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A ciência de ouvir — Douglas L. Oliver

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    Ouvimos o suave marulhar das ondas,
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    o grasnido distante duma gaivota.
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    Mas depois, um zumbido irritante
    interrompe a paz,
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    aproximando-se cada vez mais
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    até que... zás!
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    damos cabo do mosquito agressivo
    e repomos a calma.
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    Como é que detetámos
    aquele ruído longínquo
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    e acertámos no alvo
    com tanta precisão?
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    É possível reconhecermos sons
    e apercebermo-nos de onde vêm
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    graças ao sistema auditivo.
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    Este é formado por duas partes:
    o ouvido e o cérebro.
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    A tarefa do ouvido é transformar
    a energia sonora em impulsos nervosos;
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    a do cérebro é receber e processar
    as informações que esses impulsos contêm.
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    Para compreendermos como isso funciona,
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    podemos acompanhar um som
    no seu percurso pelo ouvido.
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    A origem de um som cria vibrações
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    que viajam, como ondas de pressão
    através de partículas no ar,
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    nos líquidos ou nos sólidos.
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    Mas o nosso ouvido interno,
    chamado a cóclea,
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    está cheio de fluidos
    do tipo de água salgada.
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    O primeiro problema a resolver
    é como transformar essas ondas sonoras,
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    venham lá de onde vierem,
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    em ondas no fluido.
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    A solução é a membrana do tímpano
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    e os ossículos do ouvido médio.
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    Estes transformam
    os grandes movimentos do tímpano
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    em ondas de pressão
    no fluido da cóclea.
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    Quando o som entra no canal auditivo,
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    bate no tímpano e põe-no a vibrar
    como a pele de um tambor.
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    O tímpano em vibração sacode
    um osso, chamado martelo
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    que vai atingir a bigorna e faz mover
    o terceiro osso, chamado estribo.
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    Este movimento empurra o fluido
    dentro das compridas câmaras da cóclea.
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    Uma vez ali,
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    as vibrações sonoras transformaram-se
    finalmente em vibrações de um fluido,
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    e viajam como uma onda
    de um lado da cóclea até ao outro.
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    A todo o comprimento da cóclea
    há uma superfície chamada membrana basilar
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    forrada de células ciliadas
    que têm componentes especializados
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    chamados estereocílios
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    que se movem com as vibrações
    do fluido coclear e da membrana basilar.
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    Este movimento desencadeia um sinal
    que percorre a célula ciliosa
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    até chegar ao nervo auditivo
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    e depois até ao cérebro
    que o interpreta como um som específico.
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    Quando um som põe
    a membrana basilar a vibrar,
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    nem todas as células ciliosas
    se movimentam,
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    apenas as selecionadas,
    consoante a frequência do som.
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    Isto revela uma engenharia sofisticada.
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    Numa das extremidades,
    a membrana basilar é rígida,
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    vibrando apenas em reação a sons
    de ondas curtas, de alta frequência.
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    Na outra, é mais flexível,
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    vibrando apenas na presença
    de ondas mais compridas,
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    de sons de baixa frequência.
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    Assim, os ruídos feitos
    pelas gaivotas e pelos mosquitos
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    fazem vibrar locais diferentes
    na membrana basilar,
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    como se tocassem
    diferentes teclas num piano.
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    Mas não é só isso que acontece.
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    O cérebro ainda tem outra
    tarefa importante a desempenhar:
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    identificar de onde provém um som.
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    Para isso, compara os sons
    que entram pelos dois ouvidos
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    para localizar a origem no espaço.
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    Um som com origem mesmo à nossa frente
    atingem os dois ouvidos ao mesmo tempo.
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    Também o ouvimos com a mesma
    intensidade em cada ouvido.
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    Mas, um som de baixa frequência
    que provém de um dos lados
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    atinge o ouvido mais próximo
    microssegundos antes do outro.
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    Os sons de alta frequência soarão
    mais intensos no ouvido mais próximo
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    porque estão bloqueados pela cabeça
    para o ouvido mais distante.
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    Estes pormenores de informação atingem
    partes especiais do tronco cerebral
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    que analisam as diferenças de tempo
    e de intensidade entre os dois ouvidos.
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    Enviam os resultados dessa análise
    ao córtex auditivo.
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    Agora, o cérebro dispõe de todas
    as informações de que precisa:
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    os padrões de atividade
    que nos dizem que som é aquele
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    e informações sobre onde
    ele se situa no espaço.
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    Nem toda a gente tem uma audição normal.
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    A perda de audição é a terceira doença
    crónica mais comum a nível mundial.
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    A exposição a ruídos fortes
    e algumas drogas
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    podem matar as células ciliosas,
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    impedindo os sinais de viajar
    do ouvido até ao cérebro.
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    Doenças como a osteosclerose
    imobilizam os ossículos do ouvido,
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    que deixam de vibrar.
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    Em relação aos zumbidos,
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    o cérebro faz coisas esquisitas,
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    fazendo-nos pensar que há um som
    quando não existe nenhum.
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    Mas quando funciona bem,
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    a nossa audição é um sistema
    incrível e elegante.
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    Os nossos ouvidos são uma peça
    bem afinada de um maquinismo biológico
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    que transforma a cacofonia das vibrações
    no ar que nos rodeia
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    em impulsos elétricos
    perfeitamente afinados
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    que distinguem palmas, pingos,
    suspiros e zumbidos.
Title:
A ciência de ouvir — Douglas L. Oliver
Speaker:
Douglas L. Oliver
Description:

Vejam a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/the-science-of-hearing-douglas-l-oliver

É possível reconhecermos sons e identificarmos a sua origem graças ao sistema auditivo. Este é formado por duas partes: o ouvido e o cérebro. A tarefa do ouvido é transformar a energia sonora em impulsos nervosos; a do cérebro é receber e processar as informações que esses impulsos contêm. Para compreender como isto funciona, Douglas L. Oliver acompanha um som no seu percurso pelo ouvido.

Lição de Douglas L. Oliver, animação de Cabong Studios

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English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:18
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The science of hearing
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The science of hearing
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for The science of hearing
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for The science of hearing
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The science of hearing
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The science of hearing

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