Como os dentes evoluíram? - Peter S. Ungar
-
0:07 - 0:11Talvez você nem se dê conta disso,
mas seus dentes são um prodígio. -
0:11 - 0:14Eles trituram toda a sua comida
ao longo de sua vida, -
0:14 - 0:18e são fortes o bastante
para não se quebrarem eles próprios. -
0:18 - 0:21E eles são formados
usando apenas a matéria-prima -
0:21 - 0:24dos alimentos que eles mesmos moem.
-
0:24 - 0:27Mas o que está por trás
dessa força impressionante? -
0:27 - 0:31Sua estrutura genial faz deles
duros e resistentes ao mesmo tempo. -
0:31 - 0:36A dureza pode ser pensada como
a capacidade de resistir a rachaduras, -
0:36 - 0:39enquanto a resistência evita
que a rachadura aumente. -
0:39 - 0:42Poucos materiais possuem
ambas as propriedades. -
0:42 - 0:46Por exemplo, o vidro é duro,
mas não é resistente, -
0:46 - 0:49enquanto o couro é resistente,
mas não é duro. -
0:49 - 0:52Os dentes conseguem ambas
as coisas através de duas camadas: -
0:52 - 0:57uma camada externa dura de esmalte,
quase inteiramente de fosfato de cálcio, -
0:57 - 1:01e abaixo dela uma camada
mais resistente, de dentina, -
1:01 - 1:04formada em parte por fibras orgânicas,
que a deixa flexível. -
1:04 - 1:08Essa estrutura impressionante
tem origem em dois tipos de células: -
1:08 - 1:11os ameloblastos, que secretam o esmalte,
-
1:11 - 1:14e os odontoblastos,
que secretam a dentina. -
1:14 - 1:17Na formação dos dentes,
os odontoblastos se movem para dentro, -
1:17 - 1:22e os ameloblastos, para fora,
e se desprendem ao atingir a superfície. -
1:22 - 1:26Para o esmalte, esse processo
produz ligamentos longos e finos, -
1:26 - 1:29cada um com cerca
de 60 nanômetros de diâmetro. -
1:29 - 1:32Isso corresponde a um milésimo
da largura do fio de cabelo humano. -
1:32 - 1:36Eles são agrupados em feixes de bastões,
-
1:36 - 1:38milhares por milímetro quadrado,
-
1:38 - 1:42para formar a camada protetora do esmalte.
-
1:42 - 1:45Terminado esse processo, seu esmalte
não consegue se autorregenerar novamente, -
1:45 - 1:49pois todas as células
que o produzem se perdem, -
1:49 - 1:52assim, temos sorte de que o esmalte
seja difícil de ser destruído. -
1:52 - 1:55Os odontoblastos usam
um processo mais complexo, -
1:55 - 1:57mas, diferentemente dos ameloblastos,
-
1:57 - 1:58eles permanecem,
-
1:58 - 2:02e continuam a secretar
dentina ao longo da vida. -
2:02 - 2:05Apesar das diferenças dentárias
na ordem dos mamíferos, -
2:05 - 2:10o processo subjacente ao crescimento
dos dentes é o mesmo, seja em leões, -
2:10 - 2:11cangurus,
-
2:11 - 2:12elefantes
-
2:12 - 2:13ou seres humanos.
-
2:13 - 2:17O que muda é como a natureza
esculpe a forma do dente, -
2:17 - 2:19alterando os padrões
de dobra e crescimento -
2:19 - 2:23para se adaptar às distintas dietas
das diferentes espécies. -
2:23 - 2:29As vacas possuem molares planos com
cristas paralelas para moer capim duro. -
2:29 - 2:34O molar dos gatos possui coroas afiadas
como lâminas, para cortar carne e tendões. -
2:34 - 2:39Os dos porcos são grossos, cegos, úteis
para mastigar raízes e sementes duras. -
2:39 - 2:42A infinidade de molares
nos mamíferos modernos -
2:42 - 2:45pode ser rastreada até uma forma
comum chamada molar tribosfênico, -
2:45 - 2:48que surgiu durante a era dos dinossauros.
-
2:48 - 2:52No século 19, o paleontólogo
Edward Drinker Cope -
2:52 - 2:55desenvolveu o modelo básico
para a evolução dessa forma. -
2:55 - 2:59Sua hipótese era de que ela começou
como um dente em forma cônica, -
2:59 - 3:02como se vê em muitos peixes,
anfíbios e répteis. -
3:03 - 3:07Pequenas pontas foram então adicionadas,
deixando o dente com três em fila, -
3:07 - 3:11alinhadas da frente para trás,
e ligadas pelas coroas. -
3:11 - 3:14Com o tempo, as pontas foram
pressionadas pra cima, -
3:14 - 3:16para fazer coroas triangulares.
-
3:16 - 3:21Dentes adjacentes formaram um zigue-zague
contínuo de coroas para fatiar e picar. -
3:21 - 3:25Uma borda inferior então se formou
atrás de cada grupo de dentes, -
3:25 - 3:28e se transformou
numa plataforma para triturar. -
3:28 - 3:29Como Cope percebeu,
-
3:29 - 3:33o molar tribosfênico
serviu de ponto de partida -
3:33 - 3:36para a multiplicação
de formas especializadas, -
3:36 - 3:38cada uma moldada
por necessidades evolucionárias. -
3:38 - 3:41Ao endireitar as coroas
e remover a borda inferior, -
3:41 - 3:45temos os dentes convenientemente
afiados de cães e gatos. -
3:45 - 3:50Ao remover a ponta frontal e aumentar
a camada, temos nossos molares humanos. -
3:50 - 3:54Mais alguns ajustes e temos
os dentes de cavalos ou vacas. -
3:54 - 3:58Alguns detalhes na hipótese
intuitiva de Cope não se sustentaram. -
3:58 - 3:59Mas, no registro fóssil,
-
3:59 - 4:03há exemplos de dentes
que são exatamente como ele previu -
4:03 - 4:06e podemos rastrear os molares
de todos os mamíferos vivos -
4:06 - 4:08até aquela forma primitiva.
-
4:08 - 4:12Hoje, a capacidade de consumir
diversas formas de alimentos -
4:12 - 4:14permite aos mamíferos
sobreviver em habitats -
4:14 - 4:17que vão do pico das montanhas
e as profundezas do oceano -
4:17 - 4:19até as florestas tropicais e os desertos.
-
4:19 - 4:24Assim, o sucesso da nossa classe biológica
é devido, em larga escala, -
4:24 - 4:26à incrível força e adaptabilidade
-
4:26 - 4:29do humilde molar dos mamíferos.
- Title:
- Como os dentes evoluíram? - Peter S. Ungar
- Description:
-
Assista à lição completa: https://ed.ted.com/lessons/how-did-teeth-evolve-peter-s-ungar
Você pode até não se dar conta disso, mas seus dentes são um verdadeiro prodígio. Eles trituram toda sua comida ao longo do curso de sua vida, e são fortes o bastante para não se quebrarem eles próprios. Mas como eles fazem isso? Peter S. Ungar rastreia a evolução dos molares dos mamíferos até as estruturas primitivas cônicas à infinidade de formas nas espécies de hoje, de leões a vacas, até os seres humanos.
Lição de Peter S. Ungar; animação de Cabong Studios.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:45
TED Translators admin edited Portuguese, Brazilian subtitles for The evolution of teeth - Peter S. Ungar | ||
Raissa Mendes approved Portuguese, Brazilian subtitles for The evolution of teeth - Peter S. Ungar | ||
Maricene Crus accepted Portuguese, Brazilian subtitles for The evolution of teeth - Peter S. Ungar | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The evolution of teeth - Peter S. Ungar | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The evolution of teeth - Peter S. Ungar | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The evolution of teeth - Peter S. Ungar | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for The evolution of teeth - Peter S. Ungar | ||
Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for The evolution of teeth - Peter S. Ungar |