O macarrão pode mudar o mundo | Mae Suramek | TEDxCorbin
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0:10 - 0:14Acredito que o macarrão
possa mudar o mundo. -
0:15 - 0:16Sete anos atrás,
-
0:16 - 0:19eu trabalhava no que costumava ser
o emprego dos meus sonhos, -
0:19 - 0:23como diretora do centro de ex-alunos
da minha "alma mater", Berea College. -
0:23 - 0:25Vocês ouviram sobre a Berea hoje,
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0:25 - 0:29uma faculdade extraordinária
de ciências humanas, a 48 km daqui, -
0:29 - 0:33que concede a todos os alunos
bolsa de estudos integral. -
0:34 - 0:39Minha função era interagir
com 17 mil ex-alunos em todo o mundo, -
0:39 - 0:43e me senti atraída por esse trabalho
por acreditar na missão da Berea. -
0:43 - 0:48Eu acreditava na educação acessível
e na igualdade de condições. -
0:48 - 0:52Tenho muito orgulho de ter
desempenhado um pequeno papel -
0:52 - 0:55na capacitação e no desenvolvimento
da geração seguinte. -
0:56 - 0:59No entanto, após nove anos
na função, algo aconteceu. -
0:59 - 1:01Eu me via fazendo cada vez mais
-
1:01 - 1:04tarefas que tinham pouco ou nada a ver
com a missão da faculdade. -
1:05 - 1:07Eu planejava eventos,
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1:07 - 1:08encontros de ex-alunos
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1:08 - 1:13e, para realizar meu trabalho, passava
o tempo todo pedindo dinheiro às pessoas. -
1:14 - 1:16Daí, algo me marcou
-
1:16 - 1:20quando fui assistir à graduação
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1:20 - 1:23da turma de formandos de 2012.
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1:23 - 1:25Parker Palmer, ativista da paz,
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1:25 - 1:29desafiou, em seu discurso,
os formandos a saírem pelo mundo -
1:29 - 1:30e encontrarem o lugar
-
1:30 - 1:33onde sua profunda alegria servisse
às profundas necessidades do mundo. -
1:34 - 1:35No dia seguinte, larguei meu emprego.
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1:36 - 1:37(Risos)
-
1:37 - 1:39Coincidentemente,
eu ia fazer 40 anos naquele ano, -
1:39 - 1:42e todos achavam que eu estava tendo
uma crise de meia-idade, -
1:42 - 1:44mas posso garantir que não.
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1:44 - 1:47De repente, ficou
dolorosamente claro pra mim -
1:47 - 1:50que eu tinha 25 anos
de trabalho pela frente, -
1:50 - 1:53e cabia a mim descobrir como usá-los.
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1:53 - 1:55Passei os quatro anos seguintes
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1:55 - 1:57como diretora executiva
de um centro de combate ao estupro, -
1:57 - 2:00que cobria 17 condados
no estado de Kentucky. -
2:00 - 2:03Meu orçamento era de US$ 1,1 milhão
-
2:03 - 2:05e, na minha gestão,
dei uma sacudida nas coisas. -
2:05 - 2:06Pela primeira vez,
-
2:06 - 2:10convidamos sobreviventes
para participar da conversa: -
2:10 - 2:14fazer parte do conselho e da nossa equipe,
e trabalhar como voluntários conosco. -
2:14 - 2:16Também trabalhamos com a polícia local,
-
2:16 - 2:20de modo a permitir que nossos defensores
pudessem acompanhar sobreviventes -
2:20 - 2:22durante interrogatórios policiais.
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2:22 - 2:25E, em vez de esperar que as pessoas
batessem à nossa porta, -
2:25 - 2:27levamos nosso trabalho para a rua.
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2:27 - 2:30Encontramos sobreviventes
em bibliotecas rurais, -
2:30 - 2:34mercearias mexicanas
e igrejas afro-americanas. -
2:34 - 2:37Parecia, talvez, que eu tinha
encontrado aquele lugar -
2:37 - 2:41onde minha profunda alegria servia
às profundas necessidades do mundo. -
2:41 - 2:42No entanto, após quatro anos,
-
2:42 - 2:45eu me encontrei exatamente
naquela velha situação. -
2:45 - 2:49Me peguei organizando campanhas
de arrecadação e bailes de caridade, -
2:50 - 2:52muitos dos quais
com ingressos caros demais -
2:52 - 2:55para que as pessoas a quem eu servia
pudessem participar. -
2:55 - 2:58E eu passava 80% do meu tempo
angariando fundos -
2:58 - 3:01e pedindo dinheiro às pessoas
para conseguir fazer meu trabalho. -
3:02 - 3:04Então, ocorreu um momento crucial,
-
3:04 - 3:07quando um restaurante agradável
e bem-intencionado em Lexington -
3:07 - 3:10ofereceu parceria ao centro
-
3:10 - 3:14e quis doar uma parte dos lucros
do dia com menos movimento do ano -
3:14 - 3:16ao centro de combate ao estupro.
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3:16 - 3:18Assim, eu, Adam, meu marido,
e nosso filho de oito anos -
3:18 - 3:21fomos os três até o restaurante,
a uma hora de carro de casa, -
3:21 - 3:23e tivemos uma refeição maravilhosa.
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3:24 - 3:25E, no dia seguinte,
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3:25 - 3:29saí de lá com um cheque de US$ 62,50.
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3:30 - 3:33Meu orçamento era de US$ 1,1 milhão.
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3:34 - 3:37Concluí que tinha de haver
uma maneira melhor -
3:37 - 3:41de as ONGs se concentrarem na construção
e no fortalecimento de comunidades, -
3:41 - 3:46e de as pequenas empresas cultivarem
seu capital social e suas redes -
3:46 - 3:50para terem impactos significativos
nas comunidades que as abrigavam. -
3:51 - 3:54Naquele ano... lembrem-se, eu ia fazer 40,
-
3:54 - 3:57também ia acontecer o encontro
de 20 anos da turma da faculdade, -
3:57 - 4:00e recebi 30 dos meus melhores
amigos na minha casa. -
4:00 - 4:03Minha mãe, tailandesa, que vive conosco,
-
4:03 - 4:08decidiu fazer um dos pratos favoritos
da minha infância para meus amigos, -
4:08 - 4:10que é o macarrão ao curry da mamãe,
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4:10 - 4:12agora o prato mais vendido
do nosso restaurante. -
4:12 - 4:13(Risos)
-
4:13 - 4:17É uma carne refogada lentamente
com curry amarelo sobre macarrão de arroz -
4:17 - 4:20com brotos de feijão frescos, ovo mole,
-
4:20 - 4:23tofu grelhado e amendoim picado.
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4:23 - 4:26Aqueles meus amigos vinham de todo lugar.
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4:26 - 4:29Eram de Houston, no Texas;
de Frankfort, no Kentucky; -
4:29 - 4:33de Raleigh, na Carolina do Norte;
da cidade de Nova York; e aqui de Corbin. -
4:33 - 4:35Alguns caras daquele grupo
-
4:35 - 4:38diziam comer só carne e batata,
-
4:38 - 4:40do tipo que iam a um restaurante
-
4:40 - 4:43e pediam frango empanado
e batatas fritas, sabem? -
4:43 - 4:45Mas, sem brincadeira,
-
4:45 - 4:49no final, não sobrou nada
naquelas 30 tigelas de macarrão, -
4:49 - 4:52e eu sabia que ali havia uma oportunidade.
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4:53 - 4:56No ano seguinte, deixei meu emprego
no centro de combate ao estupro, -
4:56 - 4:58assim como meu marido,
-
4:58 - 5:02que tinha passado 16 anos
trabalhando no setor de TI. -
5:02 - 5:05Por algum motivo, nos sentíamos
bastante qualificados, -
5:05 - 5:09com nossa vasta experiência
em treinamentos de atenção plena -
5:09 - 5:11e com certificações pela Microsoft,
-
5:11 - 5:12a abrir um negócio
-
5:12 - 5:16com um dos maiores índices de fracasso
e uma das menores margens de lucro. -
5:16 - 5:17(Risos)
-
5:17 - 5:21Abrimos um restaurante que servia,
para ser exata, macarrão, -
5:21 - 5:23e lhe demos o nome de Noodle Nirvana.
-
5:23 - 5:25Abrimos na rua principal,
-
5:25 - 5:27ou seja, na Chestnut Street,
em Berea, no Kentucky. -
5:28 - 5:30E tínhamos por missão algo muito simples:
-
5:30 - 5:33montar tigelas de macarrão
inesquecíveis e mudar o mundo. -
5:34 - 5:36Semelhante ao Chipotle ou Subway,
-
5:36 - 5:39em vez de montar
um burrito ou um sanduíche, -
5:39 - 5:42os clientes do Noodle Nirvana
montavam tigelas de macarrão -
5:42 - 5:44à moda das barraquinhas na Tailândia,
-
5:44 - 5:46onde se cozinham os caldos
lentamente o dia todo, -
5:46 - 5:49e se montam tigelas de macarrão
na frente dos clientes. -
5:49 - 5:53No Noodle Nirvana, os clientes
passam por três etapas fáceis. -
5:53 - 5:55Etapa um: escolha um macarrão.
-
5:55 - 5:57Etapa dois: escolha um caldo ou molho.
-
5:57 - 6:00Etapa três: escolha uma proteína,
como carne de boi, frango ou tofu. -
6:00 - 6:03Depois guarnecemos a tigela
com verduras frescas. -
6:04 - 6:05Quando estão na época,
-
6:05 - 6:08compramos as verduras
de nossos agricultores locais. -
6:08 - 6:10E, quando podemos,
-
6:10 - 6:13adquirimos produtos
de fornecedores do Kentucky Proud. -
6:13 - 6:17Nossas mesas são intencionalmente
compridas, no estilo família grande, -
6:17 - 6:20para que viajantes possam comer
ao lado de pessoas locais, -
6:20 - 6:23e professores universitários,
ao lado dos agricultores -
6:23 - 6:25que cultivaram a abobrinha
que estão comendo. -
6:25 - 6:28Começamos a pagar à nossa equipe,
do lavador de pratos ao cozinheiro, -
6:28 - 6:30US$ 10 por hora,
-
6:30 - 6:33e eles têm dias e horários de folga
pré-estabelecidos, -
6:33 - 6:37para que possam levar
uma vida plena fora do trabalho. -
6:37 - 6:39E, no âmago do que fazemos,
-
6:39 - 6:43está a noção de que estamos
ligados uns aos outros. -
6:43 - 6:47Na verdade, essas palavras estão afixadas
na parede do nosso restaurante, -
6:47 - 6:51para que nos lembrem sempre
de por que fazemos o que fazemos. -
6:52 - 6:55E transformamos essas palavras
em ação todos os dias -
6:55 - 6:57ao fazer parceria todo ano com uma ONG,
-
6:57 - 7:00doando 20% dos lucros
da primeira terça do mês -
7:00 - 7:03para essa ONG por 12 meses,
-
7:03 - 7:06além de todas as gorjetas por 365 dias.
-
7:07 - 7:08No primeiro ano,
-
7:08 - 7:12fizemos parceria com uma ONG
chamada New Opportunity School for Women, -
7:12 - 7:16que ajuda mulheres da região dos Apalaches
a superarem barreiras a educação, -
7:16 - 7:18emprego e independência financeira.
-
7:18 - 7:21Com nossos clientes e nossa equipe,
-
7:21 - 7:24arrecadamos US$ 30 mil
para a New Opportunity School. -
7:24 - 7:27(Aplausos) (Vivas)
-
7:32 - 7:33No segundo ano,
-
7:33 - 7:36a parceira foi o Backpack Program,
um banco de alimentos local -
7:36 - 7:38que fornece comida a crianças
nos fins de semana e feriados, -
7:38 - 7:41quando elas não têm acesso
à merenda escolar. -
7:41 - 7:45Nesse segundo ano, levantamos US$ 44 mil.
-
7:45 - 7:47(Aplausos) (Vivas)
-
7:49 - 7:51Este ano, nossa parceria
é com a Hope’s Wings, -
7:51 - 7:53um programa de combate
à violência doméstica, -
7:53 - 7:57uma casa com 16 leitos
que fornece abrigo de emergência -
7:57 - 8:00e programas para vítimas
de violência doméstica. -
8:00 - 8:02Nos primeiros seis meses
da nossa parceria, -
8:02 - 8:05já arrecadamos para a ONG
mais de US$ 20 mil. -
8:05 - 8:07(Aplausos) (Vivas)
-
8:10 - 8:12Quando começamos a realizar esse sonho,
-
8:12 - 8:16era para ser apenas eu, minha mãe
e seu macarrão ao curry, -
8:16 - 8:19e talvez uma pessoa
para trabalhar meio período. -
8:19 - 8:23Meu plano de negócios original
projetava que, se tivéssemos sorte, -
8:23 - 8:25venderíamos 30 tigelas
de macarrão por dia. -
8:25 - 8:28Dois anos e meio depois,
temos 13 funcionários, -
8:28 - 8:33e vendemos em torno de 700 a mil
tigelas de macarrão por semana. -
8:34 - 8:35E, no ano passado,
-
8:35 - 8:39apesar de termos doado mais de US$ 40 mil
para causas beneficentes, -
8:39 - 8:43e termos pago à nossa equipe
US$ 2,75 a mais por hora -
8:43 - 8:45do que a maioria
dos restaurantes da região, -
8:45 - 8:48estamos alinhados aos padrões industriais
-
8:48 - 8:51quando se trata de custos
dos alimentos e da ocupação. -
8:51 - 8:54Na verdade, estamos tendo mais lucros
-
8:54 - 8:58do que a maioria dos restaurantes
de comida rápida e casual de nosso setor. -
8:58 - 9:02No entanto, nossa folha de pagamento
é um pouco mais alta, -
9:02 - 9:05mas sabíamos disso, e tudo bem.
-
9:05 - 9:09Nossa equipe são os embaixadores
mais valiosos da nossa missão. -
9:09 - 9:11Um terço dela está conosco
desde o primeiro dia. -
9:11 - 9:14Um terço ficou conosco por um a dois anos.
-
9:14 - 9:18Desde que abrimos, em 2016,
dois anos e meio atrás, -
9:18 - 9:21faturamos US$ 1,2 milhão em vendas,
-
9:21 - 9:26e elas estão crescendo
a um índice médio mensal de 15%. -
9:26 - 9:29Também estamos conversando
com três grupos diferentes -
9:29 - 9:32interessados em franquear
nosso modelo de negócios. -
9:32 - 9:35(Aplausos) (Vivas)
-
9:41 - 9:43O macarrão pode mudar o mundo.
-
9:44 - 9:47Imaginem se todas as pequenas
empresas da sua comunidade -
9:47 - 9:49fizessem parceria com uma ONG.
-
9:49 - 9:52E imaginem se elas fizessem isso todo ano
-
9:52 - 9:54e se revezassem em cuidar uns dos outros,
-
9:54 - 9:57cuidando das necessidades
mais prementes da comunidade, -
9:57 - 9:59como se estivéssemos todos ligados.
-
9:59 - 10:04Imaginem faculdades capazes
de focar a educação dos alunos -
10:04 - 10:05em vez de ter de angariar fundos,
-
10:05 - 10:10e centros de combate ao estupro capazes
de focar a erradicação da violência sexual -
10:10 - 10:12em vez de organizar bailes de caridade.
-
10:13 - 10:15Acredito que isso não só seja possível,
-
10:15 - 10:18mas que seja uma mudança de paradigma
necessária para todos nós. -
10:19 - 10:22Se estamos mesmo ligados uns aos outros,
-
10:22 - 10:25e todas as nossas comunidades
vivem situações de sofrimento, -
10:25 - 10:28como pobreza, falta de moradia e fome,
-
10:28 - 10:32não podemos deixar que os únicos
a abordar esses problemas -
10:32 - 10:34sejam as ONGs.
-
10:34 - 10:38Se as pequenas empresas são
verdadeiramente a espinha dorsal dos EUA, -
10:38 - 10:40precisamos começar a investir
-
10:40 - 10:43nas pessoas e nas comunidades
que estão investindo em nós. -
10:44 - 10:45Obrigada.
-
10:45 - 10:47(Aplausos) (Vivas)
- Title:
- O macarrão pode mudar o mundo | Mae Suramek | TEDxCorbin
- Description:
-
Mae Suramek tinha dois objetivos quando abriu seu restaurante numa cidadezinha na região dos Apalaches: criar tigelas de macarrão inesquecíveis e mudar o mundo. O modelo de negócios do Noodle Nirvana inclui doações substanciais para organizações sem fins lucrativos, valorização dos empregados — com bons salários e horários estáveis de trabalho — e criação de uma atmosfera que aproxime as pessoas. Suramek nos pede para imaginar um mundo em que as empresas invistam em organizações comunitárias que lidem com a pobreza, a fome e a violência, pois, afinal, "estamos todos ligados uns aos outros". Mae Suramek é filantropa e proprietária socialmente consciente de restaurante em Berea, no Kentucky.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 10:53
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Raissa Mendes edited Portuguese, Brazilian subtitles for Noodles can change the world | Mae Suramek | TEDxCorbin | |
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Raissa Mendes approved Portuguese, Brazilian subtitles for Noodles can change the world | Mae Suramek | TEDxCorbin | |
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