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Chris Jordan retrata algumas estatísticas impressionantes.

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    Meu trabalho trata dos nossos comportamentos inconscientes,
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    no nível coletivo.
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    e o que eu quero dizer, é que são os comportamentos
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    que nós negamos,
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    e são aqueles que agem diariamente no nosso subconsciente.
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    e como indivíduos, todos fazemos isso, o tempo todo, todos os dias.
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    É como quando você discute com sua esposa
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    porque você se zangou com outra pessoa.
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    Ou quando você bebe um pouco mais numa festa só para afogar as mágoas.
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    Ou quando você se irrita porque seus sentimentos estão feridos, ou algo do tipo.
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    E quando fazemos coisas assim,
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    quando 300 milhões de pessoas se comportam inconscientemente,
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    então pode haver consequências catastróficas
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    que ninguém tem intenção que aconteça.
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    E isso é o que procuro mostrar com meu trabalho fotográfico.
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    Essa é uma imagem que eu acabei de fazer, que é,
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    quando você olha de uma certa distância,
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    parece um tipo de quadrinho neo-gótico.
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    de uma fábrica expelindo poluentes.
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    E quando você chega um pouco mais perto,
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    começa parecer com vários tubos, algo como uma refinaria.
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    ou talvez uma conexão infernal de auto-estradas.
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    E quando você chega bem perto,
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    você percebe que é feito de um monte de copos plásticos.
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    E de fato, tem um milhão de copos plásticos,
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    que é o número de copos usados nos vôos das linhas aéreas.
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    dos Estados Unidos a cada 6 horas.
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    Nós usamos 4 milhões de copos por dia nos vôos,
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    e nenhum deles aparentemente é reciclado;
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    eles simplesmente não reciclam nessa indústria.
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    Agora esse número é ridículo comparado
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    ao número de copos de papel que usamos todo dia,
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    que é de 40 milhões por dia para bebidas quentes,
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    na maior parte são copos de café.
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    Eu não poderia encaixar 40 milhões de copos numa tela,
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    mas eu consegui colocar 410 mil. E é assim que eles ficam.
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    Aqui tem 15 minutos do nosso consumo de copos.
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    E se vocês pudessem fazer uma pilha de copos de verdade,
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    esse é o tamanho que iria ter.
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    E aqui uma hora dos nossos copos.
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    E aqui um dia dos nossos copos.
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    Ainda podem ver as pessoas pequeninas aqui embaixo.
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    Isso é da altura de um prédio de 42 andares.
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    e eu coloquei a Estátua da Liberdade como referência aqui.
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    Falando em justiça, há outro fenômeno acontecendo na nossa cultura
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    que achei profundamente preocupante, é que a América nesse instante
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    tem a porcentagem de população na prisão
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    maior do que qualquer outro país na Terra.
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    Uma em quatro pessoas. De cada quatro pessoas na prisão,
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    uma é americana, aprisionada no próprio país.
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    E eu queria mostrar o número.
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    O número é: 2,3 milhões de americanos foram encarcerados em 2005.
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    E aumentou desde então, mas ainda não sabemos para quanto.
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    Assim quero mostrar 2,3 milhões de uniformes de prisioneiros.
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    e na impressão atual dessa obra,
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    cada uniforme é do tamanho da espessura de uma moeda.
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    Eles são pequenos, quase invisíveis como parte do material,
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    e para mostrar 2,3 milhões deles foi necessário uma tela
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    que era larga demais para qualquer impressora do mundo.
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    Que eu tive que dividir em vários painéis
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    de 3 metros de altura por 8 metros de largura.
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    Essa é a peça instalada em uma galeria de Nova York;
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    aqueles são meus pais apreciando a obra.
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    (Risos)
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    Cada vez que eu olho essa obra,
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    Eu sempre fico imaginando se minha mãe está cochichando para meu pai,
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    "Ele finalmente dobrou suas roupas"
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    (Risos)
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    Eu quero mostrar agora algumas obras sobre vícios.
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    Em particular uma sobre vício em cigarros.
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    Quis fazer uma obra que mostrasse o número real de americanos
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    que morrem por causa do cigarro.
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    Mais de 400 mil pessoas morrem nos EUA todo ano
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    por causa do cigarro.
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    E essa obra é feita de muitas e muitas caixas de cigarros.
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    E, voltando lentamente,
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    podem ver essa tela do Van Gogh chamada "Caveira com Cigarro Aceso"
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    É estranho pensar que no 11 de setembro,
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    quando aquela tragédia aconteceu, 3 mil americanos morreram,
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    e vocês lembram da resposta?
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    Ela repercutiu por todo o mundo,
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    e continuará repercutindo através do tempo.
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    É algo que falaremos durante uns 100 anos.
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    E no mesmo dia, mil e cem americanos morreram por causa do cigarro.
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    E no dia seguinte, outros mil e cem também morreram.
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    E a cada dia desde então, mil e cem americanos continuam morrendo,
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    e hoje, mil e cem americanos estão morrendo por causa do cigarro.
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    E nós não estamos falando disso, nós estamos ignorando isso.
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    O lobby do tabaco é extremamente poderoso.
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    Que nós recusamos ter consciência dele.
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    E mesmo sabendo do poder destrutivo dos cigarros,
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    continuamos a permitir que nossos filhos e filhas,
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    fiquem expostos a influência que dá início ao fumo.
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    E é sobre isso a próxima obra.
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    Isso são muitos e muitos cigarros: 65 mil cigarros,
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    o que equivale ao número de adolescentes
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    que começarão a fumar nesse mês, e a cada mês nos EUA.
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    Mais de 700 mil crianças nos EUA, com 18 anos ou menos
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    começam a fumar a cada ano.
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    Outra epidemia estranha nos EUA
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    que eu quero mostrar para vocês
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    é esse fenômeno de abuso e uso incorreto de drogas legais.
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    Esta é uma imagem que eu fiz com milhares de "Vicodin"
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    quer dizer, na verdade eu tenho apenas 1 Vicodin
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    que eu reproduzi várias e várias vezes.
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    E quando você se afasta pode ver 213 mil pílulas de Vicodin,
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    que é o número de incidências nos pronto-socorros de hospitais
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    anualmente nos EUA,
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    atribuído ao abuso e mau uso de analgésicos
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    e medicamentos ansiolíticos.
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    Um terço de todas as overdoses nos EUA.
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    e que incluem cocaína, heroína, álcool, tudo...
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    um terço das overdoses são causadas por medicamentos prescritos.
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    Um fenômeno estranho.
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    Essa é uma obra que eu terminei recentemente
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    sobre outro fenômeno trágico. E esse fenômeno,
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    é a obsessão por cirurgias de aumento de seios.
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    384 mil mulheres, americanas, no último ano
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    se submeteram à cirurgia de aumento estético de seios.
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    Isso se tornou rapidamente o presente de formatura mais popular,
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    dado às jovens que vão entrar na faculdade.
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    Então eu fiz essa imagem com bonecas Barbie,
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    e conforme você se afasta, vê um padrão de flores,
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    e quando se afasta totalmente, vê 32 mil bonecas Barbie,
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    que representam o número de cirurgias de aumento de seios
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    que são feitas nos EUA a cada mês.
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    A grande maioria são mulheres com menos de 21 anos.
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    E estranhamente, a única cirurgia plástica
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    que é mais popular que a de aumento de seios é a lipoaspiração,
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    e a maioria delas é feita por homens.
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    Agora, eu quero enfatizar que são apenas exemplos.
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    Eu não estou dizendo que esses são os maiores problemas.
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    Eles são apenas exemplos.
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    E a razão pela qual eu fiz isso, é porque tenho este medo
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    de que não estamos sensibilizados com isso agora.
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    Há um tipo de paralisia na América nesse momento.
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    Nós perdemos a capacidade de indignação, nossa raiva e mágoa
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    com o que está acontecendo em nossa cultura nesse momento,
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    com o que está acontecendo em nosso país,
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    as atrocidades que são cometidas em nosso nome em todo mundo.
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    Eles desapareceram, esses sentimentos estão perdidos.
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    Nossa alegria cultural, nossa alegria nacional está desaparecida.
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    E uma das causas disso, eu acho,
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    é que cada um tenta construir esse novo tipo conceito do mundo,
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    essa visão global do mundo, essa imagem holográfica
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    que nós todos tentamos criar em nossas mentes
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    de interconexões: as pegadas ecológicas
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    a 1.600 km daqui pelas coisas que compramos;
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    as consequências sociais a 16 mil quilômetros
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    das decisões diárias que nós fazemos como consumidores.
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    Conforme tentamos construir essa idéia,
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    e tentamos nos educar na enormidade de nossa cultura,
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    a informação que temos está nesses números gigantescos:
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    números em milhões, em centenas de milhões,
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    em bilhões e agora em trilhões.
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    O novo orçamento do Bush está em trilhões, e são números
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    que nosso cérebro não tem capacidade de compreender.
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    Essas estatísticas enormes não fazem sentido para nós.
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    E assim o que estou tentando com meu trabalho,
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    é pegar esses números, essas estatísticas
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    puramente numéricas, e traduzir
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    para um linguagem visual mais universal, que pode ser sentida.
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    Porque acredito que se podemos sentir os problemas,
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    se podemos sentir isso mais profundamente,
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    então iremos nos importar mais com elas do que agora.
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    E se podemos encontrar isso,
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    então estaremos prontos para encontrar dentro de nós
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    aquilo que precisamos para encarar a questão de frente,
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    que é: Como podemos mudar?
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    Essa, para mim, é a grande questão que nos deparamos agora:
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    Como mudar? Como mudamos nossa cultura,
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    e como nós, individualmente, assumimos a responsabilidade
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    pela parte da solução de que estamos encarregados,
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    e que faz parte do nosso próprio comportamento?
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    Acredito que você não precisa se sentir mal
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    para olhar para esses problemas.
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    Não estou culpando a América.
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    Estou apenas dizendo que esses somos nós nesse momento.
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    E se existem coisas que nós vemos
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    na nossa cultura e que não gostamos,
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    então temos uma escolha.
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    O grau de integridade que cada um de nós apresenta,
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    para essa questão, a profundidade de caráter que podemos assumir
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    quando enfrentamos a questão de como podemos mudar.
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    Isso já nos define como indivíduos e como nação,
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    e isso continuará assim no futuro.
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    E afetará profundamente o bem estar e a qualidade de vida,
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    dos bilhões de pessoas
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    que vão herdar o resultado de nossas decisões.
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    Não estou falando no sentido figurado,
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    Estou dizendo -- Nós somos essas pessoas, nessa sala.
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    Agora mesmo, nesse instante.
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    Obrigado e boa tarde.
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    (Aplausos)
Title:
Chris Jordan retrata algumas estatísticas impressionantes.
Speaker:
Chris Jordan
Description:

O artista Chris Jordan nos mostra uma perspectiva da cultura ocidental. Suas fotos gigantes retratam algumas estatísticas inimagináveis como, por exemplo, o número assombroso de copos de papel que usamos todos os dias.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
10:57
Vagner Pagotti added a translation

Portuguese, Brazilian subtitles

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