A verdade nua e crua: a imagem da mulher na publicidade | Jean Kilbourne | TEDxLafayetteCollege
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0:19 - 0:23Comecei a colecionar propagandas e falar
sobre a imagem da mulher na publicidade -
0:23 - 0:25no final dos anos 60.
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0:25 - 0:28Até onde sei,
fui a primeira pessoa a fazer isso. -
0:28 - 0:32Eu recortava propagandas de revistas,
as colocava em minha geladeira, -
0:32 - 0:34e aos poucos, comecei
a ver um padrão nelas, -
0:34 - 0:38um posicionamento sobre o que significa
ser mulher em nossa cultura. -
0:38 - 0:42Criei uma apresentação de slides
e comecei a viajar pelo país. -
0:42 - 0:45Em 1979, fiz meu primeiro filme
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0:45 - 0:48"Killing Us Softly:
Advertising's Image of Women", -
0:48 - 0:51o qual eu refiz três vezes desde então.
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0:52 - 0:56Essas são algumas propagandas da minha
coleção original de muito tempo atrás. -
0:56 - 0:59''Odor feminino é um problema de todos.''
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1:01 - 1:05''Se seu cabelo não é bonito,
o resto pouco importa.'' -
1:06 - 1:10''Querida, seu desodorante
não funciona.'' -
1:11 - 1:15''Eu provavelmente não seria casada agora,
se não tivesse perdido 20 quilos.'' -
1:15 - 1:19Uma mulher me disse que era o melhor
anúncio para gordas que ela já viu. -
1:19 - 1:20(Risos)
-
1:20 - 1:23Eu vou fazer uma versão breve
dessa apresentação hoje, -
1:23 - 1:27mas quero começar com a pergunta
que eu mais recebo, que é: -
1:27 - 1:29''Como você entrou nisso?
O que a fez começar?'' -
1:29 - 1:32Muitos fatores na minha vida
me levaram a esse interesse. -
1:32 - 1:35Eu me tornei ativa na segunda onda
do movimento feminista -
1:35 - 1:37no final dos anos 60.
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1:37 - 1:39Eu trabalhei na mídia.
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1:39 - 1:42Passei um ano em Londres
trabalhando para a BBC, -
1:42 - 1:46e um ano em Paris trabalhando
para uma produtora de cinema francesa. -
1:46 - 1:50Isso soa muito mais glamoroso do que foi.
Eu era secretária. -
1:50 - 1:53Naquele tempo, opções para mulheres
eram muito limitadas. -
1:53 - 1:56Eu fui secretária, fui garçonete,
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1:56 - 1:59mas tive uma outra opção
da qual eu raramente falo. -
1:59 - 2:03Fui incentivada a participar
de concursos de beleza e a ser modelo. -
2:03 - 2:06Foi montado com a intenção
de fazer parecer que eu ganhei. -
2:06 - 2:08Na verdade fiquei em segundo lugar.
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2:08 - 2:10Esse foi meu primeiro anúncio,
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2:10 - 2:14e acho que o carro dá uma dica
de há quanto tempo aconteceu, -
2:15 - 2:17e isso foi publicado
em um jornal de Londres. -
2:18 - 2:20Ser modelo era uma das poucas maneiras
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2:20 - 2:22de uma mulher ganhar dinheiro
naquela época. -
2:22 - 2:24Era muito sedutor,
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2:24 - 2:27mas para mim também foi alienante,
foi desestimulante. -
2:27 - 2:31Havia muito assédio sexual
presente na área, -
2:31 - 2:32então eu não segui aquele caminho.
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2:32 - 2:35Mas me deixou com um grande interesse
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2:35 - 2:39na ideia de beleza e no poder da imagem.
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2:39 - 2:41Desde aquela época,
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2:41 - 2:44a publicidade se tornou
muito mais disseminada, poderosa -
2:44 - 2:47e mais sofisticada do que nunca.
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2:47 - 2:51Bebês de seis meses conseguem
reconhecer logos corporativos -
2:51 - 2:56Foi a idade escolhida pelos profissionais
para começar a atingir nossas crianças. -
2:56 - 2:59Ao mesmo tempo,
todo mundo se sente imune -
2:59 - 3:01à influência da publicidade.
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3:01 - 3:05Em qualquer lugar que eu vá,
o que mais escuto é: -
3:05 - 3:07''Eu não presto atenção em propagandas.
-
3:07 - 3:09Elas não me influenciam.''
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3:09 - 3:12Ouço mais isso de pessoas
com camisas da Abercrombie, -
3:12 - 3:14mas isso é outra história.
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3:14 - 3:15(Risos)
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3:16 - 3:19A influência da propaganda
é rápida, acumulativa, -
3:19 - 3:21e na maioria das vezes, subconsciente.
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3:21 - 3:24Anúncios vendem mais do que produtos.
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3:24 - 3:26Em muitos modos, nós progredimos.
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3:26 - 3:30Mas na minha perspectiva
de mais de 40 anos, -
3:30 - 3:33a imagem da mulher na publicidade
está pior do que nunca. -
3:33 - 3:36A pressão para mulheres
serem jovens, magras, bonitas -
3:36 - 3:38está mais intensa do que nunca.
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3:38 - 3:40Sempre foi impossível.
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3:40 - 3:43Anos atrás, a supermodelo
Cindy Crawford disse: -
3:43 - 3:46''Eu queria me parecer
com a Cindy Crawford.'' -
3:46 - 3:48Ela não podia, ninguém pode
ter aquela aparência. -
3:48 - 3:53Mas hoje é realmente impossível
por causa da mágica do Photoshop, -
3:53 - 3:56que pode transformar esta mulher
nessa mulher -
3:56 - 3:57e tentar fazer-nos acreditar
-
3:57 - 4:00que um creme antienvelhecimento
pode fazer isso. -
4:00 - 4:02Ela é uma linda mulher,
-
4:02 - 4:05mas mulheres mais velhas só são
consideradas atraentes em nossa cultura -
4:05 - 4:08se nos mantivermos parecendo
impossivelmente jovens. -
4:08 - 4:13Aprendemos a ver os rostos de homens
e de mulheres de modos muito diferentes. -
4:13 - 4:17Aqui temos Brad Pitt
e a ex-supermodelo Linda Evangelista, -
4:17 - 4:21com mais ou menos a mesma idade,
cada um em um anúncio da Chanel, -
4:21 - 4:26ele parece um ser humano,
mas ela foi transformada em um desenho. -
4:26 - 4:30De vez em quando, uma celebridade resiste.
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4:30 - 4:33Como alguns sabem,
esta semana a cantora Lorde "twittou" -
4:33 - 4:38uma foto sua sem retoque
embaixo de uma versão com photoshop, -
4:38 - 4:41e ela escreveu:
''Lembre-se, defeitos são normais.'' -
4:41 - 4:44Bom para ela, mas isso não
acontece com frequência. -
4:44 - 4:46Homens também passam pelo Photoshop,
-
4:46 - 4:49mas quando eles são ''photoshopados'',
ficam maiores. -
4:49 - 4:53Andy Roddick riu quando viu
os braços musculosos nesta capa, -
4:53 - 4:56e sugeriu que eles deveriam
ser devolvidos ao dono. -
4:56 - 4:58(Risos)
-
4:58 - 5:02A obsessão com a magreza é pior
do que nunca devido ao Photoshop. -
5:02 - 5:06A cabeça dela é maior que sua pélvis:
isso é anatomicamente impossível. -
5:06 - 5:07(Risos)
-
5:07 - 5:11A modelo original desse anúncio
foi demitida por ser gorda demais, -
5:11 - 5:15e foi usado Photoshop
para criar esta imagem bizarra. -
5:15 - 5:20Mais recentemente, usaram o Photoshop
para remover o espaço entre as pernas. -
5:20 - 5:24Infelizmente, também removeram
uma parte muito importante do corpo dela. -
5:24 - 5:25(Risos)
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5:25 - 5:30A imagem é impossível para todo mundo, mas
principalmente para mulheres não-brancas, -
5:30 - 5:35que só são consideradas bonitas
quando se aproximam do padrão branco: -
5:35 - 5:40pele clara, cabelo liso,
traços caucasianos, olhos ocidentais. -
5:40 - 5:44Até a pele da Beyoncé
é clareada em anúncios. -
5:44 - 5:49A imagem não é real. É artificial.
É construída. É impossível. -
5:49 - 5:54Mas mulheres reais se comparam
com ela todos os dias. -
5:54 - 5:56Isso afeta a autoestima feminina,
-
5:56 - 6:01e afeta o modo que homens se sentem em
relação às mulheres reais de suas vidas. -
6:03 - 6:09Os corpos femininos são desmembrados
em anúncios, de todos os tipos de produtos -
6:09 - 6:12e às vezes o corpo
não é somente desmembrado, -
6:12 - 6:13é insultado.
-
6:13 - 6:16Como neste incrível anúncio
que saiu há alguns anos -
6:16 - 6:19em muitas revistas para mulheres
e adolescentes. -
6:19 - 6:21Esse é o anúncio e eu lerei para vocês.
-
6:21 - 6:26''Seus seios podem ser grandes demais,
caídos demais, planos demais, -
6:26 - 6:31separados demais, juntos demais,
tortos demais, moles demais, -
6:31 - 6:37pálidos demais, exagerados demais,
ou apenas duas mordidas de mosquito, -
6:37 - 6:38mas com os produtos da Dep,
-
6:38 - 6:41ao menos você pode ter
o cabelo do jeito que quiser. -
6:41 - 6:42(Risos)
-
6:42 - 6:45É ridículo, mas isso saiu
em revista adolescentes. -
6:45 - 6:47Revistas para meninas de 12 anos.
-
6:47 - 6:51Estão dizendo para essas meninas:
''Seus seios nunca serão aceitáveis.'' -
6:51 - 6:54Nossas adolescentes estão recebendo
a mensagem hoje em dia tão novas -
6:54 - 6:58que elas precisam ser incrivelmente
magras, bonitas, gostosas e sexy, -
6:58 - 6:59e que elas irão fracassar.
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6:59 - 7:03Porque não há como atingir
esse ideal impossível. -
7:03 - 7:06A autoestima das garotas
na América frequentemente cai -
7:06 - 7:08quando atingem a adolescência.
-
7:08 - 7:11Garotas tendem a se sentir bem
consigo mesmas quando têm 8, 9, 10 anos. -
7:11 - 7:14Mas a adolescência chega
e costumam enfrentar problemas, -
7:14 - 7:15e parte desses problemas
-
7:15 - 7:19vêm da ênfase terrível
com a perfeição física. -
7:19 - 7:22Os corpos masculinos raramente
são desmembrados em anúncios. -
7:22 - 7:25Mais do que costumavam ser,
mas ainda tendem a ser um choque. -
7:25 - 7:27Esse anúncio saiu cerca de 20 anos atrás,
-
7:27 - 7:31na Vanity Fair, todos esses são
da grande mídia nacional, -
7:31 - 7:34e foi um dos primeiros exemplos
de um homem transformado em objeto sexual. -
7:34 - 7:37Mas quando essa propaganda saiu,
há cerca de 20 anos, -
7:37 - 7:42foi tão chocante que a propaganda
ganhou cobertura midiática. -
7:42 - 7:45É bom que tenha ganho
alguma cobertura, eu acho. -
7:45 - 7:47(Risos)
-
7:47 - 7:49Repórteres me ligaram
de todo o país e falaram: -
7:49 - 7:52''Estão fazendo com os homens
o que sempre fizeram com as mulheres.'' -
7:52 - 7:53Bem, não exatamente.
-
7:53 - 7:57Estariam fazendo com os homens
o que sempre fizeram com as mulheres -
7:57 - 8:00se o anúncio fosse assim:
-
8:00 - 8:06''Seu pênis pode ser pequeno demais,
mole demais, caído demais, fino demais, -
8:06 - 8:10gordo demais, pálido demais,
ou ter apenas 5 centímetros. -
8:10 - 8:12(Risos)
-
8:15 - 8:17Mas ao menos você pode
ter uma ótima calça jeans.'' -
8:17 - 8:18(Risos)
-
8:20 - 8:22Isso nunca aconteceria, nem deveria;
-
8:22 - 8:25acredite, esse não é o tipo
de igualdade pela qual luto. -
8:25 - 8:28Não quero que façam isso com homens
mais do que fazem com mulheres. -
8:28 - 8:31Mas acho que podemos aprender
com esses dois anúncios, -
8:31 - 8:33um deles aconteceu,
o outro nunca iria. -
8:33 - 8:35O que eles nos mostram claramente
-
8:35 - 8:38é que homens e mulheres vivem
em mundos muito diferentes. -
8:38 - 8:41Homens basicamente não vivem
em um mundo no qual... -
8:41 - 8:44Bom, deixa eu passar para outro.
-
8:44 - 8:46Existem estereótipos
que afetam os homens, claro, -
8:46 - 8:50mas eles tendem a ser menos pessoais
e menos relacionados ao corpo. -
8:50 - 8:54Entretanto, homens são mais coisificados
do que costumavam ser, -
8:54 - 8:57mas não existem de fato consequências
em resultado disso. -
8:57 - 8:58Eles não vivem em um mundo
-
8:58 - 9:01em que é provável serem
estuprados, assediados ou agredidos. -
9:01 - 9:03Homens héteros brancos
não vivem nesse mundo, -
9:03 - 9:05enquanto mulheres e garotas vivem.
-
9:05 - 9:07Quando mulheres são objetificadas,
-
9:07 - 9:09sempre há a ameaça
de violência sexual, -
9:09 - 9:13sempre há intimidação,
sempre há a possibilidade do perigo. -
9:13 - 9:16E mulheres vivem em um mundo
definido por essa ameaça, -
9:16 - 9:19enquanto homens simplesmente não.
-
9:20 - 9:23A linguagem corporal de mulheres e meninas
-
9:23 - 9:26continua passiva, vulnerável,
submissa, e muito diferente -
9:26 - 9:29da linguagem corporal de homens e garotos.
-
9:29 - 9:31Provavelmente a melhor maneira
de ilustrar isso -
9:31 - 9:34é colocar um homem em uma
pose tradicionalmente feminina: -
9:34 - 9:38se torna obviamente absurdo.
-
9:38 - 9:41As mulheres são frequentemente
infantilizadas em anúncios, -
9:41 - 9:43e cada vez mais, meninas
pequenas são sexualizadas. -
9:43 - 9:45Tenho falado disso há décadas.
-
9:45 - 9:48Escrevi um livro sobre isso,
e está piorando. -
9:48 - 9:50Esta garotinha tem 9 anos,
-
9:50 - 9:52e isso está acontecendo em uma cultura
-
9:52 - 9:55na qual ocorre abuso sexual de crianças
de forma generalizada. -
9:55 - 9:58Imagens como essa
não causam esse problema, -
9:58 - 10:02mas elas certamente tornam banais
atitudes muito perigosas para as crianças. -
10:02 - 10:06Sutiãs com bojo e calcinhas fio-dental
são vendidos para meninas de 7 anos -
10:06 - 10:08em grandes lojas de departamento.
-
10:08 - 10:11E o mais novo produto?
Salto alto para bebês. -
10:11 - 10:13Para não excluir os meninos,
-
10:13 - 10:17você pode comprar camisas para seu bebê
que dizem ''Esquadrão de Cafetões''. -
10:17 - 10:18(Risos)
-
10:18 - 10:22Então meninos são sexualizados também,
embora de modo bem diferente de garotas. -
10:22 - 10:25Meninos são incentivados a ver
garotas como objetos sexuais, -
10:25 - 10:28meninos são incentivados a serem
precoces sexualmente, -
10:28 - 10:32e meninos aprendem
a serem fortões e invulneráveis, -
10:32 - 10:35desde a infância.
-
10:35 - 10:38Basicamente, nós permitimos
que nossas crianças sejam sexualizadas, -
10:38 - 10:40mas nos recusamos a educá-las sobre sexo.
-
10:40 - 10:44Os Estados Unidos são a única
nação desenvolvida do mundo -
10:44 - 10:46que não ensina educação sexual
em suas escolas. -
10:46 - 10:49Mas nossas crianças recebem
educação sexual: -
10:49 - 10:51elas estão recebendo doses maciças
-
10:51 - 10:55mas estão sendo educadas pela publicidade,
pela mídia, pela cultura popular. -
10:55 - 10:58Essa é uma propaganda de calça jeans,
embora tenha algo que pareça faltar. -
10:58 - 11:00Mas cada um desses anúncios
-
11:00 - 11:05para grandes produtos internacionais,
grande mídia, -
11:05 - 11:07o problema não é sexo,
-
11:07 - 11:12é a atitude pornográfica da cultura
em relação ao sexo, a banalização do sexo. -
11:12 - 11:15E em nenhum lugar o sexo
é mais banalizado do que na publicidade -
11:15 - 11:19onde, por definição, é usado
para vender tudo. -
11:19 - 11:23''Não importa o que você dê para ele hoje,
ele irá gostar mais com arroz.'' -
11:23 - 11:25Não me acho particularmente ingênua,
-
11:25 - 11:28mas ainda não descobri
o que você faz com arroz. -
11:28 - 11:29(Risos)
-
11:30 - 11:32Talvez seja arroz selvagem.
-
11:32 - 11:33(Risos)
-
11:33 - 11:36Uma mulher gritou que espera
que não seja arroz instantâneo. -
11:36 - 11:38(Risos)
-
11:39 - 11:41Esse é um anúncio antigo,
você poderia dizer -
11:41 - 11:43''Sexo é sempre usado para vender'',
e é verdade. -
11:44 - 11:49Mas hoje em dia é muito mais explícito
e pornográfico do que nunca. -
11:49 - 11:53Para ilustrar isso vou mostrar
um anúncio velho -
11:53 - 11:55- essa propaganda velha
usa sexo para vender comida - -
11:55 - 11:57e aqui está uma atual, do Burger King:
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11:57 - 12:01''O super de 18 cm.
Ele irá te enlouquecer.'' -
12:01 - 12:04Para um produto popular, como esse.
-
12:05 - 12:12Acho que todas essas imagens
são profundamente antieróticas, -
12:12 - 12:14porque na publicidade
e na cultura popular, -
12:14 - 12:17a sexualidade pertence apenas
às pessoas jovens e bonitas. -
12:17 - 12:21Se você não é jovem e sua aparência
não é perfeita, você não tem sexualidade. -
12:21 - 12:24E isso faz com que a maioria das pessoas
se sinta menos desejável. -
12:24 - 12:28O quão sexy uma mulher pode se sentir,
se ela odeia seu corpo? -
12:28 - 12:33A Internet nos deu acesso fácil
à pornografia -
12:33 - 12:36e conforme a pornografia
se torna mais disponível e aceitável, -
12:36 - 12:39a linguagem e a imagem pornográfica
se tornam mais populares. -
12:39 - 12:42Jovens celebridades competem
com estrelas pornô, -
12:42 - 12:46e hoje em dia você pode comprar uma boneca
dançarina de pole dance para sua filha. -
12:47 - 12:51Garotas são incentivadas a parecerem
com strippers e atrizes pornô, -
12:51 - 12:55a removerem seus pelos pubianos,
e serem disponíveis sexualmente -
12:55 - 12:57sem esperar nada ou pouco em retorno.
-
12:57 - 12:59Ao mesmo tempo, elas são insultadas:
-
12:59 - 13:02''O gosto é ótimo. Desce fácil.''
-
13:02 - 13:08Conforme aprendem que seu comportamento
sexual será recompensado, -
13:08 - 13:13elas aprendem a se sexualizarem
e a se verem como objetos. -
13:13 - 13:17Essas imagens causam danos reais
para meninas e mulheres reais. -
13:17 - 13:21Garotas expostas a imagens sexualizadas
desde novas são mais passíveis -
13:21 - 13:26de sofrerem distúrbios alimentares,
depressão e baixa autoestima. -
13:26 - 13:29Inevitavelmente, a coisificação
leva à violência, -
13:29 - 13:32e isso se tornou
muito mais extremo também. -
13:32 - 13:36A publicidade banaliza
frequentemente o espancamento, -
13:36 - 13:40a agressão sexual
e até mesmo o assassinato. -
13:40 - 13:45A verdade é que a maioria
dos homens não são violentos. -
13:45 - 13:49Mas muitos homens têm medo
de se posicionarem, de apoiarem mulheres, -
13:49 - 13:51e de confrontarem outros homens.
-
13:51 - 13:54E eu tenho admiração
pelos homens que o fazem. -
13:54 - 13:57Essas propagandas não causam
diretamente violência contra a mulher, -
13:57 - 14:00mas elas banalizam atitudes perigosas,
-
14:00 - 14:04e criam uma situação em que mulheres
são constantemente vistas como objetos. -
14:04 - 14:08E certamente, transformar
um ser humano em uma coisa -
14:08 - 14:12é o primeiro passo para justificar
violência contra aquela pessoa -
14:12 - 14:16e isso ocorre frequentemente
com mulheres e meninas. -
14:16 - 14:21Então a violência e o abuso
são parte do resultado -
14:21 - 14:24desse tipo de objetificação.
-
14:24 - 14:27De todas essas maneiras,
as coisas pioraram, -
14:27 - 14:29mas de um modo,
elas se tornaram muito melhores: -
14:29 - 14:31Eu não estou mais sozinha.
-
14:31 - 14:35Existem centenas de filmes e livros,
-
14:35 - 14:37e organizações como a Brave Girls Alliance
-
14:37 - 14:41que recentemente fez
um ótimo evento na Times Square. -
14:41 - 14:44Estudos de mídia
são ensinados nas escolas, -
14:44 - 14:47existe ação política acontecendo
em todo o mundo, -
14:47 - 14:50e eu tenho uma extensa lista no meu site
-
14:50 - 14:52que junta muitas dessas coisas.
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14:52 - 14:56Eu me inspiro em ativistas jovens
como Julia Bloom que aos 14 anos -
14:56 - 15:00fez uma petição para a revista Seventeen
-
15:00 - 15:04para que limitassem o uso de Photoshop,
e ela foi bem sucedida; -
15:04 - 15:07aqui está ela comemorando
com algumas colegas; -
15:07 - 15:10e inspirou outras garotas
a fazerem o mesmo. -
15:10 - 15:13Essa geração me dá esperança.
-
15:13 - 15:15Mas ainda temos muito pela frente.
-
15:15 - 15:18As mudanças precisam
ser profundas e globais, -
15:18 - 15:22e elas dependem de um público
atento, ativo e educado: -
15:22 - 15:26pessoas que pensam em si mesmas
primeiro como cidadãs -
15:26 - 15:29depois como consumidoras.
-
15:29 - 15:31Somos todas afetadas por essas imagens,
-
15:31 - 15:34todas temos uma grande dificuldade
em enfrentá-las. -
15:34 - 15:39Precisamos criar um mundo melhor
para nós e nossas filhas. -
15:39 - 15:44Depois de todos esses anos,
ainda tenho esperança que teremos. -
15:44 - 15:46Muito obrigada.
-
15:46 - 15:47(Aplausos)
- Title:
- A verdade nua e crua: a imagem da mulher na publicidade | Jean Kilbourne | TEDxLafayetteCollege
- Description:
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Esta palestra foi dada em um evento TEDx local, produzido independentemente das conferências TED”.
A ativista e teórica cultural Jean Kilbourne estuda a imagem da mulher na publicidade há 40 anos. Na palestra, ela discute as experiências que a inspiraram a criar seu trabalho e ilustra como as imagens afetam a todos nós. Você nunca mais olhará a uma propaganda do mesmo - Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 15:51