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Porque é que temos que pôr fim à Guerra à Droga

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    O que é que a Guerra à Droga fez ao mundo?
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    Vejam os assassínios e o caos no México,
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    na América Central,
    em tantas outras partes do planeta.
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    Calcula-se o mercado negro global
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    em 300 mil milhões de dólares por ano.
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    As prisões apinhadas
    nos EUA e noutros países.
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    Forças policiais e militares arrastadas
    para uma guerra perdida
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    que viola os direitos básicos.
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    Os cidadãos comuns que só esperam
    não ser apanhados no fogo cruzado.
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    Entretanto, há mais gente
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    a usar drogas do que nunca.
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    É a história do meu país,
    com a proibição do álcool
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    e Al Capone, multiplicada por 50.
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    É por isso que me irrita sobremaneira,
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    enquanto americano,
    que sejamos nós a força motora
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    por trás desta guerra global à droga.
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    Porque é que tantos países criminalizam
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    drogas de que nunca ouviram falar?
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    Porque é que os acordos das NU
    sobre drogas dão mais valor
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    à criminalização do que à saúde?
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    Porque é que a maior parte do dinheiro,
    a nível mundial,
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    para tratar da violência da droga
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    não vai para serviços de assistência,
    mas para os que punem?
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    Voltamos aos bons velhos EUA.
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    Porque é que fizemos isto?
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    Há pessoas, em especial na América Latina,
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    que pensam que não se trata da droga.
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    É apenas um subterfúgio para fazer avançar
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    os verdadeiros interesses dos EUA.
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    Mas, de modo geral, não é isso.
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    Não queremos "gangsters" e guerrilhas
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    financiadas com dinheiro ilegal da droga
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    a aterrorizar e a submeter outras nações.
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    Não, o que acontece
    é que a América enlouquece
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    quando se trata da droga.
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    Não se esqueçam
    de que fomos nós que julgámos
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    que podíamos proibir o álcool.
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    Pensem na nossa guerra global à droga
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    não como qualquer tipo
    de política racional,
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    mas como a projeção internacional
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    duma psicose nacional.
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    (Aplausos)
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    Mas há boas notícias.
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    Agora são os russos que lideram
    a Guerra à Droga, não somos nós.
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    A maior parte dos políticos no meu país
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    quer voltar atrás na Guerra à Droga,
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    pôr menos gente atrás das grades.
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    Orgulho-me de dizer, enquanto americano,
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    que agora lideramos o mundo
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    na reforma das políticas
    sobre a marijuana.
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    Já é legal, para fins medicinais,
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    em quase metade dos nossos 50 estados.
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    Milhões de pessoas
    podem comprar marijuana,
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    como medicamento, em dispensários
    licenciados pelo governo.
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    Mais de metade dos meus concidadãos
    dizem que chegou a altura
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    de regulamentar legalmente
    e taxar a marijuana,
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    mais ou menos como o álcool.
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    É o que estão a fazer
    o Colorado, Washington,
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    o Uruguai, e outros certamente se seguirão.
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    Então, é isso que eu faço:
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    trabalho para acabar com a Guerra à Droga.
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    Acho que tudo começou ao crescer
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    numa família muito religiosa, muito moral.
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    Filho mais velho dum rabino,
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    fui para a universidade
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    onde fumei marijuana...
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    ... e gostei.
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    (Risos)
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    Também gostava de beber,
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    e era óbvio que o álcool
    era o mais perigoso dos dois.
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    Mas os meus amigos e eu
    podíamos ser presos
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    por fumar um charro.
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    Essa hipocrisia incomodava-me
  • 3:06 - 3:07
    e a minha dissertação
    de doutoramento
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    foi sobre o controlo
    internacional de drogas.
  • 3:10 - 3:11
    Fui falar ao Departamento de Estado.
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    Com uma autorização especial,
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    entrevistei centenas de agentes
    de muitos organismos legais,
  • 3:16 - 3:18
    por toda a Europa e nas Américas,
  • 3:18 - 3:19
    e perguntei-lhes:
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    "Qual é que acha que é a solução?"
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    Na América Latina, disseram-me:
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    "É impossível cortar o fornecimento.
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    "A solução reside nos EUA,
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    "é preciso eliminar a procura".
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    Voltei para casa e falei com pessoas
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    envolvidas no esforço antidroga
    e elas disseram:
  • 3:36 - 3:39
    "Sabe, Ethan, não é possível
    eliminar a procura.
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    "A solução reside lá. Eles têm
    que cortar o fornecimento".
  • 3:42 - 3:45
    Fui falar com os tipos da alfândega
  • 3:45 - 3:48
    que tentam deter a droga na fronteira,
    e eles disseram:
  • 3:48 - 3:50
    "Não é aqui que a vamos parar.
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    "A resposta reside lá.
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    "Cortar o fornecimento e a procura".
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    Isso espantou-me.
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    Toda a gente envolvida nisto
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    achava que a resposta residia
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    na área que menos conhecia.
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    Foi quando comecei a ler tudo o que podia
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    sobre drogas psicoativas:
    a história, a ciência,
  • 4:10 - 4:12
    a política, tudo isso.
  • 4:12 - 4:14
    Quanto mais lemos,
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    mais chocados ficamos.
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    Uma abordagem pensada, esclarecida,
    inteligente trouxe-nos até aqui,
  • 4:20 - 4:23
    enquanto as políticas
    e as leis do meu país
  • 4:23 - 4:25
    estão a levar-nos para aqui.
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    Essa disparidade assombrou-me
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    como um incrível "puzzle"
    intelectual e moral.
  • 4:35 - 4:37
    Provavelmente nunca houve
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    uma sociedade isenta de drogas.
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    Praticamente, todas as sociedades
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    ingerem substâncias psicoativas
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    para tratar da dor, aumentar
    a energia, socializar,
  • 4:47 - 4:49
    até mesmo para comunicar com Deus.
  • 4:49 - 4:52
    O desejo de alterar a nossa consciência
  • 4:52 - 4:54
    pode ser tão imperioso
    como o nosso desejo
  • 4:54 - 4:57
    de comida, de companhia e de sexo.
  • 4:58 - 5:00
    Portanto, o nosso verdadeiro desafio
  • 5:00 - 5:03
    é aprender como viver com as drogas
  • 5:03 - 5:06
    para que elas causem
    o menor prejuízo possível
  • 5:06 - 5:09
    e, nalguns casos,
    o maior benefício possível.
  • 5:10 - 5:12
    Vou contar-vos uma coisa que aprendi:
  • 5:12 - 5:15
    a razão por que algumas drogas
    são legais e outras não
  • 5:15 - 5:18
    quase não tem nada a ver
    com a ciência ou a saúde
  • 5:18 - 5:20
    ou com o risco relativo às drogas.
  • 5:20 - 5:22
    Praticamente, tem tudo a ver
    com quem a usa
  • 5:22 - 5:25
    e com quem é apanhado
    a usar determinadas drogas.
  • 5:25 - 5:28
    Nos finais do século XIX,
  • 5:28 - 5:31
    quando eram legais a maioria das drogas,
    que agora são ilegais,
  • 5:31 - 5:34
    os principais consumidores de opiatos,
    no meu país, e noutros,
  • 5:34 - 5:37
    eram mulheres brancas de meia idade
  • 5:37 - 5:40
    que as usavam para aliviar
    dores e sofrimento
  • 5:40 - 5:42
    quando havia poucos
    analgésicos disponíveis.
  • 5:42 - 5:45
    Nessa época, ninguém pensava
    em criminalizá-las
  • 5:45 - 5:48
    porque ninguém queria ver
    as avozinhas atrás das grades.
  • 5:48 - 5:50
    Mas, quando centenas
    de milhares de chineses
  • 5:50 - 5:52
    começaram a aparecer no meu país,
  • 5:52 - 5:55
    a trabalhar duramente
    no caminho-de-ferro e nas minas,
  • 5:55 - 5:57
    e depois a mergulhar, à noite
    como faziam no seu país,
  • 5:57 - 6:00
    com algumas baforadas do cachimbo do ópio,
  • 6:00 - 6:03
    vimos as primeiras leis
    de proibição de drogas,
  • 6:03 - 6:04
    na Califórnia e no Nevada,
  • 6:04 - 6:06
    motivadas pelo receio racista
  • 6:06 - 6:09
    de que os chineses
    transformassem as mulheres brancas
  • 6:09 - 6:11
    em escravas sexuais, viciadas em ópio.
  • 6:12 - 6:14
    As primeiras leis de proibição da cocaína,
    foram motivadas
  • 6:14 - 6:18
    pelo medo racista de que
    os negros inalassem aquele pó branco
  • 6:18 - 6:20
    e se esquecessem do seu devido lugar
  • 6:20 - 6:22
    na sociedade sulista.
  • 6:22 - 6:24
    As primeiras leis
    de proibição da marijuana,
  • 6:24 - 6:27
    com medo dos imigrantes mexicanos
  • 6:27 - 6:30
    no oeste e sudoeste.
  • 6:30 - 6:33
    O que aconteceu no meu país
  • 6:33 - 6:35
    também aconteceu em muitos outros,
  • 6:35 - 6:37
    tanto nas origens destas leis
  • 6:37 - 6:39
    como na sua implementação.
  • 6:41 - 6:42
    Coloquem as coisas assim,
  • 6:42 - 6:45
    — só vou exagerar um pouco:
  • 6:45 - 6:48
    Se os principais fumadores de cocaína
  • 6:48 - 6:50
    fossem sobretudo
    homens brancos mais velhos
  • 6:50 - 6:53
    e os principais consumidores de Viagra
  • 6:53 - 6:55
    fossem jovens negros pobres,
  • 6:55 - 6:58
    seria fácil obter cocaína para fumar,
    com uma receita do médico
  • 6:58 - 7:01
    e a venda de Viagra daria direito
    a 5 a 10 anos atrás das grades.
  • 7:01 - 7:05
    (Aplausos)
  • 7:06 - 7:09
    Antigamente eu era professor
    e ensinava isto.
  • 7:09 - 7:13
    Agora sou um ativista, um ativista
    pelos direitos humanos.
  • 7:13 - 7:16
    O que me motiva é a vergonha que tenho
  • 7:16 - 7:18
    por viver numa nação,
    tão grande noutras coisas,
  • 7:18 - 7:21
    que tem menos de 5%
    da população mundial
  • 7:21 - 7:24
    mas quase 25% da população
    encarcerada mundial.
  • 7:24 - 7:27
    São as pessoas que conheço, que
    perderam um ente querido pela violência
  • 7:27 - 7:29
    ou na prisão, por causa da droga,
  • 7:29 - 7:31
    com uma "overdose" ou com SIDA,
  • 7:31 - 7:32
    porque a nossa política de drogas
  • 7:32 - 7:35
    dá mais importância
    à criminalização que à saúde.
  • 7:35 - 7:38
    São boas pessoas que perderam o emprego,
  • 7:38 - 7:42
    a casa, a liberdade, até mesmo os filhos
    que foram entregues ao estado,
  • 7:42 - 7:45
    não por terem prejudicado alguém
  • 7:45 - 7:48
    mas apenas porque optaram
    por usar uma droga
  • 7:48 - 7:50
    em vez de outra.
  • 7:51 - 7:54
    A solução é a legalização?
  • 7:55 - 7:57
    Sobre isso, eu estou dividido:
  • 7:57 - 8:01
    três dias por semana, acho que sim,
    três dias por semana, acho que não.
  • 8:01 - 8:03
    E aos domingos, sou agnóstico.
  • 8:03 - 8:05
    Mas, como hoje é terça-feira,
  • 8:05 - 8:08
    vou dizer apenas que,
    se a maior parte das drogas,
  • 8:08 - 8:13
    que são hoje criminalizadas,
    fossem reguladas legalmente e taxadas,
  • 8:13 - 8:15
    diminuiriam radicalmente
    o crime, a violência,
  • 8:15 - 8:17
    a corrupção, o mercado negro
  • 8:17 - 8:20
    e os problemas de drogas adulteradas
    e sem regulamentação.
  • 8:20 - 8:22
    Melhoraria a segurança pública
  • 8:22 - 8:24
    e permitiria o aumento
    dos recursos dos contribuintes
  • 8:24 - 8:26
    para fins mais úteis.
  • 8:27 - 8:30
    Os mercados da marijuana, da cocaína,
  • 8:30 - 8:32
    da heroína e das metanfetaminas
  • 8:32 - 8:34
    são mercados globais de produtos
  • 8:34 - 8:38
    tal como os mercados globais
    do álcool e do tabaco,
  • 8:38 - 8:40
    do café, do açúcar
    e de tantas outras coisas.
  • 8:41 - 8:43
    Onde há procura,
  • 8:43 - 8:45
    haverá oferta.
  • 8:45 - 8:47
    Elimine-se uma fonte
  • 8:47 - 8:49
    e, inevitavelmente, surgirá outra.
  • 8:49 - 8:52
    As pessoas têm tendência
    para pensar na proibição
  • 8:52 - 8:54
    como a suprema forma de regulação
  • 8:54 - 8:58
    quando, na verdade, representa
    a abdicação da regulação
  • 8:58 - 9:01
    em que os criminosos preenchem o vazio.
  • 9:02 - 9:05
    É por isso que instituir
    leis criminais e uma frente policial
  • 9:05 - 9:08
    e concentrar-se em tentar controlar
  • 9:08 - 9:11
    um mercado global dinâmico de produtos
  • 9:11 - 9:14
    é uma receita para o desastre.
  • 9:14 - 9:16
    O que é preciso fazer
  • 9:16 - 9:18
    é trazer os mercados subterrâneos da droga,
  • 9:18 - 9:21
    tanto quanto possível, para a superfície
  • 9:21 - 9:25
    e regulamentá-los tão inteligentemente
    quanto possível.
  • 9:25 - 9:28
    para minimizar os malefícios da droga
  • 9:28 - 9:31
    e os malefícios das políticas de proibição.
  • 9:31 - 9:35
    Com a marijuana, isso obviamente significa
  • 9:35 - 9:38
    regulamentar legalmente
    e taxá-la, tal como o álcool.
  • 9:38 - 9:41
    Os benefícios disso são enormes,
    os riscos são mínimos.
  • 9:41 - 9:44
    Haverá mais gente a usar a marijuana?
  • 9:44 - 9:48
    Talvez, mas não vão ser os jovens,
  • 9:48 - 9:50
    porque não vai ser legalizada para eles.
  • 9:50 - 9:51
    Muito francamente,
  • 9:51 - 9:53
    eles já têm o melhor acesso à marijuana.
  • 9:53 - 9:56
    Penso que vão ser as pessoas mais velhas.
  • 9:56 - 9:59
    Vão ser pessoas nos 40, 60 e 80 anos
  • 9:59 - 10:02
    que acham que preferem
    um pouco de marijuana
  • 10:02 - 10:05
    em vez da bebida à noite
    ou do comprimido para dormir,
  • 10:05 - 10:08
    ou que isso alivie
    a sua artrite ou diabetes,
  • 10:08 - 10:11
    ou talvez apimente
    um casamento prolongado.
  • 10:11 - 10:13
    (Risos)
  • 10:13 - 10:16
    Isso pode vir a ser um bom benefício
    para a saúde pública.
  • 10:16 - 10:17
    (Risos)
  • 10:17 - 10:19
    Quanto às outras drogas,
  • 10:19 - 10:22
    olhem para Portugal,
    onde ninguém vai para a cadeia
  • 10:22 - 10:23
    por possuir drogas.
  • 10:23 - 10:25
    O governo está empenhado
  • 10:25 - 10:27
    em tratar a dependência
    como uma questão de saúde.
  • 10:27 - 10:29
    Olhem para a Suíça, Alemanha, Holanda,
  • 10:29 - 10:31
    Dinamarca, Inglaterra, onde as pessoas
  • 10:31 - 10:33
    viciadas em heroína
    durante muitos anos,
  • 10:33 - 10:35
    que tentaram repetidamente
    abandoná-la e falharam,
  • 10:35 - 10:39
    podem obter heroína farmacêutica
    e serviços de apoio em clínicas médicas.
  • 10:39 - 10:41
    Os resultados estão aí.
  • 10:41 - 10:45
    Desaparece a violência
    por drogas ilegais, as doenças.
  • 10:45 - 10:48
    Desaparecem as "overdoses"
    os crimes e as prisões.
  • 10:49 - 10:51
    Melhora a saúde e o bem-estar.
  • 10:51 - 10:53
    Os contribuintes beneficiam.
  • 10:53 - 10:56
    Muitos consumidores de drogas
    deixam de ser dependentes.
  • 10:57 - 10:59
    Olhem para a Nova Zelândia,
    que recentemente aprovou uma lei
  • 10:59 - 11:03
    permitindo que certas drogas recreativas
    sejam vendidas legalmente,
  • 11:03 - 11:05
    desde que estabelecida a sua segurança.
  • 11:05 - 11:08
    Olhem aqui para o Brasil,
    e para outros países,
  • 11:08 - 11:11
    onde uma notável substância psicoativa,
  • 11:11 - 11:14
    a ayahuasca, pode ser comprada
    e consumida legalmente,
  • 11:14 - 11:17
    desde que isso se faça
    dentro dum contexto religioso.
  • 11:17 - 11:19
    Olhem para a Bolívia e o Peru,
  • 11:19 - 11:22
    onde todos os tipos de produtos,
    feitos a partir da folha de coca,
  • 11:22 - 11:24
    a origem da cocaína,
  • 11:24 - 11:26
    são vendidos legalmente ao balcão,
  • 11:26 - 11:28
    sem aparente prejuízo
    para a saúde pública das pessoas.
  • 11:28 - 11:33
    Não se esqueçam que a Coca-Cola
    conteve cocaína até 1900.
  • 11:33 - 11:35
    Tanto quanto sabemos;
    não era mais viciante
  • 11:35 - 11:37
    do que é hoje a Coca-Cola.
  • 11:38 - 11:41
    Inversamente, pensem no cigarro.
  • 11:42 - 11:46
    Nada pode viciar-nos tanto
    e matar-nos como o tabaco.
  • 11:47 - 11:50
    Quando os investigadores
    perguntam aos viciados em heroína
  • 11:50 - 11:53
    qual é a droga mais difícil de abandonar,
    a maioria diz que é o cigarro.
  • 11:53 - 11:55
    Mas, no meu país, e em muitos outros,
  • 11:55 - 11:59
    metade das pessoas
    que eram viciadas em tabaco
  • 11:59 - 12:00
    abandonaram-no
  • 12:00 - 12:03
    sem que alguma vez
    tenham sido presas ou metidas na cadeia
  • 12:03 - 12:05
    ou enviadas para
    um "programa de tratamento"
  • 12:05 - 12:07
    por um promotor público ou por um juiz.
  • 12:07 - 12:10
    O que se fez foi impostos mais altos,
  • 12:10 - 12:13
    restrições quanto ao tempo
    e ao local da venda e do uso
  • 12:13 - 12:16
    e campanhas eficazes antitabaco.
  • 12:18 - 12:21
    Podíamos reduzir ainda mais o tabaco
  • 12:21 - 12:24
    tornando-o completamente ilegal?
  • 12:24 - 12:25
    Talvez.
  • 12:25 - 12:29
    Mas imagino o pesadelo da guerra antidroga
  • 12:29 - 12:30
    que daí resultaria.
  • 12:31 - 12:34
    Os desafios que enfrentamos hoje
  • 12:34 - 12:36
    são de dois tipos.
  • 12:36 - 12:39
    O primeiro é o desafio político
  • 12:39 - 12:43
    de conceber e implementar alternativas
  • 12:43 - 12:45
    às ineficazes políticas proibicionistas,
  • 12:45 - 12:48
    mesmo que precisemos
    de melhorar na regulação
  • 12:48 - 12:52
    e viver com as drogas que são hoje legais.
  • 12:52 - 12:55
    Mas o segundo desafio é mais difícil,
  • 12:55 - 12:58
    porque trata-se de nós.
  • 12:59 - 13:02
    Os obstáculos para a reforma não residem
  • 13:02 - 13:05
    no poder do complexo prisional industrial
  • 13:05 - 13:07
    ou noutros interesses constituídos
  • 13:07 - 13:09
    que querem manter as coisas
    tal como estão,
  • 13:09 - 13:12
    mas em cada um de nós, em todos nós.
  • 13:12 - 13:17
    São os nossos receios, a falta
    de conhecimento e a nossa imaginação
  • 13:17 - 13:20
    que se atravessam no caminho
    duma verdadeira reforma.
  • 13:23 - 13:27
    E por fim, penso que
    tem a ver com os miúdos
  • 13:27 - 13:31
    e o desejo de todos os pais
    de pôr os filhos numa redoma,
  • 13:31 - 13:35
    o receio de que as drogas
    partam essa redoma
  • 13:35 - 13:37
    e coloquem em risco os mais jovens.
  • 13:37 - 13:38
    Na verdade, por vezes parece
  • 13:38 - 13:41
    que toda a Guerra à Droga se justifica
  • 13:41 - 13:44
    como uma grande lei
    de proteção às crianças,
  • 13:44 - 13:47
    a que qualquer jovem responderá que não é.
  • 13:48 - 13:52
    Eis o que eu quero dizer aos adolescentes:
  • 13:52 - 13:55
    "Primeiro, não se droguem.
  • 13:56 - 13:59
    "Segundo, não se droguem.
  • 14:00 - 14:03
    "Terceiro, se se drogarem,
  • 14:03 - 14:05
    "há uma coisa que quero que saibam,
  • 14:05 - 14:10
    "porque a minha conclusão, como pai, é:
  • 14:10 - 14:13
    "Voltem para casa à noite, sãos e salvos.
  • 14:13 - 14:16
    "Cresçam e cheguem a adultos saudáveis".
  • 14:16 - 14:20
    A minha mantra educativa em drogas é esta:
    A segurança primeiro.
  • 14:22 - 14:25
    Foi a isto que dediquei a minha vida,
  • 14:25 - 14:28
    a montar uma organização
    e um movimento de pessoas
  • 14:28 - 14:31
    que acreditam que precisamos
    de virar as costas
  • 14:31 - 14:33
    às proibições fracassadas do passado
  • 14:33 - 14:36
    e adotar novas políticas da droga
    apoiadas na ciência,
  • 14:36 - 14:39
    na compaixão, na saúde
    e nos direitos humanos,
  • 14:39 - 14:41
    em que as pessoas
    de todo o espetro político
  • 14:41 - 14:43
    e também de outros espetros,
  • 14:43 - 14:45
    em que as pessoas,
  • 14:45 - 14:46
    quer gostem de drogas quer as odeiem,
  • 14:46 - 14:48
    quer se estejam nas tintas para as drogas,
  • 14:48 - 14:52
    em que todos nós acreditemos
    que esta Guerra à Droga,
  • 14:52 - 14:56
    esta Guerra à Droga,
    retrógrada, impiedosa, desastrosa,
  • 14:56 - 14:59
    tem que acabar.
  • 14:59 - 15:01
    Obrigado.
  • 15:01 - 15:04
    (Aplausos)
  • 15:16 - 15:17
    (Obrigado)
  • 15:18 - 15:20
    Chris Anderson: Ethan,
  • 15:21 - 15:23
    Parabéns, mas que reação!
  • 15:23 - 15:25
    Foi uma palestra e tanto!
  • 15:25 - 15:28
    Mas nem toda a gente se pôs de pé.
  • 15:29 - 15:31
    Talvez algumas pessoas aqui,
  • 15:31 - 15:33
    e talvez alguns espetadores "online",
  • 15:33 - 15:37
    conheçam um adolescente ou um amigo
  • 15:37 - 15:41
    ou alguém que tenha adoecido ou morrido
  • 15:41 - 15:42
    devido a uma "overdose".
  • 15:43 - 15:45
    De certeza que já abordou pessoas dessas.
  • 15:45 - 15:46
    O que é que lhes diz?
  • 15:46 - 15:49
    Ethan: Chris, a coisa mais espantosa
    que me aconteceu ultimamente
  • 15:49 - 15:51
    é que encontro cada vez mais pessoas
  • 15:51 - 15:54
    que perderam um irmão, um filho,
  • 15:54 - 15:55
    com uma "overdose".
  • 15:56 - 15:57
    Há 10 anos, essas pessoas só diziam:
  • 15:57 - 16:00
    "Vamos fuzilar todos
    os traficantes de droga
  • 16:00 - 16:01
    "e fica o problema resolvido."
  • 16:01 - 16:02
    Mas acabaram por perceber
  • 16:02 - 16:05
    que a Guerra à Droga não servia
    para proteger os filhos,
  • 16:05 - 16:06
    mas tornava mais provável
  • 16:06 - 16:08
    que os miúdos corressem maior risco.
  • 16:08 - 16:10
    Agora, começaram a tomar parte
  • 16:10 - 16:12
    no movimento da reforma
    da política de drogas.
  • 16:12 - 16:14
    Há outras pessoas que têm filhos,
  • 16:14 - 16:17
    um viciado em álcool, outro viciado
    em cocaína ou heroína,
  • 16:17 - 16:18
    e fazem esta pergunta:
  • 16:18 - 16:21
    "Porque é que este miúdo
    pode dar um passo de cada vez
  • 16:21 - 16:22
    "para tentar melhorar
  • 16:22 - 16:26
    "e o outro tem que ir para a cadeia
    enfrentar polícia e criminosos?"
  • 16:26 - 16:27
    Toda a gente está a perceber
  • 16:27 - 16:30
    que a Guerra à Droga
    não está a proteger ninguém.
  • 16:30 - 16:32
    CA: Claro que nos EUA
    estamos num impasse político
  • 16:32 - 16:33
    em muitas questões.
  • 16:33 - 16:35
    Há qualquer hipótese realista
  • 16:35 - 16:38
    de uma viragem nesta questão
    nos próximos cinco anos?
  • 16:38 - 16:41
    EN: Diria que é notável.
    Recebo muitas chamadas
  • 16:41 - 16:42
    de jornalistas que me dizem:
  • 16:42 - 16:44
    "Ethan, parece que as duas únicas questões
  • 16:44 - 16:47
    "que vão avançar politicamente
    na América agora
  • 16:47 - 16:50
    "são a reforma da lei da marijuana
    e o casamento "gay.
  • 16:50 - 16:51
    "Como é que estão a conseguir?"
  • 16:51 - 16:54
    Depois, assistimos
    ao desfazer do bipartidarismo
  • 16:54 - 16:56
    com Republicanos e Democratas no Congresso
  • 16:56 - 16:59
    e as legislaturas estatais
    a aceitarem aprovar leis
  • 16:59 - 17:01
    com o apoio da maioria democrática.
  • 17:01 - 17:04
    Portanto deixámos
    de ser uma coisa perigosa
  • 17:04 - 17:06
    — a questão mais temida
    da política Americana —
  • 17:06 - 17:08
    para ser uma de maior êxito.
  • 17:08 - 17:11
    CA: Obrigado por ter vindo ao TEDGlobal.
    EN: Chris, obrigado.
  • 17:11 - 17:13
    (Aplausos)
Title:
Porque é que temos que pôr fim à Guerra à Droga
Speaker:
Ethan Nadelmann
Description:

A Guerra à Droga está a ser mais prejudicial do que benéfica? Numa palestra ousada, o reformador da política de drogas, Ethan Nadelmann, defende apaixonadamente o fim do movimento "retrógrado, impiedoso e desastroso" para acabar com o tráfico da droga. Apresenta duas importantes razões para, pelo contrário, nos concentrarmos numa regulamentação inteligente.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:26
  • Boa tarde! Gostaria de fazer a legenda em "BrazilianPortugues", pois o tema é extremamente relevante e atual aqui (debate da camara hoje mesmo 18/11/2014). A tarefa PT-BR não esta disponível. Abraço! Jean

Portuguese subtitles

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