Poeira cósmica — Lorin Matthews
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0:08 - 0:10Pensem no local onde se encontram.
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0:10 - 0:12Recuem no tempo.
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0:12 - 0:15Esse mesmo local podia estar
submerso num mar pouco profundo, -
0:15 - 0:18podia estar enterrado
sob quilómetros de rochas -
0:18 - 0:22ou podia estar a flutuar
num inferno em fusão. -
0:22 - 0:26Mas recuem o mais possível,
uns 4600 milhões de anos -
0:27 - 0:31e estariam no meio duma enorme
nuvem de poeira e de gás -
0:31 - 0:34a orbitar uma estrela recém-nascida.
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0:34 - 0:36É este o cenário para alguns
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0:36 - 0:40dos maiores e dos mais pequenos
mistérios da Física: -
0:40 - 0:44os mistérios
dos "novelos de poeira" cósmicos. -
0:44 - 0:47As regiões do espaço entre as estrelas,
aparentemente vazias, -
0:47 - 0:51contêm nuvens de gás e poeiras,
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0:51 - 0:55habitualmente expelidas pelas supernovas.
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0:55 - 1:00Quando uma nuvem densa atinge um limiar
chamado "massa de Jeans", -
1:00 - 1:02entra em colapso.
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1:03 - 1:07A nuvem, que vai diminuindo,
gira cada vez mais depressa, aquece -
1:07 - 1:11e acaba por ficar tão quente
que queima o hidrogénio do seu núcleo. -
1:12 - 1:14Nesta altura, nasce uma estrela.
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1:14 - 1:17Quando a fusão começa na nova estrela,
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1:17 - 1:22emite jatos de gás que saem
pelo topo e por baixo da nuvem, -
1:22 - 1:26deixando atrás de si um anel de gás
e de poeira em órbita, -
1:26 - 1:29chamado disco protoplanetário.
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1:29 - 1:32Este é um local extremamente ventoso;
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1:32 - 1:37turbilhões de gás dispersam as partículas
e enviam-nas de encontro umas às outras. -
1:37 - 1:40A poeira é formada por minúsculos
fragmentos de metal, -
1:40 - 1:43por pedacinhos de rocha
e, no exterior, por gelos. -
1:44 - 1:47Observámos milhares destes discos no céu
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1:47 - 1:49em diferentes fases de desenvolvimento
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1:49 - 1:54enquanto a poeira se reagrupa
em massas cada vez maiores. -
1:54 - 1:59Grãos de poeira 100 vezes mais finos
do que um cabelo humano -
1:59 - 2:02aglutinam-se graças ao que chamamos
a força van de Waals. -
2:02 - 2:07É quando uma nuvem de eletrões
se move para um dos lados duma molécula, -
2:07 - 2:11criando uma carga negativa numa ponta
e uma carga positiva na outra. -
2:12 - 2:13Os opostos atraem-se,
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2:13 - 2:17mas a força de van der Waals
só consegue manter juntas coisas pequenas. -
2:17 - 2:21E há um problema: depois de os aglomerados
de poeira atingirem uma certa dimensão, -
2:21 - 2:25a atmosfera ventosa de um disco
destrui-los-á constantemente -
2:25 - 2:27quando eles colidem uns com os outros.
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2:27 - 2:30A forma como eles continuam a crescer
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2:30 - 2:33é o primeiro mistério
dos novelos de poeira. -
2:33 - 2:37Uma teoria procura resposta
na carga eletrostática. -
2:38 - 2:42Os raios gama energéticos, os raios x
e os fotões ultravioletas -
2:42 - 2:45repelem os eletrões
dos átomos do gás dentro do disco, -
2:45 - 2:49criando iões positivos
e eletrões negativos. -
2:49 - 2:52Os eletrões entram na poeira
e aderem a ela, -
2:52 - 2:55fazendo com que ela fique
carregada negativamente. -
2:55 - 2:58Quando o vento empurra
os aglomerados uns contra os outros, -
2:58 - 3:02os iguais repelem-se
e abrandam até colidirem. -
3:03 - 3:05Nestas colisões suaves
já não se fragmentam -
3:05 - 3:08mas, se a rejeição for demasiado forte,
nunca aumentarão. -
3:09 - 3:12Outra teoria sugere que
as partículas de alta energia -
3:12 - 3:16podem repelir mais eletrões
de alguns aglomerados de poeira, -
3:16 - 3:18deixando-os carregados positivamente.
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3:18 - 3:22Os opostos atraem-se
e os aglomerados aumentam rapidamente. -
3:23 - 3:26Mas cedo encontramos
outro conjunto de mistérios. -
3:26 - 3:29Graças a indícios
encontrados em meteoritos -
3:29 - 3:32sabemos que estes
felpudos novelos de poeira -
3:32 - 3:34acabam por aquecer, fundem-se
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3:34 - 3:38e depois arrefecem em grânulos sólidos
chamados côndrulos. -
3:39 - 3:42Não fazemos ideia de como
ou porquê isto acontece. -
3:43 - 3:46Além disso, depois
de estes grânulos se formarem, -
3:46 - 3:48como é que se colam uns aos outros?
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3:48 - 3:51As forças eletrostáticas já citadas
são demasiado fracas -
3:51 - 3:55e as pequenas rochas também
não podem unir-se pela gravidade. -
3:55 - 4:00A gravidade aumenta proporcionalmente
à massa dos objetos envolvidos. -
4:00 - 4:03É por isso que podemos
escapar facilmente -
4:03 - 4:05de um asteroide do tamanho
duma pequena montanha -
4:05 - 4:08usando apenas a força
gerada pelas nossas pernas. -
4:08 - 4:12Então, se não é a gravidade, o que é?
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4:12 - 4:14Talvez seja a poeira.
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4:14 - 4:18Uma capa de poeira felpuda reunida
em volta dos grânulos -
4:18 - 4:20pode atuar como o Velcro.
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4:20 - 4:23Há indícios para isto nos meteoros,
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4:23 - 4:25onde encontramos muitos côndrulos
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4:25 - 4:28rodeados por um delgado aro
de material muito fino -
4:28 - 4:31— possivelmente poeira condensada.
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4:32 - 4:37Por fim, os grânulos dos côndrulos
unem-se no interior de rochas maiores -
4:37 - 4:39com cerca de um quilómetro de diâmetro
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4:39 - 4:44e são suficientemente grandes
para se manterem unidos pela gravidade. -
4:44 - 4:49Continuam a colidir e a crescer
em corpos cada vez maiores, -
4:49 - 4:51até aos planetas que conhecemos hoje.
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4:52 - 4:54Por fim, as sementes
de tudo o que conhecemos -
4:54 - 4:58— a dimensão do nosso planeta,
a sua posição dentro do sistema solar, -
4:58 - 5:00e a composição quanto aos seus elementos —
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5:00 - 5:05foram determinados por uma série
incalculável de colisões aleatórias. -
5:06 - 5:08Se mudássemos um pouco a nuvem de poeira,
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5:08 - 5:11talvez as condições
não tivessem sido as adequadas -
5:11 - 5:14para a formação da vida no nosso planeta.
- Title:
- Poeira cósmica — Lorin Matthews
- Speaker:
- Lorin Matthews
- Description:
-
Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-dust-bunnies-that-built-our-planet-lorin-swint-matthews
Pensem no local onde se encontram. Recuem no tempo. Esse mesmo local podia estar submerso num mar pouco profundo, podia estar enterrado
sob quilómetros de rochas ou podia estar a flutuar num inferno em fusão. Mas recuem o mais possível, uns 4600 milhões de anos e estariam no meio duma enorme nuvem de poeira e de gás a orbitar uma estrela recém-nascida. O que é ao certo essa poeira cósmica? Lorin Matthews investiga.Lição de Lorin Swint Matthews, realização de Frederic Siegel (Team Tumult).
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 05:15
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The dust bunnies that built our planet | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The dust bunnies that built our planet | ||
Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for The dust bunnies that built our planet | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for The dust bunnies that built our planet | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The dust bunnies that built our planet | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The dust bunnies that built our planet |