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Jonathan Meese: Na arte você precisa ir longe.

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    [Música]
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    "Programa de 10 pontos da ditadura da arte"
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    O objetivo está claro: O objetivo é a ditadura da arte.
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    O objetivo é que a arte domine o mundo.
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    [Uivando]
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    "Obedeça somente à arte! Obedeça! Obedeça!"
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    A arte é a mais forte.
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    A arte é a número um, é a chefe, a arte é o chanceler, a arte é a líder!
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    a arte é o rei, a arte é a religião, a arte é isso, é isso, arte, sempre!
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    E eu odeio esses estudantes de hoje em dia, que só querem coisas tão pequenas,
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    que querem uma vida confortável,
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    eu tenho 41 anos, sim? e eu me comporto como um garoto de 12 anos,
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    mas essas pessoas, que tem 25, 35 agora, eles se comportam como se nunca houvessem nascido!
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    "Happa, happa, happa - Hoah, hoah, hoah"
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    Se em todo lugar houvesse arte, ela então desapareceria.
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    Sim, e então tudo se acalmaria, e nos começaríamos de novo,
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    " um reínicio", nos teríamos um novo marco em nossa existência
  • 1:24 - 1:26
    e algo novo surgiria.
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    Quero dizer: Precisamos que algo totalmente novo aconteça.
  • 1:30 - 1:37
    E quanto à arte dominar o mundo: Isso não significa que todo mundo vai pintar, ou que todo mundo vai fazer literatura.
  • 1:37 - 1:42
    Significa que todo mundo vai fazer o que estiver fazendo com paixão total,
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    sem sermos instrumentalizados, sem sermos usados,
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    sem se nos tornar uma facção ou coisa parecida,
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    que tudo terá um sabor original,
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    e que diremos: " Parem com isso. Parem com a merda que está acontecendo nesse mundo!
  • 1:59 - 2:08
    Pare! Pare! Pare! Parem, políticos, renunciem à tudo, tudo, por favor, tudo!"
  • 2:08 - 2:17
    Hoje um político renunciou nesse país. Sim? Oh, por favor, que os outros façam isso também!
  • 2:17 - 2:21
    Chanceler Merkel, por favor, renuncie, é hora! Sim?
  • 2:21 - 2:25
    Por favor, todos os reis e rainhas, me desculpem por dizer: Renunciem!
  • 2:25 - 2:27
    Representem! Vocês podem atuar como reis.
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    Mas isso não significa mais nada.
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    [risadas, uivos]
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    [rangendo]
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    "Fazer happa happa"
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    Precisamos de uma liderança despersonalizada, precisamos de um novo começo para o mundo.
  • 2:54 - 2:58
    Agora é hora. E também que o colapso que acontece termine.
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    Eu não sou um idiota, eu vislumbro isso.
  • 3:00 - 3:04
    E sempre penso: "Wow, agora alguma coisa acontece!"
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    Mas nunca devemos pensar que precisamos de pessoas revolucionárias.
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    Não precisamos de soldados nas ruas.
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    Os soldados vêm dos palcos.
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    É uma direção totalmente diferente.
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    E Adolf Hitler é um ponto crucial, porque ali ficou bem claro para todos desse mundo:
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    Os humanos nunca deveriam ter poder ideologico!
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    Lá o jogo estava terminando, de fato.
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    Mas não, eles recomeçam!
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    Nós produzimos ditadores como, uh, como bombons.
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    E porque?
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    Porque existem tantos pequenos Hitlers no mundo?
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    Porque?
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    Depois desse cara, para mim todo político é um pequeno Hitler, me desculpe.
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    E eu não quero isso.
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    Não estou interessado por essa ideia nostálgica.
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    Sim, em 1945 Hitler acabava de ser levado
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    e todo mundo [chop, chop].
  • 4:04 - 4:08
    "Cada um é seu próprio líder, cada um é o seu próprio deus, todo mundo é seu próprio patrão. "
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    Todos são seus próprios líderes, todos são seus próprios chefes, todos são seus próprios deuses.
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    Esse não é o conceito.
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    Auto-realização não é legal.
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    [ronronando]
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    Se você pegar esse quadro e colocá-lo numa máquina,
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    não haveria nenhum sentimento de nós lá dentro.
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    Então perguntaríamos: Essa cor dourada, porque é feita dessa forma, e o que significa?
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    Mas talvez nós conseguiremos uma resposta, talvez não.
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    Mas então ou chegamos perto disso, ou ficamos à mesma distância.
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    A arte não é espiritual.
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    Não precisamos de líderes espirituais humanos.
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    Essa é uma coisa muito pragmática e concreta: pintura em tela.
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    Essa tela preencheria a si mesma, mesmo em minha ausência.
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    Sim? Não importa que eu tenha feito ela.
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    Não é importante.
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    Que eu fiz, tudo bem. Mas não é importante avaliar a arte.
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    Sim? A pintura é outro mundo.
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    Nós podemos escrever, eu escrevi " Jonathan Meese 2011" não é importante.
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    Sim? Sou apenas um servente.
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    "Caro lobo, você tem que fazer apenas uma coisa em arte!"
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    E todas essas coisas, Saint Just, Robespierre, Marat, Colour, Number 5, Adolf Hitler,
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    tudo isso é uma arte em miniatura.
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    É por isso que vocês podem usar.
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    Isso tudo é um jogo, tem que ser um jogo. Me desculpem.
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    Tocar é a coisa mais radical que você pode fazer nesse mundo.
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    Matar alguém não é radical.
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    Sim, machucar alguém é tão vergonhosamente fácil, e nada especial,
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    e não tem nada a ver com a realidade, com radicalismo. Isso é ser fanático pela realidade.
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    "Caro lobo, você só tem que fazer uma das artes!"
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    '' Obedeça sem demora!"
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    "Caro lobo!"
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    As pessoas sempre do lado de fora entram e me dizem: Não toque mais!
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    Isso não é permitido. Isso é demais. Você vai longe demais.
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    Na arte, você nunca pode ir muito longe,
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    Na arte, você precisa ir muito longe,
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    Essa é a regra.
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    Se você não está disposto a ir longe, então deveria parar
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    Então você é um funcionário cultural.
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    Temos que nos certificar de que nada ruim irá acontecer
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    E que possa fazer apenas arte.
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    Não podemos contar, ou ser contra a realidade pela realidade.
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    Se usarmos a realidade para lutar contra a realidade, acabaremos na realidade,
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    na má realidade contra a qual lutamos.
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    Como um artista, você deveria desejar apenas uma arte para dominar o mundo,
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    ou você, como artista, deveria ir para casa.
  • 7:46 - 7:51
    [Música]
Title:
Jonathan Meese: Na arte você precisa ir longe.
Description:

Studio visit to the German artist Jonathan Meese, who believes in The Dictatorship of Art, that art should rule the world, and that playing is the most radical thing you can do.

Jonathan Meese (b. 1970) is a German artist who works with paintings, sculptures, installations and performances, which are all about The Dictatorship of Art.

That art rules the world means that everybody does what he or she does with total passion, Meese says. He wants people not to be instrumentalized, he wants "a new wind".

Interview by Christian Lund, Louisiana Museum of Modern Art, March 2011.

Copyright Louisiana Channel, Louisiana Museum of Modern Art.

Recorded in Jonathan Meese's studio in Berlin by Marie Forchhammer

Produced by Martin Kogi and Christian Lund.

Copyright: Louisiana Channel, Louisiana Museum of Modern Art.

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Louisiana Channel is a non-profit video channel for the Internet launched by the Louisiana Museum of Modern Art in November 2012. Each week Louisiana Channel will publish videos about and with artists in visual art, literature, architcture, design etc.

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Video Language:
English
Team:
Louisiana Channel
Duration:
08:06
Vitor Visconti edited Portuguese subtitles for Jonathan Meese: In art you have to go too far
Vitor Visconti added a translation

Portuguese subtitles

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