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Como controlar uma energia muito forte?

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    .
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    Sinto uma energia forte e doida cá dentro.
    Como posso usá-la para o bem?
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    Caro Thay, cara Sangha
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    Tenho uma pergunta
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    Por vezes, bem no fundo da minha alma,
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    sinto energias loucas, muito poderosas.
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    É algo que não consigo mesmo controlar.
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    É como... algo lá bem no fundo....
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    tão brilhante, tão profundo, tão forte.
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    E não tenho conseguido controlar
    estas energias na minha vida.
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    E levam-me para lugares e situações
    em que não consigo controlar nada.
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    Mesmo extremas.
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    Porque essa energia é tão forte. Às vezes,
    sinto-me como uma vítima dessa energia.
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    Por exemplo, se quero saber
    algo sobre o mundo
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    vou viajar e deixo essa energia guiar-me
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    e chego a sítios onde há guerra ou
    situações muito extremas.
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    E não estou pronta para aceitar isso,
    mas obtenho a minha resposta.
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    A minha energia dá-me essa resposta.
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    Sei que é complicado.
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    E agora, quero acompanhar este tema
    desta minha energia poderosa.
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    Gostava que a minha alma...
    Quero ser uma só...
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    Quero direccionar essa energia
    para um ponto exacto.
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    Sinto-me tão pequena para o fazer,
    porque esta energia é tão grande.
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    Sinto que esta energia está
    virada ao contrário em mim.
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    E não sei direccioná-la
    como ser humano que vive em sociedade
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    até um ponto grande e claro,
    por exemplo, para fazer alguma coisa...
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    alguma coisa realmente concreta.
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    Tento aplicar a atenção plena
    e tento respirar profundamente
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    e deixar as coisas virem.
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    Mas gostaria de saber se Thay
    tem algum conselho acerca disto.
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    Espero ter sido clara. Obrigada.
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    Pode repetir?
  • 2:57 - 2:59
    Resumir?
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    A nossa amiga diz que tem
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    uma energia muito profunda e poderosa
    dentro dela
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    e por vezes acha que
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    está à mercê desta energia.
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    Faz com que ela faça isto e aquilo
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    e nem sempre na melhor direcção
    para ela.
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    E quer dominar melhor esta energia.
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    Quer ter uma capacidade de escolha
    mais consciente acerca da direcção
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    e concentrar as energias
    para fazer algo concreto e positivo.
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    E está a tentar praticar
    atenção plena e respiração
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    mas acha que não consegue ainda
    dominar estas energias.
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    Esta energia chega a ser muito forte
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    e talvez a nossa atenção plena
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    não seja suficientemente poderosa
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    e nós queremos controlar.
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    Mas a prática de Plum Village é
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    não controlar
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    porque se quiserem controlar
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    estão a suprimir, de alguma maneira
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    o que querem controlar
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    A atenção plena apenas nos permite
    reconhecer as coisas tal como são
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    sem tentarmos controlar nada.
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    Primeiro, usamos a atenção plena
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    da respiração e do caminhar
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    para reconhecer isso,
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    para lhe dizer olá.
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    Não tentem controlar,
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    suprimir.
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    E temos de saber que essa energia
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    pode ter sido transmitida pelo nosso pai
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    pela nossa mãe ou
    pelos nossos antepassados.
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    Foi isso que recebemos também dos
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    nossos antepassados e da
    nossa sociedade também.
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    Queremos, portanto, entender
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    a origem dessa energia
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    de onde veio.
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    Estamos interessados em reconhecê-la
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    e entendê-la, mais do que
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    em controlá-la.
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    E essa energia pode ser
    uma energia de hábito,
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    um hábito que se formou ao longo de
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    muitas gerações,
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    durante um período superior ao que
    decorreu desde o nosso nascimento até hoje
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    Esse hábito, esse padrão de pensamento
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    de discurso, de acção pode existir
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    já há muito tempo.
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    Herdámo-lo dos nossos pais
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    e antepassados.
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    O que temos de fazer é reconhecê-lo e
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    aceitá-lo tal como é.
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    E se soubermos como o aceitar assim
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    sentir-nos-emos imediatamente melhor.
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    Não tenham pressa de controlar.
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    Reconhecer, como costumamos dizer
    "reconhecimento simples"
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    inspirando, reconheço-o.
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    E quando reconhecemos
    esta energia tal como é,
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    ela deixa de nos forçar a fazer coisas
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    que já não queremos fazer.
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    Não temos de a remover,
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    não temos de a controlar,
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    não temos de a suprimir.
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    O facto de a reconhecermos como um hábito
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    pode dar-nos logo muita liberdade.
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    Há vinte anos,
    havia um jovem americano,
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    praticante no Upper Hamlet.
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    Um dia, os irmãos pediram-lhe para ir
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    às compras para a comunidade.
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    Estávamos a celebrar
    o dia de Acção de Graças.
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    E grupos de pessoas de diferentes
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    nacionalidades iam cozinhar um prato
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    para oferecer no altar dos antepassados.
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    O grupo de americanos queria
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    fazer tarte de abóbora que é algo
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    muito americano.
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    E o grupo de italianos cozinhariam
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    um prato italiano.
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    E colocaríamos as oferendas no
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    altar dos antepassados.
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    Durante a cerimónia, entramos em contacto
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    com os nossos antepassados dentro de nós.
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    Então o jovem foi enviado pela Sangha
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    à cidade mais próxima
    para fazer as compras.
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    Mais tarde, contou-nos que
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    quando foi a Saint Foy La Grande
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    estava nas compras, quando,
    de repente percebeu que estava
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    a tentar despachar-se com as compras,
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    para acabar rapidamente a tarefa,
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    desejoso de fazer as compras
    rapidamente e
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    acabar o que tinha para fazer.
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    Mas nas semanas anteriores
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    não tinha sentido aquilo
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    porque estava no Upper Hamlet
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    no seio da energia colectiva dos irmãos,
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    fazendo tudo lentamente,
    com atenção plena
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    e desfrutando disso.
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    Nessas duas semanas, sentira-se bem
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    caminhando, sentando-se, cozinhando
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    com os irmãos no Upper Hamlet,
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    tinha conseguido fazer tudo
    lentamente, com atenção plena.
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    Tudo correra bem.
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    Mas quando foi enviado
    a Sainte Foy La Grande
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    ficou sozinho.
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    Não foi guiado, envolvido,
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    nem apoiado pela energia colectiva
    da atenção plena.
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    Foi por isso que se perdeu.
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    A velha energia dos hábitos voltou
    e forçou-o
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    a despachar-se com as compras
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    para acabar a tarefa rapidamente.
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    E, de repente, lembrou-se,
    reconheceu,
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    essa energia de se apressar
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    e entendeu que
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    a sua mãe era assim.
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    Ela era sempre assim.
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    No momento em que inspirou e
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    reconheceu a energia do hábito, disse:
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    "Olá Mãe"
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    "Sei que estás aí, com os teus hábitos."
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    E subitamente, voltou a ficar calmo
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    e continuou com as compras
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    de novo com atenção plena e alegria.
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    Isto quer dizer que
    essa energia dos hábitos,
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    quando é reconhecida, deixa de conseguir
    empurrar-nos
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    para fazermos o que não queremos fazer,
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    para dizer o que não queremos dizer.
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    Porque muitos de nós somos vítimas
    desse tipo de hábitos.
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    Há coisas que não queremos dizer.
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    Há coisas que não queremos fazer.
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    Sabemos que dizer isso, fazer isso
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    trará sofrimento para nós e para
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    a outra pessoa.
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    Sabemos isso muito bem.
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    Não queremos dizer nem fazer isso.
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    Mas quando a situação se apresenta
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    a energia do hábito força-nos
    a fazer ou dizer isso mesmo.
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    E depois de o termos feito,
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    depois de o termos dito,
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    arrependemo-nos.
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    Batemos no peito,
    arrancamos cabelos e dizemos:
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    "Eu já sabia que não devia fazer aquilo."
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    "Não devia dizer aquilo, mas então
    por que o disse?"
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    E prometo a mim mesmo que
    da próxima vez,
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    na mesma situação,
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    não vou proceder assim,
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    não vou falar assim
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    e estou a ser muito sincero.
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    Contudo, quando a situação se apresenta
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    faço exactamente o mesmo,
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    uma e outra vez.
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    Esta é a energia do hábito.
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    A prática em Plum Village é usar
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    a respiração com atenção plena,
    o caminhar com atenção plena
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    para reconhecer essa energia.
  • 13:02 - 13:04
    Não tentem controlá-la,
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    não tentem destruí-la,
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    sorriam-lhe e digam:
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    "Olá!"
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    "Minha velha amiga, sei que estás aí"
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    "Já não me obrigas a fazer o mesmo"
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    "Já não me obrigas a dizer o mesmo"
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    Por isso, o simples reconhecimento
    traz-nos liberdade
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    e se continuarmos assim
  • 13:27 - 13:30
    a nossa energia dos hábitos
    transformar-se-á
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    muito lentamente.
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    Se forem boas energias,
    boas energias de hábitos
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    podemos ajudá-las a crescer.
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    E se tivermos um propósito na vida,
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    se tivermos uma boa vontade, um desejo
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    de nos transformarmos e ajudar os outros
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    a sofrerem menos,
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    se soubermos exactamente
    o que queremos fazer,
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    então alimentamos esse tipo de inclinação.
  • 14:11 - 14:15
    E se mantivermos essa intenção viva,
  • 14:16 - 14:19
    se todos os dias recordarmos
    essa intenção,
  • 14:19 - 14:22
    o outro tipo de energias pode ser usado
  • 14:22 - 14:26
    para alimentar este tipo de intenção.
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    Este é um tipo de alimento,
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    chamado vontade,
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    boa intenção.
  • 14:34 - 14:43
    Uma pessoa com uma boa intenção
    de... criar
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    uma boa energia para si e
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    para o mundo,
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    conseguirá utilizar
  • 14:51 - 14:54
    todo o tipo de energias
    que tem dentro de si
  • 14:54 - 14:56
    para servir esse propósito.
  • 14:56 - 14:59
    A resposta tem dois aspectos:
  • 14:59 - 15:02
    o primeiro é reconhecer a energia
  • 15:04 - 15:06
    e o segundo é canalizá-la
  • 15:06 - 15:11
    no sentido em que queremos
    que ela seja útil.
  • 15:17 - 15:21
    ligue-se, nutra-se, inspire-se
  • 15:22 - 15:29
    .
Title:
Como controlar uma energia muito forte?
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English
Duration:
15:56

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