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A verdade nua e crua: a imagem da mulher na publicidade | Jean Kilbourne | TEDxLafayetteCollege

  • 0:19 - 0:23
    Comecei a colecionar propagandas e falar
    sobre a imagem da mulher na publicidade
  • 0:23 - 0:25
    no final dos anos 60.
  • 0:25 - 0:28
    Até onde sei,
    fui a primeira pessoa a fazer isso.
  • 0:28 - 0:32
    Eu recortava propagandas de revistas,
    as colocava em minha geladeira,
  • 0:32 - 0:34
    e aos poucos, comecei
    a ver um padrão nelas,
  • 0:34 - 0:38
    um posicionamento sobre o que significa
    ser mulher em nossa cultura.
  • 0:38 - 0:42
    Criei uma apresentação de slides
    e comecei a viajar pelo país.
  • 0:42 - 0:45
    Em 1979, fiz meu primeiro filme
  • 0:45 - 0:48
    "Killing Us Softly:
    Advertising's Image of Women",
  • 0:48 - 0:51
    o qual eu refiz três vezes desde então.
  • 0:52 - 0:56
    Essas são algumas propagandas da minha
    coleção original de muito tempo atrás.
  • 0:56 - 0:59
    ''Odor feminino é um problema de todos.''
  • 1:01 - 1:05
    ''Se seu cabelo não é bonito,
    o resto pouco importa.''
  • 1:06 - 1:10
    ''Querida, seu desodorante
    não funciona.''
  • 1:11 - 1:15
    ''Eu provavelmente não seria casada agora,
    se não tivesse perdido 20 quilos.''
  • 1:15 - 1:19
    Uma mulher me disse que era o melhor
    anúncio para gordas que ela já viu.
  • 1:19 - 1:20
    (Risos)
  • 1:20 - 1:23
    Eu vou fazer uma versão breve
    dessa apresentação hoje,
  • 1:23 - 1:27
    mas quero começar com a pergunta
    que eu mais recebo, que é:
  • 1:27 - 1:29
    ''Como você entrou nisso?
    O que a fez começar?''
  • 1:29 - 1:32
    Muitos fatores na minha vida
    me levaram a esse interesse.
  • 1:32 - 1:35
    Eu me tornei ativa na segunda onda
    do movimento feminista
  • 1:35 - 1:37
    no final dos anos 60.
  • 1:37 - 1:39
    Eu trabalhei na mídia.
  • 1:39 - 1:42
    Passei um ano em Londres
    trabalhando para a BBC,
  • 1:42 - 1:46
    e um ano em Paris trabalhando
    para uma produtora de cinema francesa.
  • 1:46 - 1:50
    Isso soa muito mais glamoroso do que foi.
    Eu era secretária.
  • 1:50 - 1:53
    Naquele tempo, opções para mulheres
    eram muito limitadas.
  • 1:53 - 1:56
    Eu fui secretária, fui garçonete,
  • 1:56 - 1:59
    mas tive uma outra opção
    da qual eu raramente falo.
  • 1:59 - 2:03
    Fui incentivada a participar
    de concursos de beleza e a ser modelo.
  • 2:03 - 2:06
    Foi montado com a intenção
    de fazer parecer que eu ganhei.
  • 2:06 - 2:08
    Na verdade fiquei em segundo lugar.
  • 2:08 - 2:10
    Esse foi meu primeiro anúncio,
  • 2:10 - 2:14
    e acho que o carro dá uma dica
    de há quanto tempo aconteceu,
  • 2:15 - 2:17
    e isso foi publicado
    em um jornal de Londres.
  • 2:18 - 2:20
    Ser modelo era uma das poucas maneiras
  • 2:20 - 2:22
    de uma mulher ganhar dinheiro
    naquela época.
  • 2:22 - 2:24
    Era muito sedutor,
  • 2:24 - 2:27
    mas para mim também foi alienante,
    foi desestimulante.
  • 2:27 - 2:31
    Havia muito assédio sexual
    presente na área,
  • 2:31 - 2:32
    então eu não segui aquele caminho.
  • 2:32 - 2:35
    Mas me deixou com um grande interesse
  • 2:35 - 2:39
    na ideia de beleza e no poder da imagem.
  • 2:39 - 2:41
    Desde aquela época,
  • 2:41 - 2:44
    a publicidade se tornou
    muito mais disseminada, poderosa
  • 2:44 - 2:47
    e mais sofisticada do que nunca.
  • 2:47 - 2:51
    Bebês de seis meses conseguem
    reconhecer logos corporativos
  • 2:51 - 2:56
    Foi a idade escolhida pelos profissionais
    para começar a atingir nossas crianças.
  • 2:56 - 2:59
    Ao mesmo tempo,
    todo mundo se sente imune
  • 2:59 - 3:01
    à influência da publicidade.
  • 3:01 - 3:05
    Em qualquer lugar que eu vá,
    o que mais escuto é:
  • 3:05 - 3:07
    ''Eu não presto atenção em propagandas.
  • 3:07 - 3:09
    Elas não me influenciam.''
  • 3:09 - 3:12
    Ouço mais isso de pessoas
    com camisas da Abercrombie,
  • 3:12 - 3:14
    mas isso é outra história.
  • 3:14 - 3:15
    (Risos)
  • 3:16 - 3:19
    A influência da propaganda
    é rápida, acumulativa,
  • 3:19 - 3:21
    e na maioria das vezes, subconsciente.
  • 3:21 - 3:24
    Anúncios vendem mais do que produtos.
  • 3:24 - 3:26
    Em muitos modos, nós progredimos.
  • 3:26 - 3:30
    Mas na minha perspectiva
    de mais de 40 anos,
  • 3:30 - 3:33
    a imagem da mulher na publicidade
    está pior do que nunca.
  • 3:33 - 3:36
    A pressão para mulheres
    serem jovens, magras, bonitas
  • 3:36 - 3:38
    está mais intensa do que nunca.
  • 3:38 - 3:40
    Sempre foi impossível.
  • 3:40 - 3:43
    Anos atrás, a supermodelo
    Cindy Crawford disse:
  • 3:43 - 3:46
    ''Eu queria me parecer
    com a Cindy Crawford.''
  • 3:46 - 3:48
    Ela não podia, ninguém pode
    ter aquela aparência.
  • 3:48 - 3:53
    Mas hoje é realmente impossível
    por causa da mágica do Photoshop,
  • 3:53 - 3:56
    que pode transformar esta mulher
    nessa mulher
  • 3:56 - 3:57
    e tentar fazer-nos acreditar
  • 3:57 - 4:00
    que um creme antienvelhecimento
    pode fazer isso.
  • 4:00 - 4:02
    Ela é uma linda mulher,
  • 4:02 - 4:05
    mas mulheres mais velhas só são
    consideradas atraentes em nossa cultura
  • 4:05 - 4:08
    se nos mantivermos parecendo
    impossivelmente jovens.
  • 4:08 - 4:13
    Aprendemos a ver os rostos de homens
    e de mulheres de modos muito diferentes.
  • 4:13 - 4:17
    Aqui temos Brad Pitt
    e a ex-supermodelo Linda Evangelista,
  • 4:17 - 4:21
    com mais ou menos a mesma idade,
    cada um em um anúncio da Chanel,
  • 4:21 - 4:26
    ele parece um ser humano,
    mas ela foi transformada em um desenho.
  • 4:26 - 4:30
    De vez em quando, uma celebridade resiste.
  • 4:30 - 4:33
    Como alguns sabem,
    esta semana a cantora Lorde "twittou"
  • 4:33 - 4:38
    uma foto sua sem retoque
    embaixo de uma versão com photoshop,
  • 4:38 - 4:41
    e ela escreveu:
    ''Lembre-se, defeitos são normais.''
  • 4:41 - 4:44
    Bom para ela, mas isso não
    acontece com frequência.
  • 4:44 - 4:46
    Homens também passam pelo Photoshop,
  • 4:46 - 4:49
    mas quando eles são ''photoshopados'',
    ficam maiores.
  • 4:49 - 4:53
    Andy Roddick riu quando viu
    os braços musculosos nesta capa,
  • 4:53 - 4:56
    e sugeriu que eles deveriam
    ser devolvidos ao dono.
  • 4:56 - 4:58
    (Risos)
  • 4:58 - 5:02
    A obsessão com a magreza é pior
    do que nunca devido ao Photoshop.
  • 5:02 - 5:06
    A cabeça dela é maior que sua pélvis:
    isso é anatomicamente impossível.
  • 5:06 - 5:07
    (Risos)
  • 5:07 - 5:11
    A modelo original desse anúncio
    foi demitida por ser gorda demais,
  • 5:11 - 5:15
    e foi usado Photoshop
    para criar esta imagem bizarra.
  • 5:15 - 5:20
    Mais recentemente, usaram o Photoshop
    para remover o espaço entre as pernas.
  • 5:20 - 5:24
    Infelizmente, também removeram
    uma parte muito importante do corpo dela.
  • 5:24 - 5:25
    (Risos)
  • 5:25 - 5:30
    A imagem é impossível para todo mundo, mas
    principalmente para mulheres não-brancas,
  • 5:30 - 5:35
    que só são consideradas bonitas
    quando se aproximam do padrão branco:
  • 5:35 - 5:40
    pele clara, cabelo liso,
    traços caucasianos, olhos ocidentais.
  • 5:40 - 5:44
    Até a pele da Beyoncé
    é clareada em anúncios.
  • 5:44 - 5:49
    A imagem não é real. É artificial.
    É construída. É impossível.
  • 5:49 - 5:54
    Mas mulheres reais se comparam
    com ela todos os dias.
  • 5:54 - 5:56
    Isso afeta a autoestima feminina,
  • 5:56 - 6:01
    e afeta o modo que homens se sentem em
    relação às mulheres reais de suas vidas.
  • 6:03 - 6:09
    Os corpos femininos são desmembrados
    em anúncios, de todos os tipos de produtos
  • 6:09 - 6:12
    e às vezes o corpo
    não é somente desmembrado,
  • 6:12 - 6:13
    é insultado.
  • 6:13 - 6:16
    Como neste incrível anúncio
    que saiu há alguns anos
  • 6:16 - 6:19
    em muitas revistas para mulheres
    e adolescentes.
  • 6:19 - 6:21
    Esse é o anúncio e eu lerei para vocês.
  • 6:21 - 6:26
    ''Seus seios podem ser grandes demais,
    caídos demais, planos demais,
  • 6:26 - 6:31
    separados demais, juntos demais,
    tortos demais, moles demais,
  • 6:31 - 6:37
    pálidos demais, exagerados demais,
    ou apenas duas mordidas de mosquito,
  • 6:37 - 6:38
    mas com os produtos da Dep,
  • 6:38 - 6:41
    ao menos você pode ter
    o cabelo do jeito que quiser.
  • 6:41 - 6:42
    (Risos)
  • 6:42 - 6:45
    É ridículo, mas isso saiu
    em revista adolescentes.
  • 6:45 - 6:47
    Revistas para meninas de 12 anos.
  • 6:47 - 6:51
    Estão dizendo para essas meninas:
    ''Seus seios nunca serão aceitáveis.''
  • 6:51 - 6:54
    Nossas adolescentes estão recebendo
    a mensagem hoje em dia tão novas
  • 6:54 - 6:58
    que elas precisam ser incrivelmente
    magras, bonitas, gostosas e sexy,
  • 6:58 - 6:59
    e que elas irão fracassar.
  • 6:59 - 7:03
    Porque não há como atingir
    esse ideal impossível.
  • 7:03 - 7:06
    A autoestima das garotas
    na América frequentemente cai
  • 7:06 - 7:08
    quando atingem a adolescência.
  • 7:08 - 7:11
    Garotas tendem a se sentir bem
    consigo mesmas quando têm 8, 9, 10 anos.
  • 7:11 - 7:14
    Mas a adolescência chega
    e costumam enfrentar problemas,
  • 7:14 - 7:15
    e parte desses problemas
  • 7:15 - 7:19
    vêm da ênfase terrível
    com a perfeição física.
  • 7:19 - 7:22
    Os corpos masculinos raramente
    são desmembrados em anúncios.
  • 7:22 - 7:25
    Mais do que costumavam ser,
    mas ainda tendem a ser um choque.
  • 7:25 - 7:27
    Esse anúncio saiu cerca de 20 anos atrás,
  • 7:27 - 7:31
    na Vanity Fair, todos esses são
    da grande mídia nacional,
  • 7:31 - 7:34
    e foi um dos primeiros exemplos
    de um homem transformado em objeto sexual.
  • 7:34 - 7:37
    Mas quando essa propaganda saiu,
    há cerca de 20 anos,
  • 7:37 - 7:42
    foi tão chocante que a propaganda
    ganhou cobertura midiática.
  • 7:42 - 7:45
    É bom que tenha ganho
    alguma cobertura, eu acho.
  • 7:45 - 7:47
    (Risos)
  • 7:47 - 7:49
    Repórteres me ligaram
    de todo o país e falaram:
  • 7:49 - 7:52
    ''Estão fazendo com os homens
    o que sempre fizeram com as mulheres.''
  • 7:52 - 7:53
    Bem, não exatamente.
  • 7:53 - 7:57
    Estariam fazendo com os homens
    o que sempre fizeram com as mulheres
  • 7:57 - 8:00
    se o anúncio fosse assim:
  • 8:00 - 8:06
    ''Seu pênis pode ser pequeno demais,
    mole demais, caído demais, fino demais,
  • 8:06 - 8:10
    gordo demais, pálido demais,
    ou ter apenas 5 centímetros.
  • 8:10 - 8:12
    (Risos)
  • 8:15 - 8:17
    Mas ao menos você pode
    ter uma ótima calça jeans.''
  • 8:17 - 8:18
    (Risos)
  • 8:20 - 8:22
    Isso nunca aconteceria, nem deveria;
  • 8:22 - 8:25
    acredite, esse não é o tipo
    de igualdade pela qual luto.
  • 8:25 - 8:28
    Não quero que façam isso com homens
    mais do que fazem com mulheres.
  • 8:28 - 8:31
    Mas acho que podemos aprender
    com esses dois anúncios,
  • 8:31 - 8:33
    um deles aconteceu,
    o outro nunca iria.
  • 8:33 - 8:35
    O que eles nos mostram claramente
  • 8:35 - 8:38
    é que homens e mulheres vivem
    em mundos muito diferentes.
  • 8:38 - 8:41
    Homens basicamente não vivem
    em um mundo no qual...
  • 8:41 - 8:44
    Bom, deixa eu passar para outro.
  • 8:44 - 8:46
    Existem estereótipos
    que afetam os homens, claro,
  • 8:46 - 8:50
    mas eles tendem a ser menos pessoais
    e menos relacionados ao corpo.
  • 8:50 - 8:54
    Entretanto, homens são mais coisificados
    do que costumavam ser,
  • 8:54 - 8:57
    mas não existem de fato consequências
    em resultado disso.
  • 8:57 - 8:58
    Eles não vivem em um mundo
  • 8:58 - 9:01
    em que é provável serem
    estuprados, assediados ou agredidos.
  • 9:01 - 9:03
    Homens héteros brancos
    não vivem nesse mundo,
  • 9:03 - 9:05
    enquanto mulheres e garotas vivem.
  • 9:05 - 9:07
    Quando mulheres são objetificadas,
  • 9:07 - 9:09
    sempre há a ameaça
    de violência sexual,
  • 9:09 - 9:13
    sempre há intimidação,
    sempre há a possibilidade do perigo.
  • 9:13 - 9:16
    E mulheres vivem em um mundo
    definido por essa ameaça,
  • 9:16 - 9:19
    enquanto homens simplesmente não.
  • 9:20 - 9:23
    A linguagem corporal de mulheres e meninas
  • 9:23 - 9:26
    continua passiva, vulnerável,
    submissa, e muito diferente
  • 9:26 - 9:29
    da linguagem corporal de homens e garotos.
  • 9:29 - 9:31
    Provavelmente a melhor maneira
    de ilustrar isso
  • 9:31 - 9:34
    é colocar um homem em uma
    pose tradicionalmente feminina:
  • 9:34 - 9:38
    se torna obviamente absurdo.
  • 9:38 - 9:41
    As mulheres são frequentemente
    infantilizadas em anúncios,
  • 9:41 - 9:43
    e cada vez mais, meninas
    pequenas são sexualizadas.
  • 9:43 - 9:45
    Tenho falado disso há décadas.
  • 9:45 - 9:48
    Escrevi um livro sobre isso,
    e está piorando.
  • 9:48 - 9:50
    Esta garotinha tem 9 anos,
  • 9:50 - 9:52
    e isso está acontecendo em uma cultura
  • 9:52 - 9:55
    na qual ocorre abuso sexual de crianças
    de forma generalizada.
  • 9:55 - 9:58
    Imagens como essa
    não causam esse problema,
  • 9:58 - 10:02
    mas elas certamente tornam banais
    atitudes muito perigosas para as crianças.
  • 10:02 - 10:06
    Sutiãs com bojo e calcinhas fio-dental
    são vendidos para meninas de 7 anos
  • 10:06 - 10:08
    em grandes lojas de departamento.
  • 10:08 - 10:11
    E o mais novo produto?
    Salto alto para bebês.
  • 10:11 - 10:13
    Para não excluir os meninos,
  • 10:13 - 10:17
    você pode comprar camisas para seu bebê
    que dizem ''Esquadrão de Cafetões''.
  • 10:17 - 10:18
    (Risos)
  • 10:18 - 10:22
    Então meninos são sexualizados também,
    embora de modo bem diferente de garotas.
  • 10:22 - 10:25
    Meninos são incentivados a ver
    garotas como objetos sexuais,
  • 10:25 - 10:28
    meninos são incentivados a serem
    precoces sexualmente,
  • 10:28 - 10:32
    e meninos aprendem
    a serem fortões e invulneráveis,
  • 10:32 - 10:35
    desde a infância.
  • 10:35 - 10:38
    Basicamente, nós permitimos
    que nossas crianças sejam sexualizadas,
  • 10:38 - 10:40
    mas nos recusamos a educá-las sobre sexo.
  • 10:40 - 10:44
    Os Estados Unidos são a única
    nação desenvolvida do mundo
  • 10:44 - 10:46
    que não ensina educação sexual
    em suas escolas.
  • 10:46 - 10:49
    Mas nossas crianças recebem
    educação sexual:
  • 10:49 - 10:51
    elas estão recebendo doses maciças
  • 10:51 - 10:55
    mas estão sendo educadas pela publicidade,
    pela mídia, pela cultura popular.
  • 10:55 - 10:58
    Essa é uma propaganda de calça jeans,
    embora tenha algo que pareça faltar.
  • 10:58 - 11:00
    Mas cada um desses anúncios
  • 11:00 - 11:05
    para grandes produtos internacionais,
    grande mídia,
  • 11:05 - 11:07
    o problema não é sexo,
  • 11:07 - 11:12
    é a atitude pornográfica da cultura
    em relação ao sexo, a banalização do sexo.
  • 11:12 - 11:15
    E em nenhum lugar o sexo
    é mais banalizado do que na publicidade
  • 11:15 - 11:19
    onde, por definição, é usado
    para vender tudo.
  • 11:19 - 11:23
    ''Não importa o que você dê para ele hoje,
    ele irá gostar mais com arroz.''
  • 11:23 - 11:25
    Não me acho particularmente ingênua,
  • 11:25 - 11:28
    mas ainda não descobri
    o que você faz com arroz.
  • 11:28 - 11:29
    (Risos)
  • 11:30 - 11:32
    Talvez seja arroz selvagem.
  • 11:32 - 11:33
    (Risos)
  • 11:33 - 11:36
    Uma mulher gritou que espera
    que não seja arroz instantâneo.
  • 11:36 - 11:38
    (Risos)
  • 11:39 - 11:41
    Esse é um anúncio antigo,
    você poderia dizer
  • 11:41 - 11:43
    ''Sexo é sempre usado para vender'',
    e é verdade.
  • 11:44 - 11:49
    Mas hoje em dia é muito mais explícito
    e pornográfico do que nunca.
  • 11:49 - 11:53
    Para ilustrar isso vou mostrar
    um anúncio velho
  • 11:53 - 11:55
    - essa propaganda velha
    usa sexo para vender comida -
  • 11:55 - 11:57
    e aqui está uma atual, do Burger King:
  • 11:57 - 12:01
    ''O super de 18 cm.
    Ele irá te enlouquecer.''
  • 12:01 - 12:04
    Para um produto popular, como esse.
  • 12:05 - 12:12
    Acho que todas essas imagens
    são profundamente antieróticas,
  • 12:12 - 12:14
    porque na publicidade
    e na cultura popular,
  • 12:14 - 12:17
    a sexualidade pertence apenas
    às pessoas jovens e bonitas.
  • 12:17 - 12:21
    Se você não é jovem e sua aparência
    não é perfeita, você não tem sexualidade.
  • 12:21 - 12:24
    E isso faz com que a maioria das pessoas
    se sinta menos desejável.
  • 12:24 - 12:28
    O quão sexy uma mulher pode se sentir,
    se ela odeia seu corpo?
  • 12:28 - 12:33
    A Internet nos deu acesso fácil
    à pornografia
  • 12:33 - 12:36
    e conforme a pornografia
    se torna mais disponível e aceitável,
  • 12:36 - 12:39
    a linguagem e a imagem pornográfica
    se tornam mais populares.
  • 12:39 - 12:42
    Jovens celebridades competem
    com estrelas pornô,
  • 12:42 - 12:46
    e hoje em dia você pode comprar uma boneca
    dançarina de pole dance para sua filha.
  • 12:47 - 12:51
    Garotas são incentivadas a parecerem
    com strippers e atrizes pornô,
  • 12:51 - 12:55
    a removerem seus pelos pubianos,
    e serem disponíveis sexualmente
  • 12:55 - 12:57
    sem esperar nada ou pouco em retorno.
  • 12:57 - 12:59
    Ao mesmo tempo, elas são insultadas:
  • 12:59 - 13:02
    ''O gosto é ótimo. Desce fácil.''
  • 13:02 - 13:08
    Conforme aprendem que seu comportamento
    sexual será recompensado,
  • 13:08 - 13:13
    elas aprendem a se sexualizarem
    e a se verem como objetos.
  • 13:13 - 13:17
    Essas imagens causam danos reais
    para meninas e mulheres reais.
  • 13:17 - 13:21
    Garotas expostas a imagens sexualizadas
    desde novas são mais passíveis
  • 13:21 - 13:26
    de sofrerem distúrbios alimentares,
    depressão e baixa autoestima.
  • 13:26 - 13:29
    Inevitavelmente, a coisificação
    leva à violência,
  • 13:29 - 13:32
    e isso se tornou
    muito mais extremo também.
  • 13:32 - 13:36
    A publicidade banaliza
    frequentemente o espancamento,
  • 13:36 - 13:40
    a agressão sexual
    e até mesmo o assassinato.
  • 13:40 - 13:45
    A verdade é que a maioria
    dos homens não são violentos.
  • 13:45 - 13:49
    Mas muitos homens têm medo
    de se posicionarem, de apoiarem mulheres,
  • 13:49 - 13:51
    e de confrontarem outros homens.
  • 13:51 - 13:54
    E eu tenho admiração
    pelos homens que o fazem.
  • 13:54 - 13:57
    Essas propagandas não causam
    diretamente violência contra a mulher,
  • 13:57 - 14:00
    mas elas banalizam atitudes perigosas,
  • 14:00 - 14:04
    e criam uma situação em que mulheres
    são constantemente vistas como objetos.
  • 14:04 - 14:08
    E certamente, transformar
    um ser humano em uma coisa
  • 14:08 - 14:12
    é o primeiro passo para justificar
    violência contra aquela pessoa
  • 14:12 - 14:16
    e isso ocorre frequentemente
    com mulheres e meninas.
  • 14:16 - 14:21
    Então a violência e o abuso
    são parte do resultado
  • 14:21 - 14:24
    desse tipo de objetificação.
  • 14:24 - 14:27
    De todas essas maneiras,
    as coisas pioraram,
  • 14:27 - 14:29
    mas de um modo,
    elas se tornaram muito melhores:
  • 14:29 - 14:31
    Eu não estou mais sozinha.
  • 14:31 - 14:35
    Existem centenas de filmes e livros,
  • 14:35 - 14:37
    e organizações como a Brave Girls Alliance
  • 14:37 - 14:41
    que recentemente fez
    um ótimo evento na Times Square.
  • 14:41 - 14:44
    Estudos de mídia
    são ensinados nas escolas,
  • 14:44 - 14:47
    existe ação política acontecendo
    em todo o mundo,
  • 14:47 - 14:50
    e eu tenho uma extensa lista no meu site
  • 14:50 - 14:52
    que junta muitas dessas coisas.
  • 14:52 - 14:56
    Eu me inspiro em ativistas jovens
    como Julia Bloom que aos 14 anos
  • 14:56 - 15:00
    fez uma petição para a revista Seventeen
  • 15:00 - 15:04
    para que limitassem o uso de Photoshop,
    e ela foi bem sucedida;
  • 15:04 - 15:07
    aqui está ela comemorando
    com algumas colegas;
  • 15:07 - 15:10
    e inspirou outras garotas
    a fazerem o mesmo.
  • 15:10 - 15:13
    Essa geração me dá esperança.
  • 15:13 - 15:15
    Mas ainda temos muito pela frente.
  • 15:15 - 15:18
    As mudanças precisam
    ser profundas e globais,
  • 15:18 - 15:22
    e elas dependem de um público
    atento, ativo e educado:
  • 15:22 - 15:26
    pessoas que pensam em si mesmas
    primeiro como cidadãs
  • 15:26 - 15:29
    depois como consumidoras.
  • 15:29 - 15:31
    Somos todas afetadas por essas imagens,
  • 15:31 - 15:34
    todas temos uma grande dificuldade
    em enfrentá-las.
  • 15:34 - 15:39
    Precisamos criar um mundo melhor
    para nós e nossas filhas.
  • 15:39 - 15:44
    Depois de todos esses anos,
    ainda tenho esperança que teremos.
  • 15:44 - 15:46
    Muito obrigada.
  • 15:46 - 15:47
    (Aplausos)
Title:
A verdade nua e crua: a imagem da mulher na publicidade | Jean Kilbourne | TEDxLafayetteCollege
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx local, produzido independentemente das conferências TED”.
A ativista e teórica cultural Jean Kilbourne estuda a imagem da mulher na publicidade há 40 anos. Na palestra, ela discute as experiências que a inspiraram a criar seu trabalho e ilustra como as imagens afetam a todos nós. Você nunca mais olhará a uma propaganda do mesmo

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:51

Portuguese, Brazilian subtitles

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