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Vincent van Gogh, Quarto em Arles, 1889

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    (música de piano)
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    (dra. Beth Harris & dr. Steven Zucker)
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    "Somente aqui as cores fazem de tudo
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    e pela sua simplificação, um
    estilo grandioso para coisas
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    é ser sugestivo aqui primeiramente de
    descanso ou sono em geral
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    em uma palavra, olhar para o quadro
    deve descansar a mente
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    ou melhor ainda, a imaginação."
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    A passagem acima que lemos,
    veio de uma carta
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    que Van Gogh escreveu ao seu irmão Theo
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    e na verdade refere-se à primeira
    versão deste quadro.
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    Mas a passagem que se destaca para mim
    neste quadro é: "cor tem que fazer tudo".
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    Aplica-se muito bem a este quadro
    e quando penso nesta frase,
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    penso em uma ideia radical que ocorre
    no final do século 19
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    com a pintura nos elementos formais de
    cor, as linhas, os contornos.
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    Os pintores começaram a explorar a maneira
    com que estes elementos
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    podem ser expressivos por si mesmos.
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    O que você está falando, é sobre
    a própria raiz da abstração,
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    então, não é que isso é
    representativo.
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    É que qualidades formais de pintar
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    podem ter seu próprio aspecto
    de experiência.
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    Mais como a música que tem seu tom puro,
    a cor também, forma também,
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    podem ter seu valor emocional.
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    É verdade! As linhas que compõem
    a pintura,
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    aquela sensação de solidez, as cores,
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    a harmonia entre as cores, a relação entre
    as formas,
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    que essas coisas poderiam sugerir
    uma ideia ou uma emoção.
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    Independente do que representam.
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    Distanciando-se da ideia da arte
    copiando um mundo real.
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    Neste caso, a ideia de que Van Gogh queria
    representar era paz e harmonia e repouso.
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    Para muita gente, relaciona-se as
    pinceladas de Van Gogh com sua biografia.
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    Mas ao prestar atenção às próprias
    palavras de Van Gogh, você percebe
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    que sua intenção era nas qualidades
    estruturais e emocionais da cor.
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    E apesar de podermos ver suas pinceladas
    e os travesseiros
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    aonde a tinta parece quase descrever
    o volume dos travesseiros.
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    E mesmo assim, há a percepção do
    espaço inclinando-se para cima
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    ao correr para trás rapidamente e das
    coisas estarem ligeiramente tortas.
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    Eu realmente tenho esta sensação de que
    a pintura de Van Gogh tenta criar
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    um mundo aqui nesta casa amarela
    em Arles, aonde mudou-se de Paris.
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    Um lugar que poderia ser a base de uma
    comunidade,
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    um lugar para artistas virem
    e focarem em fazer arte.
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    E há algo sobre a simplicidade do espaço
    que parece tão diferente
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    do materialismo e da sofisticação
    de Paris.
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    Então este é um refúgio e um
    extremamente pessoal,
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    mas ele criou um espaço
    com tanto amor e cuidado.
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    Ele está de certa forma nos convidando
    a nos sentir em casa.
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    Amor e cuidado de uma maneira diferente
    do que esperaríamos normalmente.
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    O cuidado a que me referi, foi o cuidado
    que é baseado em sua observação,
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    em sua experiência neste quarto,
    seu contato com aquele assento,
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    seu dormir naquela cama, sua íntima
    experiência
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    que ele foi capaz de nos transmitir com
    um imediatismo extraordinário.
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    Pense por um segundo sobre a sofisticação
    do mundo artístico de Paris
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    e da expectativa de uma plateia
    parisiense.
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    E olhe para aquele toucador comum de
    madeira como ele mencionou em sua carta.
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    Parece que foi desenhado por uma criança.
    Não tem modulação alguma,
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    tem linha externas azuis e a cor é senão
    monótona, plana.
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    A perspectiva não faz sentido.
    Acho que esta pintura
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    deve ter parecido com a de um artista
    que não foi treinado devidamente.
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    No entanto, aqui está um artista que
    trabalhou através de uma lista
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    de estilos do início do século 19
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    Como por exemplo com a arte de pessoas
    como Millet
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    e movendo-se pelos impressionistas,
    e então realmente prestando atenção
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    aos neoimpressionists como Seurat e aqui
    encontrando um uso bem direto da tinta
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    que penso que para Van Gogh parecia
    absolutamente autêntico.
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    Autenticidade é a palavra chave acredito
    que para muitos artistas,
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    incluindo Gaugin no final do séc. 18
    e início do séc. 19.
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    Esta ideia de encontrar experiência
    autêntica e esta
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    não sendo a experiência da cidade.
    Isso retorna para algumas ideias
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    que permeiam os trabalhos
    de digamos, Courbet.
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    Mas este é um contraste claro entre
    a sofisticação da cidade
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    e de certa forma que a verdade
    e a franqueza do campo.
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    Van Gogh tem sido capaz de transmitir
    lindamente.
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    Esta é uma pintura que também significa
    uma espécie de convite aos seus amigos
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    do norte que ele tinha esperanças que
    descessem e juntassem-se a ele.
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    Ele tem uma ideia de criar um certo
    cenário utópico para artistas
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    fazerem arte longe da cidade em
    certo tipo de comunhão com a natureza.
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    Van Gogh nos dá um tipo de inocência
    extraordinariamente sofisticada.
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    (música de piano)
Title:
Vincent van Gogh, Quarto em Arles, 1889
Description:

Vincent van Gogh, Quarto em Arles, 1889, óleo sobre tela, 29 x 36-5/8 inches / 73.6 x 92.3 cm (Instituto de Arte de Chicago)

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Video Language:
English
Duration:
04:44

Portuguese, Brazilian subtitles

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