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Como Louise Bourgeois Confronta o Passado Através da Escultura

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    Então, eu estou fazendo
    um grampo de cabelo.
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    Sabe, o grampo de cabelo é indispensável,
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    e eu nunca tenho nenhum.
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    Certo.
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    Muito bom.
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    Então, estamos quase prontos?
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    Ok.
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    "Eu não sou o que eu sou, eu sou aquilo
    que eu faço com as minhas mãos..."
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    Louise Bourgeois
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    (piano suave tocando)
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    Então, na escultura para Chicago,
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    este é um mundo silencioso.
  • 1:15 - 1:17
    Este é um mundo silencioso.
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    Todas essas coisas vão ir
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    ao redor do alto edfício em um jardim.
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    E, em vez, de competir
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    com a altura do edifício,
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    eu fiz uma escultura
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    que é tão discreta e tão sensível
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    que ela não entra em conflito
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    com o edifício.
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    A beleza disso é que o
    bloco de pedra preta
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    é uma coisa só.
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    Então, isso é algo interessante.
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    Isso é algo que
    muitas pessoas não percebem.
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    Eles não sabem como é bonito.
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    Eles não precisam saber.
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    O que me preocupa aqui
    é o vandalismo, sabe?
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    Você vê como é frágil.
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    Eu não vou lhe dar ideias agora,
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    mas é só dar uma batida nisso que...
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    Portanto, é um ato de fé
    colocar isso em um espaço ao ar livre,
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    mas eu vou arriscar.
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    Entrevistador: Por que algumas mãos
    são de crianças
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    e outras de adultos?
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    O tema é autobiografia.
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    Autobiográfico.
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    É o desamparo de uma criança
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    e então, aqui está a ajuda
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    que um adulto pode dar
    a uma pequena criança.
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    Um toma conta do outro.
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    Isso tudo significa que estamos juntos
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    e nós não somos arrogantes,
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    nós não temos vergonha
    da nossa impotência.
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    Na verdade, a impotência
    pode ser um charme.
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    Embora eu duvide disso,
    mas posso dizer isso.
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    Posso dizer isso.
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    Eu duvido, mas talvez
    eu não duvide, eu não sei.
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    A impotência pode ser um encanto.
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    Você se sente bem
    ao ajudar alguém indefeso,
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    mesmo que seja arrogante dizer isso.
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    Todas elas se baseiam no mesmo assunto.
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    E há várias razões para isso.
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    As coisas não são preto e branco,
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    elas são muito sutis,
    há varios tons de cinza.
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    Então, a principal diferença,
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    antes de mais nada,
    o fato de serem todas em preto
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    não é um acaso, é desejado.
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    Elas foram desejadas em preto.
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    O que é preto é lindo.
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    É um convite.
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    É um convite para ser amigável.
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    Certo.
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    (piano suave tocando)
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    "Tudo que temos para acessar
    o passado são os cinco sentidos...
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    E a memória." Louise Bourgeois
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    Eu devo vir aqui?
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    Os punhos, você vê a beleza disso?
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    Então, em vez de ter uma blusa,
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    veja, você tem isso.
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    Ah, obrigada.
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    Ok.
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    Portanto, é muito bonito.
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    Certo.
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    E isso também é crochê.
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    É uma questão de...
  • 5:46 - 5:50
    É uma questão de habilidade.
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    Então, isso se encaixa exatamente
    no projeto de Chicago.
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    Eu não quero falar sobre Jane Addams,
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    porque ela é uma figura histórica,
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    basta você abrir um livro
    para saber o que ela representa.
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    A atitude dela foi
    muito ética e maravilhosa.
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    Ela fornecia trabalho para as mulheres
    que vinham para cá.
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    E como seus pais não estavam por perto
    em muitos casos,
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    ela tornou as mulheres úteis.
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    Ela as transformou
    em trabalhadoras assalariadas.
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    "Não há nada tão repleto de significados
    como a mão humana..."
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    Jane Addams, fundadora da Hull House
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    Entrevistador: Sua avó não fazia rendas?
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    Louise: Havia muita produção
    de tapeçarias na minha família
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    e também muita confecção de rendas.
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    Eu falo muito das agulhas,
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    mas nunca me sentei em um tear, nunca.
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    Em sua atitude feminista,
    minha mãe era incisiva em relação a isso.
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    Ela disse: “Você, minha filha,
    nunca pegará em uma agulha.
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    As mulheres não devem ser apenas artesãs.
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    Mulheres devem ter uma carreira.”
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    Entrevistador: Qual era a ideia
    do seu pai?
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    Ele achou que você se sentaria-
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    A ideia de meu pai era que eu me casasse,
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    fosse uma boa esposa, e que
    eu não fosse mais responsabilidade dele.
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    (música de piano animada tocando)
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    Está vendo as mãozinhas dentro,
    elas são as minhas mãos,
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    como você pode ver pelo tamanho.
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    E as mãos dele, então...
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    Assistente: Minhas mãos estão
    sobre as mãos de Louise.
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    As mãos de Louise são assim.
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    Então é daí que ela veio.
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    E a técnica disso é interessante,
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    porque primeiro foi feito um molde.
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    Nós temos uma base de gesso.
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    Em seguida, Jerry empurrou
    minhas mãos no gesso úmido,
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    e depois esperamos até
    que o gesso estivesse seco,
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    a parte negativa seca.
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    Em seguida, colocamos goma-laca.
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    Devo me virar, porque ele está lá.
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    Esse é o meu (indistinto).
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    Portanto, metade dele
    é coberto com goma-laca.
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    Está seco.
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    Nesse ponto, colocamos outro,
    e colocamos o gesso por cima.
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    Agora, quando digo que o gesso original
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    é o que eu mais gosto,
    veja só, está vendo aqui?
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    Está vendo a mão aqui?
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    E você vê todas as dobras.
    Você está vendo as dobras?
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    Todas as rugas, tudo está lá.
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    Este é o verdadeiro documento. É isso aí.
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    Então, é realmente nossas mãos.
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    Porque mostra o quanto
    eu me importo com tudo isso.
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    Mostra o quanto a emoção
    que isso expressa é verdadeira.
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    É uma emoção que foi vivida e que é real;
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    Não é inventada.
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    Nesse caso, às vezes
    é uma oscilação. Olhe.
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    Eu oscilo entre ser vulnerável,
    como o do bebê,
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    e, em alguns outros casos,
    eu sou quem guia.
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    Assim, você passa de criança,
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    e se torna a avó, para Alexander.
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    Portanto, há uma grande oscilação,
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    há uma vida inteira de experiências,
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    de experiências tentadas.
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    Algumas pessoas nunca crescem,
    mas a tentativa está lá.
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    Entrevistador: Você nota que
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    os artistas sempre
    permanecem crianças?
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    Loiuse: Oh, bem,
    eu não preciso me implicar,
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    Quero dizer, não há necessidade.
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    Mas talvez seja verdade que o artista,
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    há algo neles que, ou se recusa
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    ou não consegue crescer, é possível.
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    "A minha infância nunca perdeu sua magia.
    Nunca perdeu seu mistério.
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    Nunca perdeu seu drama."
    Louise Bourgeois
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    (piano suave tocando)
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    Uma obra de arte
    não precisa ser explicada.
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    Se você perguntar: o que isso significa?
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    Bem, se você não tem
    nenhum sentimento sobre isso,
  • 11:55 - 11:57
    eu não posso te explicar.
  • 11:57 - 12:02
    Se isso não tocar você, eu falhei.
Title:
Como Louise Bourgeois Confronta o Passado Através da Escultura
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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
13:21

Portuguese, Brazilian subtitles

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