As melhores estatísticas jamais vistas
-
0:01 - 0:05Há cerca de 10 anos, assumi a tarefa
de ensinar desenvolvimento global -
0:05 - 0:07a estudantes universitários suecos.
-
0:07 - 0:10Isto, depois de ter passado
cerca de 20 anos, -
0:10 - 0:14juntamente com instituições africanas,
a estudar a fome em África. -
0:14 - 0:17Portanto, de certo modo esperava-se
que eu soubesse um pouco sobre o mundo. -
0:17 - 0:21E criei, na universidade de medicina,
o Instituto Karolinska, -
0:21 - 0:24uma licenciatura chamada "Saúde Global".
-
0:25 - 0:27Quando aparece uma oportunidade destas,
ficamos nervosos. -
0:27 - 0:30Pensei: "Estes estudantes
que chegam até nós -
0:30 - 0:33"têm as melhores notas possíveis
no sistema universitário sueco. -
0:33 - 0:35"Talvez já saibam tudo
o que lhes vou ensinar". -
0:35 - 0:38Resolvi fazer-lhes um pré-teste
quando eles chegaram. -
0:38 - 0:42Uma das perguntas
com que aprendi muito foi esta: -
0:42 - 0:46"Qual é o país que tem a mais elevada
mortalidade infantil nestes cinco pares?" -
0:47 - 0:50E juntei-os de forma a que,
em cada par de países, -
0:50 - 0:53um deles tivesse o dobro
da mortalidade infantil do outro. -
0:54 - 0:57Isto significa que a diferença
era muito maior -
0:57 - 0:59do que a incerteza dos dados.
-
0:59 - 1:03Não vos vou testar, mas aqui
é a Turquia que é mais elevada, -
1:03 - 1:06a Polónia, a Rússia,
o Paquistão e a África do Sul. -
1:06 - 1:09E estes foram os resultados
dos estudantes suecos. -
1:09 - 1:13Assim obtive o intervalo de confiança,
bastante estreito, e fiquei feliz, claro. -
1:13 - 1:161,8 respostas certas em 5 possíveis.
-
1:16 - 1:19Isto significa que havia lugar
para um professor de saúde internacional -
1:19 - 1:21e para o meu curso.
-
1:21 - 1:22(Risos)
-
1:22 - 1:25Mas, uma noite,
quando estava a compilar o relatório, -
1:25 - 1:28é que me apercebi bem da minha descoberta.
-
1:28 - 1:34Mostrara que, estatisticamente,
os melhores estudantes suecos -
1:34 - 1:36sabem muito menos sobre o mundo
do que os chimpanzés... -
1:36 - 1:38(Risos)
-
1:38 - 1:41... porque os chimpanzés
acertariam em metade, -
1:41 - 1:44se eu lhes desse duas bananas
com o Sri Lanka e a Turquia. -
1:44 - 1:47Acertariam em metade dos casos.
Mas os alunos não. -
1:47 - 1:52O problema, para mim, não era a ignorância,
eram as ideias pré-concebidas. -
1:52 - 1:56Fiz também um estudo nada ético
dos professores do Instituto Karolinska -
1:56 - 1:57(Risos)
-
1:57 - 2:00— que atribui o Prémio Nobel da Medicina —
-
2:00 - 2:02e que estão ao nível dos chimpanzés.
-
2:02 - 2:04(Risos)
-
2:04 - 2:09Foi aí que me apercebi de que havia
mesmo necessidade de comunicar, -
2:09 - 2:12porque os dados sobre o que está
a acontecer no mundo -
2:12 - 2:15e sobre a saúde infantil de todos
os países, são muito conhecidos. -
2:15 - 2:18Criámos este programa
que o mostra desta forma: -
2:18 - 2:20cada bolha aqui é um país.
-
2:20 - 2:24Este país aqui é a China.
-
2:24 - 2:26Este é a Índia.
-
2:26 - 2:28O tamanho da bolha é a população,
-
2:28 - 2:31e neste eixo aqui
pus a taxa de fertilidade. -
2:31 - 2:34Porque o que os meus alunos disseram,
-
2:34 - 2:37quando olharam para o mundo
e eu lhes perguntei: -
2:37 - 2:39"O que pensam sobre o mundo?"
-
2:39 - 2:43— primeiro descobri que o livro de estudo
era, sobretudo, o Tintim — -
2:43 - 2:44(Risos)
-
2:44 - 2:47Eles responderam:
"O mundo ainda é 'nós' e 'eles'. -
2:47 - 2:50" 'Nós' é o mundo ocidental,
e 'eles' é o terceiro mundo." -
2:50 - 2:52"E o que querem dizer
com mundo ocidental?", perguntei. -
2:52 - 2:55"Bem, é vida longa e família pequena,
-
2:55 - 2:58"e o terceiro mundo
é vida curta e família numerosa." -
2:58 - 3:00Ora bem, isto é o que pude mostrar aqui.
-
3:00 - 3:04Pus a taxa de fertilidade aqui:
número de filhos por mulher. -
3:04 - 3:07Um, dois, três, quatro,
até mais de oito filhos por mulher. -
3:07 - 3:11Temos dados muito bons desde 1962
— por volta de 1960 — -
3:11 - 3:13sobre o tamanho das famílias
em todos os países. -
3:13 - 3:15A margem de erro é reduzida.
-
3:15 - 3:17Aqui, pus a esperança de vida à nascença,
-
3:17 - 3:20desde 30 anos, nalguns países,
até cerca de 70 anos. -
3:20 - 3:24Em 1962 havia realmente
aqui um grupo de países, -
3:24 - 3:26que eram países industrializados
-
3:26 - 3:29e que tinham famílias pequenas
e vidas longas. -
3:29 - 3:31E estes eram os países em desenvolvimento:
-
3:31 - 3:33tinham famílias grandes
e vidas relativamente curtas. -
3:33 - 3:38Agora, o que aconteceu desde 1962?
Queremos ver a mudança. -
3:38 - 3:41Estarão os alunos certos?
Existem, ainda, dois tipos de países? -
3:41 - 3:44Ou estes países em desenvolvimento
terão famílias mais pequenas e vivem aqui? -
3:44 - 3:47Ou terão eles vidas mais longas
e viverão ali em cima? -
3:47 - 3:49Vamos ver. Parámos o mundo.
-
3:49 - 3:51Tudo isto são estatísticas da ONU
que estão disponíveis. -
3:51 - 3:53Cá vamos. Conseguem ver ali?
-
3:53 - 3:56Ali é a China, a dirigir-se
para melhor saúde, a melhorar. -
3:56 - 3:59Os países latino-americanos, a verde,
caminham para famílias mais pequenas. -
3:59 - 4:02Os amarelos aqui são os países árabes,
-
4:02 - 4:06que ficam com vida mais longa,
mas não com famílias maiores. -
4:06 - 4:08Os africanos são os verdes em baixo.
Continuam aqui. -
4:08 - 4:11Esta é a Índia. A Indonésia
está a mover-se muito depressa. -
4:12 - 4:15Nos anos 80, temos o Bangladesh ali,
ainda entre os países africanos. -
4:15 - 4:18Mas, agora, o Bangladesh
— é um milagre que acontece nos anos 80: -
4:18 - 4:21os imãs começam a promover
o planeamento familiar. -
4:21 - 4:23Sobem para aquele canto.
-
4:23 - 4:26E nos anos 90, temos
a terrível epidemia de VIH -
4:26 - 4:30que diminui a esperança média de vida
dos países africanos -
4:30 - 4:33e todos os restantes sobem para o canto,
-
4:33 - 4:38onde temos vidas longas e famílias pequenas
e temos um mundo totalmente novo. -
4:38 - 4:41(Aplausos)
-
4:51 - 4:55Vou fazer uma comparação direta
entre os EUA e o Vietname. -
4:56 - 4:571964
-
4:57 - 5:00Os EUA tinham famílias
pequenas e vida longa. -
5:00 - 5:03o Vietname tinha famílias
grandes e vidas curtas. -
5:03 - 5:05E eis o que acontece.
-
5:05 - 5:10Os dados do período da guerra indicam que,
apesar de todas as mortes, -
5:10 - 5:13houve uma melhoria
na esperança média de vida. -
5:13 - 5:16No final do ano, começou
o planeamento familiar no Vietname, -
5:16 - 5:17para famílias mais pequenas.
-
5:17 - 5:20E os EUA, em cima,
estão a tornar a vida mais longa, -
5:20 - 5:21mantendo o tamanho das famílias.
-
5:21 - 5:25Nos anos 80, os vietnamitas
desistem do planeamento comunista -
5:25 - 5:26aderem à economia de mercado,
-
5:26 - 5:29e o país move-se mais depressa
do que a vida social. -
5:29 - 5:30E hoje temos, no Vietname,
-
5:30 - 5:35a mesma esperança de vida
e o mesmo tamanho de família, -
5:35 - 5:38aqui no Vietname, em 2003,
-
5:38 - 5:42que tínhamos nos EUA,
em 1974, no fim da guerra. -
5:42 - 5:46Penso que todos nós
— se não olharmos para os dados — -
5:46 - 5:49subestimamos a mudança tremenda
ocorrida na Ásia, -
5:49 - 5:54que foi a mudança social,
antes de vermos a mudança económica. -
5:54 - 5:58Vamos mudar para uma outra maneira,
em que possamos mostrar -
5:58 - 6:02a distribuição de rendimentos no mundo.
-
6:02 - 6:06Esta é a distribuição mundial
do rendimento da população. -
6:07 - 6:10Um dólar, 10 dólares
ou 100 dólares por dia. -
6:11 - 6:15Já não existe um fosso entre os ricos
e os pobres. Isso é um mito. -
6:15 - 6:17Há um pequeno pico aqui.
-
6:17 - 6:19Mas há pessoas de uma ponta à outra.
-
6:19 - 6:22E se analisarmos onde o rendimento acaba
-
6:23 - 6:27isto corresponde a 100%
do rendimento mundial anual. -
6:27 - 6:34E os 20% mais ricos
tiram daí cerca de 74%. -
6:34 - 6:39E os 20% mais pobres
ficam com cerca de 2%. -
6:39 - 6:43Isto mostra que o conceito de países
em desenvolvimento é muito duvidoso. -
6:44 - 6:45Pensamos em ajuda,
-
6:45 - 6:49estas pessoas aqui
a ajudar estas pessoas aqui. -
6:49 - 6:52Mas, no meio, temos a maior parte
da população mundial, -
6:52 - 6:55e eles têm agora 24% do rendimento.
-
6:55 - 6:57Ouvimos falar disso de outras formas.
-
6:57 - 6:59E quem são estes?
-
6:59 - 7:03Onde estão os diferentes países?
Posso mostrar-vos a África. -
7:03 - 7:05Isto é a África.
-
7:05 - 7:0810% da população mundial,
a maioria na pobreza. -
7:08 - 7:10Isto é a OCDE.
-
7:10 - 7:13Os países ricos.
O clube de campo das Nações Unidas. -
7:13 - 7:18Eles estão aqui deste lado. Uma grande
sobreposição entre a África e a OCDE. -
7:18 - 7:19E isto é a América Latina.
-
7:19 - 7:24Há de tudo neste mundo, dos mais pobres
aos mais ricos, na América Latina. -
7:24 - 7:27E por cima disto podemos
pôr a Europa de Leste, -
7:27 - 7:30a Ásia Oriental, e a Ásia do Sul.
-
7:30 - 7:33Como seria isto se recuássemos no tempo,
-
7:33 - 7:36até por volta de 1970?
-
7:36 - 7:38Existia um pico maior.
-
7:39 - 7:43E a maior parte dos que viviam
em pobreza absoluta eram asiáticos. -
7:43 - 7:46O problema do mundo
era a pobreza na Ásia. -
7:46 - 7:49E se eu agora deixar o mundo avançar,
-
7:49 - 7:52verão que, enquanto a população aumenta,
-
7:52 - 7:55há centenas de milhões na Ásia
que saem da pobreza -
7:55 - 7:57e outros que entram na pobreza.
-
7:57 - 7:59Este é o padrão que temos hoje.
-
7:59 - 8:01A melhor projeção do Banco Mundial
-
8:01 - 8:03é que vai acontecer isto,
-
8:03 - 8:05que não teremos um mundo dividido.
-
8:05 - 8:07Teremos a maioria das pessoas no meio.
-
8:07 - 8:09Claro que isto é uma escala logarítmica,
-
8:09 - 8:12mas o nosso conceito de economia
é crescimento com percentagem. -
8:12 - 8:18Olhamos para isto como uma possibilidade
de aumento percentual. -
8:18 - 8:22Se eu mudar isto, e considerar o PIB
per capita, em vez do rendimento familiar, -
8:22 - 8:26e transformar estes dados individuais
-
8:26 - 8:29em dados regionais
de produto interno bruto, -
8:29 - 8:32e considerar estas regiões aqui em baixo
-
8:32 - 8:34— o tamanho da bolha
continua a ser a população. -
8:34 - 8:37Temos a OCDE aqui
e a África subsariana ali, -
8:37 - 8:39e tiramos os estados árabes dali,
-
8:39 - 8:43que vêm tanto de África
como da Ásia, e separamo-los, -
8:43 - 8:48e podemos expandir este eixo,
e posso dar-lhe uma nova dimensão aqui, -
8:48 - 8:52adicionando os valores sociais ali,
a sobrevivência infantil. -
8:52 - 8:54Agora, tenho dinheiro naquele eixo
-
8:54 - 8:56e ali a possibilidade
de sobrevivência das crianças. -
8:56 - 9:00Nalguns países, 99,7% das crianças
sobrevivem até aos 5 anos. -
9:00 - 9:02Noutros, apenas 70%.
-
9:02 - 9:04E aqui parece haver um fosso
-
9:04 - 9:09entre a OCDE, a América Latina,
a Europa de Leste, a Ásia Oriental, -
9:09 - 9:13os Estados árabes, a Ásia do Sul
e a África subsaariana. -
9:13 - 9:17A linearidade é muito forte entre
a sobrevivência infantil e o dinheiro. -
9:18 - 9:21Mas vou dividir a África subsaariana.
-
9:21 - 9:26A saúde está ali, e a saúde melhor
está lá em cima. -
9:26 - 9:30Posso chegar aqui e dividir a África
subsaariana nos seus países. -
9:30 - 9:35O tamanho da bolha de cada país
é o tamanho da população. -
9:35 - 9:38A Serra Leoa, ali em baixo.
As Maurícias estão lá em cima. -
9:38 - 9:40As Maurícias foram o primeiro país
-
9:40 - 9:42a livrar-se das barreiras comerciais,
-
9:42 - 9:45e puderam vender o seu açúcar,
e puderam vender os seus têxteis -
9:45 - 9:48em termos iguais aos da Europa e dos EUA.
-
9:49 - 9:52Há diferenças enormes dentro da África.
O Gana está aqui no meio. -
9:53 - 9:55Na Serra Leoa, há ajuda humanitária.
-
9:55 - 9:59Aqui, no Uganda,
apoio ao desenvolvimento. -
9:59 - 10:02Aqui, é tempo de investir;
ali podemos ir de férias. -
10:02 - 10:05Há uma variação tremenda
no seio de África, -
10:05 - 10:08que raramente consideramos
— pensamos ser tudo igual. -
10:08 - 10:12Posso dividir a Ásia do Sul aqui.
A Índia é a bolha grande no meio. -
10:12 - 10:16Mas há uma grande diferença
entre o Afeganistão e o Sri Lanka. -
10:17 - 10:19Posso dividir os Estados árabes.
Como estão eles? -
10:19 - 10:23O mesmo clima, a mesma cultura,
a mesma religião — uma diferença enorme. -
10:23 - 10:25Mesmo entre vizinhos.
-
10:25 - 10:26No Iémen, guerra civil.
-
10:26 - 10:30Nos Emirados Árabes Unidos, dinheiro
que foi bastante bem usado. -
10:30 - 10:32Não de acordo com o mito.
-
10:32 - 10:35Isto inclui todos os filhos
dos trabalhadores estrangeiros -
10:35 - 10:37que estão no país.
-
10:37 - 10:39Os dados são melhores do que se pensa.
-
10:39 - 10:41Muitos dizem que os dados são maus.
-
10:41 - 10:44Há uma margem de incerteza,
mas vemos aqui a diferença: -
10:44 - 10:46Camboja, Singapura.
-
10:46 - 10:49As diferenças são muito maiores
do que a fragilidade dos dados. -
10:49 - 10:53Europa de Leste: economia soviética
durante um longo período, -
10:53 - 10:56mas surgem, 10 anos depois,
com muitas, muitas diferenças. -
10:56 - 10:59E ali está a América Latina.
-
10:59 - 11:01Hoje, não temos que ir a Cuba
-
11:01 - 11:03para encontrar um país saudável
na América Latina. -
11:03 - 11:07O Chile terá uma mortalidade infantil
menor que Cuba dentro de poucos anos. -
11:07 - 11:11E aqui temos os países ricos da OCDE.
-
11:11 - 11:14Aqui temos o padrão do mundo inteiro,
-
11:14 - 11:17que é mais ou menos assim.
-
11:17 - 11:20E se olharmos para ele,
para o aspeto do mundo, -
11:22 - 11:24em 1960, começa a mover-se.
-
11:24 - 11:251960
-
11:25 - 11:28Aqui é Mao Tsé-Tung.
Ele trouxe saúde à China. -
11:28 - 11:29E depois morreu.
-
11:29 - 11:32Depois veio Deng Xiaoping
que trouxe dinheiro à China, -
11:32 - 11:34trouxe-os para a ribalta novamente.
-
11:34 - 11:38Já vimos como os países se movem assim,
em diferentes direções, -
11:38 - 11:44pelo que é difícil conseguir um país
-
11:44 - 11:46que exemplifique o padrão do mundo.
-
11:46 - 11:52Mas gostaria de recuar até aqui, a 1960.
-
11:53 - 11:55Gostava de comparar,
-
11:58 - 12:03a Coreia do Sul, que é esta,
com o Brasil, que é este. -
12:04 - 12:06A legenda aqui desapareceu.
-
12:06 - 12:09Gostava de comparar o Uganda,
que está ali. -
12:10 - 12:13Posso fazer isto avançar, assim.
-
12:13 - 12:19podem ver como a Coreia do Sul
-
12:19 - 12:22está a ter um avanço muito rápido,
-
12:22 - 12:25enquanto o Brasil é muito mais lento.
-
12:25 - 12:30Se recuarmos novamente,
e lhes pusermos rastos, -
12:30 - 12:35podem ver novamente
que a velocidade do desenvolvimento -
12:35 - 12:37é muito, muito diferente
-
12:37 - 12:41e que os países se movem mais ou menos
-
12:41 - 12:44ao mesmo ritmo que o dinheiro e a saúde.
-
12:44 - 12:46Mas parece que se podem mover
muito mais depressa -
12:46 - 12:50se primeiro forem saudáveis,
do que se forem ricos primeiro. -
12:50 - 12:54Para o mostrar, podemos acrescentar
os Emirados Árabes Unidos. -
12:54 - 12:56Eles vieram daqui,
um país rico em minerais. -
12:56 - 12:59Aproveitaram o petróleo todo,
conseguiram o dinheiro todo; -
12:59 - 13:02mas a saúde não se pode
comprar no supermercado. -
13:02 - 13:05É preciso investir na saúde.
escolarizar as crianças. -
13:05 - 13:08É preciso formar profissionais de saúde.
educar a população. -
13:08 - 13:10E o Xeque Sayed fê-lo
de uma forma francamente boa. -
13:10 - 13:14Apesar da queda dos preços do petróleo,
trouxe este país até cá acima. -
13:14 - 13:18Assim, temos uma imagem
de um mundo mais desenvolvido, -
13:18 - 13:21em que todos os países
tendem a usar o seu dinheiro -
13:21 - 13:23melhor do que o usaram no passado.
-
13:24 - 13:29Se olharem para os dados
médios dos países, -
13:29 - 13:32eles são mais ou menos assim.
-
13:33 - 13:36Agora, é perigoso usar dados médios,
-
13:36 - 13:40porque há uma grande diferença
no seio dos países. -
13:40 - 13:45Por isso, se olharmos para aqui,
vemos que o Uganda hoje -
13:45 - 13:49está onde a Coreia do Sul esteve em 1960.
-
13:49 - 13:53Se eu dividir o Uganda,
há uma grande diferença lá dentro. -
13:53 - 13:55Há os quintis do Uganda.
-
13:55 - 13:57É ali que estão os 20%
ugandeses mais ricos. -
13:57 - 13:59Os mais pobres estão ali em baixo.
-
13:59 - 14:01Se dividir a África do Sul, fica assim.
-
14:01 - 14:04E se descer e observar a Nigéria,
-
14:04 - 14:07onde houve uma terrível crise de fome,
-
14:07 - 14:09no final, fica assim.
-
14:09 - 14:12Os 20% mais pobres da Nigéria
ficam aqui de fora, -
14:12 - 14:15e os 20% mais ricos
da África do Sul estão ali. -
14:15 - 14:19Contudo, temos tendência a discutir
que soluções deveria haver para África. -
14:19 - 14:22Em África há de tudo
o que existe no mundo. -
14:22 - 14:25Não podemos falar de acesso universal
a medicação para o VIH -
14:25 - 14:27para este quintil aqui em cima
-
14:27 - 14:30com a mesma estratégia
que para os daqui debaixo. -
14:30 - 14:33As melhorias, no mundo,
devem ser altamente contextualizadas, -
14:33 - 14:37e não é relevante
fazê-lo a nível regional. -
14:37 - 14:39Devemos fazê-lo com maior detalhe.
-
14:39 - 14:42Os estudantes ficam muito entusiasmados
quando podem usar isto. -
14:43 - 14:46E mais ainda, os políticos
e os setores corporativos -
14:46 - 14:50gostariam de ver como
o mundo está a mudar. -
14:50 - 14:52Agora, porque é que isto não acontece?
-
14:52 - 14:54Por que razão não usamos
os dados que temos? -
14:54 - 14:58Temos dados nas Nações Unidas,
nas agências nacionais de estatísticas, -
14:58 - 15:01nas universidades e noutras
organizações não governamentais. -
15:01 - 15:04Porque os dados estão escondidos
nas bases de dados. -
15:04 - 15:08O público está aí, a Internet está aí,
mas ainda não usámos isto eficazmente. -
15:08 - 15:11Todas as informações que vimos
a mudar no mundo -
15:11 - 15:14não incluem estatísticas
financiadas pelo estado. -
15:14 - 15:21Há algumas páginas web como esta,
mas elas alimentam-se das bases de dados, -
15:21 - 15:24mas as pessoas colocam-lhes preços,
palavras-passe estúpidas -
15:24 - 15:27e estatísticas maçadoras.
-
15:27 - 15:28(Aplausos)
-
15:28 - 15:30E isso não funciona.
-
15:31 - 15:34Por isso, o que é preciso?
Temos as bases de dados. -
15:34 - 15:36Não precisamos de novas bases de dados.
-
15:36 - 15:40Temos ferramentas de "design" excelentes,
e cada vez há mais. -
15:40 - 15:43Por isso, demos início
a uma empresa sem fins lucrativos -
15:43 - 15:46a que chamámos Gapminder
-
15:46 - 15:48nome inspirado
no metropolitano de Londres, -
15:48 - 15:50onde há o aviso "cuidado com o desnível".
-
15:50 - 15:52Pensámos que Gapminder era apropriado.
-
15:52 - 15:56E começámos a escrever programas
que pudessem ligar os dados desta forma. -
15:56 - 15:58Não foi muito difícil.
-
15:58 - 16:01Demorou uns anos-pessoa
e criámos animações. -
16:02 - 16:04Podemos pegar num conjunto
de dados e colocá-los ali. -
16:04 - 16:08Estamos a facultar dados
de organizações das Nações Unidas. -
16:08 - 16:12Alguns países aceitam que as suas bases
de dados sejam divulgadas ao mundo, -
16:12 - 16:16mas do que realmente precisamos,
é de uma função de pesquisa. -
16:16 - 16:19Uma função de pesquisa
que nos permita copiar os dados -
16:19 - 16:22para um formato passível de pesquisa
e divulgá-los ao mundo. -
16:22 - 16:24O que ouvimos quando andamos por aí?
-
16:24 - 16:28Eu fiz antropologia nas principais
unidades de estatística. Todos dizem: -
16:28 - 16:30"É impossível. Não se consegue.
-
16:30 - 16:33"As nossas informações são
muito específicas quanto aos detalhes. -
16:33 - 16:36"Não podem ser pesquisadas como as outras.
-
16:36 - 16:38"Não podemos fornecer
os dados gratuitamente -
16:38 - 16:41"aos estudantes e aos empresários."
-
16:41 - 16:44Mas era isso que nós gostaríamos de ver.
-
16:44 - 16:47Os dados publicamente financiados
estão aqui em baixo. -
16:47 - 16:50E gostaríamos que as flores
crescessem na Net. -
16:50 - 16:53E um dos pontos fundamentais
é torná-los passíveis de pesquisa, -
16:53 - 16:55e depois as pessoas poderem usar
-
16:55 - 16:58as diferentes ferramentas
de "design" para os animar. -
16:58 - 17:00Mas vou dar-vos uma boa notícia.
-
17:00 - 17:05O atual dirigente das Estatísticas
das NU não diz que é impossível. -
17:05 - 17:08Diz apenas: "Não conseguimos fazer isso."
-
17:08 - 17:11(Risos)
-
17:11 - 17:13É um sujeito bastante esperto.
-
17:13 - 17:15(Risos)
-
17:15 - 17:19Portanto, prevemos muitas novidades
em relação aos dados nos próximos anos. -
17:19 - 17:22Poderemos observar
as distribuições de rendimentos -
17:22 - 17:25de formas completamente diferentes.
-
17:25 - 17:29Esta é a distribuição
de rendimentos na China, em 1970. -
17:29 - 17:34A distribuição de rendimentos
nos Estados Unidos, 1970. -
17:34 - 17:38Quase sem sobreposição. E o que aconteceu?
-
17:38 - 17:43Aconteceu isto: a China está a crescer,
já não é tão igual, -
17:43 - 17:47e está a aparecer aqui,
a olhar para os EUA. -
17:47 - 17:49Quase como um fantasma, não é?
-
17:49 - 17:51(Risos)
-
17:51 - 17:53É bastante assustador.
-
17:53 - 17:56(Risos)
-
17:58 - 18:02Mas penso que é muito importante
termos toda esta informação. -
18:02 - 18:04Precisamos mesmo de olhar para ela.
-
18:05 - 18:07E em lugar de olhar para isto,
-
18:07 - 18:13vou terminar mostrando a permilagem
de utilizadores da Internet. -
18:13 - 18:15Neste programa,
temos acesso com facilidade -
18:15 - 18:18a 500 variáveis de todos os países.
-
18:18 - 18:21Leva algum tempo a mudar para isto,
-
18:21 - 18:24mas, nos eixos, podemos
conseguir muito facilmente -
18:24 - 18:27qualquer variável que se queira.
-
18:27 - 18:32A questão seria conseguir ter acesso
às bases de dados gratuitamente, -
18:32 - 18:35torná-las passíveis de pesquisa
e, com um segundo clique, -
18:35 - 18:37transformá-las em formato de gráfico,
-
18:37 - 18:40onde pudessem ser
instantaneamente compreendidas. -
18:40 - 18:44Os estatísticos não gostam disso,
dizem que isto -
18:47 - 18:50não mostrará a realidade.
-
18:50 - 18:52Dizem que temos que usar
métodos estatísticos, analíticos. -
18:52 - 18:54Mas isto é um gerador de hipóteses.
-
18:54 - 18:57Termino, agora, com o mundo.
-
18:57 - 18:59Aí está a Internet a surgir.
-
18:59 - 19:01O número de utilizadores da Internet
está a subir assim. -
19:01 - 19:03Este é o PIB per capita.
-
19:03 - 19:07Trata-se de uma nova tecnologia a surgir,
mas depois, espantosamente, -
19:07 - 19:11que bem que se adapta
à economia dos países. -
19:11 - 19:14É por isso que o computador de 100 dólares
será tão importante. -
19:14 - 19:15Mas é uma boa tendência.
-
19:15 - 19:18É como se o mundo
se estivesse a nivelar, não é? -
19:18 - 19:21Estes países estão a elevar-se
mais do que a economia -
19:21 - 19:24e será muito interessante
seguir isto ao longo do ano, -
19:24 - 19:25como gostaria que pudessem fazer
-
19:25 - 19:27com todos os dados
publicamente financiados. -
19:27 - 19:29Muito obrigado.
-
19:29 - 19:31(Aplausos)
- Title:
- As melhores estatísticas jamais vistas
- Speaker:
- Hans Rosling
- Description:
-
Nunca se viram dados apresentados desta maneira. Com o dramatismo e o ímpeto de um comentador desportivo, o guru da Estatística, Hans Rosling, desfaz mitos acerca do tão chamado "mundo em desenvolvimento".
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 19:33
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The best stats you've ever seen | |
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Ilona Bastos added a translation |