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Mulher, muçulmana e norte-americana: o futuro dos Estados Unidos | Areeba Khan | TEDxYouth@Wilmington

  • 0:09 - 0:11
    Sei o que você está pensando.
  • 0:11 - 0:14
    Provavelmente está se perguntando
    quem sou, de onde sou
  • 0:14 - 0:16
    e o que vou dizer.
  • 0:16 - 0:18
    Provavelmente, está se perguntando
  • 0:18 - 0:22
    o que estou usando na cabeça.
  • 0:22 - 0:25
    Isso se chama "hijab".
  • 0:25 - 0:29
    Vem da palavra árabe
    "cobrir" e "proteger".
  • 0:29 - 0:31
    Muitas mulheres muçulmanas, como eu,
  • 0:31 - 0:36
    escolhem usá-lo por um motivo
    acima de todos: Deus.
  • 0:37 - 0:40
    As pessoas costumam ter
    outra perspectiva sobre o hijab;
  • 0:40 - 0:43
    acham que é opressivo e cruel.
  • 0:43 - 0:47
    Não entendo o que pode ser tão opressivo
    e cruel em cobrir minha cabeça.
  • 0:48 - 0:51
    Digamos, é um pouco diferente
    da linha de Victoria's Secret...
  • 0:51 - 0:52
    (Risos)
  • 0:52 - 0:54
    Mas estamos em 2017,
  • 0:54 - 0:58
    e toda mulher pode escolher
    o que quer vestir.
  • 1:01 - 1:02
    Bem,
  • 1:02 - 1:06
    sei que nesta sala e em casa,
    os que nos assistem,
  • 1:06 - 1:09
    podem não ser muçulmanos nem usar o hijab,
  • 1:09 - 1:12
    mas posso garantir que temos
    algumas coisas em comum.
  • 1:12 - 1:15
    Levante a mão se gosta de comer.
  • 1:17 - 1:21
    Levante a mão quem odeia acordar cedo,
    em uma manhã de segunda-feira.
  • 1:21 - 1:22
    (Risos)
  • 1:23 - 1:27
    E finalmente, levante a mão
    se acha que os bebês são fofos.
  • 1:28 - 1:32
    Viu? Eu disse que temos coisas em comum,
    e provavelmente nem sei seu nome.
  • 1:34 - 1:36
    Agora, por usar o hijab,
  • 1:37 - 1:38
    não significa que não sou capaz
  • 1:38 - 1:41
    de realizar o mesmo
    que qualquer outra mulher.
  • 1:41 - 1:43
    Vou dar três exemplos
  • 1:43 - 1:46
    do que as mulheres muçulmanas
    norte-americanas conseguiram realizar.
  • 1:47 - 1:50
    Número um: Ibtihaj Muhammad,
  • 1:50 - 1:51
    da equipe de esgrima dos EUA.
  • 1:52 - 1:54
    Numero dois: Ilhan Omar,
  • 1:54 - 1:57
    a primeira somali-americana muçulmana
  • 1:57 - 2:00
    eleita para a legislatura
    no Estado de Minnesota.
  • 2:00 - 2:03
    Número três: Linda Sarsour,
  • 2:03 - 2:04
    ativista dos direitos das mulheres
  • 2:04 - 2:08
    e cofundadora da Marcha
    das Mulheres em Washington.
  • 2:09 - 2:11
    Agora, vou contar sobre minha experiência.
  • 2:12 - 2:14
    Meus pais são imigrantes
    muçulmanos do Paquistão
  • 2:14 - 2:18
    e se sacrificaram muito para fornecer
    à nossa família uma vida melhor.
  • 2:18 - 2:22
    Eles são a personificação
    do sonho norte-americano.
  • 2:22 - 2:26
    Meu pai trabalhou muito, muito duro
    para se tornar médico.
  • 2:26 - 2:29
    Ele não só estava estudando
    essa área difícil,
  • 2:29 - 2:33
    mas também se ajustando
    a um novo país, um novo estilo de vida
  • 2:33 - 2:35
    e uma nova família em formação.
  • 2:35 - 2:39
    Mais tarde, depois de casar com minha mãe
    e se mudar para os Estados Unidos,
  • 2:39 - 2:41
    ele finalmente se estabeleceu em Delaware.
  • 2:42 - 2:46
    Minha mãe contava a história
    de quando chegou aos Estados Unidos.
  • 2:47 - 2:51
    Como o voo dela pousou
    no Aeroporto Internacional JFK,
  • 2:51 - 2:56
    com vista para a Estátua da Liberdade,
  • 2:56 - 3:01
    A canção de Whitney Houston,
    "I will always love you", era um sucesso.
  • 3:01 - 3:05
    Cindy Crawford e Brooke Shields
    comandavam as pistas.
  • 3:05 - 3:07
    A cidade de Nova York era o caldeirão
  • 3:07 - 3:10
    de diferentes culturas de todo o mundo.
  • 3:12 - 3:16
    Frequentei muitas escolas
    particulares diferentes,
  • 3:16 - 3:19
    e quero compartilhar
    minhas experiências com você.
  • 3:19 - 3:21
    Até aprendi algo chocante.
  • 3:21 - 3:26
    Experimentei a islamofobia,
    mesmo antes de usar o hijab,
  • 3:26 - 3:28
    o símbolo visível de que sou muçulmana.
  • 3:28 - 3:31
    Chocante, não é?!
  • 3:31 - 3:33
    No primeiro dia do quinto ano,
  • 3:33 - 3:35
    fui chamada de terrorista.
  • 3:35 - 3:37
    Vou dizer o que estava vestindo.
  • 3:37 - 3:41
    Uma polo azul marinho,
    saia xadrez, leggings
  • 3:41 - 3:45
    e uma faixa xadrez no meu cabelo longo.
  • 3:45 - 3:48
    Entrei na sala de aula e me sentei.
  • 3:48 - 3:50
    Como qualquer criança de dez anos,
  • 3:50 - 3:53
    estava nervosa e empolgada
    no meu primeiro dia de aula.
  • 3:53 - 3:56
    Me apresentei para a classe.
  • 3:57 - 4:00
    Falei: "Olá! Meu nome é Areeba.
  • 4:00 - 4:03
    Moro em Newark, Delaware,
  • 4:03 - 4:04
    gosto de jogar tênis
  • 4:04 - 4:08
    e minha família é do Paquistão,
    somos muçulmanos".
  • 4:09 - 4:10
    Naquele momento,
  • 4:10 - 4:15
    uma garota de cabelos loiros
    e olhos azuis levanta em sua mesa
  • 4:15 - 4:17
    e aponta o dedo para mim, gritando:
  • 4:17 - 4:20
    "Terrorista, terrorista, terrorista!"
  • 4:23 - 4:26
    Posso dizer que, aos dez anos,
  • 4:26 - 4:28
    nem sabia o que significava "terrorista".
  • 4:29 - 4:32
    Nem sabia o que era o 11 de setembro
  • 4:32 - 4:35
    e nem o nome dessa garota
  • 4:35 - 4:37
    que me chamou dessa palavra horrível.
  • 4:39 - 4:43
    Por sorte, minha professora
    interveio e resolveu a situação.
  • 4:44 - 4:47
    Durante o ano,
    fiz amizade com essa garota.
  • 4:47 - 4:49
    Sempre a tratei com gentileza e empatia.
  • 4:49 - 4:53
    Regra de ouro: trate os outros
    da forma que quer ser tratado.
  • 4:54 - 4:56
    Deixando de lado nossas diferenças
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    e nos conectando com nossas semelhanças,
  • 4:59 - 5:03
    nós duas gostávamos de ouvir
    Selena Gomez e Taylor Swift
  • 5:03 - 5:06
    e éramos fascinadas pelos biscoitos
    de chocolate da Annie.
  • 5:07 - 5:10
    Acabamos nos tornando melhores amigas
  • 5:10 - 5:13
    e até a convidei para ir
    brincar em minha casa.
  • 5:14 - 5:16
    Esse é o poder da bondade.
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    Esse é o poder do diálogo.
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    Esse é o poder de uma criança de dez anos,
  • 5:21 - 5:25
    transformando uma mente
    intolerante em amiga.
  • 5:28 - 5:32
    Essa situação, que não deveria ser vivida
    por nenhuma criança de dez anos,
  • 5:32 - 5:35
    me ensinou algumas lições,
    e quero compartilhá-las com você.
  • 5:35 - 5:38
    Embora a intolerância exista
    em nossa sociedade,
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    devemos lembrar, como norte-americanos,
  • 5:40 - 5:42
    que somos uma nação
    construída por imigrantes
  • 5:42 - 5:45
    tentando escapar da perseguição religiosa.
  • 5:46 - 5:49
    O único caminho para
    os Estados Unidos avançarem
  • 5:49 - 5:53
    é unirmos nossa diversidade e nossa força.
  • 5:53 - 5:56
    Antes de ir embora,
  • 5:56 - 5:59
    quero que se lembre de algumas coisas.
  • 6:00 - 6:02
    Tenha orgulho de quem você é.
  • 6:02 - 6:05
    Todos usamos hijab,
    de um jeito ou de outro.
  • 6:05 - 6:11
    Seja você negro, católico,
    judeu, espanhol ou mulher,
  • 6:11 - 6:13
    você é especial.
  • 6:13 - 6:17
    Assuma sua identidade
    e tenha orgulho de quem você é.
  • 6:17 - 6:18
    Seu hijab é lindo.
  • 6:18 - 6:20
    Seu hijab é lindo.
  • 6:20 - 6:21
    Seu hijab é lindo.
  • 6:22 - 6:26
    Vou usar essas lições para fazer parte
    do futuro dos Estados Unidos.
  • 6:26 - 6:28
    E você?
  • 6:28 - 6:29
    Obrigada.
  • 6:29 - 6:31
    (Aplausos)
Title:
Mulher, muçulmana e norte-americana: o futuro dos Estados Unidos | Areeba Khan | TEDxYouth@Wilmington
Description:

Você provavelmente está pensando: o que diabos ela está vestindo? Areeba apresenta seu hijab, o que é, por que ela usa e o que isso significa para ela.

Por causa de seu hijab, ela foi chamada de terrorista aos 10 anos de idade. Ela transformou essa acusação em um desafio - e encontrou pontos em comum com os outros. E sua colega de classe mudou de uma racista intolerante para uma amiga.

Areeba é veterana na Ursuline Academy, que gosta de tênis, participante do curso "Modelo de Organizações Internacionais" das Nações Unidas (Model UN) e viaja pelo mundo. No ano passado, ela visitou Toronto, Istambul e Dubai. Etnicamente paquistanesa, ela é fluente em urdu, árabe básico e chinês, e gosta de pensar que sabe francês. A orgulhosa filha de imigrantes muçulmanos que são médicos, Areeba e sua família são o epítome do sonho americano. Passou o verão na Universidade de Georgetown, onde ela se matriculou no Curso de Extensão em Relações Internacionais ministrado pelo Dr. John Davis, onde por três semanas, ela estudou, debateu e se reuniu com os principais membros políticos e de negócios do país. Areeba planeja frequentar a faculdade nas proximidades de seu estado natal de Delaware, especializando-se em Relações Internacionais, Ciências Políticas e Árabe em uma preparação para a carreira do Direito. Seu senso de humor, sua gentileza, seu talento para cozinhar e seu otimismo diante da adversidade são apenas algumas das características de Areeba.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
06:41

Portuguese, Brazilian subtitles

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