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Uma arma secreta contra a Zika e outras doenças transmitidas por mosquitos

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    Zika,
  • 0:04 - 0:07
    a nossa mais nova e apavorante doença.
  • 0:08 - 0:09
    O que é?
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    De onde veio? O que faremos?
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    Bem, para a maioria dos adultos,
    é uma doença relativamente leve:
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    uma febrezinha, dor de cabeça
    e nas articulações, manchas na pele.
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    Na verdade, a maioria das pessoas
    nem sabe que foi infectada,
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    mas, quanto mais descobrimos
    sobre o vírus Zika,
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    mais assustador ele se torna.
  • 0:30 - 0:34
    Por exemplo, médicos perceberam um aumento
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    de algo chamado síndrome
    de Guillain-Barré em surtos recentes.
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    Na Guillain-Barré, o sistema imunológico
    ataca as células nervosas.
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    Pode paralisar parcial
    ou totalmente a pessoa.
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    Felizmente, ela é bem rara,
    e a maioria das pessoas se recupera,
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    mas, se a pessoa infectada
    estiver grávida,
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    ela corre o risco realmente terrível
  • 0:57 - 1:00
    de seu filho nascer
    com uma deformação craniana.
  • 1:01 - 1:02
    Esse é um bebê normal.
  • 1:03 - 1:07
    Esse outro é um recém-nascido
    com o que chamamos de microcefalia,
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    crânio e cérebro pequenos demais.
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    E não existe cura conhecida.
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    Na verdade, foram médicos
    do Nordeste do Brasil
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    que descobriram, um ano atrás,
    após um surto de Zika,
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    que houve um aumento repentino
    nas ocorrências de microcefalia.
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    Os médicos levaram mais um ano
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    pra terem certeza
    de que a causa era o Zika,
  • 1:33 - 1:34
    mas eles agora têm certeza.
  • 1:35 - 1:39
    E se você é do tipo que só acredita vendo,
    dê uma olhada nessa publicação.
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    Mas de onde ele veio
    e como chegou aos EUA?
  • 1:43 - 1:44
    Ele chegou aos EUA.
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    Como muitos outros vírus,
    ele veio da África,
  • 1:47 - 1:51
    especificamente
    da floresta Zika, em Uganda.
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    Pesquisadores do Instituto de Pesquisa
    da Febre Amarela, nas redondezas,
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    identificaram um vírus desconhecido
    num macaco na floresta Zika,
  • 2:01 - 2:03
    e é por isso que ele tem esse nome.
  • 2:04 - 2:06
    Os primeiros casos de Zika em humanos
  • 2:06 - 2:09
    surgiram alguns anos depois,
    em Uganda e na Tanzânia.
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    O vírus se espalhou pelo oeste da África
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    e ao leste, pela Ásia equatorial,
    Paquistão, Índia, Malásia, Indonésia,
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    mas ainda basicamente em macacos
    e, claro, em mosquitos.
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    Na verdade, nos 60 anos
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    entre o momento em que o vírus
    foi identificado, em 1947, e 2007,
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    houve apenas 13 casos registrados
    de Zika em humanos.
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    Aí, algo extraordinário aconteceu nas
    minúsculas ilhas de Yap, na Micronésia.
  • 2:42 - 2:47
    Houve um surto que atingiu
    75% da população.
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    Como o vírus chegou lá? Pelo ar.
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    Hoje, temos 2 bilhões de passageiros
    de empresas aéreas.
  • 2:55 - 2:58
    Um passageiro infectado
    pode embarcar num avião
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    e chegar ao outro lado do mundo
    antes de desenvolver sintomas,
  • 3:01 - 3:03
    isso se chegar a desenvolvê-los.
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    Ao pousar, os mosquitos locais
    vão picá-lo, e a doença se espalha.
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    O Zika reapareceu em 2013,
    na Polinésia Francesa.
  • 3:15 - 3:17
    Em dezembro daquele ano,
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    já estava sendo transmitido
    localmente por mosquitos.
  • 3:21 - 3:26
    Isso levou a um surto tremendo,
    com quase 30 mil pessoas infectadas.
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    Dali, se alastrou pelo Pacífico.
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    Houve surtos nas Ilhas Cook,
    na Nova Caledônia,
  • 3:34 - 3:35
    em Vanuatu, nas Ilhas Salomão
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    e em quase toda a costa
    da América do Sul e Ilha de Páscoa.
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    Aí, no início de 2015,
  • 3:45 - 3:49
    houve uma explosão de casos
    de uma síndrome parecida com a dengue
  • 3:49 - 3:53
    na cidade de Natal, no Nordeste do Brasil.
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    Não era o vírus da dengue, mas o Zika,
    e se espalhou bem rápido.
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    Recife, um pouco mais abaixo na costa,
    uma grande metrópole,
  • 4:03 - 4:05
    logo se tornou o epicentro.
  • 4:05 - 4:11
    Bem, houve especulações de que foram
    torcedores da Copa do Mundo de 2014
  • 4:11 - 4:13
    que levaram o vírus ao país,
  • 4:14 - 4:18
    e outros especularam que talvez
    tenham sido ilhéus do Pacífico
  • 4:18 - 4:22
    que participaram das competições
    de canoagem no Rio, naquele ano,
  • 4:22 - 4:23
    que levaram o vírus ao país.
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    Bem, hoje, apenas um ano depois,
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    o vírus está sendo transmitido
    localmente por mosquitos
  • 4:31 - 4:33
    praticamente em toda
    a América do Sul e Central,
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    México e ilhas do Caribe.
  • 4:37 - 4:39
    Até este ano,
  • 4:39 - 4:42
    os milhares de casos que haviam sido
    diagnosticados nos EUA
  • 4:42 - 4:44
    eram de pessoas infectadas
    em outros países,
  • 4:45 - 4:50
    mas, em meados do ano, já está sendo
    transmitido localmente em Miami.
  • 4:50 - 4:51
    Já chegou aqui.
  • 4:52 - 4:53
    Então, o que podemos fazer?
  • 4:53 - 4:57
    Bem, evitar a infecção
  • 4:58 - 5:02
    se resume a proteger as pessoas
    ou eliminar os mosquitos.
  • 5:02 - 5:04
    Vamos focar primeiro as pessoas.
  • 5:05 - 5:06
    Vocês podem se vacinar,
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    podem não viajar para regiões
    onde o vírus circule,
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    ou podem cobrir o corpo
    e aplicar repelente.
  • 5:15 - 5:18
    Vacinar-se não é uma opção,
    pois ainda não existe vacina,
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    e provavelmente não existirá
    pelos próximos anos.
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    Ficar em casa também não é 100% seguro,
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    pois sabemos agora que o vírus
    pode ser transmitido sexualmente.
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    Cobrir o corpo e aplicar
    repelente funciona,
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    até a hora em que você
    se esquece de fazer isso.
  • 5:36 - 5:38
    (Risos)
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    Restam então os mosquitos,
    e sabe como os controlamos?
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    Pulverização de inseticidas.
  • 5:44 - 5:46
    O equipamento de proteção é necessário
  • 5:46 - 5:51
    porque trata-se de substâncias tóxicas
    que matam pessoas tanto quanto insetos,
  • 5:51 - 5:55
    embora seja preciso muito mais para matar
    uma pessoa do que um mosquito.
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    Essas imagens são
    do Brasil e da Nicarágua,
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    mas em Miami, na Flórida, não é diferente.
  • 6:02 - 6:07
    E, claro, podemos lançar
    inseticida de aviões.
  • 6:07 - 6:09
    Em meados do ano passado,
  • 6:09 - 6:14
    órgãos de controle de mosquitos
    do condado de Dorchester, Carolina do Sul,
  • 6:14 - 6:18
    autorizaram a pulverização do inseticida
    "Naled", logo pela manhã,
  • 6:18 - 6:21
    como recomendado pelo fabricante.
  • 6:21 - 6:25
    Bem, no fim do dia,
    uma apicultora contou a jornalistas
  • 6:25 - 6:29
    que sua apicultura parecia
    ter sofrido um ataque nuclear.
  • 6:30 - 6:31
    Opa!
  • 6:32 - 6:34
    As abelhas são nossas amigas.
  • 6:34 - 6:38
    Bem, os cidadãos da Flórida protestaram,
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    mas a pulverização continuou.
  • 6:41 - 6:45
    Infelizmente, também aumentou
    o número de casos de Zika,
  • 6:46 - 6:50
    porque os inseticidas
    não são muito eficazes.
  • 6:50 - 6:57
    Então, será que existe alguma forma
    talvez mais eficaz do que a pulverização,
  • 6:59 - 7:04
    com menos desvantagens
    que substâncias químicas?
  • 7:04 - 7:08
    Bem, sou uma grande admiradora
    de controles biológicos,
  • 7:08 - 7:12
    e divido essa ideia com Rachel Carson,
    autora da obra "Primavera Silenciosa",
  • 7:12 - 7:17
    livro considerado como o que deu início
    ao movimento ambientalista.
  • 7:17 - 7:21
    Nesse livro, como exemplo,
    ela conta a história
  • 7:21 - 7:27
    de como um inseto parasita
    de gado, bem desagradável,
  • 7:27 - 7:30
    foi erradicado no século passado.
  • 7:30 - 7:33
    Ninguém conhece
    essa história extraordinária.
  • 7:33 - 7:37
    Bem, [John] Block e eu,
    ao escrevermos um editorial
  • 7:37 - 7:40
    sobre o problema atual dos mosquitos,
    recontamos a história.
  • 7:40 - 7:41
    E, em forma de cápsula,
  • 7:42 - 7:45
    as pupas, que são a forma
    prematura do inseto,
  • 7:45 - 7:48
    receberam radiação até ficarem estéreis,
  • 7:48 - 7:51
    os insetos cresceram
    e foram soltos de aviões
  • 7:51 - 7:57
    em todo o sudoeste, sudeste,
    até o México e a América Central,
  • 7:58 - 8:02
    literalmente às centenas de milhares,
    de pequenos aviões,
  • 8:02 - 8:06
    por fim eliminando a terrível praga
  • 8:07 - 8:09
    de grande parte do Ocidente.
  • 8:10 - 8:13
    Nosso verdadeiro objetivo
    com esse editorial
  • 8:13 - 8:16
    foi mostrar aos leitores
    como podemos fazer isso hoje,
  • 8:16 - 8:20
    não com radiação, mas
    com nosso conhecimento de genética.
  • 8:20 - 8:21
    Vou explicar.
  • 8:22 - 8:24
    Esse é o vilão: o "Aedes aegypti".
  • 8:24 - 8:29
    Entre os insetos, é o vetor
    mais comum de doenças:
  • 8:29 - 8:33
    não só Zika, mas dengue,
    "chicungunha", vírus do oeste do Nilo
  • 8:33 - 8:37
    e a antiga praga
    conhecida como febre amarela.
  • 8:37 - 8:39
    É um mosquito urbano,
  • 8:39 - 8:43
    e é a fêmea que faz o trabalho sujo.
  • 8:43 - 8:48
    Ela pica em busca de sangue
    para alimentar sua cria.
  • 8:48 - 8:50
    Os machos não picam.
  • 8:50 - 8:53
    Eles nem sequer são anatomicamente
    equipados pra isso.
  • 8:53 - 8:59
    Uma pequena empresa britânica chamada
    Oxitec modificou geneticamente o mosquito
  • 8:59 - 9:02
    para que, quando cruzasse
    com uma fêmea na natureza,
  • 9:02 - 9:05
    seus ovos não se desenvolvessem.
  • 9:05 - 9:07
    Vou mostrar.
  • 9:07 - 9:09
    Este é o ciclo reprodutivo normal.
  • 9:10 - 9:11
    A Oxitec modificou os mosquitos
  • 9:11 - 9:15
    para que, quando o macho cruzar
    com a fêmea na natureza,
  • 9:15 - 9:17
    seus ovos não se desenvolvam.
  • 9:17 - 9:18
    Parece impossível?
  • 9:19 - 9:22
    Bem, vou mostrar, diagramaticamente,
    como eles fazem isso.
  • 9:22 - 9:26
    Isto representa o núcleo
    de uma célula de mosquito,
  • 9:26 - 9:29
    e o emaranhado no meio
    representa seu genoma,
  • 9:29 - 9:31
    o total de seus genes.
  • 9:32 - 9:35
    Os cientistas acrescentaram um único gene
  • 9:35 - 9:39
    que codifica uma proteína
    representada por essa bola laranja,
  • 9:39 - 9:45
    que se retroalimenta e produz
    mais e mais dessa proteína.
  • 9:45 - 9:50
    As cópias extras, porém,
    deixam os genes do mosquito inoperantes,
  • 9:50 - 9:52
    matando o organismo.
  • 9:52 - 9:56
    Depois, pra mantê-lo vivo no laboratório,
    usa-se um composto chamado tetraciclina.
  • 9:57 - 10:02
    A tetraciclina desliga esse gene
    e permite o desenvolvimento normal.
  • 10:02 - 10:06
    Eles deram um jeito pra conseguirem
    estudar o que acontecia,
  • 10:06 - 10:13
    adicionando um gene que fazia
    com que o inseto brilhasse sob luz UV,
  • 10:13 - 10:17
    para que, quando fosse solto,
    eles pudessem saber a que distância foi,
  • 10:17 - 10:18
    quanto tempo viveu
  • 10:18 - 10:22
    e todo o tipo de informação necessária
    para um bom estudo científico.
  • 10:23 - 10:26
    Bem, este é o estágio de pupa
    e, nesse estágio,
  • 10:27 - 10:30
    as fêmeas são maiores que os machos.
  • 10:31 - 10:34
    Isso possibilita que sejam
    separados em machos e fêmeas
  • 10:34 - 10:39
    e permite que apenas os machos
    cheguem à fase adulta.
  • 10:39 - 10:42
    Vale lembrar que os machos não picam.
  • 10:42 - 10:43
    A partir daí, é bem simples.
  • 10:43 - 10:47
    Eles enchem recipientes com mosquitos,
  • 10:47 - 10:49
    colocam-nos em engradados
    e saem de carro pela cidade,
  • 10:49 - 10:52
    soltando os mosquitos, guiando-se por GPS.
  • 10:53 - 10:55
    Esse é um prefeito
    soltando a primeira leva
  • 10:55 - 10:58
    do que chamaram de "Aedes do Bem".
  • 10:58 - 11:02
    Gostaria de poder dizer que se trata
    de uma cidade americana, mas não.
  • 11:02 - 11:04
    É Piracicaba, no Brasil.
  • 11:04 - 11:09
    O incrível é que, em apenas um ano,
  • 11:09 - 11:14
    isso reduziu em 91% os casos de dengue.
  • 11:14 - 11:18
    É melhor do que qualquer pulverização
    de inseticida é capaz de fazer.
  • 11:18 - 11:24
    Então, por que não estamos usando
    esse controle biológico incrível nos EUA?
  • 11:24 - 11:28
    Porque é um "OGM",
  • 11:28 - 11:31
    um organismo geneticamente modificado.
  • 11:31 - 11:33
    Percebem o texto aqui?
  • 11:33 - 11:36
    Diz que, se o FDA liberasse,
  • 11:36 - 11:39
    o mesmo poderia ser feito aqui,
    quando o Zika chegasse,
  • 11:39 - 11:40
    e, claro, ele já chegou.
  • 11:41 - 11:44
    Agora vou contar, de forma resumida,
  • 11:44 - 11:50
    a longa e tortuosa história
    da regulação sobre OGMs nos EUA.
  • 11:51 - 11:54
    Nos EUA, existem três agências
  • 11:54 - 11:57
    que regulam os organismos
    geneticamente modificados:
  • 11:58 - 12:00
    a FDA - a "ANVISA" americana,
  • 12:00 - 12:03
    a EPA - agência de proteção
    ambiental americana,
  • 12:03 - 12:06
    e o USDA - departamento
    de agricultura americano.
  • 12:07 - 12:11
    Eles levaram dois anos
    para decidir que caberia à FDA
  • 12:11 - 12:14
    regular os mosquitos
    geneticamente modificados
  • 12:14 - 12:19
    e que eles o fariam
    como uma "nova droga animal",
  • 12:19 - 12:21
    se é que isso faz algum sentido.
  • 12:21 - 12:25
    Levaram mais cinco anos de burocracia
  • 12:25 - 12:30
    para que a FDA se convencesse de que
    isso não seria prejudicial a pessoas
  • 12:30 - 12:33
    e de que não seria
    prejudicial ao ambiente.
  • 12:33 - 12:36
    Eles finalmente deram,
    em meados deste ano,
  • 12:36 - 12:40
    permissão pra que um pequeno teste
    fosse realizado em Florida Keys,
  • 12:40 - 12:47
    aonde tinham sido convidados anos antes,
    quando a região teve um surto de dengue.
  • 12:48 - 12:50
    Quem dera tivesse sido só isso!
  • 12:50 - 12:53
    Quando os moradores souberam
  • 12:53 - 12:57
    que mosquitos geneticamente
    modificados seriam testados na região,
  • 12:57 - 13:00
    alguns começaram a organizar protestos.
  • 13:00 - 13:05
    Fizeram até uma petição na internet,
    com esse logotipo bonitinho,
  • 13:05 - 13:11
    que acabou recebendo 160 mil assinaturas.
  • 13:11 - 13:13
    Eles exigiram um referendo,
  • 13:13 - 13:16
    que será realizado em algumas semanas,
  • 13:16 - 13:19
    sobre se os testes devem ser permitidos.
  • 13:20 - 13:27
    Bem, Miami é que realmente precisa
    desse tipo de controle de insetos.
  • 13:27 - 13:29
    Lá, as reações deles têm mudado.
  • 13:29 - 13:31
    Na verdade, há bem pouco tempo,
  • 13:31 - 13:35
    um grupo de mais de 60 parlamentares,
    de correntes políticas diferentes,
  • 13:35 - 13:38
    escreveram à secretária de saúde
    dos EUA, Sylvia Burwell,
  • 13:38 - 13:41
    pedindo que ela, em âmbito federal,
  • 13:41 - 13:45
    agilizasse o acesso da Flórida
    a essa nova tecnologia.
  • 13:46 - 13:48
    Então, a questão é a seguinte:
  • 13:48 - 13:51
    o controle biológico de insetos nocivos
  • 13:52 - 13:57
    pode ser tanto mais eficaz
    quanto muito mais amigável ao ambiente
  • 13:57 - 14:01
    que o uso de inseticidas,
    que são substâncias tóxicas.
  • 14:02 - 14:05
    Isso foi verdade na época
    de Rachel Carson, e é verdade hoje.
  • 14:05 - 14:10
    A diferença é que temos
    imensamente mais informação
  • 14:10 - 14:13
    sobre genética do que tínhamos antes
  • 14:13 - 14:17
    e, portanto, mais capacidade
    de usar essa informação
  • 14:17 - 14:20
    para manipular esses controles biológicos.
  • 14:20 - 14:23
    Eu espero ter despertado em vocês
  • 14:23 - 14:27
    a curiosidade pra que comecem
    seu próprio questionamento
  • 14:28 - 14:31
    não apenas sobre mosquitos
    geneticamente modificados,
  • 14:31 - 14:35
    mas também sobre os demais
    organismos geneticamente modificados,
  • 14:35 - 14:37
    tão controversos hoje em dia.
  • 14:38 - 14:39
    Acho que, se fizerem isso,
  • 14:39 - 14:44
    se filtrarem toda a informação
    incorreta e todo o marketing
  • 14:44 - 14:47
    por parte da indústria alimentícia
    orgânica e dos "Green Peaces"
  • 14:47 - 14:50
    e descobrirem a ciência,
    a ciência correta,
  • 14:50 - 14:53
    vocês ficarão surpresos e satisfeitos.
  • 14:53 - 14:54
    Obrigada.
  • 14:54 - 14:57
    (Aplausos)
Title:
Uma arma secreta contra a Zika e outras doenças transmitidas por mosquitos
Speaker:
Nina Fedoroff
Description:

De onde surgiu a Zika e o que podemos fazer contra ela? A bióloga molecular Nina Fedoroff nos faz viajar pelo mundo para entendermos as origens da Zika e como ela se espalhou, propondo um método controverso para deter a propagação do vírus, bem como de outras doenças mortais, evitando que mosquitos infectados se multipliquem.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:10

Portuguese, Brazilian subtitles

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