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Nós já mencionamos os éteres
em vários de nossos videos.
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Eles têm servido como nosso
solvente aprótico em várias de
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nossas reações.
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Mas achei que era hora de dedicarmos
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um vídeo ou dois a eles.
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E, como tudo na química orgânica,
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um bom jeito de nos familiarizarmos
com as moléculas
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e como elas são visualmente, é
nomeando-as.
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Nomearemos algumas.
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As primeiras você já viu.
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Digamos que temos essa molécula aqui.
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Vamos ver duas formas de
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nomeá-la.
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O nome comum, e provavelmente,
o mais importante,
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especialmente com éteres.
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Isso ocorre porque esse nome
é o mais comum de se ver.
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É como o chamam.
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Mas também lhe ensinarei a nomeá-lo
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usando o nome IUPAC.
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Deixe-me escrever isso.
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IUPAC, que significa a União
Internacional da Química
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Pura e Aplicada.
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Eles que fornecem meio que
a forma de nomear oficialmente--
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as regras para fazermos isso
com as moléculas orgânicas.
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Na verdade, é a convenção usada
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mais cedo, quando falamos de
alcanos e alcenos.
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Mas, no caso dos éteres, o nome
comum é mais usado.
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O nome comum para essa
molécula está aqui.
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Você olha para os dois grupos carbônicos.
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Vejamos.
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Você tem esse aqui.
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É um grupo etil.
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Há um grupo etil bem aqui.
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Você tem um, dois carbonos.
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Olhe para o grupo do outro
lado do oxigênio.
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Ele também é um grupo etil.
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Você tem um, dois carbonos.
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Então o nome -- um minuto,
deixe-me escrever isso -- outro
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grupo etil.
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O nome comum dessa molécula é
simplesmente éter dietílico.
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Éter dietílico.
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E a palavra 'éter' lhe informa
que você tem
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um oxigênio entre os dois grupos etil.
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Esse é o nome comum.
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Nome comum.
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Agora passemos para a União
Internacional de Química Pura e Aplicada,
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ou seja, para o nome oficial.
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É algo similar ao que
fizemos para nomear outras
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coisas antes.
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Procuramos a maior cadeia.
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Vou redesenhá-lo.
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No lado esquerdo farei
a nomenclatura comum.
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No lado direito farei
a nomenclatura IUPAC.
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Deixe-me reescrever o nome comum
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do éter dietílico.
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Você procura a maior cadeia.
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No caso, há duas maiores cadeias.
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Há essa que tem dois carbonos.
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Mas também há essa outra,
que tem dois carbonos.
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Podemos usar uma das duas.
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Irei usar essa aqui
como cadeia principal.
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Dois carbonos, sem ligações duplas.
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É um etano.
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E você diz, OK, eu tenho
esse grupo alcoxi aqui.
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Colocamos o 'oxi' ao fim do nome
porque há esse oxigênio
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bem aqui.
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Mas a parte sem oxigênio
contém dois carbonos.
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Então chamamos esse
pedaço de etoxi.
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Uma outra forma de nomear é ver
que temos esse grupo etoxi
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ligado a um carbono.
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Vamos começar a numerar por
esse lado do
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etano, pois é onde o grupo
alcoxi está, ligado
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ao carbono de número 1.
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Trata-se do 1-etoxietano.
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Você quase nunca o verá nomeado
assim, embora
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este seja o nome oficial.
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É muito mais provável que você
o veja como éter dietílico.
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No meu cérebro, faz mais
sentido que seja assim.
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Basta dizer que nós
temos dois grupos.
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E coloque 'éter'.
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Você sabe que há
um oxigênio no meio.
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Vamos fazer mais alguns.
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Digamos que eu tenho
essa molécula aqui.
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Essa molécula bem aqui.
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A forma comum de nomear
é olhar os grupos nos dois lados
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do oxigênio.
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Esse grupo aqui -- farei
em uma outra cor --
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nesse grupo a esquerda aqui, temos
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um, dois, três carbonos.
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É um grupo propril,
mas está ligado
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ao carbono do meio.
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Um grupo isopropril.
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E a direita, nós temos
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somente um carbono.
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Aqui -- continuo usando
a cor azul -- esse grupo aqui
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é um grupo metil.
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A forma comum de nomear
é identificar ambos
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os grupos e escrevê-los.
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Siga sempre a ordem alfabética.
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I vem antes de M.
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Então o nome comum desse composto é
éter isopropílico metílico.
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Se fossemos usar a nomenclatura IUPAC,
teríamos que buscar a
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maior cadeia carbônica.
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Deixe-me redesenhar essa molécula.
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Desenhar isso bem aqui.
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Então, qual é a maior
cadeia carbônica?
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Bem, temos três carbonos bem aqui.
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E ali nós temos um carbono só.
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Então aquela é a maior
cadeia carbônica.
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Contém três carbonos nela, sem
ligações duplas.
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Então et, met, pro, propril --
na verdade, é um propano.
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Então ele é o maior. Vamos
escrever propano bem ali,
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porque estamos usando o
mecanismo da IUPAC.
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E olhemos a esse grupo metoxi aqui.
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Eu chamo ele de grupo metoxi,
porque tenho o oxigênio.
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Isso nós dá o 'oxi'.
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E há um grupo metil bem aqui.
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Trata-se do metoxi.
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Lembre-se que met é o
prefixo quando temos somente
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um carbono.
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Adicionamos o 'oxi' por
causa do oxigênio.
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Como ele está ligado a
dois carbonos na cadeia do propano,
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não importa por onde comecemos a
nomear, ou
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contar.
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Um, dois, três.
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Temos o 2-metoxipropano.
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Mais um exemplo.
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Mais um.
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Acredito que você
pegará o jeito, pelo menos,
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dos éteres fáceis de nomear.
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Vamos colocar um ciclo ali.
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E aquilo está ligado a oxigênio.
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Mais uma cadeia carbônica bem aqui.
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E outra bem ali.
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Vou copiar e colar para não
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precisar redesenhar a estrutura.
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Copiando e colando.
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Ok.
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Vamos fazer o nome comum
primeiro. Ele tende a ser
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um pouco mais divertido.
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Nesse lado temos um total de seis
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carbonos nesse ciclo.
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A direita na mão esquerda há um
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grupo ciclohexil.
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Já na mão direita temos um,
dois, três carbonos.
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Em outras palavras,
um grupo propil.
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Ao nomear o éter, basta colocar eles em
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ordem alfabética, além de adicionar
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'éter' no início.
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Esse é o ciclohexil.
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C vem antes de p.
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Então fica éter ciclohexílico proprílico.
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Vou fazer em amarelo.
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Éter ciclohexilíco proprílico.
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Agora é a hora do nome IUPAC.
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Procuremos a maior cadeia
carbônica aqui.
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Nesse caso, será a do ciclohexano.
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Temos um, dois, três, quatro,
cinco, seis carbonos ali.
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Já aqui há somente três.
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Essa é a nossa cadeia principal.
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É um ciclohexano.
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Sem ligações duplas,
por isso é um hexano.
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Um ciclohexano, na verdade.
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Se fosse somente três carbonos,
seria um grupo propil.
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Todavia, não é só isso que temos.
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São três carbonos e um oxigênio.
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Então é um propoxi.
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Um grupo propoxi.
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Não precisa numerar, pois pode ser
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ligado a qualquer um deles.
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Será sempre a mesma molécula.
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O nome é propoxi-ciclohexano.
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Deixe-me aproximar um pouco
do ciclohexano.
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Propoxi-ciclohexano.
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Mas o nome comum é o
nome que é mais
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provável de se ver.
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Após nomearmos alguns éteres,
vamos pensar
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sobre suas propriedades.
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O que já vimos -- e até usamos
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várias vezes, especialmente em
reações Sn2
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e situações similares -- ocasiões
em que não queríamos
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prótons livres.
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Usamos o éter dietílico.
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Mas no geral, éteres são bons solventes.
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Eles tendem a não reagir.
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Ou seja, são bons solventes.
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Especialmente quando queremos
solventes apróticos.
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Lembrando, aprótico quer dizer
que não há hidrogênios que
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possam perder seus elétrons para
um átomo mais eletronegativo,
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como o oxigênio.
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E então os prótons ficam livres,
podendo ir
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e reagir com outras coisas.
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Aqui não há hidrogênios ligados
diretamente a um
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oxigênio, em nenhum desses casos.
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Sendo assim, um solvente aprótico.
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E, por não ter hidrogênios ligados
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ao oxigênio, não há também
pontes de hidrogênio.
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Só revisando, você sabe que na água
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há a situação -- vou desenhar algumas
moléculas de água --
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nela, há a situação em que o
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O monopoliza os elétrons.
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Então tem uma carga parcial negativa.
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Já o hidrogênio tem seus elétrons
roubados ou levados, ou simplesmente os
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tem por menos tempo.
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Uma carga parcial positiva.
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O oxigênio com carga parcial negativa.
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E os hidrogênios com
cargas parciais positivas são
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atraídos para os oxigênios com
cargas parciais negativas.
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A ponte de hidrogênio.
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Ela está presente na água,
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unindo as moléculas juntas.
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Com isso, você precisa fornecer mais
energia para que ela derreta,
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ou para que entre em ebulição.
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Em outras palavras, para que as
sejam separadas
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umas das outras.
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Isso vale para álcoois.
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Álcoois só possuem uma
ponte de hidrogênio, mas
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ela por si só da conta desse efeito.
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Nos éteres, não há pontes de hidrogênio.
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Representarei as cadeias carbônicas
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com um R e um R'.
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Escrevi um R' aqui para mostrar
que poderia ser
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uma cadeia diferente dessa daqui.
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R significa radical.
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Não confunda com radical livre,
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pois são completamente diferentes.
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O R só indica uma cadeia carbônica
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ligada a esse O.
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Mas não há hidrogênios tendo
seus elétrons monopolizados
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por oxigênios, pela questão das
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cargas parciais.
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Conclusão: não haverá ponte de hidrogênio.
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Por isso, éteres tem pontos menores
de fusão e de
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ebulição.
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É mais fácil.
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É necessário menos calor em um
sistema com eles
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para que se separem, pois a atração
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não é tão forte.
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Traduzido por Leonardo Trajano Dias Garcia