-
Foi como eu pensei.
-
Como, senhor?
-
Você disse que viu alguém no corredor?
-
Não, apenas uma vela no chão.
-
Mas você ouviu uma risada estranha?
-
Você já ouviu essa risada antes,
eu suponho,
-
ou algo parecido.
-
Há uma mulher que é costureira aqui,
-
Grace Poole... ela ri desse jeito.
-
Ela é uma pessoa única, senhor.
-
É verdade.
-
Grace Poole... ela é,
como você diz, singular.
-
Muito.
-
Eu vou refletir sobre isso.
-
Mas, senhor...
-
Srta. Eyre, você é a única
pessoa além de mim
-
que conhece os detalhes
do incidente desta noite.
-
Você não é nenhuma tola fofoqueira.
Não fale nada.
-
Eu vou cuidar
das coisas por aqui.
-
Agora...
-
vá para o seu quarto.
-
Mas você não pode dormir aqui, senhor.
-
Eu ficarei muito bem
no sofá da biblioteca.
-
Devem ser quase 4:00.
-
Em duas horas, os serviçais estarão de pé.
-
Então, boa noite, senhor.
-
O que? Já está desistindo de mim?
-
E desse modo?
-
O senhor disse que eu podia ir.
-
Pelo menos aperte minha mão.
-
Você salvou minha vida.
-
É um prazer ter
tal enorme dívida com você.
-
Não há dívida ou
obrigação aqui, senhor.
-
Ah, eu sabia que você
me beneficiaria de algum modo,
-
em algum momento.
-
Eu vi em seus olhos
a primeira vez que a contemplei.
-
E essa expressão e sorriso não...
-
não causou júbilo nos recantos
mais profundos de meu coração por nada.
-
Oh, minha querida salvadora.
-
Boa noite.
-
Boa noite, senhor.
-
Fico feliz que por acaso estava acordada.
-
O que, está indo?
-
Estou com frio, senhor.
-
Frio.
-
Sim.
-
Então vá, Jane, vá.
-
Acho que escutei a Sra. Fairfax se mexendo.
-
Bom, Jane, deixe-me.
-
Boa noite, senhor.
-
Que comoção,
que comoção.
-
Bom dia, Sra. Fairfax.
-
Oh, um bom dia, você diz?
-
Você viu o quarto do senhor?
-
Ele pode ter sido queimado
até os ossos em sua cama,
-
e tudo por ser descuidado
com uma vela.
-
Ah bem, vamos deixá-la
como estava ainda hoje,
-
mas há tantas coisas para se mover.
-
Estou com Leah e John lá.
-
Eu devo chamar o resto dos serviçais.
-
Jane, querida, pegue estes
-
e coloque-os na cama do senhor.
-
Ah, estou tão agradecida de ele ter ido embora.
-
Ido embora? De vez?
-
Oh, Deus, não.
-
Não. Ele só foi a uma festa.
-
Ele vai voltar. Mas eu preciso ir.
-
Ah, Jane, fique de olho em Leah e John.
-
Você sabe como eles gostam
de perder tempo com fofocas.
-
Foi uma sorte ele estar com
esse jarro cheio d'água.
-
Me pergunto se ele fez isso sozinho
-
e não acordou ninguém.
-
Ora, Srta. Jane, qual
a sua opinião sobre tudo isso?
-
Eu estava procurando pelo Sr. Rochester.
Ele está aqui?
-
Não, senhorita, mas
mandaram selar seu cavalo
-
e ele vai cavalgar até Os Leas.
-
Ah, obrigado, John.
-
Você sabe se ele vai voltar logo?
-
Temo que não, senhorita.
-
Bom dia, senhorita.
-
Bom dia, Grace.
-
É uma coisa estranha, não é?
-
Me disseram o que houve.
-
O Sr. Rochester não acordou ninguém?
-
Ninguém o ouviu se mexer?
-
Os serviçais dormem muito longe
para poder ouvir, senhorita.
-
A Sra. Fairfax não ouviu nada.
-
Pessoas de idade costumam ter sono pesado.
-
Mas você dorme perto, senhorita,
-
e devo dizer que, por ser
jovem, tem sono leve.
-
Não ouviu nenhum barulho?
-
Ouvi.
-
Primeiro eu achei que tinha sido o Pilot.
-
Mas ele não pode rir,
-
e tenho certeza que ouvi uma risada...
-
uma muito estranha.
-
Bom, é bastante improvável
que o senhor fosse rir
-
estando em tamanho perigo.
-
Eu creio que a senhorita
devia estar sonhando.
-
Eu não estava sonhando.
-
Você não pensou em abrir sua porta
-
e sair na galeria?
-
Certamente que não.
Eu tinha aferrolhado minha porta.
-
Eu nunca tinha feito isso antes,
mas o farei no futuro.
-
É algo sábio a se fazer.
-
Eu nunca ouvi falar do saguão
ser alvo de ladrões,
-
mas há centenas de
libras em prataria,
-
e muito poucos serviçais.
-
Eu sempre acho que é
melhor pecar pelo cuidado.
-
Muitas pessoas, senhorita, são
a favor de confiar tudo à Providência,
-
mas eu digo que a Providência
-
abençoa aqueles que ajudam a si mesmos.
-
Sra. Poole, a senhora irá descer
ao jantar dos serviçais?
-
Não. Só coloque minha cerveja
-
e um pouco de pudim numa travessa
-
que eu os levarei para cima.
-
Vai querer carne?
-
Ah, só um pedaço...
e uma fatia de queijo.
-
Isso é tudo, Maria.
-
A Sra. Fairfax a está procurando,
senhorita, para o jantar.
-
Obrigado.
-
Sr. Rochester! Sr. Rochester!
-
O que é?
-
Grace Poole, senhor.
-
Ela está em seu quarto, toda arrogante.
-
Sim?
-
Bom, por que ela não está presa,
ou pelo menos demitida?
-
Você praticamente disse que
ela era culpada ontem à noite, senhor.
-
Por que me fez jurar segredo?
-
Isso é tudo?
-
Ela tem algum poder sobre o senhor?
-
Srta. Eyre,
-
por favor restrinja suas preocupações
-
a questões que estejam
dentro de sua esfera.
-
Dez dias e nenhuma
palavra do Sr. Rochester.
-
Não ficaria surpresa
-
se ele tivesse voltado
direto para o continente
-
e não fosse mostrar a cara
em Thornfield por um ano ou mais.
-
Ele não a comunicaria?
-
Hmm. Não.
-
Ele já várias vezes foi embora
Repentinamente e sem aviso nenhum.
-
Oh, a bandeja ainda não está
pronta para você levá-la, Leah.
-
Não, senhora, mas acabou
de chegar uma carta.
-
Ah, obrigado.
-
É do senhor!
-
Bem?
-
Ora, nós vamos ficar ocupadas agora.
-
Ele está voltando?
-
De fato está.
-
E dentro de três dias, ele trará
uma hoste de amigos com ele
-
e a honorável Blanche Ingram.
-
Bom dia, senhora.
-
Bem-vinda a Thornfield.
-
Bem-vindo ao lar, senhor.
-
Obrigado, Sra.Fairfax.
-
Eu apreciei a companhia
-
da única em meu nível
na equitação em todo o país
-
Nos adiantamos de nossos amigos em cinco minutos.
-
Eu sempre adorei esta casa.
-
E ela é abençoada com uma convidada adorável.
-
Rogers, quem é aquela moça?
-
Aquela é a honorável
srta. Blanche Ingram, senhorita.
-
Obrigado.
-
Deixe-me levá-la a seu quarto.
-
A Sra. Fairfax vai cuidar de você
-
até a sua serviçal chegar.
-
Mas como é bonita!
-
Ela é muito bonita.
-
As carruagens estão prontas, senhor.
-
Obrigado, John.
-
Avante, meus amigos
-
Está um dia lindo
para a excursão deles,
-
E o Sr. Rochester e a Srta. Blanche
não dão um belo casal?
-
Ele claramente prefere ela
-
a qualquer outra entre as moças.
-
Oh, está claro que ele a admira.
-
Sim, está.
-
Ah, mas você sabe, querida,
-
os patrões tem mais com que
se preocupar do que eles mesmos.
-
O casamento é um dever.
-
Ele envolve fortunas, linhagens,
-
a junção de propriedades.
-
E chega uma hora
-
em que todo cavalheiro
tem que pensar em seus deveres.
-
Ela é mesmo linda.
-
Oh, você a verá em
seu auge esta noite.
-
Por acaso eu mencionei ao Sr. Rochester
-
o quanto Adele gostaria de
ser apresentada às moças,
-
e ele disse, "mande-a vir à
-
sala de desenho depois do jantar."
-
Oh, ela vai ficar estática.
-
E ele disse, "mande a Srta. Eyre acompanhá-la"
-
Ah, não. Ele só falou por cortesia
-
Eu lhe disse que você é tímida,
-
e ele disse "Diga a ela que é o meu desejo.
-
Se ela resistir, eu
virei e a levarei."
-
Para falar a verdade,
-
Eu não gostei muito
dos convidados do Sr. Rochester.
-
A maioria deles, especialmente a srta. Ingram,
-
me pareceram ser superficiais,
-
metidos e condescendentes
-
para com aqueles que não são de sua posição.
-
E claro, você tem uma governanta para ele.
-
Onde ela está agora? Foi embora?
-
Ah não, ela ainda está aqui.
-
Você devia ouvir a minha mãe
-
a respeito de governantas.
-
Eu tive pelo menos meia dúzia,
-
todas ou detestáveis ou ridículas.
-
Eu costumava questionar a minha governanta,
-
mas ela era uma professora tão boa
-
que eu tinha vontade de mexer na mesa dela
ou desarrumar a caixa de costura.
-
Ela aguentava qualquer coisa.
-
Eu suponho que agora vamos fazer um resumo
-
das lembranças de todas as governantas
de todas as nossas famílias.
-
Posso tocar alguma coisa ao invés disso?
-
Oh, por favor toque.
-
Por favor.
-
Como vai você?
-
Eu estou muito bem, senhor.
-
Por que você não veio falar comigo na sala?
-
Eu não quis perturbá-lo,
-
você parecia ocupado, senhor.
-
Bom, o que você tem feito
durante a minha ausência?
-
Nada em particular,
-
ensinando Adele, como de costume.
-
Você me parece bem mais
pálida do que era.
-
Qual o problema?
-
Nenhum, senhor.
-
Você ficou resfriada
-
aquela noite em que você quase me afogou?
-
De maneira alguma, senhor.
-
Volte para a sala de desenho.
-
Está desistindo muito cedo.
-
Estou cansada, senhor.
-
E um pouco deprimida.
-
Pelo que?
-
Me diga.
-
Não estou deprimida.
-
Eu afirmo que está...
-
tão deprimida que mais algumas palavras
-
fariam lágrimas brotarem de seus olhos.
-
Se eu tivesse tempo, saberia
o que tudo isso significa.
-
Bem...
-
esta noite, eu a libero, mas lembre-se,
-
enquanto meus visitantes ficarem,
-
eu espero vê-la na
sala de desenho todas as noites.
-
É o meu desejo.
-
Não o negligencie.
-
Agora vá.
-
Mande Sophie à Adele.
-
Boa noite.
-
Uma noite,
-
uma mudança no entretenimento foi sugerida.
-
Eles falaram de jogar com charadas,
-
mas em minha ignorância
eu não entendi a palavra.
-
Oh sim, um casamento.
-
Ora, é um matrimônio.
-
Que casal magnífico eles formam.
-
O que pode ser?
-
A segunda sílaba não era "well" (poço)?
-
E isso não faz a palavra
inteira ser "Bridewell"...
-
a prisão em Londres?
-
Bravo!
-
Eu acertei.
-
Eu acertei.
-
Desça, minha querida.
-
Deixe-me ajudá-la.
-
Amy, isso foi muito empolgante.
-
E lembre-se, Srta. Ingram,
-
agora você é minha esposa.
-
Nós acabamos de nos casar
diante de todas essas testemunhas.
-
Eu vi que ele ia se casar com ela
-
por sua família, posição e contatos.
-
Eu não estava com ciúmes, ou só às vezes,
-
mas eu sofria de uma dor perene,
-
pois eu sabia que ele não a amava.
-
Ele nos disse no dia seguinte
-
que tinha sido chamado
a Millcote a negócios
-
e voltaria tarde.
-
Aquela mesma tarde,
-
um estranho chegou em Thornfield.
-
Parece que eu cheguei em um
momento inoportuno, madame,
-
quando meu amigo Sr. Rochester
está longe de casa,
-
mas eu chego de uma jornada muito longa,
-
e acho que posso presumir,
-
como um velho e íntimo conhecido,
-
que posso me instalar aqui até sua volta.
-
Meu nome é Mason.
-
Eu acabei de chegar na Inglaterra.
-
Passei algum tempo na
Estação das Índias Ocidentais, senhor.
-
Por acaso eu ouvi...?
-
Você tem um ouvido sensível, senhor.
-
Eu sou de Kingston, na Jamaica.
-
Ha! Eu a conheço bem.
-
Foi lá que conheci o Sr. Rochester.
-
Eu não sabia que o Sr. Rochester
-
tinha estado nas Índias Ocidentais.
-
Ah, o Rochester esteve em todo lugar.
-
Mas permita-me apresentá-lo
à companhia, Sr. Mason.
-
Lady Ingram, permita-me apresentar
-
formalmente o Sr. Mason.
-
Certamente.
-
Rochester não gostava das Índias Ocidentais.
-
Os furacões, o calor e
as irritantes chuvas
-
foram demais até
para os seus gostos heróicos.
-
Com sua licença, senhor.
-
Tem uma velha mulher no
saguão se recusando a ir embora.
-
Uma cigana, senhor.
-
Bom, diga a ela que eu sou um magistrado
-
e que a colocarei a ferros
-
se ela não se retirar.
-
Não, espere Sam, eu ouvi
você dizer que ela era uma cigana?
-
Sim, senhor. Ela insiste
em ser recebida
-
perante os senhores
para dizer suas sortes.
-
Bom, não tempos planos para diversão.
-
Que ela nos entretenha.
-
Certamente, Coronel Dent,
-
você não encorajaria
tal baixa impostora?
-
Como ela é?
-
Uma assustadora e velha criatura feia, senhorita,
-
quase tão preta como carvão.
-
Vamos recebê-la.
-
Com certeza. Por que jogar fora
-
a chance de uma boa diversão?
-
Leve-a à biblioteca.
-
Bom, é isso que ela quer, senhorita.
-
Ela diz que não se mostrará
ao bando vulgar.
-
Creio que é melhor eu ir primeiro.
-
Não, senhor. Ela não quer nenhum cavalheiro...
-
apenas moças, e só as
que são jovens e solteiras.
-
Por Deus, ela tem bom gosto.
-
Oh, meu amor, minha querida,
-
pause, reflita.
-
O que ela disse, Blanche?
-
E então, Blanche?
-
Ela tocou minha palma e disse
-
o que essa laia costuma dizer.
-
É minha vez.
-
Oh, querida.
-
Tenho certeza que ela não é nada de bom.
-
Ela me disse cada coisa...
-
Ela sabe de tudo sobre nós.
-
Por favor, senhorita,
-
a cigana disse que ainda há
uma jovem e solteira senhora na sala,
-
e ela não irá embora
até a ter visto.
-
A governanta, de fato.
-
Eu irei, com certeza.
-
Ah, eu não posso tirar nada
de uma mão como essa.
-
É muito bonita.
-
Ajoelhe no tapete.
-
Está no rosto.
-
São os olhos.
-
A curva da boca.
-
Eu me pergunto com quais sentimentos
-
você veio a mim esta noite.
-
Você não tem nenhuma esperança secreta
-
que lhe sussurra sobre um doce futuro?
-
A maior esperança é
a de juntar dinheiro suficiente
-
para uma pequena escola um dia.
-
Bom alimento para o coração.
-
E quando você está sentada perto da janela...
-
Ah sim, eu conheço seus hábitos.
-
Você esteve falando com os serviçais.
-
Oh, um deles.
-
Você é esperta. Você é rápida.
-
A Sra. Poole.
-
Oh, não se alarme. Ela é
uma mão segura, a Sra. Poole.
-
Ela é digna de confiança.
-
Agora, quando você está sentada
perto da janela,
-
não pensa em nada
além de sua futura escola?
-
Não há nem um de seus
companheiros no qual pensa?
-
Não há um rosto que você examina?
-
Eu gosto de observar todos os rostos.
-
Você é forçada a observar seu senhor.
-
Ele não está em casa.
-
E isso o apaga, por acaso, da existência?
-
Eu tenho dificuldade em ver
-
o que o Sr. Rochester tem
a ver com os meus hábitos.
-
No meio de toda essa sociedade,
-
você não viu amor em seu rosto?
-
Eu não vim aqui para me confessar.
-
Você sabe que o Sr. Rochester está noivo?
-
Sim, da bela Srta. Ingram.
-
Logo?
-
Tudo indica que sim.
-
Mas, mãe, eu não vim aqui
-
para ouvir a sorte do Sr. Rochester.
-
Eu vim para ouvir a minha.
-
Sua sorte ainda é duvidosa.
-
O acaso te ofereceu
um cadinho de felicidade.
-
Depende de você
-
esticar sua mão e pegá-lo.
-
Se você vai ou não fazê-lo é a questão.
-
Ajoelhe novamente no carpete.
-
Não me segure por muito tempo. O fogo me queima.
-
Ah, a chama cintila no olho.
-
O olho brilha.
É macio e cheio de sentimento.
-
O olho é favorável.
-
A boca...
-
por vezes se delicia com o riso.
-
O inimigo é a testa.
-
Essa testa diz "eu posso viver
sozinha se o respeito próprio o demandar.
-
Eu não preciso vender minha alma para comprar a felicidade."
-
Essa testa declara,
-
a razão reina firme e segura as rédeas.
-
"Ela não vai deixar seus sentimentos explodirem
-
e tocá-la para abismos selvagens.
-
Fortes ventos, terremotos e fogo
-
podem passar
-
mas eu vou seguir o caminho
-
daquela pequena voz
-
chamada consciência."
-
Bem dito, consciência,
-
Sua voz vai ser respeitada.
-
Bom, Jane, você me conhece agora?
-
Tirem suas roupas!
-
Foi bem executado, não acha?
-
Isso não foi nenhum jogo.
-
Você tem tentado me atrair para fora.
-
Oh Jane, você me perdoa?
-
Eu não sei.
-
Eu precisarei de tempo para pensar.
-
Sr. Rochester.
-
Está ciente de que há
um estranho aqui para vê-lo?
-
O Sr. Mason das Índias Ocidentais?
-
Mason?
-
Índias Ocidentais?
-
Está doente, senhor?
-
Oh Jane, eu estou...
-
Estou perturbado, Jane.
-
Onde ele está?
-
Lá dentro com os outros.
-
Sem sussurros.
-
Estão rindo e conversando.
-
Ele pareceu sociável.
-
Sociável?
-
Jane, se todas essas pessoas
me virassem as costas
-
e fossem embora daqui,
-
você iria também?
-
Eu ficaria com qualquer amigo.
Eu ficarei com você.
-
Mas por quê?
-
Jane, entre lá.
-
Vá silenciosamente até Mason.
-
Sussurre em sua orelha,
-
diga que Rochester está aqui
-
e aguardando para vê-lo.
-
Traga-o aqui, e então deixe-nos.
-
Sinto muito por chegar sem aviso.
-
Bom, eu devo dizer,
-
você está ótimo, Richard.
-
Sim, Edward,
-
o tempo foi mais gentil comigo
do que eu teria imaginado.
-
Quisera eu poder dizer o mesmo.
-
Mason, eu não quero
que você vá até lá esta noite...
-
não sozinho.
-
Espere até amanhã.
-
Eu devo subir agora.
-
Não conseguiria dormir sem isso.
-
Socorro!
-
Socorro! Socorro!
-
Pelo amor de Deus, venham!
-
Henry, meu querido menino, você ouviu isso?
-
Onde diabos está Rochester?
-
Estou aqui. Acalmem-se, todos vocês.
-
Que coisa horrível aconteceu?
-
Não me estrangule.
-
Está tudo bem, você me ouviu? Está tudo bem.
-
O que infernos foi esse barulho, então?
-
Sim. Um dos serviçais
teve um pesadelo.
-
Isso é tudo.
-
Agora devo pedir que
todos vocês voltem a seus quartos.
-
Devemos acalmar a casa.
-
E, cavalheiros, façam o favor
-
de dar um bom exemplo às moças.
-
Srta. Ingram, eu sei que posso contar com você.
-
Senhoras, vocês vão morrer de frio
-
nessa galeria.
-
Venham, venham.
-
Quem é?
-
Abra a porta.
-
Você tem sais aromáticos?
-
- Sim senhor.
-Traga-os.
-
Legendado por Thierry de Carvalho Banhete
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