Como é que uma bolsa de frio fica fria tão depressa? — John Pollard
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0:09 - 0:13Tivemos uma distensão muscular
e a inflamação é insuportável. -
0:14 - 0:17Bem queríamos ter gelo
para atenuar a dor -
0:17 - 0:21mas para isso, devíamos ter posto
água no congelador, horas antes. -
0:21 - 0:23Felizmente, há outra opção.
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0:23 - 0:26Uma bolsa de frio pode estar
à temperatura ambiente -
0:26 - 0:28até ao momento de precisarmos dela.
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0:28 - 0:31Depois, basta parti-la
conforme as instruções -
0:31 - 0:34para sentir o frio, segundos depois.
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0:34 - 0:37Como é possível uma coisa
passar da temperatura ambiente -
0:37 - 0:39para o ponto de congelação
em tão pouco tempo? -
0:39 - 0:41A resposta está na química.
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0:41 - 0:44Uma bolsa de frio contém água
e um composto sólido, -
0:44 - 0:46habitualmente nitrato de amónia,
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0:47 - 0:49em compartimentos diferentes
separados por uma barreira. -
0:49 - 0:52Quando a barreira se parte,
o sólido dissolve-se, -
0:52 - 0:55provocando uma reação endotérmica,
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0:56 - 0:58uma reação que absorve o calor
à sua volta. -
0:59 - 1:01Para perceber como isto funciona,
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1:01 - 1:04é preciso observar as duas forças motrizes
por detrás dos processos químicos: -
1:04 - 1:07a energética e a entropia.
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1:07 - 1:10São elas que determinam se ocorre
uma mudança num sistema -
1:10 - 1:13e, caso ocorra, como flui a energia.
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1:13 - 1:17Na química, a energética trata
das forças atrativas e repulsivas -
1:17 - 1:20entre partículas a nível molecular.
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1:21 - 1:26Esta escala é tão pequena que há
mais moléculas de água num copo -
1:26 - 1:29do que as estrelas
que se conhecem no universo. -
1:29 - 1:33Todos estes biliões de moléculas
estão em constante movimento, -
1:33 - 1:36vibrando e girando a diversos ritmos.
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1:36 - 1:40A temperatura pode ser uma medida
da quantidade do movimento médio, -
1:40 - 1:43ou emergia cinética
de todas essas partículas, -
1:43 - 1:46em que um aumento no movimento
significa um aumento na temperatura -
1:47 - 1:48e vice-versa.
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1:49 - 1:52O fluxo do calor
em qualquer transformação química -
1:52 - 1:55depende da força relativa
das interações das partículas -
1:55 - 1:58em cada um dos estados
químicos de uma substância. -
1:58 - 2:01Quando as partículas têm
uma forte força atrativa mútua, -
2:01 - 2:04movem-se rapidamente na direção
umas das outras, até estarem tão próximas -
2:04 - 2:07que as forças repulsivas as afastam.
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2:07 - 2:10Se a atração inicial
for suficientemente forte, -
2:10 - 2:13as partículas mantêm-se a vibrar
para a frente e para trás, deste modo. -
2:13 - 2:16Quanto maior for a atração,
mais rápido será o seu movimento -
2:16 - 2:19e, como o calor
é essencialmente movimento, -
2:19 - 2:23quando uma substância muda para um estado
em que essas interações são mais fortes, -
2:23 - 2:24o sistema aquece.
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2:24 - 2:26Mas as nossas bolsas de frio
fazem o oposto. -
2:26 - 2:29ou seja, quando o sólido
se dissolve na água, -
2:29 - 2:33as novas interações das partículas sólidas
com as moléculas de água -
2:33 - 2:37são mais fracas do que as interações
separadas que existiam antes. -
2:37 - 2:40Isso faz abrandar
os dois tipos de partículas, -
2:40 - 2:42arrefecendo toda a solução.
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2:42 - 2:45Mas porque é que uma substância
muda para um estado -
2:45 - 2:47em que as interações são mais fracas?
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2:47 - 2:49As interações mais fortes que existiam
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2:49 - 2:51não deviam impedir o sólido
de se dissolver? -
2:51 - 2:53É aí que entra a entropia.
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2:53 - 2:56A entropia descreve basicamente
como os objetos e a energia -
2:56 - 3:00se distribuem, com base
no movimento aleatório. -
3:00 - 3:03Se pensarmos no ar duma sala,
há muitas formas possíveis -
3:03 - 3:06de os triliões de partículas que o formam
se poderem organizar. -
3:06 - 3:09Algumas delas terão todas
as moléculas de oxigénio numa área, -
3:09 - 3:12e todas as moléculas de azoto noutra.
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3:12 - 3:14Mas a maioria tê-las-á
todas misturadas, -
3:15 - 3:17e é por isso que o ar se encontra
sempre neste estado. -
3:18 - 3:21Se houver fortes forças atrativas
entre as partículas, -
3:21 - 3:24pode mudar a probabilidade
de algumas configurações -
3:24 - 3:26até ao ponto em que as probabilidades
-
3:26 - 3:28não favoreçam certas
misturas de substâncias. -
3:28 - 3:31O óleo e a água, por exemplo,
mão se misturam. -
3:31 - 3:35Mas, no caso do nitrato de amónia
ou de outras substâncias na bolsa de frio, -
3:35 - 3:39o poder das forças atrativas não chega
para alterar as probabilidades, -
3:39 - 3:43e o movimento aleatório separa
as partículas que compõem o sólido -
3:43 - 3:46dissolvendo-se na água e nunca mais
voltando ao seu estado sólido. -
3:47 - 3:51Para simplificar, a bolsa de frio
fica fria porque o movimento aleatório -
3:51 - 3:55cria mais configurações onde
o sólido e a água se misturam -
3:55 - 3:59e todas elas têm uma interação
de partículas ainda mais fraca, -
3:59 - 4:01menor movimento genérico de partículas
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4:01 - 4:05e menos calor do que quando estavam
dentro da bolsa, antes de ser utilizada. -
4:05 - 4:08Embora a desordem que pode
resultar da entropia -
4:08 - 4:11possa ter sido a causa da nossa lesão,
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4:11 - 4:15também é responsável pelo frio
reconfortante que atenua a nossa dor.
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- Como é que uma bolsa de frio fica fria tão depressa? — John Pollard
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Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/how-do-cold-packs-get-cold-so-fast-john-pollard
Se pusermos água no congelador, levará horas a transformar-se em gelo. Então, como é possível que as bolsas de frio passem de uma temperatura ambiente para quase gelo em poucos segundos? John Pollard pormenoriza a química das bolsas de frio, lançando luz sobre os conceitos da energética e da entropia, pelo meio.
Lição de John Pollard, animação de Karrot Animation.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:32
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