Por que colhemos sangue de caranguejos-ferradura? - Elizabeth Cox
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0:07 - 0:11Durante os meses mais quentes,
especialmente nas noites de lua cheia, -
0:11 - 0:15caranguejos-ferradura emergem
do mar para desovar. -
0:15 - 0:18Esperando por eles estão equipes
de técnicos de laboratório, -
0:18 - 0:22que capturam centenas de milhares
de caranguejos-ferradura, -
0:22 - 0:23os levam para laboratórios,
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0:23 - 0:25colhem seu sangue cerúleo
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0:25 - 0:28e então os devolvem ao mar.
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0:28 - 0:32Curiosamente, capturamos
caranguejos-ferradura na praia -
0:32 - 0:35porque esse é o único lugar
que sabemos que podemos encontrá-los. -
0:35 - 0:41Um caranguejo-ferradura fêmea põe
no máximo vinte lotes de até 4 mil ovos -
0:41 - 0:43em sua visita anual à praia.
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0:43 - 0:45Quando os ovos chocam,
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0:45 - 0:48os caranguejos-ferradura juvenis
geralmente ficam perto da costa, -
0:48 - 0:51periodicamente liberando
suas carapaças conforme crescem. -
0:51 - 0:53Uma vez que deixam estas águas rasas,
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0:53 - 0:58eles não voltam até atingirem
sua maturidade sexual, dez anos depois. -
0:58 - 1:03Apesar dos nossos esforços, não sabemos
onde eles passam esses anos. -
1:03 - 1:06Embora tenhamos visto
o caranguejo-ferradura -
1:06 - 1:09a 200 metros de profundidade
da superfície do oceano, -
1:09 - 1:14só vemos grandes grupos de adultos
quando eles vêm à praia para desovar. -
1:14 - 1:18O sangue do caranguejo-ferradura contém
células chamadas amebócitos, -
1:18 - 1:21que os protegem de infecções por vírus,
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1:21 - 1:21fungos
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1:21 - 1:23e bactérias.
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1:23 - 1:26Amebócitos formam géis
em volta dos invasores -
1:26 - 1:29para evitar que espalhem infecções.
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1:29 - 1:31Isto não é incomum.
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1:31 - 1:34Todos os animais têm
sistemas imunológicos. -
1:34 - 1:37Mas os amebócitos do caranguejo-ferradura
são excepcionalmente sensíveis -
1:37 - 1:40a endotoxinas bacterianas.
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1:40 - 1:45Endotoxinas são moléculas que integram
as paredes celulares de certas bactérias, -
1:45 - 1:47incluindo a E. coli.
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1:47 - 1:51Grandes quantidades delas são liberadas
quando as células bacterianas morrem, -
1:51 - 1:54e elas podem nos deixar doentes
se entrarem na corrente sanguínea. -
1:54 - 1:59Muitos medicamentos e equipamentos médicos
em que confiamos podem ser contaminados, -
1:59 - 2:02por isso temos que testá-los
antes de tocarem nosso sangue. -
2:02 - 2:06Existe um teste chamado Coloração de Gram
que detecta bactérias, -
2:06 - 2:09mas não reconhece endotoxinas,
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2:09 - 2:14que podem estar lá mesmo quando
não há bactérias presentes. -
2:14 - 2:17Então os cientistas usam
um reagente chamado LAL, -
2:17 - 2:20produzido a partir do sangue
do caranguejo-ferradura -
2:20 - 2:22para detectar endotoxinas.
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2:22 - 2:26Eles adicionam LAL em uma amostra
de medicamento, e se formarem géis, -
2:26 - 2:29endotoxinas bacterianas estão presentes.
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2:29 - 2:33Hoje, o teste com LAL
é tão amplamente utilizado -
2:33 - 2:36que milhões de pessoas que nunca
viram um caranguejo-ferradura -
2:36 - 2:38foram protegidos pelo seu sangue.
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2:38 - 2:43Se você alguma vez tomou uma injeção,
provavelmente está incluído nesse número. -
2:44 - 2:48Como os caranguejos-ferradura vivem
com um sangue tão especial? -
2:48 - 2:49Assim como outros invertebrados,
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2:49 - 2:52o caranguejo-ferradura
tem um sistema circulatório aberto. -
2:52 - 2:57Isso significa que seu sangue não está
em vasos sanguíneos, como os nossos. -
2:57 - 3:02O sangue do caranguejo-ferradura
circula livremente pelo seu corpo -
3:02 - 3:05e entra em contato direto com os tecidos.
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3:05 - 3:07Se bactérias entram no seu sangue,
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3:07 - 3:10elas podem rapidamente se espalhar
por uma grande área. -
3:10 - 3:12Unindo essa vulnerabilidade
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3:12 - 3:16com a presença de bactérias
no oceano e nos habitats litorâneos -
3:16 - 3:21fica fácil perceber porque precisam
de uma resposta imune tão sensível. -
3:21 - 3:24Eles sobreviveram a eventos
de extinção em massa, -
3:24 - 3:27que destruíram mais
de 90% da vida na Terra -
3:27 - 3:29e mataram os dinossauros,
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3:29 - 3:31mas eles não são invencíveis.
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3:31 - 3:34E os maiores impactos
que enfrentaram em milhões de anos -
3:34 - 3:36foram os provocados por nós.
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3:36 - 3:40Estudos mostram que até
15% dos caranguejos-ferradura -
3:40 - 3:43morrem no processo de coleta de sangue.
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3:43 - 3:48E pesquisas recentes sugerem
que esse número pode ser ainda maior. -
3:48 - 3:52Pesquisadores observaram ainda
menos fêmeas voltando para desovar -
3:52 - 3:54em algumas das maiores zonas de coleta.
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3:54 - 3:56Nosso impacto sobre
os caranguejos-ferradura -
3:56 - 3:59se estendem além da indústria biomédica.
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3:59 - 4:02O desenvolvimento costeiro
destrói áreas de desova, -
4:02 - 4:06e caranguejos-ferradura também
são mortos para servirem de isca. -
4:06 - 4:10Existem amplas evidências
de que suas populações estão diminuindo. -
4:10 - 4:12Alguns pesquisadores começaram a trabalhar
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4:12 - 4:15para sintetizar o sangue
do caranguejo-ferradura em laboratório. -
4:15 - 4:19Por enquanto, é improvável
pararmos com nossas viagens à praia, -
4:19 - 4:22mas esperamos
que uma alternativa sintética -
4:22 - 4:24algum dia elimine nossa dependência
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4:24 - 4:26do sangue dessas criaturas antigas.
- Title:
- Por que colhemos sangue de caranguejos-ferradura? - Elizabeth Cox
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Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/why-do-we-harvest-horseshoe-crab-blood-elizabeth-cox
Durante os meses mais quentes, especialmente nas noites de lua cheia, caranguejos-ferradura emergem do mar para desovar. Esperando por eles estão equipes de técnicos de laboratório, que capturam centenas de milhares de caranguejos-ferradura, os levam para os laboratórios, colhem seu sangue cerúleo e então os devolvem ao mar. Por quê? Elizabeth Cox revela as incríveis propriedades do sangue do caranguejo-ferradura.
Lição de: Elizabeth Cox, animação de: Anton Bogaty.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:46
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Leonardo Silva edited Portuguese, Brazilian subtitles for Why do we harvest horseshoe crab blood? - Elizabeth Cox | |
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Elisa Santos edited Portuguese, Brazilian subtitles for Why do we harvest horseshoe crab blood? - Elizabeth Cox | |
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