melhores do mundo.
  • 12:09 - 12:11
    E são profissionais altamente habilitados.
  • 12:11 - 12:15
    Apenas gostaríamos de melhorar as nossas agências internacionais,
  • 12:15 - 12:18
    para que lidem com o mundo duma forma moderna, como nós.
  • 12:18 - 12:21
    E no que diz respeito a dados gratuitos e transparência,
  • 12:21 - 12:24
    os Estados Unidos estão entre os melhores.
  • 12:24 - 12:27
    E não é fácil, para um professor de saúde pública sueco, admitir isto.
  • 12:27 - 12:30
    (Risos)
  • 12:30 - 12:33
    E não, não sou pago para estar aqui.
  • 12:33 - 12:35
    Gostaria de vos mostrar o que acontece com os dados,
  • 12:35 - 12:37
    o que podemos mostrar com estes dados.
  • 12:37 - 12:39
    Vejam aqui. Isto é o mundo.
  • 12:39 - 12:41
    Com o rendimento aqui em baixo, e a mortalidade infantil.
  • 12:41 - 12:43
    E o que aconteceu no mundo?
  • 12:43 - 12:46
    Desde 1950, nos últimos 50 anos
  • 12:46 - 12:49
    tivemos uma queda na mortalidade infantil.
  • 12:49 - 12:51
    A DHS tornou possível sabermos isto.
  • 12:51 - 12:53
    E tivemos um aumento no rendimento.
  • 12:53 - 12:55
    E os países anteriormente em desenvolvimento, a azul,
  • 12:55 - 13:00
    misturam-se com os países anteriormente industrializados do mundo ocidental.
  • 13:00 - 13:03
    E temos um contínuo. Mas temos ainda, claro,
  • 13:03 - 13:06
    o Congo, lá em cima. Ainda temos países pobres
  • 13:06 - 13:10
    como sempre tivemos, ao longo da História.
  • 13:10 - 13:13
    Isto são os mil milhões que estão no fundo, sobre os quais ouvimos hoje
  • 13:13 - 13:16
    uma abordagem completamente nova.
  • 13:16 - 13:19
    E quão rápido aconteceu isto?
  • 13:19 - 13:21
    Bem, MDG 4 (Metas de Desenvolvimento do Milénio).
  • 13:21 - 13:23
    Os Estados Unidos não se têm mostrado muito ansiosos por usar o MDG 4.
  • 13:23 - 13:26
    Os Estados Unidos não se têm mostrado muito ansiosos por usar o MDG 4.
  • 13:26 - 13:29
    Mas têm sido o seu maior patrocinador, o que nos permitiu medir o seu progresso.
  • 13:29 - 13:32
    Porque é apenas a mortalidade infantil que somos capazes de medir.
  • 13:32 - 13:35
    E costumávamos dizer que deveria cair 4% ao ano.
  • 13:35 - 13:37
    Vejamos o que fez a Suécia.
  • 13:37 - 13:40
    Costumávamos gabar-nos de um rápido progresso social.
  • 13:40 - 13:42
    Estávamos aqui, em 1900.
  • 13:42 - 13:44
    Em 1900, a Suécia estava aqui.
  • 13:44 - 13:46
    A mesma mortalidade infantil que o Bangladesh tinha em 1990.
  • 13:46 - 13:48
    Embora eles tivessem menores rendimentos.
  • 13:48 - 13:51
    Começaram muito bem. Usaram bem as ajudas.
  • 13:51 - 13:53
    Vacinaram as crianças. Conseguiram água de melhor qualidade.
  • 13:53 - 13:55
    E reduziram a mortalidade infantil, à espantosa
  • 13:55 - 13:58
    taxa de 4,7% ao ano. Ganharam à Suécia.
  • 13:58 - 14:02
    Corri a Suécia no mesmo período de 16 anos.
  • 14:02 - 14:04
    Segundo assalto: a Suécia de 1916,
  • 14:04 - 14:06
    contra o Egipto de 1990.
  • 14:06 - 14:09
    Aqui vamos nós. Uma vez mais, os EUA são parte da razão.
  • 14:09 - 14:13
    Obtêm água potável. Obtêm comida para os pobres.
  • 14:13 - 14:15
    E erradicam a malária.
  • 14:15 - 14:18
    5,5%. São mais rápidos que a meta de desenvolvimento do milénio.
  • 14:18 - 14:21
    E a terceira oportunidade para a Suécia, contra o Brasil.
  • 14:21 - 14:25
    E o Brasil aqui tem uma fantástica melhoria social
  • 14:25 - 14:27
    nos últimos 16 anos.
  • 14:27 - 14:29
    E anda mais rápido que a Suécia.
  • 14:29 - 14:31
    Isto significa que o mundo está a convergir.
  • 14:31 - 14:33
    Os países de rendimento médio,
  • 14:33 - 14:35
    as economias emergentes, estão a apanhar o comboio.
  • 14:35 - 14:37
    Estão a deslocar-se para cidades,
  • 14:37 - 14:39
    onde têm também melhor assistência.
  • 14:39 - 14:42
    Em vista destas afirmações, os suecos protestam.
  • 14:42 - 14:44
    Dizem: "Não é justo.
  • 14:44 - 14:46
    Porque estes países tiveram vacinas e antibióticos
  • 14:46 - 14:48
    que não estavam disponíveis para a Suécia.
  • 14:48 - 14:50
    Temos que fazer a competição em tempo-real".
  • 14:50 - 14:53
    Certo. Vejamos Singapura, no ano em que nasci.
  • 14:53 - 14:55
    Singapura tinha o dobro da mortalidade infantil da Suécia.
  • 14:55 - 14:57
    É o país mais tropical do mundo.
  • 14:57 - 14:59
    Um terra pantanosa no equador.
  • 14:59 - 15:02
    E aqui vamos nós. Demoraram um pouco a tornarem-se independentes,
  • 15:02 - 15:04
    mas depois começaram a fazer crescer a economia,
  • 15:04 - 15:06
    fizeram investimento social, livraram-se da malária e
  • 15:06 - 15:08
    arranjaram um sistema de saúde magnífico,
  • 15:08 - 15:10
    que bateu quer os EUA, quer a Suécia e
  • 15:10 - 15:13
    nunca imaginámos que conseguissem bater a Suécia!
  • 15:13 - 15:21
    (Aplausos)
  • 15:21 - 15:24
    Todos estes países a verde estão a conseguir cumprir as metas de desenvolvimento do milénio.
  • 15:24 - 15:26
    Estes a amarelo estão quase a consegui-lo.
  • 15:26 - 15:29
    Estes países a vermelho não o fazem, e a política deve ser melhorada.
  • 15:29 - 15:32
    Não podemos fazer extrapolações simplistas.
  • 15:32 - 15:34
    Temos mesmo de encontrar uma forma
  • 15:34 - 15:36
    de apoiar mais eficazmente estes países.
  • 15:36 - 15:39
    Temos de respeitar os países de rendimento médio
  • 15:39 - 15:41
    no que estão a fazer.
  • 15:41 - 15:44
    E temos que basear em factos a forma como olhamos para o mundo.
  • 15:44 - 15:47
    Isto é dólares por pessoa, isto é o VIH nos países.
  • 15:47 - 15:49
    O azul é África.
  • 15:49 - 15:52
    O tamanho das bolhas representa o número de pessoas infectadas com VIH.
  • 15:52 - 15:54
    Vejam a tragédia na África do Sul.
  • 15:54 - 15:57
    Cerca de 20% da população adulta está infectada.
  • 15:57 - 16:00
    E apesar de terem um rendimento consideravelmente alto,
  • 16:00 - 16:03
    têm um grande número de infectados com VIH.
  • 16:03 - 16:06
    Mas também se vêem outros países africanos aqui em baixo.
  • 16:06 - 16:10
    Não existe uma epidemia de VIH em África.
  • 16:10 - 16:13
    Há cerca de 5 a 10 países em África
  • 16:13 - 16:16
    que têm o mesmo nível da Suécia e dos Estados Unidos.
  • 16:16 - 16:18
    E há outros com níveis extremamente elevados.
  • 16:18 - 16:21
    E vou mostrar-vos o que aconteceu
  • 16:21 - 16:25
    num dos melhores países, com a mais vibrante das economias
  • 16:25 - 16:28
    em África, e com um bom governo, o Botswana.
  • 16:28 - 16:30
    Têm um nível muito elevado. Está a descer,
  • 16:30 - 16:32
    mas agora não tanto.
  • 16:32 - 16:34
    Porque com a ajuda da PEPFAR,
  • 16:34 - 16:37
    os tratamentos administrados estão a ter sucesso e as pessoas não estão a morrer.
  • 16:37 - 16:40
    E podem ver que não é assim tão simples
  • 16:40 - 16:43
    dizer que a guerra causou isto.
  • 16:43 - 16:45
    Porque aqui, no Congo, há guerra.
  • 16:45 - 16:48
    E aqui, na Zâmbia, há paz.
  • 16:48 - 16:51
    E não é a economia. Países mais ricos estão um pouco acima.
  • 16:51 - 16:53
    E se dividir a Tanzânia por rendimento,
  • 16:53 - 16:55
    vê-se que os 20% mais ricos na Tanzânia
  • 16:55 - 16:57
    têm mais VIH que os mais pobres.
  • 16:57 - 17:00
    E é diferente mesmo dentro de cada país.
  • 17:00 - 17:02
    Vejam as províncias do Quénia, são muito diferentes.
  • 17:02 - 17:05
    E esta é a situação, como vêem.
  • 17:05 - 17:08
    Não é pobreza extrema. É uma situação especial,
  • 17:08 - 17:11
    que tem a ver, provavelmente, com múltiplos parceiros sexuais
  • 17:11 - 17:14
    em parte da população heterossexual,
  • 17:14 - 17:16
    em alguns países, ou partes de países,
  • 17:16 - 17:18
    no sul e leste de África.
  • 17:18 - 17:21
    Não é só África. Não façamos disto uma questão racial.
  • 17:21 - 17:25
    Façamos disto uma questão local. E façamos prevenção em cada lugar,
  • 17:25 - 17:27
    da forma mais adequada a esse lugar.
  • 17:27 - 17:30
    Então, só para terminar.
  • 17:30 - 17:33
    O sofrimento que aflige
  • 17:33 - 17:36
    os mil milhões mais pobres é-nos inimaginável.
  • 17:36 - 17:38
    Aqueles que vivem fora do alcance dos telemóveis,
  • 17:38 - 17:40
    aqueles que nunca viram um computador,
  • 17:40 - 17:43
    aqueles que não têm electricidade em casa.
  • 17:43 - 17:45
    Esta é a doença Konzo, sobre a qual passei 20 anos a prestar esclarecimentos em África.
  • 17:45 - 17:47
    Esta é a doença Konzo, sobre a qual passei 20 anos a prestar esclarecimentos em África.
  • 17:47 - 17:52
    Ocorre quando a raiz de mandioca, que é tóxica, é insuficientemente processada, em situações de fome.
  • 17:52 - 17:56
    É semelhante à pelagra, no Mississippi, nos anos 30.
  • 17:56 - 17:59
    É semelhante a outras doenças nutricionais.
  • 17:59 - 18:01
    Nunca vai afectar uma pessoa rica.
  • 18:01 - 18:04
    Vimo-la aqui em Moçambique.
  • 18:04 - 18:07
    Isto é a epidemia em Moçambique. Isto é a epidemia no norte da Tanzânia.
  • 18:07 - 18:09
    Nunca ouviram falar desta doença.
  • 18:09 - 18:11
    Mas são muitos mais do que os infectados com ébola,
  • 18:11 - 18:13
    os afectados por estas doenças.
  • 18:13 - 18:15
    Causam deficiências físicas por todo o mundo.
  • 18:15 - 18:17
    Nos últimos dois anos,
  • 18:17 - 18:19
    2000 pessoas tornaram-se deficientes físicas
  • 18:19 - 18:21
    no sul da região de Bandunda,
  • 18:21 - 18:23
    que costumava participar no tráfico ilegal de diamantes
  • 18:23 - 18:26
    feito pela UNITA, a qual dominava essa área de Angola,
  • 18:26 - 18:28
    e que agora desapareceu.
  • 18:28 - 18:30
    E estão agora em grandes dificuldades económicas.
  • 18:30 - 18:33
    Há uma semana, pela primeira vez,
  • 18:33 - 18:36
    passou a haver 4 linhas de Internet.
  • 18:36 - 18:39
    Não se deixem enganar pelo progresso das economias emergentes,
  • 18:39 - 18:42
    e pela grande capacidade
  • 18:42 - 18:44
    das pessoas dos países de rendimento médio
  • 18:44 - 18:46
    e dos países pacíficos com baixos rendimentos.
  • 18:46 - 18:48
    Mil milhões ainda vivem na miséria.
  • 18:48 - 18:50
    E precisamos de conceitos para além de
  • 18:50 - 18:53
    "países em desenvolvimento" ou "mundo em desenvolvimento".
  • 18:53 - 18:56
    Precisamos duma nova mentalidade. O mundo está a convergir.
  • 18:56 - 18:59
    Mas, mas, mas. Não os mil milhões do fundo,
  • 18:59 - 19:02
    esses são tão pobres como sempre foram.
  • 19:02 - 19:07
    Não é sustentável. E não vai acontecer à volta de uma super-potência.
  • 19:07 - 19:09
    Mas vocês continuarão a ser
  • 19:09 - 19:12
    uma das mais importantes super-potências.
  • 19:12 - 19:15
    E, por agora, a que oferece mais esperança.
  • 19:15 - 19:17
    E esta instituição
  • 19:17 - 19:19
    terá um papel crucial,
  • 19:19 - 19:21
    não para os Estados Unidos, mas para o mundo.
  • 19:21 - 19:24
    E, portanto, têm um nome muito desapropriado,
  • 19:24 - 19:26
    Departamento de Estado. Isto não é o Departamento de Estado.
  • 19:26 - 19:28
    É o Departamento Mundial.
  • 19:28 - 19:30
    E temos muita esperança em vocês. Muito obrigado,
  • 19:30 - 19:35
    (Aplausos)
Title:
Os meus dados vão mudar a vossa mentalidade
Speaker:
Hans Rosling
Description:

Falando no Departamento de Estado dos Estados Unidos, Hans Rosling usa o seu fascinante software de bolhas de dados para acabar com mitos acerca do mundo em desenvolvimento. Vejam novas análises à China e ao mundo pós-crise, misturadas com tradicionais apresentações de dados.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
19:37
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Let my dataset change your mindset
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Let my dataset change your mindset
Sérgio Lopes added a translation

Portuguese subtitles

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