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Como é que uma bolsa de frio fica fria tão depressa? — John Pollard

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    Tivemos uma distensão muscular
    e a inflamação é insuportável.
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    Bem queríamos ter gelo
    para atenuar a dor
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    mas para isso, devíamos ter posto
    água no congelador, horas antes.
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    Felizmente, há outra opção.
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    Uma bolsa de frio pode estar
    à temperatura ambiente
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    até ao momento de precisarmos dela.
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    Depois, basta parti-la
    conforme as instruções
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    para sentir o frio, segundos depois.
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    Como é possível uma coisa
    passar da temperatura ambiente
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    para o ponto de congelação
    em tão pouco tempo?
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    A resposta está na química.
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    Uma bolsa de frio contém água
    e um composto sólido,
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    habitualmente nitrato de amónia,
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    em compartimentos diferentes
    separados por uma barreira.
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    Quando a barreira se parte,
    o sólido dissolve-se,
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    provocando uma reação endotérmica,
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    uma reação que absorve o calor
    à sua volta.
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    Para perceber como isto funciona,
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    é preciso observar as duas forças motrizes
    por detrás dos processos químicos:
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    a energética e a entropia.
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    São elas que determinam se ocorre
    uma mudança num sistema
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    e, caso ocorra, como flui a energia.
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    Na química, a energética trata
    das forças atrativas e repulsivas
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    entre partículas a nível molecular.
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    Esta escala é tão pequena que há
    mais moléculas de água num copo
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    do que as estrelas
    que se conhecem no universo.
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    Todos estes biliões de moléculas
    estão em constante movimento,
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    vibrando e girando a diversos ritmos.
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    A temperatura pode ser uma medida
    da quantidade do movimento médio,
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    ou emergia cinética
    de todas essas partículas,
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    em que um aumento no movimento
    significa um aumento na temperatura
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    e vice-versa.
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    O fluxo do calor
    em qualquer transformação química
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    depende da força relativa
    das interações das partículas
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    em cada um dos estados
    químicos de uma substância.
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    Quando as partículas têm
    uma forte força atrativa mútua,
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    movem-se rapidamente na direção
    umas das outras, até estarem tão próximas
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    que as forças repulsivas as afastam.
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    Se a atração inicial
    for suficientemente forte,
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    as partículas mantêm-se a vibrar
    para a frente e para trás, deste modo.
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    Quanto maior for a atração,
    mais rápido será o seu movimento
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    e, como o calor
    é essencialmente movimento,
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    quando uma substância muda para um estado
    em que essas interações são mais fortes,
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    o sistema aquece.
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    Mas as nossas bolsas de frio
    fazem o oposto.
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    ou seja, quando o sólido
    se dissolve na água,
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    as novas interações das partículas sólidas
    com as moléculas de água
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    são mais fracas do que as interações
    separadas que existiam antes.
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    Isso faz abrandar
    os dois tipos de partículas,
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    arrefecendo toda a solução.
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    Mas porque é que uma substância
    muda para um estado
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    em que as interações são mais fracas?
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    As interações mais fortes que existiam
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    não deviam impedir o sólido
    de se dissolver?
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    É aí que entra a entropia.
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    A entropia descreve basicamente
    como os objetos e a energia
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    se distribuem, com base
    no movimento aleatório.
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    Se pensarmos no ar duma sala,
    há muitas formas possíveis
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    de os triliões de partículas que o formam
    se poderem organizar.
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    Algumas delas terão todas
    as moléculas de oxigénio numa área,
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    e todas as moléculas de azoto noutra.
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    Mas a maioria tê-las-á
    todas misturadas,
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    e é por isso que o ar se encontra
    sempre neste estado.
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    Se houver fortes forças atrativas
    entre as partículas,
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    pode mudar a probabilidade
    de algumas configurações
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    até ao ponto em que as probabilidades
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    não favoreçam certas
    misturas de substâncias.
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    O óleo e a água, por exemplo,
    mão se misturam.
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    Mas, no caso do nitrato de amónia
    ou de outras substâncias na bolsa de frio,
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    o poder das forças atrativas não chega
    para alterar as probabilidades,
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    e o movimento aleatório separa
    as partículas que compõem o sólido
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    dissolvendo-se na água e nunca mais
    voltando ao seu estado sólido.
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    Para simplificar, a bolsa de frio
    fica fria porque o movimento aleatório
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    cria mais configurações onde
    o sólido e a água se misturam
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    e todas elas têm uma interação
    de partículas ainda mais fraca,
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    menor movimento genérico de partículas
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    e menos calor do que quando estavam
    dentro da bolsa, antes de ser utilizada.
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    Embora a desordem que pode
    resultar da entropia
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    possa ter sido a causa da nossa lesão,
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    também é responsável pelo frio
    reconfortante que atenua a nossa dor.
Title:
Como é que uma bolsa de frio fica fria tão depressa? — John Pollard
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/how-do-cold-packs-get-cold-so-fast-john-pollard

Se pusermos água no congelador, levará horas a transformar-se em gelo. Então, como é possível que as bolsas de frio passem de uma temperatura ambiente para quase gelo em poucos segundos? John Pollard pormenoriza a química das bolsas de frio, lançando luz sobre os conceitos da energética e da entropia, pelo meio.

Lição de John Pollard, animação de Karrot Animation.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:32

Portuguese subtitles

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