É possível curar doenças genéticas por meio da reescrita do DNA?
-
0:01 - 0:05O presente mais importante
dado por nossos pais -
0:05 - 0:08foram os 2 conjuntos
de 3 bilhões de letras do DNA -
0:08 - 0:10que compõem nosso genoma.
-
0:10 - 0:12Mas, como qualquer coisa
com 3 bilhões de componentes, -
0:13 - 0:14esse presente é frágil.
-
0:15 - 0:18Luz solar, tabagismo,
alimentação não saudável, -
0:18 - 0:21até mesmo erros espontâneos das células,
-
0:21 - 0:24tudo provoca mudanças em nosso genoma.
-
0:25 - 0:28O tipo mais comum de mudança no DNA
-
0:28 - 0:32é a troca simples de uma letra,
ou base, como C, -
0:32 - 0:36por uma letra diferente, como T, G ou A.
-
0:37 - 0:42Um dia, as células do corpo
juntas acumularão -
0:42 - 0:45bilhões dessas trocas de uma única letra
também chamadas "mutações pontuais". -
0:46 - 0:49A maioria dessas mutações é inofensiva.
-
0:49 - 0:50Mas, de vez em quando,
-
0:50 - 0:54uma mutação pontual interrompe
uma capacidade importante de uma célula -
0:54 - 0:57ou faz com que ela se comporte
de maneira prejudicial. -
0:58 - 1:01Se essa mutação
fosse herdada de seus pais, -
1:01 - 1:04ou ocorresse cedo o bastante
em seu desenvolvimento, -
1:04 - 1:07como resultado, muitas ou todas as células
-
1:07 - 1:09conteriam essa mutação prejudicial.
-
1:09 - 1:12Então, você seria uma de centenas
de milhões de pessoas -
1:12 - 1:14com uma doença genética,
-
1:14 - 1:17como anemia falciforme, progéria,
-
1:17 - 1:21distrofia muscular ou doença de Tay-Sachs.
-
1:22 - 1:25Doenças genéticas graves
causadas por mutações pontuais -
1:25 - 1:27são particularmente frustrantes,
-
1:27 - 1:30porque, muitas vezes, conhecemos
a exata alteração da letra -
1:30 - 1:35que causa a doença
e, em teoria, poderia curá-la. -
1:35 - 1:38Milhões sofrem de anemia falciforme
-
1:38 - 1:41porque têm mutações pontuais
únicas de A a T -
1:41 - 1:44em ambas as cópias do gene da hemoglobina.
-
1:46 - 1:49E crianças com progéria nascem com um T
-
1:49 - 1:51em uma posição única no genoma
-
1:51 - 1:52onde deveriam ter um C,
-
1:53 - 1:57com a consequência devastadora de que
essas crianças maravilhosas e brilhantes -
1:57 - 2:01envelhecem muito rapidamente
e morrem por volta dos 14 anos de idade. -
2:02 - 2:04Em toda a história da medicina,
-
2:04 - 2:07não temos tido uma maneira eficaz
de corrigir mutações pontuais -
2:07 - 2:09em sistemas vivos,
-
2:09 - 2:12para reverter o T causador
de doenças para um C. -
2:13 - 2:15Talvez até agora.
-
2:15 - 2:20Porque meu laboratório recentemente
conseguiu desenvolver essa capacidade, -
2:20 - 2:22que chamamos de "edição de base".
-
2:23 - 2:28A história de como a desenvolvemos começa,
na verdade, há 3 bilhões de anos. -
2:29 - 2:32Pensamos em bactérias
como fontes de infecção, -
2:32 - 2:35mas elas mesmas também
são propensas a serem infectadas, -
2:35 - 2:37em particular, por vírus.
-
2:38 - 2:40Há cerca de 3 bilhões de anos,
-
2:40 - 2:44as bactérias desenvolveram um mecanismo
de defesa para combater a infecção viral. -
2:46 - 2:48Esse mecanismo é agora
mais conhecido como CRISPR. -
2:49 - 2:52E a ogiva no CRISPR é esta proteína roxa
-
2:52 - 2:56que age como uma tesoura molecular
para cortar o DNA, -
2:56 - 2:58quebrando a hélice dupla em duas partes.
-
2:59 - 3:03Se o CRISPR não conseguisse distinguir
entre DNA bacteriano e viral, -
3:03 - 3:06não seria um sistema de defesa muito útil.
-
3:06 - 3:09Mas a característica
mais incrível do CRISPR -
3:09 - 3:14é que a tesoura pode ser
programada para procurar, -
3:14 - 3:17ligar e cortar
-
3:17 - 3:19apenas uma sequência específica de DNA.
-
3:21 - 3:24Quando uma bactéria encontra
um vírus pela primeira vez, -
3:24 - 3:28ela pode armazenar um pequeno
trecho do DNA desse vírus -
3:28 - 3:31para ser usado como um programa
para direcionar a tesoura CRISPR -
3:31 - 3:35e cortar essa sequência de DNA viral
durante uma infecção futura. -
3:36 - 3:41Cortar o DNA de um vírus atrapalha
a função do gene viral cortado -
3:41 - 3:44e, portanto, interrompe
o ciclo de vida do vírus. -
3:46 - 3:51Pesquisadores extraordinários, inclusive
Emmanuelle Charpentier, George Church, -
3:51 - 3:54Jennifer Doudna e Feng Zhang
-
3:54 - 3:58mostraram, há seis anos, como a tesoura
CRISPR poderia ser programada -
3:58 - 4:00para cortar sequências de DNA
de nossa escolha, -
4:00 - 4:03inclusive sequências em nosso genoma,
-
4:03 - 4:06em vez das sequências de DNA viral
escolhidas pelas bactérias. -
4:07 - 4:09Mas os resultados são,
na verdade, semelhantes. -
4:10 - 4:12Cortar uma sequência
de DNA em nosso genoma -
4:12 - 4:16também interrompe geralmente
a função do gene cortado, -
4:17 - 4:21causando a inclusão e a exclusão
de misturas aleatórias de letras de DNA -
4:21 - 4:23no local de corte.
-
4:25 - 4:29A interrupção de genes pode ser
muito útil para algumas aplicações. -
4:30 - 4:34Mas, para a maioria das mutações pontuais
que causam doenças genéticas, -
4:34 - 4:39cortar simplesmente o gene que já sofreu
mutação não beneficiará os pacientes, -
4:39 - 4:43porque a função desse gene
precisa ser restaurada, -
4:43 - 4:45não interrompida ainda mais.
-
4:45 - 4:48Portanto, cortar esse gene
da hemoglobina que já sofreu mutação -
4:48 - 4:51que causa a anemia falciforme
-
4:51 - 4:55não restaurará a capacidade dos pacientes
de produzir hemácias saudáveis. -
4:56 - 5:00Embora, às vezes, possamos introduzir
novas sequências de DNA nas células -
5:00 - 5:03para substituir as sequências de DNA
em torno de um local de corte, -
5:03 - 5:08esse processo, infelizmente, não funciona
na maioria dos tipos de células, -
5:08 - 5:10e os resultados dos genes interrompidos
ainda predominam. -
5:12 - 5:14Como muitos cientistas,
sonhei com um futuro -
5:14 - 5:17em que poderíamos tratar
ou até mesmo curar -
5:17 - 5:19doenças genéticas humanas,
-
5:19 - 5:23mas vi a falta de uma maneira
de corrigir as mutações pontuais, -
5:23 - 5:26que causam a maioria
das doenças genéticas humanas, -
5:26 - 5:29como um grande problema a ser superado.
-
5:29 - 5:32Como sou químico, comecei
a trabalhar com meus alunos -
5:32 - 5:37para desenvolver modos de realizar química
diretamente em uma base de DNA individual -
5:37 - 5:40e realmente corrigir,
em vez de interromper, -
5:40 - 5:43as mutações que causam doenças genéticas.
-
5:45 - 5:47Os resultados de nosso esforço
são máquinas moleculares -
5:47 - 5:49chamadas "editores de base".
-
5:50 - 5:55Esses editores usam o mecanismo
de busca programável da tesoura CRISPR, -
5:55 - 5:58mas, em vez de cortar o DNA,
-
5:58 - 6:03convertem diretamente uma base em outra
sem desestabilizar o restante do gene. -
6:05 - 6:09Se pensarmos em proteínas CRISPR existindo
naturalmente como tesouras moleculares, -
6:09 - 6:12podemos pensar em editores
de base como lápis, -
6:12 - 6:15capazes de reescrever diretamente
uma letra de DNA em outra, -
6:16 - 6:20reorganizando os átomos de uma base de DNA
-
6:20 - 6:23para, em vez disso,
se tornar uma base diferente. -
6:24 - 6:26Editores de base não existem na natureza.
-
6:27 - 6:30Na verdade, projetamos o primeiro
editor de base, mostrado aqui, -
6:30 - 6:34a partir de três proteínas separadas
que nem sequer vêm do mesmo organismo. -
6:34 - 6:39Começamos pegando tesouras CRISPR
e desativando a capacidade de cortar DNA, -
6:39 - 6:44mas mantendo sua capacidade de procurar
e ligar uma sequência de DNA alvo -
6:44 - 6:46de uma maneira programada.
-
6:46 - 6:49A essas tesouras CRISPR alteradas,
mostradas em azul, -
6:49 - 6:52anexamos uma segunda proteína em vermelho,
-
6:52 - 6:56que realiza uma reação química
na base C do DNA, -
6:56 - 7:00convertendo-a em uma base
que se comporta como T. -
7:01 - 7:04Terceiro, tivemos que anexar
às duas primeiras proteínas -
7:04 - 7:05a proteína mostrada em roxo,
-
7:05 - 7:09que evita que a base editada
seja removida pela célula. -
7:10 - 7:13O resultado final é uma proteína
projetada de três partes -
7:13 - 7:17que, pela primeira vez,
nos permite converter Cs em Ts -
7:17 - 7:20em locais especificados no genoma.
-
7:21 - 7:25Mas, mesmo nesse ponto, nosso trabalho
estava apenas na metade, -
7:25 - 7:27porque, para ser estável nas células,
-
7:27 - 7:31os dois filamentos de uma dupla hélice
de DNA têm que formar pares de bases. -
7:32 - 7:36Como C faz par apenas com G,
-
7:36 - 7:39e T só faz par com A,
-
7:40 - 7:43a simples mudança de um C para um T,
num filamento de DNA, -
7:44 - 7:45cria uma incompatibilidade,
-
7:45 - 7:47um desacordo entre os dois
filamentos de DNA -
7:47 - 7:52que a célula tem que resolver
decidindo qual filamento substituir. -
7:53 - 7:58Percebemos que poderíamos, além disso,
projetar essa proteína de três partes -
7:59 - 8:03para sinalizar o filamento não editado
como o que seria substituído -
8:03 - 8:05pelo corte desse filamento.
-
8:05 - 8:08Esse pequeno corte engana a célula
-
8:08 - 8:13para substituir o G não editado por um A,
-
8:13 - 8:15uma vez que recria o filamento cortado,
-
8:15 - 8:19completando assim a conversão
do que costumava ser um par de bases C-G -
8:19 - 8:22em um par de bases T-A estável.
-
8:25 - 8:26Após vários anos de trabalho árduo
-
8:26 - 8:30liderado por uma das pós-doutorandas
do laboratório, Alexis Komor, -
8:30 - 8:33conseguimos desenvolver
essa primeira classe de editor de base, -
8:33 - 8:37que converte Cs em Ts, e Gs em As,
-
8:37 - 8:40em posições específicas de nossa escolha.
-
8:41 - 8:46Entre as mais de 35 mil mutações pontuais
conhecidas associadas a doenças, -
8:46 - 8:50os dois tipos de mutações que esse
primeiro editor de base pode reverter -
8:50 - 8:52são juntos responsáveis por cerca de 14%
-
8:52 - 8:56ou 5 mil ou mais mutações
pontuais patogênicas. -
8:57 - 9:01Mas a correção da maior fração de mutações
pontuais causadoras de doenças -
9:01 - 9:05exigiria o desenvolvimento
de uma segunda classe de editor de base, -
9:05 - 9:09uma que pudesse converter
As em Gs, ou Ts em Cs. -
9:11 - 9:15Liderados por Nicole Gaudelli,
outra pós-doutoranda do laboratório, -
9:15 - 9:18começamos a desenvolver
essa segunda classe de editor de base, -
9:18 - 9:20que, em teoria, poderia corrigir
-
9:20 - 9:24até quase a metade
das mutações pontuais patogênicas, -
9:24 - 9:28inclusive a mutação que causa progéria,
a doença do envelhecimento rápido. -
9:30 - 9:33Percebemos que poderíamos
pegar emprestado, mais uma vez, -
9:33 - 9:37o mecanismo de direcionamento
da tesoura CRISPR -
9:37 - 9:43para trazer o novo editor de base
para o local certo em um genoma. -
9:44 - 9:47Mas rapidamente encontramos
um problema incrível: -
9:48 - 9:55não há uma proteína conhecida
que converta A em G, ou T em C, no DNA. -
9:57 - 9:59Diante de um obstáculo tão sério,
-
9:59 - 10:01a maioria dos alunos
talvez procuraria outro projeto, -
10:02 - 10:03se não outro orientador de pesquisa.
-
10:03 - 10:04(Risos)
-
10:04 - 10:07Mas Nicole concordou
em prosseguir com um plano -
10:07 - 10:09que parecia muito ambicioso na época.
-
10:10 - 10:14Dada a ausência de uma proteína natural
que realiza a química necessária, -
10:15 - 10:18decidimos desenvolver nossa própria
proteína em laboratório -
10:18 - 10:22para converter A em uma base
que se comporta como G, -
10:22 - 10:27a partir de uma proteína que realiza
uma química parecida sobre o RNA. -
10:27 - 10:31Montamos um sistema de seleção de Darwin,
de sobrevivência do mais apto, -
10:31 - 10:35que explorou dezenas de milhões
de variantes de proteínas -
10:35 - 10:37e permitiu apenas aquelas variantes raras
-
10:37 - 10:40que poderiam realizar a química
necessária para sobreviver. -
10:42 - 10:44Acabamos com uma proteína mostrada aqui,
-
10:44 - 10:47a primeira que pode converter A do DNA,
-
10:47 - 10:49em uma base que se parece com G.
-
10:49 - 10:54Quando anexamos essa proteína à tesoura
CRISPR desativada, mostrada em azul, -
10:54 - 10:56produzimos o segundo editor de base,
-
10:56 - 10:59que converte As em Gs
-
10:59 - 11:03e, em seguida, utiliza a mesma
estratégia de corte de filamento -
11:03 - 11:04que usamos no primeiro editor de base
-
11:04 - 11:10para enganar a célula na substituição
do T não editado por um C, -
11:10 - 11:12conforme recria o filamento cortado,
-
11:12 - 11:16completando assim a conversão de um par
de bases A-T em um par de bases G-C. -
11:17 - 11:19(Aplausos)
-
11:19 - 11:20Obrigado.
-
11:20 - 11:22(Aplausos)
-
11:23 - 11:26Como cientista acadêmico nos EUA,
-
11:26 - 11:28não estou acostumado
a ser interrompido por aplausos. -
11:28 - 11:30(Risos)
-
11:31 - 11:36Desenvolvemos essas duas primeiras
classes de editores de base -
11:36 - 11:39há apenas três anos e há um ano e meio.
-
11:39 - 11:41Mas, mesmo nesse breve período,
-
11:41 - 11:43a edição de base tornou-se
amplamente usada -
11:43 - 11:45pela comunidade de pesquisa biomédica.
-
11:46 - 11:50Editores de base foram enviados
mais de 6 mil vezes -
11:50 - 11:54a pedido de mais de mil
pesquisadores em todo o mundo. -
11:55 - 11:59Cem trabalhos de pesquisa científica
já foram publicados, -
11:59 - 12:03usando editores de base em organismos
que variam de bactérias -
12:03 - 12:05a plantas, ratos e primatas.
-
12:08 - 12:10Embora os editores sejam muito novos
-
12:10 - 12:12para já terem entrado
em ensaios clínicos com seres humanos, -
12:12 - 12:17cientistas conseguiram alcançar
um marco decisivo rumo a esse objetivo -
12:18 - 12:20usando editores de base em animais
-
12:21 - 12:25para corrigir mutações pontuais
que causam doenças genéticas humanas. -
12:26 - 12:27Por exemplo,
-
12:27 - 12:31uma equipe colaborativa de cientistas
liderada por Luke Koblan e Jon Levy, -
12:31 - 12:33dois dos alunos do meu laboratório,
-
12:33 - 12:37usaram recentemente um vírus
para distribuir o segundo editor de base -
12:37 - 12:40em um camundongo com progéria,
-
12:40 - 12:43mudando de volta o T
causador de doença para um C -
12:43 - 12:48e revertendo suas consequências
nos níveis de DNA, RNA e proteína. -
12:49 - 12:52Editores de base também
têm sido usados em animais -
12:52 - 12:55para reverter as consequências
de tirosinemia, -
12:56 - 12:57beta-talassemia,
-
12:57 - 12:59distrofia muscular,
-
12:59 - 13:01fenilcetonúria,
-
13:01 - 13:03uma surdez congênita
-
13:03 - 13:05e um tipo de doença cardiovascular,
-
13:05 - 13:10em cada caso, pela correção direta
de uma mutação pontual -
13:10 - 13:13que causa a doença ou contribui para ela.
-
13:14 - 13:16Nas plantas, editores de base
têm sido usados -
13:16 - 13:20para introduzir mudanças individuais
de uma única letra de DNA -
13:20 - 13:22que podem levar a melhores colheitas.
-
13:22 - 13:25Os biólogos têm usado editores de base
-
13:25 - 13:27para investigar o papel
de letras individuais -
13:27 - 13:30em genes associados
a doenças como o câncer. -
13:31 - 13:36Duas empresas que cofundei,
a Beam Therapeutics e a Pairwise Plants, -
13:36 - 13:39estão usando edição de base
para tratar doenças genéticas humanas -
13:39 - 13:41e aperfeiçoar a agricultura.
-
13:42 - 13:47Todas essas aplicações de edição de base
ocorreram em menos de três anos, -
13:47 - 13:49o que, na escala de tempo
histórica da ciência, -
13:49 - 13:51seria um piscar de olhos.
-
13:53 - 13:54Há mais trabalho pela frente
-
13:54 - 13:57antes que a edição de base
possa concretizar todo o seu potencial -
13:57 - 14:01para melhorar a vida de pacientes
com doenças genéticas. -
14:01 - 14:04Embora muitas dessas doenças
sejam consideradas tratáveis -
14:04 - 14:06pela correção da mutação subjacente,
-
14:06 - 14:09mesmo em uma fração modesta
de células de um órgão, -
14:09 - 14:12a distribuição de máquinas moleculares
como editores de base -
14:12 - 14:16em células de um ser humano
pode ser desafiadora. -
14:17 - 14:20A escolha de vírus da natureza
para distribuir editores de base, -
14:20 - 14:23em vez das moléculas
que causam um resfriado, -
14:23 - 14:25é uma das várias estratégias
promissoras de distribuição -
14:25 - 14:27que tem sido usada com sucesso.
-
14:28 - 14:31Continuar a desenvolver
novas máquinas moleculares -
14:31 - 14:35que possam tornar todos os modos restantes
de converter um par de bases em outro -
14:35 - 14:40e minimizar a edição indesejada
em locais fora do alvo nas células -
14:40 - 14:41é muito importante.
-
14:42 - 14:46E envolver-se com outros cientistas,
médicos, eticistas e governos, -
14:47 - 14:50para maximizar a probabilidade
de que a edição de base seja aplicada -
14:50 - 14:54de modo ponderado, seguro e ético,
-
14:54 - 14:56continua sendo uma obrigação
muito importante. -
14:58 - 14:59Apesar desses desafios,
-
14:59 - 15:03se alguém me tivesse dito,
há apenas cinco anos, -
15:03 - 15:05que pesquisadores ao redor do mundo
-
15:05 - 15:08usariam máquinas moleculares
desenvolvidas em laboratório -
15:08 - 15:12para converter diretamente
um par de bases individual em outro par -
15:12 - 15:15em um local específico do genoma humano,
-
15:15 - 15:19de forma eficaz e com um mínimo
de outros resultados, -
15:19 - 15:20eu teria perguntado:
-
15:20 - 15:23"Que romance de ficção científica
você está lendo?" -
15:24 - 15:27Graças a um grupo de alunos
continuamente dedicados, -
15:27 - 15:31criativos o suficiente para construir
o que nós mesmos poderíamos projetar -
15:32 - 15:35e corajosos o bastante para desenvolver
o que não conseguíssemos, -
15:35 - 15:40a edição de base começou a transformar
essa aspiração de ficção científica -
15:40 - 15:42em uma nova realidade empolgante,
-
15:42 - 15:45na qual o presente mais importante
que damos aos nossos filhos -
15:46 - 15:49não são apenas 3 bilhões de letras de DNA,
-
15:49 - 15:52mas também os meios
para protegê-las e repará-las. -
15:52 - 15:53Obrigado.
-
15:54 - 15:56(Aplausos)
- Title:
- É possível curar doenças genéticas por meio da reescrita do DNA?
- Speaker:
- David R. Liu
- Description:
-
Em uma história de descoberta científica, o biólogo químico David R. Liu compartilha um avanço importante: o desenvolvimento, pelo laboratório dele, de editores de base capazes de reescrever o DNA. Esse passo decisivo na edição do genoma leva a promessa de CRISPR ao próximo nível: se as proteínas CRISPR são tesouras moleculares, programadas para cortar sequências específicas de DNA, então editores de base são lápis, capazes de reescrever diretamente uma letra de DNA em outra. Saiba mais sobre como essas máquinas moleculares funcionam e o potencial delas para tratar ou até mesmo curar doenças genéticas.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:12
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