Porque as construções do futuro serão moldadas por ... você
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0:02 - 0:03Hoje vou falar com vocês
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0:03 - 0:07sobre os últimos 30 anos
da história da arquitetura. -
0:08 - 0:10É bastante coisa
para colocar em 18 minutos. -
0:10 - 0:12É um assunto complexo,
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0:12 - 0:16Então vamos começar
logo num lugar complexo: -
0:16 - 0:17Nova Jersey.
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0:18 - 0:21Porque há 30 anos... eu sou de Jersey
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0:21 - 0:24e eu tinha seis anos,
e morava lá na casa dos meus pais -
0:24 - 0:26em uma cidade chamada Livingston.
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0:26 - 0:29E este era o meu quarto quando criança.
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0:30 - 0:32Virando no final do meu quarto
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0:32 - 0:35ficava o banheiro
que eu dividia com minha irmã. -
0:35 - 0:38E entre meu quarto e o banheiro
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0:38 - 0:41havia um balcão que ficava
em cima da sala de estar. -
0:41 - 0:45E era ali que todos
passavam o tempo e assistiam à TV, -
0:45 - 0:49de maneira que sempre que eu ia
do meu quarto ao banheiro -
0:49 - 0:51todos me viam,
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0:51 - 0:54e sempre que eu tomava banho
e voltava enrolado na toalha, -
0:54 - 0:56todos me viam.
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0:56 - 0:58E eu era assim.
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0:59 - 1:02Eu era estranho,
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1:02 - 1:04inseguro, e odiava aquilo.
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1:04 - 1:07Eu odiava aquela caminhada,
odiava aquele balcão, -
1:07 - 1:10odiava aquele quarto e odiava aquela casa.
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1:11 - 1:12E isso é arquitetura.
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1:13 - 1:14(Risos)
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1:14 - 1:16Pronto.
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1:16 - 1:19Aquela sensação,
aqueles sentimentos que eu sentia, -
1:19 - 1:22são o poder da arquitetura,
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1:22 - 1:26porque a arquitetura não se trata
de matemática e nem de zoneamento, -
1:26 - 1:29trata-se dessas conexões
viscerais e emocionais -
1:29 - 1:32que sentimos com os espaços que ocupamos.
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1:33 - 1:36E não é surpresa que nos sintamos assim,
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1:36 - 1:38porque de acordo com a EPA,
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1:38 - 1:42os americanos passam 90% de seu tempo
em ambientes fechados. -
1:42 - 1:47São 90% do nosso tempo
rodeados pela arquitetura. -
1:47 - 1:49É muita coisa.
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1:49 - 1:53Significa que a arquitetura nos influencia
de maneiras que nem percebemos. -
1:54 - 1:59Isso nos torna um pouco ingênuos
e muitíssimo previsíveis. -
1:59 - 2:02Significa que quando lhes mostro
um edifício como esse, -
2:02 - 2:03eu sei o que vocês pensam:
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2:04 - 2:07vocês pensam "poder",
"estabilidade" e "democracia". -
2:07 - 2:11E eu sei que pensam assim
porque é baseado em um edifício -
2:11 - 2:14que foi construído
há 2.500 anos pelos gregos. -
2:14 - 2:16É um truque.
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2:16 - 2:18É um gatilho que os arquitetos usam
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2:18 - 2:22para fazê-los criar uma conexão emocional
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2:22 - 2:25com as formas que usamos
para construir nosso edifícios. -
2:25 - 2:28É uma conexão emocional previsível,
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2:28 - 2:31E nós já usamos esse truque
há muito tempo. -
2:32 - 2:35Nós o usamos há 200 anos
para construir bancos, -
2:35 - 2:38no século 19
para construir museus de arte -
2:38 - 2:40e no século 20, nos EUA,
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2:40 - 2:42nós o usamos para construir casas.
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2:42 - 2:45E deem uma olhada
nesses guerreiros sólidos e estáveis -
2:45 - 2:48encarando o oceano
e mantendo longe os elementos. -
2:48 - 2:51É realmente muito útil,
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2:51 - 2:54porque construir coisas é assustador.
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2:54 - 2:58É caro, demora muito e é complicadíssimo.
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2:59 - 3:01E as pessoas que constroem coisas --
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3:01 - 3:03desenvolvedores e governos --
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3:03 - 3:06naturalmente têm medo da inovação,
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3:06 - 3:10e preferem usar as formas que sabem
que vão provocar reação. -
3:11 - 3:13É assim que surgem edifícios assim.
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3:14 - 3:16Este é um edifício bem legal.
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3:16 - 3:18É a Biblioteca Pública de Livingston
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3:18 - 3:21que foi concluída em 2004
na minha cidade natal, -
3:21 - 3:23e, sabem, ela tem um domo
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3:23 - 3:26e tem essa coisa redonda
e colunas, tijolos vermelhos, -
3:26 - 3:31e dá para saber o que Livingston
está tentando passar com esse edifício: -
3:32 - 3:35crianças, valores
de propriedade e história. -
3:36 - 3:40Mas não tem muito a ver com o que
uma biblioteca realmente faz hoje em dia. -
3:40 - 3:44Nesse mesmo ano, em 2004,
do outro lado do país, -
3:44 - 3:46outra biblioteca foi concluída,
-
3:46 - 3:48e ela é assim.
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3:48 - 3:49Fica em Seattle.
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3:50 - 3:56Essa biblioteca trata-se de como
utilizamos a mídia na era digital. -
3:56 - 3:59Trata-se de um novo tipo
de comodidade para a cidade -
3:59 - 4:02um lugar para se reunir,
ler e compartilhar. -
4:03 - 4:05Então como é possível
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4:05 - 4:08que no mesmo ano, no mesmo país,
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4:08 - 4:11dois edifícios,
ambos chamados bibliotecas, -
4:11 - 4:13sejam completamente diferentes?
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4:14 - 4:19A resposta é que a arquitetura funciona
pelo princípio de um pêndulo. -
4:20 - 4:22De um lado fica a inovação,
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4:22 - 4:26e os arquitetos estão sempre
forçando novas tecnologias, -
4:26 - 4:30novas tipologias, novas soluções
para a maneira como vivemos hoje. -
4:30 - 4:32E forçamos e forçamos e forçamos
-
4:32 - 4:35até que alienamos
todos vocês completamente. -
4:35 - 4:37Todos vestimos preto,
ficamos muito deprimidos, -
4:37 - 4:39vocês acham que somos adoráveis,
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4:39 - 4:43estamos mortos por dentro
porque não temos outra escolha. -
4:43 - 4:45Nós temos que ir para o outro lado
-
4:45 - 4:48e readmitir aqueles símbolos
que sabemos que vocês adoram. -
4:48 - 4:51E assim fazemos, vocês ficam felizes,
-
4:51 - 4:52nós nos sentimos como traidores,
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4:52 - 4:54e começamos a testar novamente
-
4:54 - 4:58e forçamos o pêndulo de volta
e para frente, e assim temos feito -
4:58 - 5:00nos últimos 300 anos
-
5:00 - 5:02e certamente pelos últimos 30 anos.
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5:03 - 5:07Certo, 30 anos atrás
estava acabando a década de 70. -
5:07 - 5:11Os arquitetos estavam ocupados
testando uma coisa chamada brutalismo. -
5:11 - 5:12Trata-se de concreto.
-
5:12 - 5:13(Risos)
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5:13 - 5:14Já sabem, né?
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5:14 - 5:18Janelas pequenas, escala desumanizante.
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5:18 - 5:21É coisa realmente dura.
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5:21 - 5:23E à medida que nos aproximamos
da década de 80, -
5:23 - 5:26começamos a readmitir esses símbolos.
-
5:26 - 5:29Nós empurramos o pêndulo
de volta na outra direção. -
5:29 - 5:32Nós pegamos essas formas
que sabemos que vocês adoram -
5:32 - 5:33e nós as atualizamos.
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5:33 - 5:35Colocamos neon,
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5:35 - 5:37introduzimos tons pasteis,
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5:37 - 5:39usamos material novo
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5:39 - 5:41e vocês adoram.
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5:41 - 5:43E vocês nunca se cansam disso.
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5:43 - 5:45Nós pegamos armários Chippendale
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5:45 - 5:47e os transformamos em arranha-céus,
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5:47 - 5:52e arranha-céus podem ser
castelos medievais feitos de vidro. -
5:52 - 5:54As formas ficaram maiores,
-
5:54 - 5:57as formas ficaram ousadas e coloridas.
-
5:57 - 5:59Anões tornaram-se colunas.
-
5:59 - 6:00(Risos)
-
6:00 - 6:03Cisnes cresceram ao tamanho de edifícios.
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6:03 - 6:04Foi uma loucura.
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6:05 - 6:09Mas era a década de 80, estava legal.
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6:09 - 6:10(Risos)
-
6:10 - 6:12Todos estávamos passeando pelos shoppings
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6:12 - 6:14e nos mudando para a periferia,
-
6:14 - 6:17e lá longe, lá na periferia,
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6:17 - 6:20podemos criar nossas próprias
fantasias arquiteturais. -
6:20 - 6:22E essas fantasias,
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6:22 - 6:24elas podem ser mediterrâneas,
-
6:24 - 6:26francesas
-
6:26 - 6:27ou italianas.
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6:27 - 6:29(Risos)
-
6:29 - 6:31Possivelmente
com infinitos palitos de pão. -
6:31 - 6:33Essa é a coisa do pós-modernismo.
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6:33 - 6:35Essa é a coisa dos símbolos.
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6:35 - 6:38Eles são fáceis, são baratos,
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6:38 - 6:40porque em vez de criar lugares,
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6:40 - 6:42estamos criando as memórias dos lugares.
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6:43 - 6:46Porque eu sei,
e sei que todos vocês sabem, -
6:46 - 6:47que isto não é na Toscana.
-
6:48 - 6:49Isto é em Ohio.
-
6:49 - 6:51(Risos)
-
6:51 - 6:53Assim os arquitetos ficam frustrados,
-
6:53 - 6:56e começamos a empurrar
o pêndulo de volta na outra direção. -
6:57 - 6:59No final dos anos 80, início dos anos 90,
-
6:59 - 7:02começamos a experimentar
uma coisa chamada desconstrutivismo. -
7:03 - 7:05Nós nos livramos dos símbolos históricos,
-
7:05 - 7:09e nos baseamos em novas técnicas
de design realizadas em computador, -
7:09 - 7:11e criamos novas composições,
-
7:11 - 7:14formas encontrando-se com formas.
-
7:14 - 7:17Isso é coisa acadêmica e arrebatadora,
-
7:17 - 7:19é superimpopular,
-
7:19 - 7:21nós alienamos vocês totalmente.
-
7:21 - 7:25Normalmente, o pêndulo balançaria
de volta na outra direção. -
7:25 - 7:27E aí algo incrível aconteceu.
-
7:28 - 7:31Em 1997, este edifício foi inaugurado.
-
7:32 - 7:35Este é o Guggenheim Bilbao,
de Frank Gehry. -
7:36 - 7:38E este edifício
-
7:38 - 7:42muda fundamentalmente
a relação do mundo com a arquitetura. -
7:43 - 7:47Paul Goldberger disse que Bilbao
foi um daqueles raros momentos -
7:47 - 7:50quando a crítica, a academia
e o público em geral -
7:50 - 7:53estavam completamente unidos
em volta de um edifício. -
7:53 - 7:56O New York Times
definiu esse edifício como um milagre. -
7:57 - 8:03O turismo em Bilbao aumentou 2.500%
-
8:03 - 8:05depois da conclusão deste edifício.
-
8:05 - 8:08E assim de repente,
todo mundo quer um edifício desses: -
8:09 - 8:10Los Angeles,
-
8:12 - 8:13Seattle,
-
8:13 - 8:15Chicago,
-
8:15 - 8:17Nova Iorque,
-
8:17 - 8:18Cleveland,
-
8:18 - 8:20Springfield.
-
8:20 - 8:21(Risos)
-
8:21 - 8:24Todo mundo quer um,
e o Gehry está em todo lugar. -
8:24 - 8:27Ele é nosso primeiríssimo
arquiteto-estrela. -
8:28 - 8:33Bem, como é possível que essas formas...
-
8:33 - 8:35elas são selvagens e radicais...
-
8:35 - 8:39como é possível que elas se tornem
tão comuns ao redor do mundo? -
8:39 - 8:45E isso aconteceu porque a mídia criou
uma animação tão grande nisso -
8:45 - 8:51que logo nos ensinaram que essas formas
significam cultura e turismo. -
8:51 - 8:54Nós criamos uma reação emocional
a essas formas. -
8:54 - 8:57Assim como todo prefeito pelo mundo.
-
8:57 - 8:59Todo prefeito sabia
que se tivesse essas formas, -
8:59 - 9:02ele teria cultura e turismo.
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9:04 - 9:06Esse fenômeno na virada do novo milênio
-
9:06 - 9:08aconteceu com alguns outros
arquitetos-estrela. -
9:08 - 9:11Aconteceu com Zaha
-
9:11 - 9:13e aconteceu com Libeskind,
-
9:13 - 9:18e o que aconteceu com esses
poucos arquitetos de elite -
9:18 - 9:20na virada do novo milênio
-
9:20 - 9:23pode mesmo começar a acontecer
com todo o campo da arquitetura, -
9:23 - 9:26à medida que a mídia digital
começa a aumentar -
9:26 - 9:28nossa velocidade de consumo de informação.
-
9:29 - 9:32Pois pensem em como vocês
consomem a arquitetura. -
9:32 - 9:34Mil anos atrás,
-
9:34 - 9:37você teria que caminhar até
o vilarejo vizinho para ver um edifício. -
9:37 - 9:39O transporte acelera:
-
9:39 - 9:42você pode pegar um barco,
pode pegar um avião, pode ser turista. -
9:42 - 9:45A tecnologia acelera:
você pode vê-lo no jornal, na TV, -
9:45 - 9:50até que finalmente, somos todos
fotógrafos arquiteturais, -
9:50 - 9:54e o edifício se tornou
independente do local. -
9:55 - 9:58A arquitetura está em todo lugar agora,
-
9:58 - 10:01e isso significa que
a velocidade de comunicação -
10:01 - 10:05finalmente alcançou
a velocidade da arquitetura. -
10:05 - 10:08Porque a arquitetura
vai realmente bem rápido. -
10:08 - 10:11Não demora muito
para pensar em um edifício. -
10:11 - 10:13Demora muito para construir um edifício,
-
10:13 - 10:15três ou quatro anos,
-
10:15 - 10:19E nesse período, um arquiteto
pode projetar dois, oito -
10:19 - 10:21ou centenas de outros edifícios
-
10:21 - 10:25antes de saber se aquele edifício
que ele projetou quatro anos antes -
10:25 - 10:27teve sucesso ou não.
-
10:28 - 10:31Isso é porque nunca houve um sistema
de avaliação muito bom na arquitetura. -
10:32 - 10:35É assim que surgem edifícios como estes.
-
10:35 - 10:38O brutalismo não foi
um movimento de dois anos; -
10:38 - 10:40foi um movimento de 20 anos.
-
10:40 - 10:44Por 20 anos, continuavam
surgindo edifícios assim -
10:44 - 10:47porque nós não tínhamos ideia
do quanto odiados seriam. -
10:48 - 10:51Nunca mais vai acontecer,
-
10:51 - 10:53eu acho,
-
10:53 - 10:59porque estamos vivendo à beira
da maior revolução na arquitetura -
10:59 - 11:02desde a invenção do concreto,
-
11:02 - 11:04do aço, ou do elevador,
-
11:04 - 11:06e é uma revolução de mídia.
-
11:07 - 11:12A minha teoria é a de que,
se adicionarmos a mídia nesse pêndulo, -
11:12 - 11:15ele começa a balançar
cada vez mais rápido, -
11:15 - 11:18até que esteja nas duas extremidades
quase ao mesmo tempo, -
11:18 - 11:23e isso efetivamente mistura
a inovação e o símbolo, -
11:23 - 11:27entre nós, os arquitetos,
e vocês, o público. -
11:27 - 11:33Agora podemos criar símbolos carregados
emocionalmente quase instantaneamente -
11:33 - 11:35a partir de algo novo em folha.
-
11:36 - 11:38Vou mostrar como funciona
-
11:38 - 11:41num projeto que minha empresa
completou recentemente. -
11:41 - 11:44Nós fomos contratados para reconstruir
este edifício que pegou fogo. -
11:44 - 11:47Este é o centro
de uma cidade chamada Pines, -
11:47 - 11:49em Fire Island, no estado de Nova Iorque.
-
11:49 - 11:50É um resort de férias.
-
11:51 - 11:54Nós propusemos um edifício audacioso,
-
11:55 - 11:58diferente de qualquer forma
que era familiar à comunidade -
11:58 - 12:03e nós ficamos receosos,
nosso cliente ficou receoso -
12:03 - 12:04e a comunidade ficou receosa.
-
12:05 - 12:09Então nós criamos uma série
de representações "fotorrealistas" -
12:09 - 12:10que nós colocamos no Facebook
-
12:10 - 12:12e colocamos no Instagram,
-
12:12 - 12:15e deixamos as pessoas
fazerem o que elas fazem: -
12:15 - 12:17compartilhar, comentar, curtir, odiar.
-
12:18 - 12:23Mas isso fez com que, dois anos
antes da conclusão do edifício, -
12:23 - 12:26ele já fizesse parte da comunidade,
-
12:26 - 12:32tanto que quando as representações
ficaram exatamente como o produto final, -
12:32 - 12:34não houve nenhuma surpresa.
-
12:34 - 12:38Esse edifício já fazia parte
da comunidade, -
12:38 - 12:40e naquele primeiro verão,
-
12:40 - 12:45quando as pessoas começaram a chegar
e compartilhar o edifício na mídia social, -
12:45 - 12:50o edifício deixou de ser somente
uma construção e passou a ser mídia, -
12:50 - 12:54porque estas não são só
imagens de um edifício; -
12:54 - 12:56são as suas imagens de um edifício.
-
12:57 - 13:00E quando você as usa
para contar a sua história, -
13:00 - 13:03elas se tornam parte
da sua narrativa pessoal, -
13:03 - 13:06e o que você faz é conectar
-
13:06 - 13:08toda nossa memória coletiva,
-
13:08 - 13:12e está criando símbolos
carregados para entendermos. -
13:13 - 13:15Significa que não precisamos
mais dos gregos -
13:16 - 13:18para nos dizer o que pensar
sobre arquitetura. -
13:18 - 13:22Podemos dizer uns aos outros
o que pensamos sobre arquitetura, -
13:22 - 13:28Porque a mídia digital
não mudou só a relação entre nós, -
13:28 - 13:32mas também a relação
entre nós e os edifícios. -
13:33 - 13:36Pensem por um segundo
nos bibliotecários em Livingston. -
13:36 - 13:39Se aquele edifício
fosse ser construído hoje, -
13:39 - 13:43a primeira coisa seria
buscar on-line por "novas bibliotecas". -
13:44 - 13:49Eles seriam bombardeados
com exemplos de experimentos, de inovação, -
13:49 - 13:52de vanguarda, no que se refere
a como uma biblioteca pode ser -
13:53 - 13:54Isso é munição.
-
13:55 - 13:57É a munição que eles podem levar consigo
-
13:57 - 14:00ao prefeito de Livingston,
ao povo de Livingston, -
14:00 - 14:04e digamos, não há outra resposta
que defina uma biblioteca hoje. -
14:04 - 14:06Sejamos parte disso.
-
14:06 - 14:09Essa abundância de experimentos
-
14:09 - 14:13oferece-lhes a liberdade de realizar
seus próprios experimentos. -
14:14 - 14:17Tudo é diferente hoje em dia.
-
14:17 - 14:20Arquitetos não são mais
essas criaturas misteriosas -
14:20 - 14:23que usam palavras longas
e rascunhos complicados, -
14:23 - 14:26e vocês não são o público infeliz,
-
14:26 - 14:29o consumidor que não vai mais aceitar
nada que ainda não tenham visto. -
14:31 - 14:33Os arquitetos podem ouvi-los,
-
14:33 - 14:36e vocês não se sentem
intimidados pela arquitetura. -
14:36 - 14:39Isso significa que o pêndulo
balançando de um lado para o outro, -
14:39 - 14:42de estilo a estilo,
de movimento a movimento, -
14:42 - 14:43é irrelevante.
-
14:44 - 14:46Nós podemos avançar
-
14:46 - 14:51e encontrar soluções relevantes
aos problemas que temos em sociedade. -
14:52 - 14:55Esse é o fim da história arquitetural,
-
14:55 - 14:58e significa que os edifícios do futuro
-
14:58 - 15:01vão ser muito diferentes
dos edifícios de hoje. -
15:02 - 15:07Significa que o espaço público
na antiga cidade de Sevilha -
15:07 - 15:11pode ser único e ajustado
ao funcionamento de uma cidade moderna. -
15:12 - 15:16Significa que um estádio no Brooklyn
pode ser um estádio no Brooklyn, -
15:16 - 15:19não uma reprodução histórica
em tijolo vermelho -
15:19 - 15:22do que pensamos que um estádio deve ser.
-
15:23 - 15:25Quer dizer que os robôs
vão construir nossos edifícios, -
15:25 - 15:29porque finalmente estamos prontos
para as formas que vão produzir. -
15:30 - 15:34E significa que os edifícios vão ceder
aos caprichos da natureza -
15:34 - 15:36ao invés do contrário.
-
15:37 - 15:40Significa que um edifício-garagem
em Miami Beach, na Flórida, -
15:40 - 15:43também pode ser um local para esportes,
-
15:43 - 15:44para ioga
-
15:44 - 15:47e você inclusive
pode se casar lá de noite. -
15:47 - 15:48(Risos)
-
15:48 - 15:52Quer dizer que três arquitetos
podem sonhar em nadar -
15:52 - 15:54no rio East em Nova Iorque,
-
15:54 - 15:56e então levantar
quase meio milhão de dólares -
15:57 - 16:00de uma comunidade
que se uniu por sua causa, -
16:00 - 16:02sem mais um único cliente.
-
16:02 - 16:06Significa que não há mais edifício
pequeno demais para inovação, -
16:06 - 16:08como esse pequeno pavilhão de renas
-
16:08 - 16:13que é tão musculoso e energético
como os animais que dele são observados. -
16:14 - 16:17E significa que um edifício
não precisa ser bonito -
16:17 - 16:18para ser amável,
-
16:18 - 16:21como este pequeno edifício na Espanha,
-
16:21 - 16:23onde os arquitetos cavaram um buraco,
-
16:23 - 16:25encheram-no com feno,
-
16:25 - 16:27e jogaram concreto ao seu redor,
-
16:27 - 16:29e quando o concreto secou,
-
16:29 - 16:32eles convidaram alguém
para vir e dar um jeito no feno -
16:32 - 16:35de modo que tudo o que resta ao final
-
16:35 - 16:38é essa salinha horrenda
-
16:38 - 16:44abarrotada de marcas e arranhões
de como ela foi construída, -
16:44 - 16:49e torna-se o lugar mais sublime
para assistir a um pôr-do-sol espanhol. -
16:50 - 16:53Porque não importa se uma vaca
constrói nossos edifícios -
16:53 - 16:55ou um robô constrói nossos edifícios.
-
16:55 - 16:58Não importa como construímos,
mas sim o que construímos. -
16:59 - 17:02Os arquitetos já sabem como fazer
edifícios mais verdes, -
17:02 - 17:05mais espertos e mais amigáveis.
-
17:05 - 17:07Só estamos esperando
que vocês comecem a querê-los. -
17:08 - 17:11E finalmente, não estamos mais
em lados opostos. -
17:12 - 17:15Encontre um arquiteto,
contrate um arquiteto, -
17:15 - 17:21ajude-nos a projetar edifícios melhores,
cidades melhores e um mundo melhor, -
17:21 - 17:23porque há muita coisa em jogo.
-
17:24 - 17:26Os edifícios não só
representam nossa sociedade; -
17:26 - 17:28eles definem nossa sociedade
-
17:28 - 17:31aos menores espaços,
-
17:31 - 17:33às bibliotecas locais,
-
17:33 - 17:35às casas onde criamos nossos filhos,
-
17:35 - 17:39e à caminhada
que eles fazem do quarto ao banheiro. -
17:39 - 17:40Obrigado.
-
17:40 - 17:43(Aplausos)
- Title:
- Porque as construções do futuro serão moldadas por ... você
- Speaker:
- Marc Kushner
- Description:
-
"A arquitetura não diz respeito apenas à matemática ou ao zoneamento, mas também a emoções viscerais" diz Marc Kushner. Em uma abrangente, e por várias vezes engraçada, palestra, ele passa pelos últimos trinta anos de arquitetura para mostrar como o público, antes desconectado, se tornou parte essencial do processo. Com auxílio das mídias sociais, o feedback chega aos arquitetos anos antes de a construção ser concebida. O resultado? Uma arquitetura que fará mais por nós do que nunca.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:05
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Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for Why the buildings of the future will be shaped by ... you | |
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