O guia dos entusiastas para a aprendizagem online de todas as coisas
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0:01 - 0:03Eis um mapa do estado de Nova Iorque
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0:03 - 0:06feito em 1937,
pela General Drafting Company. -
0:06 - 0:10É um mapa muito famoso
entre os entusiastas da cartografia, -
0:10 - 0:13porque aqui no sopé
das montanhas Catskill, -
0:13 - 0:15há uma cidadezinha chamada Roscoe
-
0:15 - 0:17— isto é mais fácil se eu puser ali —
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0:17 - 0:21Ali está Roscoe e, logo acima,
está Rockland, Nova Iorque. -
0:21 - 0:25Mais para cima está a
pequena cidade de Agloe, Nova Iorque. -
0:25 - 0:28Agloe é muito famosa para os cartógrafos,
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0:28 - 0:30porque é uma cidade de papel.
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0:30 - 0:33É uma armadilha de direitos de autor.
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0:33 - 0:36Como o meu mapa de Nova Iorque
e o vosso mapa de Nova Iorque -
0:36 - 0:39vão ser muito semelhantes,
por causa do formato de Nova Iorque -
0:39 - 0:44frequentemente, os cartógrafos inserem
lugares que não existem nos seus mapas, -
0:44 - 0:46para proteger os seus direitos de autor.
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0:46 - 0:49Porque, se o meu lugar fictício
aparecer no vosso mapa, -
0:49 - 0:52eu posso ter a certeza absoluta
que vocês mo roubaram. -
0:53 - 0:58Agloe é um anagrama das iniciais
dos criadores deste mapa, -
0:58 - 1:00Ernest Alpers e Otto Lindberg.
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1:00 - 1:03Eles lançaram este mapa em 1937.
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1:03 - 1:07Décadas depois,
Rand McNally lança um mapa -
1:07 - 1:11com Agloe, Nova Iorque
exatamente no mesmo cruzamento -
1:11 - 1:14entre duas estradas de terra
no meio do nada. -
1:14 - 1:17Bom, vocês podem imaginar
a alegria na General Drafting. -
1:17 - 1:21Eles imediatamente ligam
para Rand McNally e dizem: -
1:21 - 1:24"Apanhámos-te!
Nós inventámos Agloe, Nova Iorque. -
1:24 - 1:27"É um lugar fictício.
Uma cidade de papel. -
1:27 - 1:29"Vamos processar-te!"
-
1:29 - 1:31E Rand McNally diz:
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1:31 - 1:34"Não, não. Agloe existe!"
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1:35 - 1:39Como as pessoas passavam por
este cruzamento de estradas de terra... -
1:39 - 1:40(Risos)
-
1:40 - 1:45... no meio do nada, esperando encontrar
um lugar chamado Agloe, -
1:45 - 1:48alguém resolveu construir
um lugar com este nome. -
1:48 - 1:49(Risos)
-
1:49 - 1:53Tinha um posto de gasolina,
um armazém e duas casas, no seu auge. -
1:53 - 1:55(Risos)
-
1:56 - 2:00Isto é uma metáfora irresistível
para um escritor. -
2:01 - 2:05Pois adoraríamos acreditar
que o que colocamos no papel -
2:05 - 2:08pode de facto mudar
o mundo em que vivemos. -
2:08 - 2:10Por isso o meu livro chama-se
"Cidades de Papel". -
2:10 - 2:15Mais interessante do que
o meio em que isto aconteceu, -
2:15 - 2:17é o fenómeno em si.
-
2:18 - 2:22É fácil dizer que o mundo modela
os nossos mapas, certo? -
2:22 - 2:26O formato geral do mundo
obviamente vai afetar os nossos mapas. -
2:27 - 2:29Mas o que acho mais interessante
-
2:29 - 2:33é que a maneira como mapeamos o mundo,
também o transforma. -
2:34 - 2:39Porque o mundo seria diferente
se o norte fosse para baixo. -
2:39 - 2:41O mundo seria um lugar diferente
-
2:41 - 2:44se o Alasca e a Rússia não estivessem
em lados opostos do mapa. -
2:44 - 2:46O mundo seria um lugar diferente
-
2:46 - 2:49se projetássemos a Europa
no seu tamanho real. -
2:50 - 2:54O mundo é transformado
pelos nossos mapas do mundo. -
2:54 - 2:59A maneira como escolhemos
a nossa iniciativa cartográfica pessoal -
2:59 - 3:02também modela o mapa da nossa vida,
-
3:02 - 3:04que, por sua vez, modela a nossa vida.
-
3:04 - 3:09Acredito que o que mapeamos
modifica a vida que levamos. -
3:09 - 3:13Não quero dizer isso num sentido clichê,
-
3:13 - 3:16tipo "o pensamento positivo
cura o cancro". -
3:16 - 3:23Mas acredito sim que, apesar de os mapas
não mostrarem aonde vamos na vida, -
3:23 - 3:25eles mostram onde podemos ir.
-
3:25 - 3:30Raramente iremos a um lugar
que não está no nosso mapa pessoal. -
3:30 - 3:33Eu era um péssimo aluno,
quando criança. -
3:33 - 3:36A minha média era sempre muito baixa.
-
3:37 - 3:40Acho que o motivo
para eu ser um péssimo aluno -
3:40 - 3:42é que, para mim, estudar
era apenas uma série de obstáculos -
3:42 - 3:45que tinham sido colocados na minha frente
-
3:45 - 3:48e que eu tinha que ultrapassar
para conseguir ser adulto. -
3:48 - 3:51Eu não queria ultrapassar
esses obstáculos, -
3:51 - 3:54porque eles pareciam-me
muito arbitrários, por isso não saltava. -
3:54 - 3:57As pessoas ameaçavam-me,
diziam coisas tipo: -
3:57 - 3:59"Isso vai sujar a tua ficha",
-
3:59 - 4:01ou "Nunca vais conseguir
um bom emprego". -
4:01 - 4:03Eu não queria um bom emprego!
-
4:03 - 4:06Tanto quanto sabia,
aos 11 ou 12 anos, -
4:06 - 4:09as pessoas com "bons empregos"
acordavam muito cedo. -
4:09 - 4:11(Risos)
-
4:11 - 4:15Os homens que tinham "bons empregos",
a primeira coisa que faziam -
4:15 - 4:19era amarrar uma peça de roupa
estranguladora em volta do pescoço. -
4:20 - 4:22Colocavam forcas neles mesmos
-
4:22 - 4:25e iam para o emprego.
-
4:25 - 4:28Esta não é uma receita
para uma vida feliz. -
4:28 - 4:32Estas pessoas — na minha imaginação
obcecada por símbolos dos 12 anos — -
4:32 - 4:34que estavam a enforcar-se
-
4:34 - 4:37de manhã cedo todos os dias,
-
4:37 - 4:39não podiam ser felizes.
-
4:39 - 4:41Porque é que eu havia de querer
ultrapassar obstáculos -
4:41 - 4:43e considerar isso como uma meta?
-
4:43 - 4:45Era uma meta terrível!
-
4:45 - 4:49Então, no ensino secundário,
fui para esta escola, -
4:49 - 4:51a Indian Springs School,
um pequeno internato, -
4:51 - 4:53perto de Birmingham, Alabama.
-
4:53 - 4:57E de repente, tornei-me num aprendiz.
-
4:57 - 4:59Tornei-me num aprendiz,
porque me encontrei -
4:59 - 5:01numa comunidade de aprendizes.
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5:01 - 5:03Encontrei-me cercado de pessoas
-
5:03 - 5:06que celebravam intelectualismo
e envolvimento -
5:06 - 5:10e que pensavam que o meu
desprendimento irónico — tão fixe! — -
5:10 - 5:12não era esperto nem engraçado,
-
5:12 - 5:16mas uma resposta simples
e desinteressante -
5:16 - 5:19a problemas muito complicados
e convincentes. -
5:19 - 5:21Então comecei a aprender,
pois aprender era fixe. -
5:21 - 5:25Aprendi que alguns conjuntos infinitos
são maiores do que outros. -
5:25 - 5:29Aprendi o que é um pentâmetro jâmbico
e porque soa tão bem aos ouvidos humanos. -
5:29 - 5:32Aprendi que a Guerra Civil
foi um conflito de nacionalização. -
5:32 - 5:34Aprendi um pouco de física.
-
5:34 - 5:37Aprendi que não devemos confundir
correlação com causalidade -
5:37 - 5:39— a propósito, tudo isso
-
5:39 - 5:43enriqueceu a minha vida diariamente.
-
5:43 - 5:46É verdade que eu não uso
muito disso para o meu "trabalho", -
5:46 - 5:48mas para mim,
não é disso que se trata. -
5:48 - 5:50Trata-se de cartografia.
-
5:50 - 5:52O que é o processo da cartografia?
-
5:52 - 5:56É navegar até chegar a uma terra e pensar:
-
5:56 - 5:58"Acho que vou desenhar
este pedaço de terra". -
5:58 - 6:01E depois pensar:
"Talvez haja mais terra para desenhar". -
6:01 - 6:03Foi aí que a aprendizagem
começou para mim. -
6:03 - 6:06Na verdade, tive professores
que não desistiram de mim, -
6:06 - 6:08e tive muita sorte
de ter esses professores, -
6:08 - 6:12porque fartei-me de lhes dar motivos
para não investirem em mim. -
6:13 - 6:16Mas muito do que aprendi
no ensino secundário -
6:16 - 6:19não foi no que acontecia
dentro da sala de aula, -
6:19 - 6:22mas no que acontecia fora da sala.
-
6:22 - 6:23Por exemplo, posso falar
-
6:23 - 6:26que "Há na luz uma certa obliquidade,
nas tardes hibernais, -
6:26 - 6:28"Que nos oprime como o peso
dos sons nas catedrais ", -
6:28 - 6:32não porque tenha memorizado
os poemas de Emily Dickinson -
6:32 - 6:33no ensino secundário,
-
6:33 - 6:36mas porque havia uma rapariga,
-
6:36 - 6:38chamada Amanda,
por quem eu tinha uma queda. -
6:38 - 6:41E ela gostava da poesia
da Emily Dickinson. -
6:41 - 6:43O motivo por que eu sei
o que é o custo da oportunidade -
6:43 - 6:47é que um dia eu estava a jogar
o Super Mario Kart no meu sofá, -
6:47 - 6:49o meu amigo Emmet entrou e perguntou:
-
6:49 - 6:51"Há quanto tempo estás a jogar
o Super Mario Kart?" -
6:51 - 6:55Respondi: "Não sei,
umas seis horas?" e ele disse: -
6:55 - 6:58"Se tivesses trabalhado numa gelataria
durante essas seis horas, -
6:58 - 7:00"terias ganho 30 dólares.
-
7:00 - 7:03"De certo modo, acabas de pagar 30 dólares
para jogar o Super Mario Kart". -
7:03 - 7:06E eu disse: "Aceitaria essa oferta".
-
7:06 - 7:08(Risos)
-
7:08 - 7:12Mas aprendi o que é
o custo de oportunidade. -
7:13 - 7:17Ao longo do caminho,
o mapa da minha vida foi ficando melhor. -
7:17 - 7:20Ficou maior; com mais lugares.
-
7:20 - 7:22Havia mais coisas que podiam acontecer,
-
7:22 - 7:24mais futuros que eu podia ter.
-
7:25 - 7:28Não foi um processo de aprendizagem
formal e organizado, -
7:28 - 7:30não tenho problema em admitir isso.
-
7:30 - 7:33Era irregular, inconsistente,
havia muita coisa que eu não sabia. -
7:33 - 7:35Eu podia conhecer
a ideia de Cantor -
7:35 - 7:38de que alguns conjuntos infinitos
são maiores que outros, -
7:38 - 7:41mas eu não entendia
o cálculo por detrás desta ideia. -
7:41 - 7:43Podia saber o que era o
custo da oportunidade, -
7:43 - 7:45mas não conhecia
a lei dos rendimentos decrescentes. -
7:45 - 7:48Mas o que é giro em imaginar
a aprendizagem como cartografia, -
7:48 - 7:52e não como vários obstáculos arbitrários
que temos que ultrapassar, -
7:52 - 7:55é que vemos um pedaço do litoral
e isso faz com que queiramos ver mais. -
7:55 - 7:58Assim, eu agora já sei
um pouco do cálculo -
7:58 - 8:00por detrás de tudo isso.
-
8:00 - 8:02Eu tinha uma comunidade
de aprendizagem no secundário, -
8:02 - 8:04e depois fui para outra na faculdade,
-
8:04 - 8:06e depois fui para outra,
-
8:06 - 8:08quando comecei a trabalhar
na revista "Booklist", -
8:08 - 8:11onde eu era assistente, cercado
por pessoas espantosamente instruídas. -
8:11 - 8:13Então, escrevi um livro.
-
8:13 - 8:15E, como todos escritores
sonham em fazer, -
8:15 - 8:17rapidamente saí do meu emprego.
-
8:17 - 8:19(Risos)
-
8:19 - 8:21Pela primeira vez
desde o ensino secundário, -
8:21 - 8:25fiquei sem uma comunidade
de aprendizagem, e foi triste. -
8:25 - 8:27Eu odiava isso.
-
8:27 - 8:30Eu li muito durante
este período de dois anos. -
8:30 - 8:32Li livros sobre Estaline,
-
8:32 - 8:35e sobre como o povo uzbeque
veio a se identificar como muçulmano. -
8:35 - 8:38Li livros sobre
como fazer bombas atómicas, -
8:38 - 8:41mas só parecia que estava
a criar os meus próprios obstáculos -
8:41 - 8:45e depois a ultrapassá-los,
em vez de sentir a emoção -
8:45 - 8:48de fazer parte duma
comunidade de aprendizes, -
8:48 - 8:51de pessoas envolvidas em conjunto
nesta iniciativa cartográfica -
8:51 - 8:55de tentar entender melhor
e mapear o mundo à nossa volta. -
8:56 - 8:58Então, em 2006, conheci este tipo.
-
8:58 - 9:00O nome dele é Ze Frank.
-
9:00 - 9:02Eu não o conheci de facto,
só na Internet. -
9:02 - 9:07O Ze Frank, na época, tinha um programa
chamado "The Show with Ze Frank", -
9:07 - 9:09e eu descobri esse programa.
-
9:09 - 9:12Foi desta maneira que voltei
a ser um aprendiz em comunidade. -
9:12 - 9:15Aqui está o Ze a falar sobre Las Vegas:
-
9:16 - 9:19(Vídeo) Ze Frank: Las Vegas foi construída
no meio de um deserto enorme. -
9:19 - 9:22Quase tudo aqui foi
trazido de outros lugares -
9:22 - 9:24— o tipo de pedras, as árvores,
as cachoeiras. -
9:24 - 9:27Estes peixes estão tão fora de lugar,
quanto o meu porco voador. -
9:27 - 9:30Em contraste com o deserto escaldante
que envolve este lugar, -
9:30 - 9:32estão estas pessoas.
-
9:32 - 9:35Reconstruíram aqui coisas de todo o mundo,
longe da sua história -
9:35 - 9:37e longe dos seus povos.
-
9:37 - 9:40Foram feitas melhorias
— até a Esfinge ganhou um novo nariz. -
9:40 - 9:43Aqui não há razão para sentir que
falta alguma coisa. -
9:43 - 9:47Esta Nova Iorque tem o mesmo significado
para mim que tem para todo o mundo. -
9:47 - 9:50Está tudo fora do contexto,
e isso permite tudo: -
9:50 - 9:53Auto estacionamento
centro de eventos, recife de tubarões. -
9:53 - 9:56Esta fabricação de um lugar
é uma das maiores façanhas do mundo, -
9:56 - 9:58pois como ninguém lhe pertence;
todos lhe pertencem. -
9:58 - 10:01Enquanto passeava, esta manhã,
percebi que muitos prédios -
10:01 - 10:04são enormes espelhos que refletem o sol
em direção ao deserto. -
10:04 - 10:06Mas ao contrário dos espelhos comuns
-
10:06 - 10:09que nos apresentam a nossa imagem
incorporada num lugar, -
10:09 - 10:10estes espelhos voltam vazios.
-
10:10 - 10:12JG: Fico com saudades dos dias
-
10:12 - 10:14em que era possível ver os pixéis
nos vídeos online. -
10:14 - 10:16(Risos)
-
10:16 - 10:20O Ze não é apenas um intelectual, é também
um brilhante criador de comunidades. -
10:20 - 10:22As comunidades construídas
em volta destes vídeos -
10:22 - 10:25eram, em muitos aspetos,
comunidade de aprendizes. -
10:25 - 10:29Jogámos xadrez colaborativo
contra o Ze Frank e ganhámos-lhe. -
10:29 - 10:33Organizámo-nos para levar um rapaz
numa viagem de carro pelos EUA. -
10:33 - 10:35Transformámos a Terra
numa sanduíche, -
10:35 - 10:38com uma pessoa a segurar
num pedaço de pão dum lado da Terra -
10:38 - 10:41e, no ponto exatamente oposto,
-
10:41 - 10:43outra pessoa a segurar
noutro pedaço de pão. -
10:44 - 10:50Eu sei que são ideias tolas,
mas elas geram aprendizagem -
10:50 - 10:52e isso era muito empolgante para mim.
-
10:52 - 10:55E se formos online, encontramos
comunidades deste tipo por toda a parte. -
10:55 - 10:57Sigam o tag de cálculo no Tumblr,
-
10:57 - 11:00e sim, verão pessoas
a reclamar sobre cálculo, -
11:00 - 11:02mas também verão pessoas
"reblogando" essas reclamações, -
11:02 - 11:06argumentando que o cálculo
é interessante e bonito. -
11:06 - 11:10Aqui há uma maneira de pensar
num problema que achamos insolúvel. -
11:10 - 11:12Podemos ir a sites como o Reddit,
e achar sub-Reddits, -
11:12 - 11:15como "Pergunte a um Historiador"
ou "Pergunte à Ciência", -
11:15 - 11:18onde podemos perguntar
a pessoas dessas áreas -
11:18 - 11:20uma enorme variedade de perguntas,
-
11:20 - 11:22das mais sérias às mais tolas.
-
11:22 - 11:25Mas para mim, as comunidades
mais interessantes de aprendizes -
11:25 - 11:28que estão a crescer na Internet
agora mesmo, estão no YouTube. -
11:28 - 11:30Eu sei que sou tendencioso,
-
11:30 - 11:34mas acho que o YouTube
se parece com uma sala de aula. -
11:34 - 11:36Assistam, por exemplo,
ao "Minute Physics". -
11:36 - 11:39Um tipo que está a ensinar
física ao mundo. -
11:39 - 11:40(Vídeo)
Vamos diretos ao assunto. -
11:40 - 11:44A partir de julho de 2012,
o bosão de Higgs é a última peça essencial -
11:44 - 11:47do modelo da física de partículas,
descoberto experimentalmente. -
11:47 - 11:49Mas, podem perguntar,
porque é que ele -
11:49 - 11:51foi incluído no modelo padrão,
-
11:51 - 11:54ao lado de partículas conhecidas
como eletrões, fotões e quarks, -
11:54 - 11:57se ainda não havia sido descoberto
nos anos 70? -
11:57 - 11:59Boa pergunta.
Há duas razões principais. -
11:59 - 12:02Primeiro, assim como o eletrão
é uma agitação no campo de eletrões, -
12:02 - 12:05o bosão de Higgs é uma partícula
que é uma agitação -
12:05 - 12:07do campo de Higgs,
que tudo permeia. -
12:07 - 12:09Já o campo de Higgs
desempenha um papel integral -
12:09 - 12:11no nosso modelo para
a força nuclear fraca. -
12:11 - 12:14Em especial, o campo de Higgs ajuda
a explicar porque é tão fraca. -
12:14 - 12:16Falaremos mais disso
noutro vídeo mas, -
12:16 - 12:20mesmo que a teoria nuclear fraca tenha
sido confirmada nos anos 80, nas equações, -
12:20 - 12:24o campo de Higgs está tão emaranhado
com a força fraca, que até hoje -
12:24 - 12:27não pudemos ainda confirmar
a sua existência real e independente. -
12:27 - 12:29JG: Este é um vídeo que eu fiz,
-
12:29 - 12:32para o programa "Crash Course",
sobre a Primeira Guerra Mundial: -
12:32 - 12:35(Vídeo) A causa imediata foi, certamente,
o assassínio em Saravejo -
12:35 - 12:37do arquiduque austríaco Francisco Fernando
-
12:37 - 12:42em 28 de junho de 1914, pelo nacionalista
servo-bósnio Gavrilo Princip. -
12:42 - 12:44Nota à margem:
É importante notar -
12:44 - 12:46que a primeira grande guerra
do século XXI começou -
12:46 - 12:47com um ato de terrorismo.
-
12:47 - 12:49Francisco Fernando
não era muito estimado -
12:49 - 12:53pelo tio, o imperador Francisco José I
— mas que bigode! -
12:53 - 12:57Contudo, o assassínio levou a Áustria
a emitir um ultimato à Sérvia, -
12:57 - 13:00que aceitou algumas, mas não todas,
as exigências austríacas, -
13:00 - 13:03levando a Áustria a declarar
guerra contra a Sérvia. -
13:03 - 13:06A Rússia, devido à sua aliança
com os sérvios, mobilizou o seu exército. -
13:06 - 13:08A Alemanha, devido à
sua aliança com a Áustria, -
13:08 - 13:10mandou a Rússia parar de se mobilizar,
-
13:10 - 13:13o que não aconteceu, e
a Alemanha mobilizou o seu exército, -
13:13 - 13:16declarando guerra à Rússia,
que se aliou aos otomanos, -
13:16 - 13:20e depois declarou guerra à França,
porque, vocês sabem, é a França. -
13:21 - 13:23(Risos)
-
13:23 - 13:26E não é apenas a física
e a história mundial -
13:26 - 13:29que as pessoas estão a escolher
aprender através do YouTube. -
13:29 - 13:31Este é um vídeo
sobre matemática abstrata. -
13:34 - 13:36(Vídeo) Estás de novo numa
aula de matemática -
13:36 - 13:39porque te obrigam a lá ir todos os dias.
-
13:39 - 13:41Estás a aprender, sei lá,
somas de uma série infinita. -
13:41 - 13:44É matéria do ensino secundário, não é?
-
13:44 - 13:48O que é estranho, pois é um assunto fixe,
que eles conseguem estragar mesmo assim. -
13:48 - 13:51Talvez seja por isso que eles permitem
séries infinitas no currículo. -
13:51 - 13:54Numa necessidade compreensível
de distração, estás a rabiscar -
13:54 - 13:56e a pensar mais sobre
o plural de "série" em inglês -
13:56 - 13:59do que sobre o tema da aula:
"serieses", "seriesen" ou "serii"? -
13:59 - 14:03Ou será que o singular deveria
ser mudado para "serie" ou para "serum", -
14:03 - 14:06tal como o singular de "sheep"
deveria ser "shoop". -
14:06 - 14:08Mas todo o conceito de que
-
14:08 - 14:111/2 + 1/4 + 1/8 + 1/16, se aproxima de 1,
é útil se, por exemplo, -
14:11 - 14:13quiseres desenhar
uma fila de elefantes, -
14:13 - 14:15cada um segurando a cauda do outro:
-
14:15 - 14:18elefante normal, elefante jovem,
elefante bebé, elefante miniatura, -
14:18 - 14:21elefante tamanho filhote, e por aí fora.
-
14:21 - 14:22O que é bem impressionante,
-
14:22 - 14:25porque é possível ter um número
infinito de elefantes na fila, -
14:25 - 14:28e contudo fazê-la caber
numa folha do caderno. -
14:28 - 14:31JG: Por último, este é o Destin,
do "Smarter Every Day", -
14:31 - 14:33que fala sobre a conservação
do momento angular, -
14:33 - 14:35e, já que é o YouTube, sobre gatos:
-
14:35 - 14:37(Video)
Bem-vindo ao "Smarter Every Day". -
14:37 - 14:41Já deves ter observado que
os gatos caem sempre de pé. -
14:41 - 14:43A pergunta de hoje é: Porquê?
-
14:43 - 14:46Como muitas perguntas simples,
a resposta é complexa. -
14:46 - 14:48Por exemplo, vou reformular a pergunta:
-
14:48 - 14:53Como é que um gato consegue virar-se
de pés para baixo numa queda, -
14:53 - 14:56sem violar a conservação
do momento angular? -
14:58 - 15:01JG: O que esses quatro vídeos
têm em comum: -
15:01 - 15:05Todos estes vídeos têm mais de meio milhão
de visualizações no YouTube. -
15:05 - 15:08E são pessoas que assistem,
não em salas de aula, -
15:08 - 15:11mas porque fazem parte
de comunidades de aprendizagem -
15:11 - 15:13que estão a ser criadas por estes canais.
-
15:14 - 15:16Eu já disse que o YouTube
para mim, é uma sala de aula. -
15:16 - 15:19De certo modo, é mesmo,
pois há aqui um instrutor -
15:19 - 15:22— é como a sala de aula tradicional —
-
15:22 - 15:25este é o instrutor,
e logo abaixo estão os alunos -
15:25 - 15:27e estão todos a conversar.
-
15:27 - 15:31Eu sei que os comentários no YouTube
têm má reputação -
15:31 - 15:32no mundo da Internet,
-
15:32 - 15:35mas na verdade, se formos ver
os comentários destes canais, -
15:35 - 15:39vamos encontrar pessoas
envolvidas no tema discutido, -
15:39 - 15:43a fazer perguntas difíceis
sobre esse tema, -
15:43 - 15:45e depois outras pessoas
a responderem a essas perguntas. -
15:46 - 15:50O YouTube está estruturado de modo
que o vídeo em que eu falo convosco -
15:50 - 15:54está exatamente na mesma página
-
15:54 - 15:56que os comentários.
-
15:56 - 16:01Por isso vocês participam de forma
real e ativa nesta conversa. -
16:01 - 16:05E como eu estou nos comentários,
posso participar convosco. -
16:05 - 16:07E encontram isso
seja na história mundial, -
16:07 - 16:10na matemática, ou na ciência,
ou seja lá no que for. -
16:10 - 16:13Vocês também veem jovens
que usam ferramentas -
16:13 - 16:16e os tipos de géneros da Internet
-
16:16 - 16:19para criar lugares
de envolvimento intelectual -
16:19 - 16:21em vez de envolvimento irónico
-
16:21 - 16:25que a maioria de nós associa aos memes
e outras convenções da Internet, tipo: -
16:25 - 16:29"Fiquei chateado. Inventei o cálculo."
-
16:29 - 16:31Ou o Honey Boo Boo
a criticar o capitalismo industrial: -
16:31 - 16:34[O capitalismo liberal não é
o Bem da humanidade. -
16:34 - 16:37[Pelo contrário; é o veículo do niilismo
selvagem e destrutivo."] -
16:40 - 16:44Eu acredito que estes espaços,
-
16:44 - 16:49estas comunidades, se tornaram
para uma nova geração de aprendizes, -
16:49 - 16:54o tipo de comunidades cartográficas
que eu tinha -
16:54 - 16:58quando estava no ensino secundário,
e depois na faculdade. -
16:58 - 17:01Reencontrar em adulto
estas comunidades -
17:01 - 17:05apresentou-me de novo a uma
comunidade de aprendizes -
17:05 - 17:10e motivou-me a continuar a ser
um aprendiz mesmo depois de adulto, -
17:10 - 17:14de modo que já não acho
que aprender seja só para os jovens. -
17:14 - 17:16A Vi Hart e o "Minute Physics"
-
17:16 - 17:20ensinaram-me coisas que eu não sabia.
-
17:20 - 17:22Eu sei que todos ouvimos falar da época
-
17:22 - 17:25dos salões parisienses
durante o Iluminismo -
17:25 - 17:27ou das mesas redondas Algonquin,
e dizemos: -
17:27 - 17:29"Como gostaria de ter participado naquilo.
-
17:29 - 17:32"Gostava de ter rido das piadas
de Dorothy Parker." -
17:32 - 17:36Mas estou aqui para dizer
que esses lugares ainda existem. -
17:37 - 17:41Eles existem nos cantos da Internet,
onde os idosos temem aventurar-se. -
17:41 - 17:42(Risos)
-
17:42 - 17:49E eu acredito que, quando inventámos
Agloe, Nova Iorque, nos anos 60, -
17:49 - 17:53quando fizemos Agloe existir,
estávamos apenas a começar. -
17:53 - 17:55Obrigado.
-
17:55 - 17:57(Aplausos)
- Title:
- O guia dos entusiastas para a aprendizagem online de todas as coisas
- Speaker:
- John Green
- Description:
-
Há quem aprenda melhor na sala de aulas e outros... bem, nem por isso. Mas também gostamos de aprender, de descobrir coisas novas sobre o mundo e desafiar o nosso espírito. Só precisamos de encontrar o local certo para isso e a comunidade certa com quem aprender. Nesta palestra cativante, o autor John Green partilha o mundo da aprendizagem que encontrou em vídeos online.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:10
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