Rabiscando na aula de matemática: Espirais, Fibonacci, e Ser uma Planta [Parte 3 de 3]
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0:00 - 0:02Suponha que você está
na aula de matemática -
0:02 - 0:03ignorando o professor
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0:03 - 0:05desenhando espirais de Fibonacci
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0:05 - 0:07enquanto tenta se defender das plantas,
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0:07 - 0:08você se interessou por algo
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0:08 - 0:10que o professor disse por acidente.
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0:10 - 0:12Você desenha muitos quadrados para começar
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0:12 - 0:14E você os corta, mas acabou
cortando demais -
0:14 - 0:15e o professor volta a dar aula
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0:15 - 0:17a diversão acabou...
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0:17 - 0:20Bem, tento fazer a espiral a partir daqui.
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0:20 - 0:21E você faz um quadrado 3x3,
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0:21 - 0:22e aqui um 4x4
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0:22 - 0:24e então 7 e 11...
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0:24 - 0:27Funciona e temos uma espiral de quadrados,
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0:27 - 0:28então escreva os números.
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0:28 - 0:30Um, três, quatro, sete, 11, 18.
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0:30 - 0:32É algo como a sequência de Fibonacci,
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0:32 - 0:34porque um mais três é quatro
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0:34 - 0:35três mais quatro é sete e assim vai.
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0:35 - 0:37Ou talvez comece dois mais um
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0:37 - 0:39ou menos um mais dois.
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0:39 - 0:40Tais maneiras são sequências perfeitas,
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0:40 - 0:42e tem outra similaridade
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0:42 - 0:44com a sequência de Fibonacci.
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0:44 - 0:48O raio dos números consecutivos
se aproximam de phi. -
0:48 - 0:50Bom, várias plantas têm espirais
em números de Fibonacci, -
0:50 - 0:52mas para entender como acontece
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0:52 - 0:54podemos aprender das exceções.
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0:54 - 0:56Essa pinha que tem sete espirais
de um lado e 11 do outro, -
0:56 - 0:58pode estar representando
os números de Lucas. -
0:58 - 1:00Assim que os números de Fibonacci e Lucas
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1:00 - 1:02são relacionados, talvez isso explique.
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1:02 - 1:05Uma teoria era de que as plantas
tinham números de Fibonacci -
1:05 - 1:09sempre que cresciam novas partes
do tamanho phi de um círculo qualquer. -
1:09 - 1:10Que ângulo dará o número de Lucas?
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1:10 - 1:13Nessa pinha, cada pinhão novo
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1:13 - 1:15está aproximadamente a 100 graus da última
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1:15 - 1:17Vamos precisar de um molde
do ângulo de Lucas. -
1:17 - 1:19É fácil obter um molde de 90 graus,
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1:19 - 1:21e se pegar 1/3 de 1/3 disso
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1:21 - 1:24temos 1/9 de 90, ou seja, 10 graus.
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1:24 - 1:24Aqui.
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1:24 - 1:27Agora você pode usar para
obter padrões de espiral -
1:27 - 1:29como temos nas plantas
com números de Lucas -
1:29 - 1:31É um jeito fácil de obter
espirais de Lucas -
1:31 - 1:33se as plantas tiverem um molde interno.
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1:33 - 1:36Bem, 100 é um pouco distante de 137,5.
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1:36 - 1:38Se as plantas de alguma maneira
medissem ângulos -
1:38 - 1:40você pensaria que as extraordinárias
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1:40 - 1:42mostrariam ângulos perto
do valor phi de um círculo, -
1:42 - 1:44não pular direto para 100.
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1:44 - 1:46Talvez acredite que
espécies diferentes -
1:46 - 1:49usam ângulos diferentes, mas,
duas pinhas da mesma árvore, -
1:49 - 1:51duas espirais no mesmo caule?
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1:51 - 1:52E isso não é apenas exceção.
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1:52 - 1:55Muitas plantas não crescem espiraladas.
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1:55 - 1:57Como essa aqui, com folhas
crescendo opostas -
1:57 - 2:01E algumas têm folhas alternadas,
180 graus umas das outras, -
2:01 - 2:03o que se difere de phi
e dos ângulos de Lucas. -
2:03 - 2:05Poderia dizer que essa não conta,
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2:05 - 2:07porque têm padrões
de crescimento diferentes -
2:07 - 2:09e são diferentes em classe de planta
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2:09 - 2:11Mas não seria
bem melhor se houvesse -
2:11 - 2:13uma razão simples para tudo isso?
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2:13 - 2:15Essas variações são dicas de que
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2:15 - 2:17talvez essas plantas tenham esse ângulo
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2:17 - 2:20e o número de Fibonacci
como consequência de -
2:20 - 2:22alguns outros processos
e não apenas porque -
2:22 - 2:24matematicamente optimiza
a exposição ao Sol -
2:24 - 2:26Se o Sol estiver sobre o topo,
o qual quase nunca está, -
2:26 - 2:29e as plantas viradas pra cima
as quais não estão. -
2:29 - 2:30Então como fazem isso?
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2:30 - 2:31Bem, poderia tentar observá-las
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2:31 - 2:33seria como a ciência.
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2:33 - 2:35Olhando de perto no topo da planta,
a parte de crescimento, -
2:35 - 2:37tem isso aqui chamado meristema.
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2:37 - 2:39É onde se formam as novas partes.
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2:39 - 2:43As maiores partes foram as primeiras
a se formar a partir do meristema, -
2:43 - 2:45e as menores ao redor do centro
são novas. -
2:45 - 2:46Enquanto a planta cresce
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2:46 - 2:48elas são empurrados para fora do meristema
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2:48 - 2:50mas todas começaram lá.
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2:50 - 2:53A parte importante é que
o observador da ciência veria -
2:53 - 2:54as partes da planta sendo empurradas
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2:54 - 2:57não apenas a partir do meristema
mas um do outro. -
2:57 - 3:00Dois físicos querem tentar isso,
onde eles pingam gotas -
3:00 - 3:02de um líquido magnetizado
num prato com óleo. -
3:02 - 3:04As gotas se repelem uma das outras
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3:04 - 3:07como as partes da planta e
são atraídas para a borda do prato -
3:07 - 3:09assim como as partes da planta
se afastam do centro -
3:09 - 3:12As primeiras duas gotas iriam
no sentido oposto uma da outra -
3:12 - 3:14mas a terceira foi repelida por ambas,
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3:14 - 3:18e repelida mais longe do que
a última gota mais próxima. -
3:18 - 3:21Essa e cada nova gota sairiam
em um ângulo phi -
3:21 - 3:22relacionado com a gota anterior
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3:22 - 3:25e as gotas terminariam formando
espirais do número de Fibonacci. -
3:25 - 3:28Tudo o que a planta deve fazer
para ter espirais de Fibonacci -
3:28 - 3:31é descobrir como as partes
podem se repelir uma da outra. -
3:31 - 3:32Não sabemos todos os detalhes
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3:32 - 3:33Mas sabemos isso aqui.
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3:33 - 3:36Tem um hormônio que faz
as partes da planta crescerem -
3:36 - 3:38Essa parte se utiliza desse
hormônio em seu redor -
3:38 - 3:40E tem mais disso, então
cresce nessa direção. -
3:40 - 3:42Isso faz as partes se afastarem
do meristema -
3:42 - 3:43depois de formados.
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3:43 - 3:46Enquanto isso o meristema
continua formando novas partes -
3:46 - 3:49e irão crescer em lugares
não muito lotados -
3:49 - 3:51porque lá está o maior
hormônio do crescimento -
3:51 - 3:53Isso os leva a se afastar ainda mais
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3:53 - 3:56sobre o espaço deixado
pelas outras partes. -
3:56 - 3:59Uma vez que tudo está padronizado,
é difícil sair dali, -
3:59 - 4:01porque não há caminho para essa parte
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4:01 - 4:03se deslocar a não ser que
exista espaço vazio -
4:03 - 4:05com uma trilha de hormônio que
a guia para fora -
4:05 - 4:06mas se tivesse
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4:06 - 4:08todas as partes próximas
usariam o hormônio -
4:08 - 4:10para crescer e preencher o espaço
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4:10 - 4:12Matemáticos e programadores
fizeram suas simulações -
4:12 - 4:14e acharam a mesma coisa.
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4:14 - 4:16A melhor forma de ajustar coisas novas
com o maior espaço -
4:16 - 4:17tem a ver com o ângulo,
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4:17 - 4:19não porque as plantas
sabem do ângulo -
4:19 - 4:21mas porque foi lá
que o hormônio construiu. -
4:21 - 4:24Uma vez iniciado, é o ciclo
perpétuo de si mesmo. -
4:24 - 4:26O que essas partes
da flor fazem -
4:26 - 4:27é crescer onde tem espaço para elas.
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4:27 - 4:29O resto ocorre auto-matemática-mente.
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4:29 - 4:31Não é estranho que todas essas plantas
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4:31 - 4:33mostrem números de Fibonacci,
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4:33 - 4:34seria estranho se não mostrassem.
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4:34 - 4:36Teria que ser dessa maneira.
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4:36 - 4:38A melhor parte dessa teoria
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4:38 - 4:41é que ela explica porque as pinhas
de Lucas ocorrem. -
4:41 - 4:43Se algo ocorrer um pouco
diferente logo no começo -
4:43 - 4:46o meristema se instala num padrão
diferente porém estável -
4:46 - 4:49que possui maior espaço para
novas partes de planta -
4:49 - 4:50Isso é 100 graus distante.
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4:50 - 4:52Também explica padrões
de folha alternada -
4:52 - 4:54Se elas forem distantes suficiente
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4:54 - 4:56relativo ao seu gosto pelo hormônio,
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4:56 - 4:58que essas folhas não têm nenhuma
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4:58 - 4:59força repelente uma com a outra,
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4:59 - 5:01e tudo que elas se preocupam é em
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5:01 - 5:04ser mais distante das duas
de cima e de baixo, -
5:04 - 5:06o que faz 180 graus.
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5:06 - 5:09E quando crescem em pares,
que são opostas uma a outra, -
5:09 - 5:12a resposta quando há mais
espaço para essas duas folhas -
5:12 - 5:14está a 90 graus da que está abaixo.
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5:14 - 5:17E se olhar com vontade
você pode achar padrões inusitados -
5:17 - 5:21Os pontos no pescoço disso aqui
chegam em espirais de 14 e 22 -
5:21 - 5:23e parecem ser números de Lucas em dobro
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5:23 - 5:26e essa pinha tem seis e 10
o dobro do número de Fibonacci. -
5:26 - 5:28E como o abacaxi é
parecido com uma pinha, -
5:28 - 5:32o que margaridas e couve-de-bruxelas
têm em comum? -
5:32 - 5:34Não é o número que mostram,
é como crescem. -
5:34 - 5:37Esse padrão não é apenas útil,
nem apenas belo. -
5:37 - 5:38É inevitável.
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5:38 - 5:42Por isso ciência e matemática
ainda são divertidas. -
5:42 - 5:44Você encontra coisas que parecem
impossíveis de ser verdade -
5:44 - 5:48e então descobre por que
é impossível para não serem. -
5:48 - 5:50Para entendermos melhor essas coisas
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5:50 - 5:52houve a combinação do
esforço de matemáticos, -
5:52 - 5:55físicos, botânicos e bioquímicos,
e certamente aprendemos muito -
5:55 - 5:57mas ainda tem muito
para descobrir. -
5:57 - 5:59Continuar rabiscando
nas aulas de matemática? -
5:59 - 6:00Você pode ajudar a descobrir
-
6:00 - 6:06Legendado por [Miguel Infante]
Revisado por [Yuri Tobias]
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