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Como defender a Terra dos asteroides | Phil Plait | TEDxBoulder

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    Vou falar de uma coisa
    bastante importante.
  • 0:14 - 0:16
    Vamos começar aqui.
  • 0:17 - 0:19
    Há 65 milhões de anos,
  • 0:20 - 0:23
    os dinossauros passaram um mau bocado.
  • 0:23 - 0:25
    (Risos)
  • 0:26 - 0:29
    Um pedaço de rocha
    com uns 10 km de diâmetro
  • 0:29 - 0:33
    a uma velocidade 50 vezes superior
    à velocidade de uma bala,
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    despenhou-se na Terra.
  • 0:35 - 0:37
    Libertou de repente toda a sua energia
  • 0:37 - 0:40
    e houve uma explosão tremenda.
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    Se considerássemos todas
    as armas nucleares fabricadas
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    durante a Guerra Fria,
  • 0:45 - 0:47
    as juntássemos todas
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    e as fizéssemos detonar
    todas ao mesmo tempo,
  • 0:49 - 0:52
    isso corresponderia
    a um milionésimo da energia
  • 0:52 - 0:54
    libertada naquele momento.
  • 0:54 - 0:58
    Para os dinossauros foi um dia muito mau.
  • 0:59 - 1:01
    Uma rocha com 10 km de tamanho
    é uma coisa enorme.
  • 1:02 - 1:03
    Vivemos todos aqui em Boulder.
  • 1:03 - 1:06
    Se olharem pela janela
    podem ver o Long's Peak,
  • 1:06 - 1:07
    provavelmente conhecem-no bem.
  • 1:07 - 1:10
    Agarrem em Long's Peak
    e coloquem-no no espaço.
  • 1:10 - 1:13
    Agarrem no monte Meeker
  • 1:13 - 1:15
    e coloquem-no no espaço também,
  • 1:15 - 1:18
    e também no monte Evereste
    e no monte Godwin-Austen
  • 1:19 - 1:20
    e nos picos Indian.
  • 1:20 - 1:22
    Já devem estar a apanhar a ideia
  • 1:22 - 1:24
    do tamanho da rocha
    de que estamos a falar.
  • 1:24 - 1:26
    Sabemos que era deste tamanho
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    por causa do impacto
    que teve e da cratera que deixou.
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    Caiu no local conhecido hoje
    por Iucatão, no Golfo do México.
  • 1:32 - 1:35
    Podem ver aqui,
    esta é a Península do Iucatão.
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    Devem reconhecer Cozumel,
    ali ao largo da costa leste.
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    Este é o tamanho da cratera que deixou.
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    Estão a ver?
  • 1:43 - 1:44
    Era enorme.
  • 1:44 - 1:47
    Vou dar uma ideia do tamanho.
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    A escala aqui é de 80 km no topo,
  • 1:49 - 1:51
    uns 100 km na base.
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    Esta cratera tem uns 300 km de diâmetro,
  • 1:54 - 1:56
    uma enorme cratera que escavou
  • 1:56 - 2:00
    grande quantidade de terra
    que se espalhou por todo o globo
  • 2:00 - 2:02
    e provocou incêndios por todo o planeta,
  • 2:02 - 2:05
    dispersou poeira suficiente
    para tapar a luz do Sol.
  • 2:05 - 2:08
    Eliminou 75%
    de todas as espécies da Terra.
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    Nem todos os asteroides são tão grandes.
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    Alguns deles são mais pequenos.
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    Este é um que caiu nos EUA
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    em outubro de 1992.
  • 2:21 - 2:23
    Caiu numa sexta-feira à noite.
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    Qual a importância disso?
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    Porque, nessa altura,
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    as câmaras de vídeo
    estavam a começar a ser vulgares.
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    As pessoas andavam com elas,
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    os pais levavam-nas
    para os jogos de futebol dos filhos,
  • 2:32 - 2:34
    para filmar os miúdos a jogar futebol.
  • 2:34 - 2:36
    Como isto ocorreu numa sexta-feira,
  • 2:36 - 2:38
    puderam fazer estas cenas ótimas
  • 2:38 - 2:40
    desta coisa a partir-se quando caiu
  • 2:40 - 2:43
    na Virgínia Ocidental, em Maryland,
    na Pensilvânia e em Nova Jersey,
  • 2:43 - 2:46
    até fazer isto a um carro, em Nova Iorque.
  • 2:46 - 2:47
    (Risos)
  • 2:48 - 2:51
    Isto não é uma cratera
    com 300 km de diâmetro
  • 2:51 - 2:54
    mas vemos a rocha que está ali mesmo,
  • 2:54 - 2:56
    com o tamanho duma bola de futebol
  • 2:56 - 2:58
    que atingiu o carro
    e provocou aqueles estragos.
  • 2:58 - 3:00
    Esta coisa seria provavelmente
  • 3:00 - 3:02
    do tamanho de um autocarro
    quando caiu.
  • 3:02 - 3:04
    Partiu-se sob a pressão atmosférica,
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    desintegrou-se e os pedaços
    caíram separados
  • 3:06 - 3:08
    e provocaram alguns estragos.
  • 3:08 - 3:12
    Não gostaríamos que caíssem
    em cima dum pé ou na cabeça,
  • 3:12 - 3:14
    porque nos fariam uma coisa destas.
  • 3:14 - 3:15
    Seria muito mau.
  • 3:15 - 3:18
    Mas não eliminariam toda a vida na Terra,
  • 3:18 - 3:19
    portanto, tudo bem.
  • 3:19 - 3:22
    Mas acontece que não
    é preciso um tamanho de 10 km
  • 3:22 - 3:24
    para causar muitos estragos.
  • 3:24 - 3:26
    Há um ponto médio
    entre uma pequena rocha
  • 3:26 - 3:28
    e uma rocha gigantesca.
  • 3:28 - 3:31
    Na verdade, se já estiveram
    perto de Winslow, no Arizona,
  • 3:31 - 3:33
    há lá uma cratera no deserto
  • 3:33 - 3:37
    que é icónica, que se chama
    Cratera do Meteoro.
  • 3:37 - 3:40
    Para vos dar uma ideia do tamanho,
    tem cerca de 1,5 km de diâmetro.
  • 3:41 - 3:43
    Se olharem para o topo
    é um parque de estacionamento
  • 3:44 - 3:46
    e aqueles ali
    são autocarros de passageiros.
  • 3:46 - 3:50
    Portanto, tem cerca de 1,5 km
    de diâmetro e 180 m de profundidade.
  • 3:50 - 3:52
    O objeto que provocou isto
  • 3:52 - 3:55
    teria uns 30 a 50 m de diâmetro,
  • 3:55 - 3:58
    portanto, mais ou menos
    o tamanho deste auditório.
  • 3:59 - 4:02
    Caiu a uma velocidade tremenda,
  • 4:02 - 4:04
    despenhou-se no solo, explodiu
  • 4:04 - 4:08
    com uma energia de uma bomba nuclear
    de 20 megatoneladas,
  • 4:08 - 4:09
    uma bomba muito potente.
  • 4:09 - 4:11
    Isto aconteceu há 50 000 anos,
  • 4:11 - 4:14
    por isso deve ter eliminado
    uns quantos búfalos ou antílopes
  • 4:14 - 4:17
    ou qualquer coisa que houvesse no deserto,
  • 4:17 - 4:20
    mas, provavelmente, não terá causado
    uma devastação global.
  • 4:21 - 4:22
    Acontece que estas coisas
  • 4:22 - 4:26
    não precisam de chegar ao solo
    para fazer imensos estragos.
  • 4:26 - 4:30
    Em 1908, na Sibéria,
    perto da região Tunguska
  • 4:30 - 4:33
    — quem for fã de Dan Aykroyd
    e viu os Caça-Fantasmas,
  • 4:33 - 4:36
    quando ele fala
    da maior fenda transversal,
  • 4:36 - 4:39
    desde a explosão na Sibéria, em 1909,
    em que ele se engana na data,
  • 4:39 - 4:41
    mas tudo bem, foi em 1908,
  • 4:41 - 4:43
    Tudo bem, posso viver com isso.
  • 4:44 - 4:45
    (Risos)
  • 4:46 - 4:49
    Nessa altura, entrou outra rocha
    na atmosfera da Terra
  • 4:49 - 4:51
    e esta explodiu acima do solo,
  • 4:51 - 4:53
    vários quilómetros acima
    da superfície da Terra.
  • 4:53 - 4:58
    O calor da explosão
    incendiou a floresta por baixo
  • 4:58 - 5:01
    e, depois, a onda de choque
    deitou abaixo as árvores
  • 5:01 - 5:04
    numa extensão de centenas
    de quilómetros quadrados.
  • 5:04 - 5:06
    Provocou imensos estragos.
  • 5:06 - 5:08
    Era uma rocha que, provavelmente,
  • 5:09 - 5:11
    só tinha o tamanho deste auditório
    em que nos encontramos.
  • 5:11 - 5:14
    O meteoro do Arizona era de metal
    e o metal é muito mais duro,
  • 5:15 - 5:16
    por isso chegou ao solo.
  • 5:16 - 5:18
    O de Tunguska, provavelmente,
    era de rocha
  • 5:18 - 5:21
    que é muito mais quebradiça,
    por isso, explodiu no ar.
  • 5:21 - 5:26
    Seja como for, são explosões
    tremendas, de 20 megatoneladas.
  • 5:26 - 5:28
    Quando estas coisas explodem,
  • 5:28 - 5:31
    não chegam a provocar danos
    ecológicos globais.
  • 5:31 - 5:34
    Não vão fazer nada parecido
    com o que matou os dinossauros.
  • 5:34 - 5:36
    Não são suficientemente grandes.
  • 5:36 - 5:39
    Mas causam danos económicos globais
  • 5:39 - 5:41
    porque não precisam de bater no solo
  • 5:41 - 5:43
    para fazer este tipo de estragos.
  • 5:43 - 5:45
    Não têm de fazer uma devastação global.
  • 5:45 - 5:49
    Se uma destas coisas atingisse
    um local causaria grande pânico.
  • 5:49 - 5:52
    Mas se caísse numa cidade,
    numa cidade importante
  • 5:52 - 5:54
    — não que haja cidades
    mais importante que outras,
  • 5:54 - 5:56
    mas dependemos
    mais de umas que de outras,
  • 5:56 - 5:58
    em termos de economia global —
  • 5:58 - 6:02
    isso podia provocar muitos prejuízos
    a toda a civilização.
  • 6:04 - 6:06
    Agora que já estão a morrer de medo...
  • 6:06 - 6:07
    (Risos)
  • 6:07 - 6:09
    o que é que podemos fazer?
  • 6:09 - 6:11
    Isto é uma ameaça potencial.
  • 6:11 - 6:14
    Quero fazer notar que não tivemos
    mais nenhum impacto gigantesco
  • 6:15 - 6:17
    como o dos dinossauros,
    há 65 milhões de anos.
  • 6:17 - 6:18
    São muito raros.
  • 6:18 - 6:21
    Os mais pequenos acontecem mais vezes
  • 6:21 - 6:23
    mas, provavelmente,
    na ordem de um milénio,
  • 6:23 - 6:26
    de alguns séculos
    ou mesmo de milhares de anos.
  • 6:26 - 6:29
    Mesmo assim, é uma coisa
    que temos de considerar.
  • 6:29 - 6:30
    O que é que podemos fazer?
  • 6:30 - 6:32
    A primeira coisa a fazer é encontrá-los.
  • 6:32 - 6:36
    Esta é uma foto de um asteroide
    que passou por nós em 2009.
  • 6:36 - 6:38
    Está aqui mesmo.
  • 6:38 - 6:41
    Isto devia ser uma animação,
    mas tudo bem.
  • 6:42 - 6:44
    Podem ver que está muito esbatido.
  • 6:44 - 6:46
    Não sei se conseguem ver lá atrás.
  • 6:46 - 6:48
    Aqui são só estrelas.
  • 6:48 - 6:51
    Esta é uma rocha
    com cerca de 30 m de diâmetro,
  • 6:51 - 6:53
    mais ou menos do tamanho
    do que explodiu em Tunguska
  • 6:53 - 6:56
    e do que caiu no Arizona
    há 50 000 anos.
  • 6:56 - 6:57
    São coisas muito esbatidas.
  • 6:57 - 6:59
    São difíceis de ver,
    e o céu é muito grande.
  • 6:59 - 7:01
    Primeiro, temos de detetar estas coisas.
  • 7:01 - 7:04
    Felizmente, andamos à procura delas.
  • 7:04 - 7:06
    A NASA dedicou dinheiro a isso.
  • 7:06 - 7:07
    A National Science Foundation
  • 7:07 - 7:10
    e outros países estão
    muito interessados nisto.
  • 7:10 - 7:12
    Estamos a construir telescópios
    que procuram esta ameaça.
  • 7:12 - 7:15
    É um primeiro grande passo,
    mas qual é o segundo passo?
  • 7:15 - 7:18
    O segundo passo é que, se virmos um
    na nossa direção, temos de o deter.
  • 7:18 - 7:20
    O que é que fazemos?
  • 7:20 - 7:22
    Talvez já tenham ouvido falar
    do asteroide Apophis.
  • 7:22 - 7:24
    Se ainda não ouviram, vão ouvir.
  • 7:24 - 7:27
    Se ouviram falar
    do apocalipse maia de 2012,
  • 7:27 - 7:29
    vão ouvir falar de Apophis,
  • 7:29 - 7:32
    porque aparece em todas as redes
    do fim do mundo.
  • 7:32 - 7:33
    (Risos)
  • 7:34 - 7:37
    O Apophis é um asteroide
    que foi descoberto em 2004.
  • 7:37 - 7:39
    Tem uns 250 m de diâmetro,
  • 7:39 - 7:41
    portanto, é bastante grande,
  • 7:41 - 7:43
    maior do que um estádio de futebol
  • 7:43 - 7:46
    e vai passar pela Terra
    em abril de 2029.
  • 7:46 - 7:48
    Vai passar tão perto de nós
  • 7:48 - 7:52
    que deve passar por baixo
    dos nossos satélites meteorológicos.
  • 7:52 - 7:54
    A gravidade da Terra
    vai distorcer a órbita dele
  • 7:54 - 7:56
    de tal modo que,
  • 7:56 - 7:59
    se ele passar por esta parte do espaço,
  • 7:59 - 8:01
    esta região em forma de rim,
  • 8:01 - 8:03
    chamada fenda de ressonância gravitacional
  • 8:03 - 8:05
    a gravidade da Terra
    deformá-la-á o suficiente
  • 8:05 - 8:07
    para que, sete anos depois,
  • 8:07 - 8:09
    a 13 de abril, que é sexta-feira
    — faço notar —
  • 8:09 - 8:11
    no ano de 2036
  • 8:11 - 8:14
    — é impossível planear
    este tipo de coisas —
  • 8:14 - 8:16
    o Apophis vai atingir-nos.
  • 8:16 - 8:18
    E tem 250 m de diâmetro,
  • 8:18 - 8:20
    por isso, fará estragos incríveis.
  • 8:20 - 8:22
    Felizmente, a probabilidade
  • 8:22 - 8:24
    de ele passar por aquela
    fenda de ressonância
  • 8:24 - 8:27
    e de nos atingir na próxima volta
    é de uma num milhão,
  • 8:27 - 8:28
    uma probabilidade ínfima,
  • 8:28 - 8:31
    por isso, não vou deixar de dormir
    com essa preocupação.
  • 8:31 - 8:33
    Penso que o Apophis não é um problema.
  • 8:33 - 8:35
    Na verdade, o Apophis
    é uma bênção disfarçada,
  • 8:36 - 8:38
    porque nos acordou
    para os perigos destas coisas.
  • 8:38 - 8:40
    Este foi descoberto há poucos anos
  • 8:40 - 8:42
    e podia atingir-nos dentro de alguns anos.
  • 8:42 - 8:46
    Não atingirá, mas dá-nos a hipótese
    de estudar este tipo de asteroides.
  • 8:46 - 8:48
    Não percebíamos bem estas
    fendas de ressonância
  • 8:48 - 8:50
    e agora já percebemos.
  • 8:50 - 8:52
    Acontece que isso é muito importante,
  • 8:52 - 8:54
    porque como detemos
    um asteroide como este?
  • 8:54 - 8:55
    Pergunto-vos:
  • 8:55 - 8:58
    o que acontece se estiverem
    no meio da estrada
  • 8:58 - 8:59
    e aparecer um carro?
  • 8:59 - 9:01
    O que é que fazem?
    Fazem isto, não é?
  • 9:01 - 9:03
    Desviam-se. O carro passa por vocês.
  • 9:03 - 9:05
    Mas não podemos desviar
    a Terra, não é fácil.
  • 9:05 - 9:07
    Mas podemos desviar um pequeno asteroide.
  • 9:07 - 9:09
    Acontece que já o fizemos.
  • 9:09 - 9:12
    No ano 2005, a NASA lançou uma sonda,
  • 9:12 - 9:14
    chamada Deep Impact,
  • 9:14 - 9:17
    que lançou um fragmento de si mesma
    contra o núcleo de um cometa.
  • 9:17 - 9:20
    Os cometas são parecidos
    com os asteroides.
  • 9:20 - 9:22
    O objetivo não era desviá-lo
    do seu percurso.
  • 9:22 - 9:24
    O objetivo era fazer uma cratera
    para escavar o material
  • 9:24 - 9:27
    e ver o que é que estava por baixo
    da superfície do cometa,
  • 9:27 - 9:29
    e aprendemos bastante com isso.
  • 9:29 - 9:31
    Desviámos um pouco o cometa,
  • 9:31 - 9:33
    não muito, mas o objetivo não era esse.
  • 9:33 - 9:35
    Mas pensem nisto:
  • 9:35 - 9:37
    Esta coisa está a orbitar o Sol
  • 9:37 - 9:40
    a 20 km por segundo,
    a 30 km por segundo.
  • 9:40 - 9:42
    Lançamos uma sonda espacial
    e atingimo-lo.
  • 9:42 - 9:45
    Imaginem como deve ser difícil
    mas conseguimos.
  • 9:45 - 9:47
    Ou seja, podemos fazê-lo de novo.
  • 9:47 - 9:49
    Se virmos que um asteroide
    se está a aproximar de nós
  • 9:49 - 9:51
    e vem na nossa direção,
  • 9:51 - 9:53
    temos dois anos antes de isso acontecer.
  • 9:53 - 9:54
    Bum! atingimo-lo.
  • 9:54 - 9:57
    Podem pensar — se veem filmes —
  • 9:57 - 10:00
    podem pensar porque é
    que não usamos uma arma nuclear.
  • 10:00 - 10:03
    Podíamos tentar isso,
    mas o problema é a sincronização.
  • 10:03 - 10:05
    Se lançarmos uma arma nuclear contra ele,
  • 10:05 - 10:07
    temos de a fazer explodir
    com milissegundos de tolerância,
  • 10:08 - 10:09
    senão não acertamos.
  • 10:09 - 10:11
    E há muitos outros problemas.
  • 10:11 - 10:12
    É muito difícil.
  • 10:12 - 10:14
    Mas atingi-lo apenas? É fácil.
  • 10:14 - 10:16
    Penso que até a NASA consegue
    já provaram que podem.
  • 10:16 - 10:17
    (Risos)
  • 10:17 - 10:20
    O problema é o que acontece
    quando atingirmos esse asteroide.
  • 10:20 - 10:22
    Mudamos-lhe a órbita, medimos essa órbita
  • 10:22 - 10:25
    e descobrimos que o empurrámos
    para uma fenda de ressonância
  • 10:25 - 10:28
    e ele vai atingir-nos daí a três anos.
  • 10:28 - 10:30
    Na minha opinião, tudo bem.
  • 10:30 - 10:33
    Não nos vai atingir
    dentro de seis meses? Ótimo.
  • 10:33 - 10:36
    Temos três anos para fazer
    qualquer outra coisa.
  • 10:36 - 10:37
    Podemos atingi-lo de novo.
  • 10:37 - 10:38
    É um bocado desajeitado.
  • 10:38 - 10:41
    Podemos empurrá-lo para uma terceira
    fenda de ressonância...
  • 10:41 - 10:42
    Mas não faremos isso.
  • 10:43 - 10:45
    Esta é a parte que adoro.
  • 10:46 - 10:47
    (Risos)
  • 10:47 - 10:50
    Depois do grande murro, "pum!"
  • 10:50 - 10:52
    em que vamos atingir esta coisa na cara,
  • 10:52 - 10:55
    calçamos as luvas de veludo.
  • 10:56 - 10:57
    (Risos)
  • 10:57 - 11:00
    Há um grupo de cientistas,
    engenheiros e astronautas
  • 11:00 - 11:02
    que se intitulam The B612 Foundation.
  • 11:02 - 11:04
    Quem já leu "O Principezinho",
  • 11:04 - 11:06
    percebem esta referência,
  • 11:06 - 11:09
    ao principezinho que vivia
    num asteroide, chamado B612.
  • 11:09 - 11:11
    São pessoas brilhantes,
    homens e mulheres,
  • 11:11 - 11:13
    astronautas, engenheiros.
  • 11:13 - 11:16
    Rusty Schweickart, que foi
    astronauta no Apollo 9, está lá.
  • 11:16 - 11:19
    O meu amigo Dan Durda,
    que fez esta imagem,
  • 11:19 - 11:21
    trabalha aqui no Instituto
    Southwest Research, em Boulder,
  • 11:21 - 11:23
    na Walnut Street.
  • 11:23 - 11:24
    Criou esta imagem para isto,
  • 11:24 - 11:27
    e é atualmente um dos astrónomos
    que trabalha com eles.
  • 11:27 - 11:29
    Se virmos um asteroide
    que venha atingir a Terra
  • 11:29 - 11:31
    e tivermos tempo suficiente,
  • 11:31 - 11:34
    podemos atingi-lo, desviá-lo
    para uma órbita melhor.
  • 11:34 - 11:36
    Mas, depois, precisamos de lançar
  • 11:36 - 11:38
    uma sonda que pese
    uma ou duas toneladas.
  • 11:38 - 11:41
    Não tem de ser enorme
    — uma ou duas toneladas —
  • 11:41 - 11:43
    e estacionamo-la perto do asteroide.
  • 11:43 - 11:46
    Não poisamos nele, porque estas coisas
    oscilam de um lado para o outro.
  • 11:47 - 11:48
    É muito difícil poisar nelas.
  • 11:48 - 11:49
    Em vez disso, aproxima-se.
  • 11:49 - 11:51
    A gravidade do asteroide atrai a sonda
  • 11:51 - 11:53
    e a sonda tem umas toneladas de massa.
  • 11:53 - 11:55
    Tem um pouco de gravidade
  • 11:55 - 11:58
    mas é o suficiente
    para empurrar o asteroide.
  • 11:58 - 12:01
    Temos os foguetões preparados.
  • 12:01 - 12:03
    Aqui vê-se dificilmente,
    mas vemos o rasto dos foguetões
  • 12:04 - 12:06
    que ficam ligados
    pelas respetivas gravidades.
  • 12:06 - 12:09
    Se movimentarmos a sonda
    muito lentamente,
  • 12:09 - 12:10
    muito suavemente,
  • 12:10 - 12:15
    podemos facilmente desviá-lo
    gentilmente para uma órbita segura.
  • 12:15 - 12:17
    Até podemos pô-lo a orbitar a Terra,
  • 12:17 - 12:20
    onde podemos extrair-lhe minérios,
    mas isso é outra história.
  • 12:20 - 12:21
    Não me meto nisso.
  • 12:21 - 12:22
    (Risos)
  • 12:22 - 12:24
    Mas ficaríamos ricos!
  • 12:24 - 12:27
    (Risos)
  • 12:29 - 12:31
    Pensem nisso, ok?
  • 12:32 - 12:34
    Há rochas gigantescas a voar por aí
  • 12:34 - 12:37
    e estão a atingir-nos
    e a causar-nos danos
  • 12:37 - 12:38
    mas nós já sabemos como remediá-lo.
  • 12:38 - 12:41
    Todas as peças já estão
    no seu lugar para isso.
  • 12:41 - 12:44
    Temos astrónomos
    com telescópios à procura deles.
  • 12:44 - 12:45
    Temos pessoas brilhantes,
  • 12:46 - 12:48
    pessoas muito brilhantes,
    preocupadas com isso
  • 12:48 - 12:50
    e a imaginar como resolver o problema.
  • 12:50 - 12:52
    Temos a tecnologia para o fazer.
  • 12:52 - 12:55
    Esta sonda não pode usar
    foguetões químicos.
  • 12:55 - 12:57
    Os foguetões químicos
    produzem demasiado impulso.
  • 12:57 - 12:59
    A sonda dispararia.
  • 12:59 - 13:01
    Inventámos uma coisa
    chamada propulsão a iões
  • 13:01 - 13:04
    que é um motor de propulsão
    extremamente baixo.
  • 13:04 - 13:07
    Gera a força de uma folha de papel
    na nossa mão,
  • 13:07 - 13:08
    incrivelmente leve.
  • 13:08 - 13:11
    Mas pode funcionar durante meses e anos,
  • 13:11 - 13:13
    fornecendo esse impulso muito leve.
  • 13:13 - 13:16
    Se alguém aqui é fã
    do original "Star Trek",
  • 13:16 - 13:17
    eles encontraram uma nave alienígena
  • 13:17 - 13:20
    que tinha uma propulsão a iões
    e Spock disse:
  • 13:20 - 13:21
    "São muito sofisticados, tecnicamente.
  • 13:21 - 13:24
    "Estão cem anos à nossa frente".
  • 13:24 - 13:26
    Pois, agora já temos propulsão a iões.
  • 13:26 - 13:29
    Não temos o Enterprise,
    mas já temos propulsão a iões.
  • 13:29 - 13:32
    (Aplausos)
  • 13:32 - 13:34
    Spock.
  • 13:34 - 13:36
    (Risos)
  • 13:39 - 13:43
    É a diferença entre nós
    e os dinossauros.
  • 13:43 - 13:45
    Isso aconteceu com eles,
  • 13:45 - 13:48
    mas não tem de acontecer connosco.
  • 13:48 - 13:50
    A diferença entre os dinossauros e nós
  • 13:51 - 13:53
    é que temos um programa espacial
  • 13:53 - 13:54
    e podemos votar,
  • 13:54 - 13:57
    e assim, podemos mudar o nosso futuro.
  • 13:57 - 13:58
    (Risos)
  • 13:58 - 14:01
    Temos a capacidade
    de mudar o nosso futuro.
  • 14:01 - 14:03
    Não precisamos que,
    daqui a 65 milhões de anos
  • 14:03 - 14:06
    tenhamos os nossos ossos
    a juntar pó num museu.
  • 14:06 - 14:08
    Muito obrigado.
  • 14:08 - 14:11
    (Aplausos)
Title:
Como defender a Terra dos asteroides | Phil Plait | TEDxBoulder
Description:

O que é que tem 10 km de diâmetro e pode acabar com a civilização num instante? Um asteroide — e há imensos no espaço- Com humor e ótimos visuais, Phil Plait fascina a audiência com todas as maneiras como os asteroides podem matar e o que temos de fazer para os evitar.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:13

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