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Um breve passeio pelos últimos 4 bilhões de anos (dinossauros não incluídos)

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    Paleontologia,
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    uma ciência direcionada
    a crianças pequenas,
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    focada em desenterrar dinossauros,
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    enquanto se exibe trajes como
    os de "O Parque dos Dinossauros".
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    Crânios são arrancados do solo
  • 0:13 - 0:16
    e colocados em exibição
    para apreciação do público.
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    A relevância disso, além do chamariz,
    de livros de colorir e filmes de monstros,
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    é desconhecida.
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    Não...
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    Esperem aí!
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    Isso não tem nada a ver com paleontologia!
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    Paleontologia não é nada menos
    do que o estudo de vidas passadas.
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    De "toda" a vida passada.
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    Dos nossos ancestrais
    às formas alienígenas.
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    Ela envolve questões fundamentais
    como: "Quem somos nós?"
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    "Como chegamos aqui?"
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    E usa a definição mais ampla
    possível da palavra "nós":
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    a própria vida.
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    Dinossauros ou uma categoria de pássaros
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    são apenas uma pequena porcentagem disso.
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    (Risos)
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    Porém, eles recebem mais atenção da mídia.
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    [A incrível diversidade da vida antiga]
    [Dinossauros, Paleontologia]
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    É um meme muito preciso;
    nem fui eu que fiz este.
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    Isso é verdade, mesmo.
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    A maioria de nós, paleontologistas,
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    considera os dinossauros
    como uma porta de entrada.
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    Há coisas muito mais legais
    no registro fóssil,
  • 1:16 - 1:18
    e sabemos muito sobre isso.
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    Vamos fazer um breve
    passeio sem dinossauros
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    pelos últimos 4 bilhões de anos.
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    Para começar, material genético.
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    Os vírus, basicamente,
    começaram a produzir proteínas
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    e a destruir o ambiente deles.
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    A Terra estava infectada com vida.
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    Algumas dessas novas bactérias
    aprenderam a consumir a luz solar,
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    produzindo oxigênio,
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    absorvendo carbono do ar
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    e destruindo o alimento de ferro
    de outros micróbios,
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    transformando-o em ferrugem.
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    Isso durou bilhões de anos.
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    Algumas bactérias
    consumiram outras bactérias,
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    roubando seu poder
    de transformar oxigênio em energia,
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    tornando-se as precursoras
    de animais e plantas.
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    Mas, como resultado,
    houve choques climáticos,
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    do calor ao frio e vice-versa,
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    que acabaram transformando a Terra
    numa bola de neve coberta de geleiras.
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    O termo técnico para esse período
    é "Terra bola de neve".
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    (Risos)
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    Há 700, 800 milhões de anos,
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    micróbios se juntaram,
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    criando vida multicelular.
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    Há 600 milhões de anos,
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    colônias geométricas apareceram,
    sugando micróbios da água.
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    Eles foram logo substituídos
    pelos ancestrais dos animais modernos.
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    A explosão cambriana.
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    Parentes de lagostas
    comeram outros animais,
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    capturando-os com seus braços com garras.
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    Moluscos blindados contorcidos rastejaram
    pelo fundo do mar e pra dentro dele,
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    criando novos ecossistemas.
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    Nossos antepassados parecidos com girinos
    emigraram ao longo de litorais antigos,
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    enquanto suas parentes, as enguias
    com dentes rangedores na garganta
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    nadavam acima dos corais com formato
    de cone de sorvete dos primeiros recifes,
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    se esquivando de monstros
    do tamanho de um ônibus escolar
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    e famintos escorpiões marinhos.
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    O fungo das plantas chegou à terra.
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    Mas aí as geleiras voltaram,
    matando praticamente tudo.
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    Mas extinções em massa
    abrem oportunidades.
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    Peixes sem mandíbula invadiram o oceano,
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    exibindo pontas, presas,
    e, finalmente, barbatanas.
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    Aranhas, escorpiões, caracóis
    e vermes chegaram à terra.
  • 3:30 - 3:33
    Em algum lugar da China,
    um peixe desenvolveu mandíbulas,
  • 3:33 - 3:36
    e seus descendentes forçaram
    os peixes sem mandíbula,
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    escorpiões do mar e o plâncton à extinção.
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    Alguns desses peixes,
    com ossos de braço nas barbatanas,
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    desenvolveram sete
    ou oito dedos por nadadeira.
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    No solo, plantas
    se transformaram em árvores,
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    crescendo compactas
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    ou espalhando suas sementes
    apenas uma vez antes de morrer.
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    Mas aí as geleiras voltaram novamente,
    e tivemos a segunda extinção em massa.
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    Foi a era dos peixes estranhos
    e dos lírios-do-mar incrustados.
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    Tubarões com asas.
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    Tubarões com mandíbulas de serra.
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    Tubarões com barbatanas
    cobertas com dentes minúsculos.
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    Tubarões com placas de dentes esmagadores.
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    Peixes vertebrados que se assemelhavam
    ao nosso peixe anjo e às enguias
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    apareceram pela primeira vez.
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    Pântanos se desenvolveram,
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    ostentando centopeias de três metros
    de comprimento e libélulas gigantes.
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    Elas se espalharam pelo supercontinente
    de Pangeia e morreram,
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    criando carvão,
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    conduzindo a uma era glacial
    de 100 milhões de anos.
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    Finalmente, os vertebrados
    chegaram ao solo permanentemente,
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    com anfíbios semelhantes a jacarés
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    e protomamíferos com dentes de sabre.
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    Mas aí vulcões entraram em erupção
    por toda a Sibéria, matando quase tudo,
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    e foi a terceira extinção em massa.
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    (Risos)
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    O dia que a vida quase morreu.
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    Um único mamífero solitário
    sobreviveu e prosperou,
  • 4:56 - 5:00
    mas logo foi substituído
    por crocodilos galopantes.
  • 5:00 - 5:02
    No oceano, surgiram répteis marinhos,
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    séries de gigantes vindos
    dos parentes vivos de ouriços do mar
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    e lulas blindadas, amonoides,
    de todo tipo e forma.
  • 5:12 - 5:15
    Mas então a Pangeia começou a se separar,
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    formando um mar de lava
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    que um dia se tornaria o Oceano Atlântico,
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    vomitando gás tóxico na atmosfera
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    e foi nossa quarta extinção em massa.
  • 5:24 - 5:25
    (Risos)
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    Na verdade, existem muito mais que essas;
  • 5:28 - 5:30
    mas essas são as grandes.
  • 5:30 - 5:31
    (Risos)
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    Então, finalmente, surgiram
    peixes do tamanho de baleias,
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    e peixes modernos se amotinavam em corais,
    que, por sua vez, se tornaram gigantescos,
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    usando suas algas capturadas
    para consumir a luz do sol.
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    Caranguejos, arraias e outros peixes
    com dentes esmagadores apareceram,
  • 5:49 - 5:50
    destruindo conchas
  • 5:50 - 5:53
    e iniciaram uma corrida armamentista
    entre predadores e presas.
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    Houve uma explosão
    da biodiversidade marinha.
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    Mamíferos escalaram árvores, voaram
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    e fizeram várias outras coisas
    que são aparentemente modernas.
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    Eles se alimentaram das primeiras flores
    polinizadas pelas primeiras abelhas.
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    Houve revoluções ecológicas
    no solo e no mar,
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    que conduziram ao mundo moderno.
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    Só que um asteroide atingiu o México,
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    e isso desencadeou vulcões
    do outro lado do mundo na Índia,
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    e tudo quase morreu de novo.
  • 6:24 - 6:26
    (Risos)
  • 6:26 - 6:30
    Mas... sempre existe um mas,
    porque ainda estamos aqui,
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    os mamíferos ressurgiram das cinzas,
  • 6:32 - 6:36
    tornaram-se pequenos sob calor extremo
    e depois cada vez maiores.
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    Havia palmeiras e cobras no Ártico.
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    Cães predadores brincavam
    ao longo de rios antigos,
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    enquanto seus parentes voltaram ao oceano
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    para se tornar as primeiras baleias
    semelhantes a lontras.
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    Algo parecido com hienas
    e com outros tipos de carnívoros
  • 6:52 - 6:55
    era perseguido por rinocerontes
    gigantes com pescoço comprido.
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    Neste momento, tudo parece meio familiar,
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    só que não!
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    Na Antártica, uma era do gelo começava,
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    formando a primeira calota polar
    permanente em 200 milhões de anos.
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    Isso trouxe a seca ao restante do mundo,
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    mas permitiu o surgimento de gramíneas,
    de roedores, e de felinos.
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    Em algum lugar da África,
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    um macaco começou a andar
    pela nova savana.
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    Ah, havia salmões gigantes
    com dentes de sabre!
  • 7:22 - 7:24
    Eu tinha que mencionar isso.
  • 7:24 - 7:26
    (Risos)
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    Sabemos que tudo isso aconteceu
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    e muito mais.
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    Como?
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    Por quê?
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    A paleontologia é uma ciência próspera
  • 7:36 - 7:40
    na interseção de outros campos
    e tecnologias múltiplos.
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    Não há dados maiores
    do que o registro fóssil,
  • 7:43 - 7:45
    e exploramos cada pedacinho disso.
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    Usamos tomografias computadorizadas,
    isótopos, genomas, robôs,
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    usamos simulações matemáticas
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    e todo tipo de análises.
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    Maximizamos tudo isso
    para que possamos entender o passado
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    e como a evolução funciona.
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    Isso também nos permite
    fazer previsões para o futuro.
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    O que acontecerá depois
    da próxima extinção em massa?
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    Que coisas esquisitas vão aparecer?
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    Os mamíferos ficarão menores novamente?
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    Será que haverá mamíferos?
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    Resumindo,
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    aprendemos muito sobre dinossauros,
  • 8:20 - 8:26
    mas ainda há muito para aprendermos com
    os outros 99,9% de vida que já existiu.
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    E isso é a paleontologia.
  • 8:29 - 8:30
    Obrigada.
  • 8:30 - 8:33
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Um breve passeio pelos últimos 4 bilhões de anos (dinossauros não incluídos)
Speaker:
Lauren Sallan
Description:

Neste passeio divertido e turbulento pelos últimos 4 bilhões de anos de evolução, a paleontóloga e bolsista do TED Lauren Sallan nos apresenta alguns dos animais totalmente diversos que vagavam pelo planeta pré-histórico (de tubarões com asas a crocodilos galopantes e rinocerontes com pescoço comprido) e mostra por que a paleontologia é muito mais do que dinossauros.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
08:48

Portuguese, Brazilian subtitles

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