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Eu tenho 99 problemas... a paralisia é só um deles

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    Alô TEDWomen, e aí?
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    (Ovação)
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    Está fraco.
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    Alô TEDWomen, e aí?
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    (Ovação)
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    Meu nome é Maysoon Zayid,
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    e eu não estou bêbada,
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    mas o médico que me trouxe
    ao mundo estava.
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    Ele cortou minha mãe seis vezes,
  • 0:21 - 0:23
    em seis direções diferentes,
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    sufocando a pobre de mim
    ao longo do processo.
  • 0:26 - 0:28
    E como resultado,
    tenho paralisia cerebral (PC),
  • 0:28 - 0:31
    então, eu tremo o tempo todo.
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    Vejam.
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    É muito consativo. Sou uma mistura
  • 0:37 - 0:39
    de "Shakira, Shakira" com Muhammad Ali.
  • 0:39 - 0:42
    (Risos)
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    A PC não é um problema genético.
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    Não é defeito de nascença.
    Não se pega como doença.
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    Ninguém rogou praga
    no útero da minha mãe,
  • 0:50 - 0:54
    e não é porque meus pais
    são primos de primeiro grau,
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    o que, aliás, eles são.
  • 0:55 - 0:59
    (Risos)
  • 0:59 - 1:02
    Só acontece por acidente,
  • 1:02 - 1:04
    como o acidente
    do dia do meu nascimento.
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    Vou avisá-los,
    não sou inspiradora,
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    e não quero que ninguém aqui
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    se sinta mal por mim,
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    porque em algum momento da suas vidas,
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    vocês já sonharam ser deficientes.
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    Acompanhem-me numa jornada.
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    É véspera de natal,
    você está no shopping,
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    dando voltas e voltas em seu carro,
    procurando vaga para estacionar,
  • 1:27 - 1:29
    e o que você vê?
  • 1:29 - 1:34
    Dezesseis vagas reservadas
    para deficientes, vazias.
  • 1:34 - 1:36
    E você pensa: "Deus, será que não dá
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    para eu ser um pouquinho deficiente?"
  • 1:38 - 1:43
    (Risos)
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    Deixa eu dizer uma coisa para vocês:
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    eu tenho 99 problemas
    e a paralisia cerebral é só um deles.
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    Se existisse uma Olimpíada da Opressão,
  • 1:52 - 1:54
    eu ganharia uma medalha de ouro.
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    Eu sou palestina, muçulmana,
    do sexo feminino, deficiente
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    e... moro na Nova Jersey.
  • 2:02 - 2:08
    (Risos) (Aplausos)
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    Se você não se sente melhor
    consigo mesma, talvez deveria.
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    Cliffside Park, Nova Jersey,
    é a minha cidade natal.
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    Eu sempre adorei o fato
  • 2:17 - 2:19
    de que o meu bairro
    e a minha doença
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    têm as mesmas iniciais.
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    Também adoro o fato de que
    se eu quisesse andar
  • 2:23 - 2:25
    da minha casa até Nova Iorque,
    eu poderia.
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    Muitas pessoas com PC
    não conseguem andar,
  • 2:28 - 2:31
    mas meus pais não acreditavam
    em "não consigo".
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    O mantra do meu pai era:
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    "Você pode, e muito!"
  • 2:37 - 2:40
    (Risos)
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    E assim, se minhas três irmãs
    mais velhas limpavam o chão,
  • 2:43 - 2:44
    eu também limpava.
  • 2:44 - 2:47
    Se elas iam para a escola pública,
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    meus pais processavam a escola
  • 2:49 - 2:51
    para garantir que eu fosse também,
  • 2:51 - 2:53
    e se não tirássemos nota 10,
  • 2:53 - 2:55
    minha mãe dava chineladas
    em nós todas.
  • 2:55 - 2:58
    (Risos)
  • 2:58 - 3:01
    Meu pai me ensinou a andar
    quando eu tinha cinco anos.
  • 3:01 - 3:03
    Ele colocava meus calcanhares
    sobre seus pés
  • 3:03 - 3:05
    e simplesmente andava.
  • 3:05 - 3:08
    Uma outra tática dele era balançar
  • 3:08 - 3:12
    uma nota de um dólar na minha frente
    e eu tinha que correr atrás dela.
  • 3:12 - 3:14
    (Risos)
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    O meu lado "dançarina de striptease"
    era muito forte...
  • 3:17 - 3:18
    (Risos)
  • 3:18 - 3:21
    É. Quando o primeiro dia
    do jardim de infância chegou,
  • 3:21 - 3:23
    eu já andava como uma campeã
  • 3:23 - 3:27
    que tinha levado muitos socos.
  • 3:27 - 3:30
    Quando eu era pequena, havia apenas
    seis árabes na minha cidade.
  • 3:30 - 3:33
    e eram todos da minha família.
  • 3:33 - 3:35
    Agora, existem 20 árabes na cidade,
  • 3:35 - 3:38
    e ainda são todos
    da minha família. (Risos)
  • 3:38 - 3:41
    Eu acho que nunca notaram
    que não somos italianos.
  • 3:41 - 3:46
    (Risos) (Aplausos)
  • 3:48 - 3:51
    Isto foi antes do 11 de setembro
    e antes dos políticos
  • 3:51 - 3:55
    considerarem apropriado usar
    "Eu odeio os muçulmanos"
  • 3:55 - 3:57
    como um slogan de campanha eleitoral.
  • 3:57 - 4:00
    Cresci com pessoas que não tinham
    problema com minha religião.
  • 4:00 - 4:03
    Porém, pareciam muito preocupados
  • 4:03 - 4:05
    de eu morrer de fome
    durante o Ramadan.
  • 4:05 - 4:07
    Eu explicava para eles que eu tinha
    gordura suficiente
  • 4:07 - 4:09
    para sobreviver por três meses,
  • 4:09 - 4:14
    e jejuar entre o nascer
    e o pôr do sol é muito fácil.
  • 4:14 - 4:17
    Eu já fiz sapateado na Broadway.
  • 4:17 - 4:21
    É, na Broadway. Uma loucura. (Aplausos)
  • 4:21 - 4:23
    Meus pais não tinham como pagar
    um fisioterapeuta,
  • 4:23 - 4:25
    então, me botaram na escola de dança.
  • 4:25 - 4:27
    Aprendi a dançar de salto,
  • 4:27 - 4:29
    por isso sei andar de salto.
  • 4:29 - 4:30
    E sou de Jersey,
  • 4:30 - 4:33
    e nós nos preocupamos muito em ser chiques,
  • 4:33 - 4:37
    então, se minhas amigas usavam salto alto,
    eu também usava.
  • 4:37 - 4:40
    E quando minhas amigas iam
    passar as férias de verão
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    no litoral de Jersey, eu não ia.
  • 4:42 - 4:45
    Eu passava meus verões
    em uma zona de guerra,
  • 4:45 - 4:47
    porque meus pais tinham receio
  • 4:47 - 4:49
    de que, se não fôssemos
    à Palestina
  • 4:49 - 4:51
    todo verão,
  • 4:51 - 4:53
    iríamos acabar virando a Madonna.
  • 4:53 - 4:58
    (Risos)
  • 4:58 - 5:01
    As férias de verão eram, geralmente,
  • 5:01 - 5:03
    meu pai tentando me curar.
  • 5:03 - 5:05
    Eu bebi leite de veado,
  • 5:05 - 5:07
    colocaram ventosas
    nas minhas costas...
  • 5:07 - 5:09
    eu fui mergulhada no Mar Morto...
  • 5:09 - 5:12
    eu me lembro de sentir
    meus olhos ardendo na água
  • 5:12 - 5:14
    e de pensar: "Está dando certo!"
  • 5:14 - 5:17
    (Risos)
  • 5:17 - 5:21
    Uma cura milagrosa
    que encontramos foi a ioga.
  • 5:21 - 5:24
    Tenho que confessar, é muito chato,
  • 5:24 - 5:25
    mas antes de fazer ioga,
  • 5:25 - 5:28
    eu era uma comediante de stand-up
    que não podia ficar em pé.
  • 5:28 - 5:32
    E agora eu posso ficar
    de cabeça para baixo.
  • 5:32 - 5:37
    Meus pais sempre enfatizaram a ideia
  • 5:37 - 5:39
    de que eu podia fazer
    o que quisesse,
  • 5:39 - 5:41
    que sonho nenhum era impossível,
  • 5:41 - 5:43
    e meu sonho era aparecer
  • 5:43 - 5:47
    no seriado "General Hospital".
  • 5:47 - 5:49
    Eu estava na faculdade na época
    da ação afirmativa para deficientes
  • 5:49 - 5:52
    e consegui uma bolsa de estudos para a ASU,
  • 5:52 - 5:54
    Universidade do Estado do Arizona,
  • 5:54 - 5:56
    porque eu me enquadrava
    em todas as cotas.
  • 5:56 - 5:57
    (Risos)
  • 5:57 - 6:01
    Eu era como o lêmure, o bichinho
    de estimação do Departamento de Teatro.
  • 6:01 - 6:03
    Todo mundo me adorava.
  • 6:03 - 6:06
    Eu fazia o dever de casa das crianças
    "menos inteligentes".
  • 6:06 - 6:08
    Eu fechava todas as minhas matérias com 10
  • 6:08 - 6:11
    e fechava todas as matérias deles com 10.
  • 6:11 - 6:13
    Toda vez que eu fazia uma cena
  • 6:13 - 6:14
    de À Margem da Vida,
  • 6:14 - 6:17
    meus professores choravam.
  • 6:17 - 6:19
    Mas nunca fui escolhida para o elenco.
  • 6:19 - 6:21
    Finalmente, no meu último ano,
  • 6:21 - 6:23
    eles resolveram fazer
    um espetáculo chamado
  • 6:23 - 6:25
    "Eles Dançam Super Devagar em Jackson".
  • 6:25 - 6:28
    É uma peça sobre uma menina com PC.
  • 6:28 - 6:30
    Eu era a garota com PC!
  • 6:30 - 6:33
    Então, eu comecei a anunciar em voz alta:
  • 6:33 - 6:35
    "Até que enfim vou ter um papel!
  • 6:35 - 6:36
    Eu tenho paralisia cerebral!
  • 6:36 - 6:39
    Finalmente livre!
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    Graças ao Deus todo-poderoso,
    estou finalmente livre!"
  • 6:42 - 6:45
    Eu não consegui o papel. (Risos)
  • 6:45 - 6:48
    Sherry Brown foi a escolhida.
  • 6:48 - 6:50
    Fui direto ao diretor
    do departamento de teatro
  • 6:50 - 6:53
    chorando, como se alguém
    tivesse matado o meu gato,
  • 6:53 - 6:54
    para perguntar por quê,
  • 6:54 - 6:56
    e ela disse que foi porque
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    eles não achavam que eu
    conseguiria fazer as acrobacias.
  • 6:59 - 7:01
    Eu disse: "Pera aí, se eu não posso,
  • 7:01 - 7:03
    a personagem
    também não pode".
  • 7:03 - 7:08
    (Risos) (Aplausos)
  • 7:11 - 7:16
    Era o papel que eu literalmente
    nasci para fazer,
  • 7:16 - 7:21
    e eles escolheram uma atriz
    sem paralisia cerebral!
  • 7:21 - 7:23
    A faculdade imitava a vida.
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    Hollywood tem uma história sórdida
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    de escolher atores fisicamente capazes
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    para encenar deficientes
    na tela de cinema.
  • 7:30 - 7:33
    Depois de me formar, voltei a morar em casa,
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    e meu primeiro trabalho como atriz
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    foi servir de extra em um seriado.
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    Meu sonho estava se realizando.
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    Eu sabia que seria promovida
  • 7:41 - 7:46
    de "diner diner" para "melhor amiga louca"
    a qualquer momento.
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    Mas, ao invés disso, continuei sendo
    pouco mais que um móvel qualquer
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    que você só poderia reconhecer
    pelas minhas costas,
  • 7:51 - 7:53
    e ficou claro para mim
  • 7:53 - 7:55
    que os diretores de elenco
  • 7:55 - 7:59
    não contratam atores fofos,
    étnicos, deficientes.
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    Só contratam pessoas perfeitas.
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    Mas houve exceções à regra.
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    Cresci assistindo Whoopi Goldberg,
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    Roseanne Barr, Ellen,
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    e todas elas tinham
    uma coisa em comum:
  • 8:10 - 8:12
    Eram comediantes.
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    Então, eu me tornei uma comediante.
  • 8:14 - 8:19
    (Risos) (Aplausos)
  • 8:20 - 8:24
    Meu primeiro trabalho foi transportar
    comediantes famosos
  • 8:24 - 8:26
    de Nova Iorque para espetáculos em Nova Jersey,
  • 8:26 - 8:28
    e nunca vou me esquecer
    da cara do primeiro
  • 8:28 - 8:31
    que eu levei, quando se deu conta
  • 8:31 - 8:34
    de que ele viajava em alta velocidade
    na rodovia de New Jersey
  • 8:34 - 8:37
    com uma garota com PC dirigindo.
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    Eu já fiz espetáculos pelos Estados Unidos todo,
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    inclusive em árabe, no Oriente Médio,
  • 8:43 - 8:46
    sem ser censurada e sem véu.
  • 8:46 - 8:48
    Alguns dizem que sou a primeira
  • 8:48 - 8:50
    comediante stand-up no mundo árabe.
  • 8:50 - 8:52
    Eu não digo que seja a primeira,
  • 8:52 - 8:55
    mas sei que eles nunca tinham ouvido
  • 8:55 - 8:59
    aquele pequeno boato antipático
    de que as mulheres não são engraçadas,
  • 8:59 - 9:03
    e eles nos acham cômicas.
  • 9:03 - 9:08
    Em 2003, meu irmão de outra mãe e pai,
  • 9:08 - 9:10
    Dean Obeidallah, e eu começamos
  • 9:10 - 9:12
    o Festival de Comédia Árabe-Americano
    em Nova Iorque,
  • 9:12 - 9:14
    agora em seu décimo ano consecutivo.
  • 9:14 - 9:17
    Nosso objetivo é mudar
    a imagem negativa
  • 9:17 - 9:20
    dos árabes-americanos na mídia
  • 9:20 - 9:22
    e também lembrar os
    diretores de elenco
  • 9:22 - 9:25
    que sul-asiático e árabe
    não são sinônimos.
  • 9:25 - 9:28
    (Risos)
  • 9:28 - 9:34
    A integração dos árabes
    foi muito mais simples
  • 9:34 - 9:36
    do que vencer o desafio
  • 9:36 - 9:39
    contra o estigma da deficiência.
  • 9:39 - 9:41
    Minha grande chance veio em 2010.
  • 9:41 - 9:43
    Fui convidada para aparecer
  • 9:43 - 9:44
    no programa de TV a cabo
  • 9:44 - 9:46
    "Countdown With Keith Olbermann".
  • 9:46 - 9:49
    Eu entrei como se estivesse
    indo para um baile,
  • 9:49 - 9:52
    e eles me empurraram para o estúdio
  • 9:52 - 9:57
    e me fizeram sentar em uma
    cadeira giratória de rodinhas.
  • 9:57 - 10:00
    Eu olhei para o gerente de palco e disse:
  • 10:00 - 10:02
    "Com licença, você pode me trazer
    uma outra cadeira?"
  • 10:02 - 10:04
    E ela olhou para mim e disse:
  • 10:04 - 10:07
    "Cinco, quatro, três, dois..."
  • 10:07 - 10:09
    E estávamos no ar!
  • 10:09 - 10:11
    Eu tive que me agarrar
    à mesa do apresentador
  • 10:11 - 10:15
    para não rolar fora da tela
    durante a transmissão,
  • 10:15 - 10:18
    e quando a entrevista terminou,
    eu fiquei furiosa.
  • 10:18 - 10:20
    Eu tive minha chance
    e estraguei tudo,
  • 10:20 - 10:23
    e eu sabia que nunca iria
    ser convidada de novo.
  • 10:23 - 10:26
    Mas não só o Sr. Olbermann
    me chamou de novo,
  • 10:26 - 10:28
    como me deu a oportunidade de ser uma colaboradora regular,
  • 10:28 - 10:32
    e pregou minha cadeira no chão.
  • 10:32 - 10:34
    (Risos) (Aplausos)
  • 10:36 - 10:39
    Uma fato engraçado que
    aprendi trabalhando
  • 10:39 - 10:41
    com Keith Olbermann
  • 10:41 - 10:45
    foi que os humanos
    na Internet são desprezíveis.
  • 10:45 - 10:47
    As pessoas dizem que
    crianças são cruéis,
  • 10:47 - 10:50
    mas nunca fizeram piada sobre mim
    quando criança ou depois de adulta.
  • 10:50 - 10:54
    De repente, minha deficiência virou
    motivo de escárnio na Internet.
  • 10:54 - 10:56
    Eu vi clipes, online,
  • 10:56 - 10:58
    com comentários do tipo:
  • 10:58 - 11:00
    "Ei, por que ela está fazendo o 'rebolation'?"
  • 11:00 - 11:02
    "Ei, ela é retardada?"
  • 11:02 - 11:06
    E meu predileto: "Coitadinha
    da terrorista de boca torta.
  • 11:06 - 11:07
    Qual será o seu problema?
  • 11:07 - 11:11
    Nós precisamos rezar muito por ela."
  • 11:11 - 11:13
    Um comentário até sugeriu
  • 11:13 - 11:16
    que eu acrescentasse minha deficiência
    aos meus créditos:
  • 11:16 - 11:21
    "roteirista, comediante, paralítica cerebral".
  • 11:21 - 11:24
    Deficiência é algo tão visual quanto raça.
  • 11:24 - 11:27
    Se um usuário de cadeira de rodas
    não pode interpretar Beyoncé,
  • 11:27 - 11:30
    então, a Beyoncé não pode interpretar
    um usuário de cadeira de rodas.
  • 11:30 - 11:32
    Deficientes são a maior...
  • 11:32 - 11:35
    É, aplaudam por eles, gente. Vamos lá.
  • 11:35 - 11:37
    (Aplausos)
  • 11:39 - 11:42
    As pessoas com deficiência são
    a maior minoria
  • 11:42 - 11:45
    no mundo, e somos
    os mais sub-representados
  • 11:45 - 11:47
    na área do entretenimento.
  • 11:47 - 11:49
    Os médicos disseram que eu não andaria,
  • 11:49 - 11:52
    mas estou aqui, diante de vocês.
  • 11:52 - 11:54
    Mas se eu tivesse crescido
    com mídia social,
  • 11:54 - 11:56
    acho que não estaria.
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    Espero que juntos
  • 11:58 - 12:00
    possamos criar imagens mais positivas
  • 12:00 - 12:04
    da deficiência na mídia
    e no dia a dia.
  • 12:04 - 12:06
    Talvez, se houvesse
    mais imagens positivas,
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    menos ódio seria fomentado na Internet.
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    Ou talvez não.
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    Talvez educar bem uma criança
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    ainda exija um esforço coletivo.
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    Minha tortuosa jornada me levou
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    a lugares espetaculares.
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    Eu desfilei no tapete vermelho
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    ao lado da famosa diva da TV, Susan Lucci,
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    e da icônica Lorraine Arbus.
  • 12:28 - 12:31
    Fiz um filme com Adam Sandler
  • 12:31 - 12:33
    e trabalhei com meu ídolo,
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    o fantástico Dave Matthews.
  • 12:35 - 12:37
    Fui a atração principal em um tour mundial
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    do "Arabs Gone Wild".
  • 12:39 - 12:41
    Fui escolhida para representar
  • 12:41 - 12:44
    o Estado de Nova Jersey
  • 12:44 - 12:46
    na Convenção Nacional Democrata de 2008.
  • 12:46 - 12:49
    E fundei a "Maysoon's Kids",
  • 12:49 - 12:51
    uma organização de caridade que visa
  • 12:51 - 12:53
    a dar às crianças refugiadas palestinas
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    uma parcela da chance
    que meus pais me deram.
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    Mas o momento mais notável
  • 12:58 - 13:01
    foi quando... antes deste momento...
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    (Risos) (Aplausos)
  • 13:08 - 13:12
    O momento mais notável
  • 13:12 - 13:14
    foi quando fiz uma apresentação
  • 13:14 - 13:16
    para o homem que voa
    como uma borboleta
  • 13:16 - 13:18
    e ferroa como uma abelha,
  • 13:18 - 13:21
    tem Parkinson e treme como eu,
  • 13:21 - 13:23
    Muhammad Ali!
  • 13:23 - 13:29
    (Aplausos)
  • 13:31 - 13:33
    Esta foi a única vez
  • 13:33 - 13:36
    que meu pai me viu
    fazer uma apresentação ao vivo,
  • 13:36 - 13:39
    e eu dedico esta palestra à sua memória.
  • 13:39 - 13:41
    (Árabe) "Que Allah tenha piedade
    da sua alma, pai."
  • 13:41 - 13:44
    Meu nome é Maysoon Zayid,
  • 13:44 - 13:47
    e seu eu "posso, e muito!',
    vocês "podem, e muito!'
  • 13:47 - 13:52
    (Aplausos)
Title:
Eu tenho 99 problemas... a paralisia é só um deles
Speaker:
Maysoon Zayid
Description:

"Eu tenho paralisia cerebral. Eu tremo o tempo todo", Maysoon Zayid abre-se no início desta palestra emocionante e hilária. (Sério, é hilária.) "Eu sou como Shakira junto com Muhammad Ali". Com graça e humor, a comediante árabe-americana nos leva em uma turnê das suas aventuras como atriz, comediante stand-up, filantropa e defensora dos deficientes.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:13
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